- Eu juro, eu juro que se por as mãos no vândalo que arruinou a minha maravilhosa escola eu o mato! - Eu disse, vendo os espelhos quebrado, as barras de metal entortadas, as cortinas rasgadas e vários dos meus troféis quebrados.

- Se acalme B., você sabe que tudo voltará ao seu lugar. - Jenny falou ao meu lado.

- Não interessa! Estávamos tentando guardar o dinheiro para construir o auditório, e agora vamos ter que usa-lo para consertar tudo isso! - Eu não conseguia imaginar que tipo de idiota quebraria tudo, por absolutamente nada. Dançar era minha vida. Era o que eu realmente gostava de fazer, e na Academia Fallter eu encontrei um espaço para mostrar meu talento. E então, chega um idiota e quebra tudo? Nós batalhamos para ter o que temos!

- Vamos B., você tem que ensaiar. - Assenti, indo até o centro do salão, a unica parte limpa dele, na verdade. A música começou, e eu também. A sequencia de passos, nítida na minha mente, se esvaireceu por um minuto quando eu vi um lindo garoto na porta, escorado, meu olhando fixamente, com um sorriso torto. Não me importei e continuei minha coreografia. Fui descendo, lentamente, até meus dedos tocarem o chão, e quando eu subi novamente, a música parou. Sr. Fallter, diretor da academia, estava ao lado do garoto agora. (N/A: O link para a coreografia "da Blair" estará disponível nas notas finais)

- Querida. - Ele falou, sorrindo. - Tenho más noticias e uma noticia não tão ruim assim.

- Nossa, que animador! - eu falei, olhando discretamente para o rapaz. - Então, me conte as novidades.

- Joe quebrou o pé e não poderá fazer o dueto principal com você. - Eu gelei, a cor sumiu do meu rosto e minhas pernas tremeram.

- Como? Sr. Fallter! Eu preciso dele! É minha conclusão de curso, minha única chance para a faculdade! - Ele só podia estar brincando. 

- Eu sei querida. Por outro lado, encontramos o responsável pela bagunça na escola. - Nem matar o desgraçado que acabou com a linda escola me animava agora.

- Ah sério? E quem é? - Mas isso não me deixou menos curiosa.

- Ele. - O diretor falou, apontando para o garoto que estava me olhando. Ele mantinha um sorriso cínico.

- Oras seu... vandalozinho de... - Eu falei partindo para cima dele. Comecei a bater nele, mas logo ele pegou meus braços, me imobilizando. - Me solta seu idiota! - Eu gritei.

- Pra que? Para você tentar me matar de novo? Não, obrigado. - Bufei, enquanto meu diretor nos afastava.

- Não o mate, ele será útil para você. - Eu gargalhei irônicamente.

- Como? - Eu pedi, ainda meio incrédula.

- Chuck sabe dançar e vai fazer a conclusão com você. - Não consegui segurar. Comecei a gargalhar, quase caindo no chão. Me acalmei, voltei a respirar e sequei o canto dos olhos.

- Ótima piada, Sr. Fallter, agora falando sério, me dê um motivo para não matar esse desgraçado. - Ele suspirou.

- Eu falei sério. Você não tem tempo para criar um solo e todos os outros dancarinos estão nos projetos individuais. - Eu bufei.

- Certo. - Eu falei, a contragosto.

- Vou deixar vocês conversarem. - O diretor saiu. Seria uma oportunidade perfeita para mim matar ele. Sem testemunhas.

- Então... - Ele falou. - Não acha que está com roupas demais para ensaiar? -  Revirei os olhos.

- Você deveria dançar mais, e falar menos. - Eu disse, tentando ensinar ele a pegar os passos.

Duas horas depois (literalmente), ele havia conseguido pegar a maior parte da coreografia.

- Então... vai me dizer seu nome? - Ele disse, enquanto eu bebia um pouco de água.

- Você vai dançar comigo, não escrever minha biografia, portanto, não. - Joguei a garrafa para ele.

- Você vai ter que ser bem mais boazinha comigo para que eu lhe faça minha proposta. - Eu gargalhei. - Ou não, esse seu jeito arrogante é sexy. - Eu bufei, indo ligar o rádio, porém sua mão passou pela minha cintura.

- Me solta, idiota. - Ele tirou o rádio da tomada.

- Você já parou para pensar que eu posso muito bem errar tudo propositalmente no dia da apresentação e te ferrar completamente? - Ele falou, com um tom calmo, que me fez tremer.

- Qual seu ponto? - Ele sorriu.

- Eu tenho uma proposta. Você ajuda meu grupo a ganhar a batalha, eu prometo ser um bom menino no dia da sua conclusão. - Eu franzi o cenho.

- Seu grupo? Quer dizer, uma gangue? Batalha tipo, armada? - Eu pedi, assustada, enquanto ele ria.

- Grupo de dança. E batalha de dança. - Ele disse, enquanto se virava. - Gosta de competições? - Ele falou, em um tom irônico.

- Eu nunca perco.