Como era meu aniversário de 19 anos, o meu desejo era de ir Babilônia para comemora-lo. Fazia três meses que eu queria ir para aquele lugar... Algo me chamava para lá... Sei que pode parecer loucura, mas é a realidade.

Mamãe nem ligou, pois, se eu estivesse feliz, ela também estaria.

Papai, também, não fez nenhuma objeção, pois, como mamãe, ele só queria ver-me feliz... E, em primeiro lugar, é claro, mamãe.

Tia Alice não gostou muito, pois não teria a grande variedade de lojas para ela poder fazer compras, mas eu disse que teria muitos lugares belos, que ela poderia tirar muitas fotos, e isso fez com que ela se conformasse um pouco.

Tio Jaz ficou ansioso para ir, pois lá tinha antigas bibliotecas.

Tia Rose, que nunca me contrariava, não fez nenhuma objeção, mas, também, tinha outro motivo...

Ela seria bem destacada, porque lá, devido ao sol, ela seria "a" mulher a loura glacial... Duvido que não foi por causa disso que ela não falou nada...

Tio Emmett disse que iria divertir-se nas ruínas... Ele era muito infantil!

Vovó disse que lá tinha muitas ruínas... "Sujeira", como ela disse, mas, com a minha melhor cara de pidona, eu a convenci.

Vovô ficou receoso com o fato de termos que ter muito cuidado em um lugar ensolarado, mas concordou com a viagem.

Jake, que fazia tudo por mim, concordou, pois, como o lugar era ensolarado, poderíamos usar a desculpa de que o resto da família não podia se expor ao sol e passearmos sozinhos.

Então, como todos concordavam, decidimos que iríamos fazer a tal viagem.

Algo em mim ficou satisfeito, insisti que era um desejo meu sendo realizado e não liguei, mas, lá no fundo, sabia que aquela sensação não era só minha.

Tia Alice aprontou as malas de nós todos e comprou as passagens, ou seja, no dia seguinte, já estávamos pegando o avião.

Chegando na belíssima Babilônia, pelo menos para mim, já que a Tia Alice não parava de reclamar pela falta de lojas de grifes famosas, nos instalamos em uma casa recém-comprada por tia Alice que ficava em uma pequena cidade.

– Que é? É bom ter posses em novos lugares... – disse tia Alice, enquanto, olhávamos incrédulos para ela.

Eu queria sair e explorar, mas, como era noite e eu me sentia um pouco cansada, mamãe e papai insistiram para que eu e Jake fossemos dormir... Em quartos separados, é claro.

No outro dia, quando acordei, senti um enorme impulso de sair, então, vesti-me rapidamente e fui chamar meu namorado, que dormia profundamente.

Eu o acordei e, resmungando, ele se vestiu.

– Nessie, porque não esperamos? Vamos ficar mais um pouco... – começou Jake.

– Não, eu quero ir agora! – disse eu, com firmeza e raiva.

Surpreendi-me com o tom da minha voz e vi que Jake estava tão surpreso quanto eu.

– Desculpe, só estou ansiosa para conhecer o lugar... – murmurei, envergonhada.

– Certo... – disse Jake, passando seu braço em torno da minha cintura.

Nós nos encontramos com a família na sala.

– Vamos sair... Estou louca para conhecer este lugar! – disse eu, com uma empolgação fora do normal.

– Mas já? Ainda nem tomaram o café da manhã... – disse vovó.

– Estamos com pressa... – disse eu, com ansiedade.

A ansiedade era tanta que eu estava começando a sentir náuseas... Que esquisito! Nem no dia em que Jake e eu demos nosso primeiro beijo eu me senti assim... Tinha algo de errado comigo, muito errado, mas eu pouco me importava... A única coisa em que eu pensava era em sair para explorar.

– Não, vocês vão comer primeiro – disse minha mãe, com firmeza.

– Mãe... – comecei.

– Renesmee, você já ouviu sua mãe – completou papai.

Uma enorme fúria me tomou... Um sentimento que eu nunca sentira antes...

– Pai, nós precisamos ir! – disse eu, levantando a voz.

– Nessie, vamos só comer alguma coisa... – disse Jake.

– Até você, Jake? – disse eu, olhando-o com raiva.

– Nessie... – murmurou Jake – O que você tem?

– Como assim? – perguntei, voltando a ser eu.

Olhei em volta e vi que todos me olhavam.

Era em momentos como aquele, que eu adorava ter o escudo herdado de minha mãe protegendo minha mente.

– Você está diferente... Sinto fúria em você... Como se tivesse outra pessoa em seu inconsciente... – murmurou tio Jasper.

– Tio Jaz, eu estou bem, ok? Agora...

– Você vai tomar o café da manhã e pronto! – disse mamãe, levando a mim e Jake para a cozinha.

Rosnei, chamando a atenção de toda a família, mas não disse nada.

Comi o mais depressa possível, mas Jacob estava comendo muito e com muita lentidão... Parecia até provocação!

Era gostoso, mas desgraçado

, não sei de onde veio, mas foi isso que pensei.

Jacob, depois de muitos minutos, terminou seu café da manhã.

– Caramba, Jacob, que demora! Parecia que estava comendo toda a comido do mundo! – resmunguei, com raiva.

– Nossa, Nessie, calma! Eu só estava comendo... – disse Jacob.

– Você está estressada hoje, não? – disse tia Rose.

– Bom, não interessa. Vamos, Jake? – chamei.

Todos me olhavam confusos.

– Jacob Black, você vai ou não vai comigo? – gritei.

A ansiedade me tomava, o que era perturbador... Até mesmo, sufocante...

– Vou sim, amor... – sussurrou Jacob, vindo para o meu lado.

– Perfeito... Tchau, família – disse eu, sentindo-me raivosa pela demora, mas triunfante.

Então, Jacob e eu, finalmente, saímos da casa.

Quando fomos para a rua, um sorriso maligno tomou conta de meu rosto... Eu não sabia como ele havia saído, mas ele estava lá e Jacob olhava-me assustado.

– O que é, idiota? – disse eu, divertindo-me com sua cara assustada.

Porque diabos eu estava tão estranha? Eu não era assim! O que estava acontecendo? Será que eu estava ficando louca? Bom, pelo menos era o que parecia, já que eu estava agindo com tanta estranheza.

– Nada – murmurou Jacob, forçando um sorriso.

– Ótimo, agora, vamos! – disse eu, puxando-o.

Eu não sabia para onde estava indo, mas sei que, de tanto andar, minhas pernas já estavam doendo. O sol que antes estava fazendo-me suar anormalmente, pois eu não era acostumada, já que eu só vivia em lugares frios, estava sendo escondido pela noite que já chegava.

– Para aonde estamos indo, Nessie? Já é tarde e eu estou ficando cansado – disse ele.

– Bom, já que não pode transformar-se e nem eu posso correr para não chamar a atenção, temos que faze-lo devagar e já estamos chegando... É uma surpresa... Você verá daqui a pouquinho... – disse eu.

Quando, finalmente, paramos de andar, lá estava ele. Um templo em ruínas, mas glorioso e com uma energia muito forte... E maligna.

– Nossa, que lugar estranho... – murmurou Jacob.

– É belíssimo...

Eu entrei no templo e lá tinha uma energia muito sombria, que dava vontade de sair correndo, mas algo dentro de mim me puxava cada vez mais para dentro e se satisfazia com cada passo.

– Nessie, espere! – disse Jacob, caminhando mais rápido para acompanhar-me.

Eu o ignorei e corri a toda velocidade.

No fim do templo, havia uma lareira e, notei com completa surpresa, o fogo brilhava nela. Ela era hipnótica... O fogo me atraia... Algo assustador, mas familiar para algo dentro de mim...

Só então vi o que tinha em cima da lareira. Uma maçã dourada.

Uma forte ansiedade em pegar-la causava-me fortes náuseas e me sufocava, por isso, não hesitei em pegar-la.

Ao pegar a maçã, um sono profundo me atingiu e eu só senti minhas costas batendo no chão empoeirado antes de cair nele.

Eu estava sonhando, sonhando com algo que nunca sonhara antes, mas estava.

O sonho era assim...

Um casal apaixonado andava de mãos dadas e se beijando com descaramento em um campo com treze crianças ao redor.

A mulher era linda, mas assustadora... Seus cabelos intensamente pretos davam um ar diabólico, seus olhos vermelho-escarlates pareciam poder levar qualquer um às trevas, e seu vestido preto e lilás a deixava sexy, poderosa e destemida. O homem era alto, musculoso e tinha profundos olhos pretos que brilhavam de ódio, divertimento, malicia e maldade. Aquele era o casal mais terrível que eu já havia visto.

Um garotinho era gordinho era gordinho e estava devorando uma sacola de pães. Uma garotinha e dois garotinhos brincavam de luta, enquanto, uma menininha olhava para eles com tristeza e outro pulava de excitação. Um menino corria por todo o campo como se estivesse procurando algo, mas não soubesse o que. Um despedaçava um humano com uma espada e um outro assistia dando gargalhadas. Uma garota brincava com estatuas, um garoto contava algo para ela fazendo com que seu rostinho ficasse vermelho de raiva, e outro pegava algumas de suas estatuas e as jogava nas árvores, fazendo desordem. Um menino quebrava algumas rochas perto do campo. O último, e o mais distante, falava sozinho fazendo sinais de juramento.

A visão era terrível... Eu assistia tudo horrorizada.

Depois, o sonho muda.

O casal apaixonado está em um campo de batalha rodeado de corpos decepados e os garotinhos sumiram... Um horror!

O casal matava as gargalhadas... Com total frieza e facilidade.

Depois de assistir muitos corpos sendo cortados, ele muda outra vez.

O casal está fazendo amor em uma bela cama.

– Ficaremos eternamente juntos... – disse o homem.

– Sim... – disse a mulher.

– Depois dessa noite, lhe guardarei no fruto dourado e, quando arranjar a oportunidade, você voltará à forma humana...

– Farei isso...

– E me encontrará...

– Sim...

– E seremos eternamente um do outro...

– Seremos.

E o sonho muda outra vez.

A moça vira fumaça e toda a fumaça entra dentro de uma maçã... A maçã dourada que eu encontrei.

– Ajude-me! – sussurra a maçã, ou melhor, a fumaça que foi para dentro dela.

Então, eu acordo.

– Nessie! – disse Jake, aliviado.

– O que foi? – perguntei, confusa.

– Você desmaiou e eu te encontrei caída... Fiquei com medo de... – Jacob nem conseguiu terminar a frase.

– Calma, lobão. Eu estou bem – disse eu, dando-lhe um beijo.

– Vamos para a casa... – disse ele, pegando-me no colo.

– Vamos... – concordei.

Vi que a maçã estava caída a um centímetro de mim e a peguei.

Depois de sairmos do templo, junto com a maçã, vejo que já é noite.

– Ficamos bastante tempo... Sua mãe irá nos matar! – disse Jacob, olhando-me.

Eu não respondi... Aquela altura, eu pouco me importava com o que ela dizia... Minha cabeça estava concentrada na moça da maçã.

Quem era ela? Como eu a ajudaria? O que diabos eu poderia fazer? Porque eu? Eu não tinha resposta.

Jacob se transformou e, depois de eu montar em suas costas, voltamos para a casa.

– Onde vocês estavam? – perguntou minha mãe, preocupada e aliviada.

– Que demora! Pensamos que haviam sido sequestrados... – disse papai.

O resto da família veio e todos nos abraçaram e nos beijaram... Aquilo parecia tão patético... Porque parecia?

– Estou exausta... Vou dormir... – disse eu, tirando os braços a minha volta de mim e indo para meu quarto.

– Mas, Nessie, você nem jantou... – começou vovó.

– Não estou com fome... Só quero dormir.

– Ok... – disse ela.

Fui para o meu quarto, coloquei a maçã dourada, tirei minhas roupas e fui tomar banho.

Depois do banho, coloquei uma camisola lilás e preta... Parecida com a roupa da moça da maçã...

Olhei-me no espelho, penteei meus cabelos e fechei os olhos.

Que sonho mais estranho eu tivera...

Quando abri os olhos, eu congelei.

A moça da maçã estava no espelho olhando para mim com aqueles irresistíveis e terríveis olhos escarlates.

Eu queria gritar, mas não conseguia... Nada saia.

– Ajude-me... Por favor! – disse ela, com uma voz forte e bela.

– Porque? – consegui perguntar.

– Eu quero ficar com o meu amor... Por favor, tire-me dessa maçã e me ajude a ficar com o meu guerreiro...

– Como? – perguntei, sentindo pena.

– Coma a maçã! – disse ela, com um intenso brilho em seu olhar.

– Como?

– Coma a maçã dourada! Coma a minha prisão! – disse ela, com intensidade e ansiedade.

Fui até a maçã, peguei-a e a mordi.

O quarto todo tremeu e tudo a minha volta estava se desintegrando.

Eu olhei para o espelho e ela ria com maldade e acenava, depois, ela sumiu.

A fumaça que estava aprisionada na maçã saiu e entrou em mim... Depois disso, parecia que eu havia sido desativada, pois eu não conseguia fazer mais nada... Nem mesmo pensar...

A mulher do espelho me possuíra.