Abri os olhos, totalmente confusa. Não tinha nem idéia de onde estava nem onde estive. Por mim estava nascendo agora, apesar de saber de tudo.

Respiração. Não, não precisava dela, mas parecia convencional. Sentia um ardor terrível na garganta, parecia pior do que imaginava.

Olhei em volta, tentando me localizar. Estava tudo meio escuro e vi um corpo no chão, parando de se retorcer.

Ardor! Todos os meus pensamentos se voltavam para ele! Tinha que tirá-lo de minha garganta, eu poderia arranhar e arrancá-la de uma vez só para parar de sentir aquilo.

Respirei fundo, percebendo um corpo doce por perto. Abri meus olhos, agora faminta. Era sangue. E eu precisava tê-lo.

O garoto ao meu lado sentou, passando as mãos pelos cabelos. Se ele era bonito? Sim, perfeito. Mas o conhecia, parecia uma lembrança borrada em minha mente. Ele abriu os olhos, totalmente vermelhos escuros.

Era meu irmão. Imagens rápidas passaram pelo grande espaço em minha cabeça, o qual era praticamente todo ocupado pela vontade irresistível de tirar aquela dor da garganta.

Ele me olhou, meio na defensiva. “Jane?” Disse de vagar, olhando em volta. “Que droga, onde estamos?”

Dei de ombros. Como sempre nunca fui muito de falar, nem mesmo com Alec, meu irmão de sangue. Levantei com movimentos simples, sentindo novamente o cheiro doce de alguma pessoa.

Mesmo com aquela vontade de atacar alguém precisava entender o que tinha passado. Lembranças, precisava tê-las. Precisava ter certeza de quem eu era.

Mas não agora. Me curvei um pouco para frente, sorrindo de lado.

Pronta para atacar.