as Duas Faces de Uma assassina escrita por Nivea_Leticia, Laauh_37


Capítulo 9
Womanizer


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOie pessoal do meu coração!!
Eu sei que faz muito tempo (muito tempo mesmo) que não postamos aqui, e peço desculpas pela demora.


Nós andamos meio enroladas, e não saiu nada.

Mas fiz um esforço e escrevi um capitulo novinho em folha pra vocês com um ingridiente que eu amoo!

Pois é, a nossa Thalia esta de volta!

A musica desse capitulo é uma bem velha que eu tirai do bau:

Womanizer- Britney Spears

A letra não tem nada a ver, mas eu gosto do ritmo e acho que combina.

Espero que gostem!!


Beijão da Ni Litig e da Laauh



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HAVAÍ

UMA E MEIA DA TARDE

( POV THALIA )

Por mais estranho que pareça, não chovia naquele dia. As nuvens eram negras e densas mas nenhuma gota de agua caiu do céu, dando um ar sombrio ao lugar. Não que aquilo estivesse errado, mas era extremamente estranho olhar para aquelas ruas sem a agua escorrendo pelo guarda-chuva. Quando desci do avião, me senti muito mal e a vontade de chorar tomou conta de mim, mas naquele momento, já estava me sentindo em casa enquanto andava vagarosamente pelas antigas ruas da vila onde nasci. Para cada lado que eu olhava uma nova lembrança vinha á minha mente e mais localizada eu ficava. Sabia para que lado ficava o barzinho do Zack, a farmácia da Dona Pattie, a pequeno posto médico que só tinha o Dr. Ricardo como médico, me lembrava até da casa mau assombrada da rua. Um sorriso mínimo apareceu em meu rosto quando me lembrei dos escândalos que eu fazia quando ia ver o Sr. Ricardo, pois sempre fui uma criança medrosa. Palavra certa, fui  e deixei de ser da noite para o dia.

Percebi que a vila tinha aumentado com o passar dos anos. Podia se ver que alguns prédios foram construídos e havia placas por todo lado anunciando o novo resort recém-inaugurado. Preferi ficar em uma antiga pensão que havia perto da minha antiga casa, já que lá eu conhecia o pessoal e seria mais fácil de conseguir o que eu viesse a precisar. Com uma mala em cada mão entrei no pequeno estabelecimento. Reconheci as paredes beges cheias de mofos e infiltrações.

Aquelas pessoas sempre foram meio desleixadas e por isso não me assustei emencontrar a mesma decoração de mais de 10 anos atrás. As cortinas brancas e mofadas, as mesas de madeira já quase consumidas por cupins, o sofá dourado, o balcão da recepcionista com tolha verde, resumindo, um horror de cafonice e poeira.

 A minha tia Mariana ainda trabalhava como recepcionista, fiquei com um pouco de pena, um trabalho como aquele deve desanimar qualquer um. Ela não havia reparado que eu havia entrado, na verdade ela estava com os fones de ouvido lendo uma revista de fofocas. Larguei as malas com toda a força no chão, fazendo um barulho enorme e tirando minha tia do transe.

-Posso ajudar?- ela perguntou com voz de entediada, sem nem olhar para meu rosto. Dei um risinho lembrando que ela sempre tratou os clientes assim, talvez por isso a pensão vivia as moscas.

-Isso depende. Você tem um quarto para sua sobrinha aqui?- disse tentando ser o mais simpática possível. O mais importante em missões como essa é disfarce e eu precisava manter meu álibi impecável. E qual seria o melhor jeito a não ser bancar boa moça que voltou para a cidade natal rever os parentes e amigos?!

-Como assim?- ela pela primeira vez olhou para mim. No primeiro momento, sei que ela não me reconheceu, provavelmente achando que eu era só mais uma louca que ia passar as férias com o marido rico numa ilha paradisíaca que só chovia. Palavras dela própria, que sempre se referia as mulheres turistas assim.

Mostrei meu melhor sorriso ao me lembrar do quanto eu ria junto com minha tia. Ela era aquele tipo de mulher que acha que homem só serve pra trocar lâmpada e matar baratas, e por isso ficou para titia, literalmente, já que era uma solteirona de quarenta anos. Ela me olhou mais detalhadamente, como se me conhecesse de algum lugar, só não lembrava de onde. Como vi que ela não conseguiria me reconhecer, ou demoraria muito até conseguir, exclamei:

-Sou eu, tia Mariana, a sua sobrinha Thalia! Se esqueceu de mim?!-ela arregalou os olhos e o rosto dela ficou em um tom de giz, de tão branca que ficou. Ela abria a boca, mas nenhum som saia dali, ofegava com uma respiração sem ritmo nenhum. Por um momento pensei que ela estivesse tendo um ataque cardíaco de tão apavorada que parecia estar, mas logo sorriu e deu a volta na mesa para me dar um abraço sufocante.

-Thalia, minha menininha, quanta saudade!!- uma experiência nova tomou conta de mim, eu senti felicidade em estar ali, abraçada com minha tia, em um dos lugares mais velhos de toda a ilha. Aquilo foi como um balde de agua fria jogado sobre mim, então me afastei rápido dela com um sorriso sem graça no rosto.

-Também senti falta das suas maluquices, Tia!

-Mas o que esta fazendo por aqui depois de tantos anos? Pensei que sua mãe nunca mais pisaria nesse lugar. Ela veio com você não foi? Claro que veio, você não viria sozinha, certo bonequinha? Ai, o que eu estou falando?! Você não é mais minha bonequinha, já uma mulher feita! E que mulher hein, você ficou bonita, Thalia! Já se arranjou com alguém, não foi? Tenho certeza que teve ter milhares de homens aos seus pés! Pena que eu não sou assim, olhe pra mim agora! Fiquei velha e nunca mais vou arranjar um traste pra casar comigo, tem como ter vida mais deprimente?

Essa era a tia que eu me lembrava, tagarela mais que um papagaio! Ela continuou falando sem parar em uma velocidade incrível por alguns minutos. Não prestei muita atenção ao que ela dizia, mas respondi as perguntas dela e expliquei que vim sozinha. Ela não suspeitou de nada, e eu fiquei mais confiante por causa disso. Mas aquela estranha sensação de felicidade estava me perturbando, eu não fui feita pra ser feliz, eu fui feita para matar. O único jeito de se livrar dessa sensação de alivio era voltar a sentir adrenalina e o medo nos olhos dos outros, isso eu só conseguia matando sem dó nem piedade. Teria que encontrar um idiota por ai para satisfazer minhas vontades.

-Eu vou querer um quarto, Tia!- a interrompi, tentando mostrar que não estava muito pra conversas. Ela voltou ao lugar dela, já revirando uma gaveta atrás de alguma coisa que eu não sabia o que era. Ela tirou uma chave de dentro do gaveta e depois começou a folhar algumas paginas que estavam em cima da mesa. Assinei os papeis que tinha que assinar, peguei minha chave e suspirei imaginando poder tomar um banho e dormir até cansar.

-O Noah vai levar suas malas lá para cima e depois leva o seu almoço, já que você não comeu no avião.- disse ela quando eu já estava no terceiro degrau da escada. Murmurei alguma coisa em resposta e continuei subindo os dois lances de escada.

Noah era um dos únicos funcionários que trabalhavam lá, ele sempre foi o melhor amigo da minha tia mesmo tendo 10 anos a menos que ela. Lembro que aquele garoto adorava apertar minha bochechas quando eu era pequena e sempre que podia roubava meus doces. Nunca gostei dele, mas também nunca odiei, lembro dele como mais um daqueles idiotas que se aproveitam de criancinhas. Talvez eu até estava sendo dramática, mas tinha motivo pra não ir muito com a cara dele, já que ele me traumatizou quando criança. Talvez aquela fosse a oportunidade perfeita de me vingar.

Coloquei a chave na fechadura e girei, dando a visão do meu novo quarto. Me espantei muito com a qualidade do quarto. Nenhum sinal de mofo, sem cupim nos moveis, as cortinas branquinhas, colcha parecendo nova e um ar doce no quarto. Não era nada sofisticado, mas era aconchegante e bonito. Dei um volta pelo quarto e vi que tinha um porta em um canto, que dava para o banheiro. Escutei uma batida na porta.

-Suas malas e sua comida, Senhora.- era a voz do Noah, que não havia mudado nada. Abri a porta com um sorriso simpático no rosto.

-Quanto tempo Noah!- abri mais a porta para que ele entrasse com as coisas

-Thalia?-perguntou ele muito surpreso em me ver

-Parece que foi ontem que você roubou meu pirulito de chocolate hein!- ele colocou minhas malas em um canto e se virou para mim. Os seus olhos passaram por todo meu corpo e quando voltaram a encarar os meus, ele tinha um sorriso malicioso no rosto.

-Parece que mudou muito, agora não é mais um pirralha.- ele mordeu os lábios na maior cara de pau. Deu uma olhada na bandeja que ele trazia em cima da pequena mesinha com rodas. Aquilo mais parecia café da manhã do que um almoço. Panquecas, suco de laranja, maça, pão e manteiga e por fim, um pequena faquinha, que me poderia ser útil.

-Estou muito distante de ser uma criança, Baby- disse enquanto ia passar manteiga em uma fatia de pão. Enquanto passava, vi que aquela faca, mesmo sendo pequena, era muito afiada, e daria um bom estrago. Me virei para ele com a faca nas mãos.- Agora, folego de uma criança eu ainda tenho, só falta saber se você aguenta o mesmo que eu.

Ele se aproximou de mim me olhando com muito desejo. Colocou a mão em minha cintura e sussurrou em meu ouvido:

-Menininha virou mulher- sorri e gravei com toda a força a faca na perna dele. Me afastei muito rapidamente para que o sangue não respingasse em mim ou em minha roupa. O rosto de Noah se contorceu em dor e pavor. A boca se abria pra tentar me insultar, mas ele já não tinha forças. Eu havia acertado em uma artéria muito importante do corpo, então ele iria sangrar até morrer, uma morte lenta e dolorosa, a minha preferida. Meu rosto se preencheu com um sorriso sombrio e eu fiquei apreciando o medo nos olhos daquele homem. Mas tinha que ser rápida. Dei uma coronhada com o braço na cabeça dele, fazendo-o desmaiar na hora, assim não daria tempo dele falar qualquer coisa antes de morrer. Coloquei o corpo dele em uma posição que parecesse que ele simplesmente escorregou, bateu a cabeça na quina da mesa e sem querer gravou a faca do pão na perna.

Entrei no banheiro e baguncei um pouco as coisas, era hora de utilizar minhas habilidades para teatro. Usei o banheiro e puxei a descarga, fazendo um barulho enorme que seria escutado até do andar de baixo, então sai do banheiro e deu um grito estridente de pavor. Em questão de menos de meio minuto, minha tia Mariana já estava na porta com os olhos arregalados olhando um corpo sem vida no chão.

-Eu usei o banheiro por uns minutos e o encontrei assim! Me ajude, tia!- dissefingindo desespero. Senti algumas lágrimas descendo por meu rosto e minhas mãos tremendo, e eu fazia isso voluntariamente. Naquele lugar nunca suspeitariam de mim naquelas condições.

-Então você já o encontrou morto, Sra. Grace?- me questionou novamente o policial Jimmy. Já haviam se passado cerca de duas horas desde o incidente. Tia Mariana chamou a policia e um tal de Dr. Davis, um clinico geral que havia chegado á pouco tempo pra ajudar o Dr. Ricardo. Não teve muito o que se fazer, já que Noah perdeu muito sangue e já foi encontrado, por mim claro, morto.

-Já disse isso, policial! Eu estava com muita vontade de ir no banheiro, então disse pro Noah entrar e deixar minhas coisas por lá que eu iria no banheiro e já voltava. Mas quando eu sai do banheiro encontrei ele caído com uma poça enorme de sague em volta dele. Eu juro!- falei ainda fungando

Minhas impressões digitais não ficaram marcadas em nenhum lugar, já eu usava as minhas luvas de couro. Não que isso realmente importasse, pois a policia local provavelmente nem tinha recursos pra uma investigação. E como todas as partes se encaixavam e não havia suspeita de ninguém, o caso foi considerado um acidente doméstico.

Minhas interpretação foi perfeita. Me fingi de sensível, apavorada e vitima. Chorei muito junto com a coitada da minha tia. Fingi estar em choque e gaguejei por um bom tempo, fazendo todas realmente acharem que eu estava mobilizada. Me ofereceram uma agua e um calmante e finalmente contei ao policial Jimmy a minha versão dos acontecimentos. E ainda tive o álibi da minha tia, já que ela ouviu a descarga, o grito e depois viu com os próprios olhos um corpo estendido no chão e a sua querida sobrinha desesperada com a cena.

-Tudo bem. Já anotei tudo e mais tarde faço um registro da morte do Sr. Noah. O atestado de óbito já foi feito e o Dr. Davis já assinou. Os parentes de Noah foram todos avisados e já estão cuidando do enterro. Pode ficar tranquila Sra. Grace, pois tudo já foi resolvido. Eu lamento ter demorado pra chegar, mas um novo agente policial chegou na cidade e eu fui recebe-lo. Pra falar a verdade, acho que vou dar esse inquérito  pra ele resolver como seu primeiro trabalho. Eu só preciso que você assine esse documento pra mim, confirmando tudo que disse.- disse o policial Jimmy com um papel e uma caneta na mão. Todos nós estávamos na parte de baixo da hospedagem. O corpo já havia sido levado e os policiais já haviam visto tudo que tinham que ver. Assinei o documento ainda tremendo um pouco.

-Obrigada, e eu lamento informar, mas você vai ter que ir até a delegacia amanhã pra depor formalmente ao policial que cuida do caso. São só formalidade então não se preocupe com isso.

-Tudo bem.-levantei, apertei a mão do policial e me fui até o outro sofá onde se encontrava minha tia, ainda aos prantos. O melhor que poderia fazer era consolada, e continuar fingindo lamentar tudo o que aconteceu.


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Notas finais do capítulo

E ai pessoal??
Gostaram??
Deixem a opiniao de vocês!!
E pro proximo capitulo, o novo policial recem chegado na cidade! Vocês sabem quem ele é, mas a Thalia não...

Beijos e até o proximo