The Reason escrita por Princess


Capítulo 19
L-O-S-T


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey, capitulo novo! *---* Explicações lá embaaixo, e plisss vejam os linkss =]



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Louise Knight

 Tiago se abaixou e olhou fixamente para mim.

 - Se algo acontecer com qualquer um deles, - ele disse baixo, apenas para mim. – a culpa será toda sua.

 - Não acontecerá nada com eles, eu não vou deixar. – eu disse usando o mesmo tom.

 Tiago suspirou e se levantou. Voltou até onde estava antes e pegou sua mochila.

 - Se vamos procurar por pistas, é melhor procurarmos logo. – Tiago disse tirando uma lanterna da mochila.

 Noah se levantou, pegou a lanterna que estava ao sei lado e começou a procurar. Os outros fizeram o mesmo. Todos procuravam ao redor, delimitando um espaço.

 Suspirei e me levantei. Se eles queriam terminar logo com aquilo, deveriam começar por onde tudo começou. Assoviei bem alto, chamando a atenção de todos.

 - Se vocês querem mesmo fazer isso, vamos fazer do jeito certo. – eu disse. – Luke, onde você estava? – perguntei.

 - Hãm... Perto da árvore. – ele disse indicando a árvore mais próxima à fogueira.

 - Vá para lá. – eu disse. – Todos vocês, voltem para onde estavam antes de sermos atacados.

 - Por quê? – Danny quis saber.

 - Por que eu sei de onde ele veio. – eu disse. – Só que preciso me lembrar de onde eu estava, assim posso ter a direção certa.

 Ele assentiu e foi para perto de Scorpius. Todos voltaram para onde estavam antes, inclusive eu. Voltei até a árvore em que eu estava sentada e olhei ao redor.

 - Eu estava aqui e chamei Luke. – eu disse olhando para meu irmão. – Foi ai que vi aquela coisa.

 - Então ele veio de lá. – Rose Weasley disse indicando o lugar onde meu irmão estava.

 Olhamos apreensivos para a direção na qual a ruiva caminhava. Scorpius e Daniel foram logo atrás dela. Seguimos o exemplo deles e nos levantamos com nossas lanternas e varinhas em punho. Vasculhamos cada centímetro dos cem metros que iam de onde Luke estava até uma árvore com marcas fundas de garras.

 - Parece que ele nos viu daqui. – Alvo disse examinando as marcas na árvore.

 - Vejam isso! – Noah disse.

 Ele estava abaixado perto de uma moita.

 - Não estamos querendo ver sua sujeira, cara. – Luke disse rolando os olhos.

 - E que tal a sujeira do lobisomem? – o moreno perguntou arqueando a sobrancelha.

 Me aproximei, curiosa, e me abaixei. Ali no chão, pequenos pedaços de tecido nos mostravam que o lobisomem havia vindo a pé e depois se transformado. Procuramos por marcas de pegadas, mas não encontramos.

 - Droga! – eu disse socando uma árvore.

 Grunhi ao sentir todo meu ombro sair do lugar.

 - Não podemos continuar com essa insanidade Louise! – Tiago disse me olhando quase chorar.

 - Tudo bem. – eu disse deixando uma lagrima escapar. – Você venceu, nós... Vamos voltar.

 Ele suspirou e sorriu. Os outros continuaram sem expressão, olhando um para o outro. Suspirei e comecei a caminhar na direção de nosso pequeno acampamento. Os outros continuaram parados. Eu estava prestes a me virar e xinga-los, mas escutei um barulho estranho. Tentei alcançar minha varinha em meu bolso, mas meu ombro doía muito. Recuei alguns passos... Não sabia o que era aquilo e também não queria descobrir.

 Senti alguém próximo à mim. Não me virei para ver quem era, continuei imóvel.

 - Não se mexa. – escutei Scorpius dizer atrás de mim.

 Ele passou por mim e continuou. Eu queria dizer para ele parar, mas eu estava tomada pelo medo; não conseguia dizer nada. Scorpius olhou ao redor, procurando pela origem do som. Senti um vento repentino, bem próximo a mim. Dei um passo para trás com medo e acabei pisando em um galho. Parei. Fechei bem meus olhos, o que fez algumas lágrimas descerem por meu rosto. Quando abri meus olhos novamente, todos estavam estáticos. Apenas Scorpius continuava a procurar pela coisa que nos cercava.

 De repente, o barulho parou. Nós nos olhamos assustados. Senti um arrepio estranho, seguido de um vento frio. Com uma sensação horrível de estar sendo vigiada, olhei para o alto. Há alguns metros de minha cabeça, uma enorme aranha descia por sua teia.

 Olhei ao redor, no alto das árvores. Haviam pelo menos vinte aranhas do tamanho de barracas descendo até o chão.

 Rose Weasley soltou um gritinho apavorado e começou andar para trás, assustada. Meu primo olhou para ela, apavorado.

 - Corram! – ele gritou.

 Sem pensar duas vezes, fizemos o que ele nos mandou. Exceto pela ruiva Weasley, que continuou imobilizada. Scorpius tentava puxa-la, mas não tinha muito sucesso. Não pude ficar para ajuda-lo, algumas das aranhas vieram em minha direção. Puxei a varinha de meu bolso apesar do dor massacrante que eu sentia. Lancei um feitiço no aracnídeo mais próximo e corri. Noah e Daniel lançavam feitiços em todas as direções, tentando manter Luke e Líllian seguros. Alvo ajudava Scorpius a puxar Rose, lançando feitiços nas aranhas mais próximas. Tiago estava de costas para mim, lutando com uma aranha que parecia maior que as outras. Uma aranha corria em sua direção, aproveitando seu momento de distração para poder ataca-lo.

 - Tiago! – gritei correndo em sua direção.

 Ele se virou para mim rapidamente. O empurrei a tempo de a aranha menor não pega-lo, mas ela acabou me levando para o chão. Ela tentava enfiar suas pinças em mim a todo custo. Peguei minha varinha do chão e lancei nela um feitiço de levitação que a fez subir cinco metros no chão. A lancei na direção de uma árvore com galhos pontiagudos, que a mataram.

 Olhei ao redor procurando por Tiago. Ele ainda lutava com a aranha maior, lançando vários feitiços nela. Só que ela parecia ser imune à seus feitiços. Tive que pensar bem rápido. Quando me lembrei de um feitiço, chamei por Tiago.

 - Abaixe-se! – gritei.

 Ele fez o que eu pedi e lancei na aranha um feitiço que havia aprendido em minha antiga escola. O aracnídeo se transformou em um monte de gosma. Tiago olhou para mim sorrindo. Suspirei e comecei a andar em sua direção.

 - Temos que sair daqui. – eu disse ajudando-o a se levantar.

 - Na verdade, temos que correr daqui. – ele disse olhando para atrás de mim.

 Me virei e percebi o motivo de sua presa. Mais dez ou quinze aranhas vinham em nossa direção à todo vapor. Tiago me puxou e começou a correr comigo. Tentávamos ir pelas margens da floresta, mas era difícil já que havíamos nos perdido de Rose e os outros. Estávamos correndo à pouco tempo quando Tiago escorregou em barranco me levando junto. Saímos rolando por alguns metros até pararmos em uma pequena vala.

 Eu sentia muita dor. Meus ombros doíam muito, minha perna latejava e eu tinha certeza que eu havia quebrado algum dedo.

 Tiago me puxou para perto dele e me pediu para fazer silêncio. Eu tentava controlar as lágrimas estupidas que desciam por meu rosto, mas era inevitável. Eu sentia muita dor.

 - Louise, pare, por favor. – Tiago disse em meu ouvido.

 - Doí muito. – eu disse chorando.

 - Vai passar. – ele garantiu segurando em minha mão. – Agora, pare ou eles virão até nós.

 Eu assenti e tentei parar. Depois de alguns segundos, eu só soluçava fraquinho. Ouvimos alguns ruídos estranhos e depois só o som agonizante do vento batendo nas folhas.

 - Vai ficar tudo bem. – Tiago disse depois de um tempo.

 Eu assenti e deixei uma última lágrima descer por meu rosto. Tudo ficaria bem.

(http://www.vagalume.com.br/blink-182/i-miss-you-traducao.html)

Luke Knight

 Corremos como nunca! Líllian me seguia, mas ficava sempre olhando para trás, esperando por seus irmãos. Eu a puxava com toda a minha força.

 - Meus irmãos Luke! – ela gritou.

 - Minha irmã e meu primo também estão lá, sabia? E nem por isso eu quero ficar para trás. – eu disse ainda a puxando.

 - Você não está preocupado com as aranhas gigantes que estão tentando come-los?! – ela me perguntou cética.

 - Preste atenção! – eu disse parando de repente. – Se conseguirmos escapar, podemos procurar ajuda. Se ficarmos lá, só vamos preocupa-los, ou pior, atrapalha-los. Escolha: volte e veja sua família morrer, ou continue e tenha uma chance. – eu disse.

 - Tudo bem. – disse concordando com a cabeça. – Vamos sair daqui.

 Continuamos a correr sempre olhando para vermos se estávamos sendo seguidos. Aparentemente não estávamos, pois não víamos nem ouvíamos nada que não fossem nossos passos apresados e respirações ofegantes. Quando nos cansamos, paramos um pouco, mas continuamos a caminhar apressadamente. Só paramos quando chegamos perto de um riacho. Líllian correu para a borda do pequeno córrego. Ela limpou o rosto e jogou um pouco de água nos braços. Fiquei de pé, atrás dela, cuidando para que nada a atacasse.

 Eu me sentia um lixo fazendo aquilo. Eu não queria protegê-la! Desde quando eu fazia aquilo por livre e espontânea vontade? Olhei Líllian por cima de meu ombro e a vi curvada sobre o riacho. Senti uma sensação desagradável ao vê-la mexer em seus ferimentos recém criados.

 - Precisamos ir, Líllian. – eu disse olhando ao redor.

 - Para onde vamos? – quis saber.

 - Não podemos voltar, então temos que seguir em frente. – eu disse olhando para ela.

 - Mas para onde Luke? – perguntou preocupada.

 - O sol nasce no leste, certo? – eu perguntei à ela depois de algum tempo pensando.

 - É. – ela disse dando de ombros.

 - Eu sempre via o sol vir de trás da floresta perto do campo de Quadribol quando eu estava na enfermaria.

 - E? – Líllian disse corando um pouco.

 - Se conseguirmos saber para onde fica o leste, podemos ir nessa direção e chegar à escola mais rápido. – eu disse.

 - Isso é brilhante! – Líllian disse sorrindo. – Sempre soube que havia uma pessoa inteligente debaixo desse cabelo loiro ensebado!

 - Cale a boca antes que meu lado burro volte e te largue aqui. – eu disse blefando.

 - Tudo bem, lado inteligente. – ela disse. – Para onde fica o leste? – Líllian perguntou.

 - Não faço a mínima ideia. – eu disse coçando a cabeça.

 - Vamos pensar juntos. – Líllian disse mais animada. – Para que lado você acha que devemos ir? – ela perguntou.

 - Sinceramente, não sei. – eu disse suspirando.

 - Vamos tentar procurar um lugar para podermos descansar, então resolvemos isso. – a ruiva disse indo na frente.

 Apenas concordei com a cabeça. Líllian era melhor guia que eu. Ela sabia bastante coisa sobre trilhas e como encontra-las. Seguimos uma bem marcada que nos levou à um clareira aberta.

 - Meu pai e o tio Rony sempre nos levam para acampar nas férias. – a ruiva disse quando perguntei como ela havia aprendido tanto sobre trilhas.

 - E eles simplesmente largavam vocês lá? – perguntei.

 - Não. Nos deixavam com uma bússola e um mapa e nos diziam que era para acharmos o caminho de volta. – ela disse sorrindo. – Nós só encontramos uma vez, graças a Rose. É por isso que ela entende tanto. Sempre levou a sério essas coisas familiares. O que, em minha opinião, é um saco!

 - Não gosta da sua família? – eu quis saber.

 - Gostar eu gosto, é só... Chato! Todos são as mesmas pessoas com quem eu cresci. Me diga, nós não devemos evoluir?

 - É a lei da natureza. – eu disse dando de ombros.

 - Então porque as pessoas continuam sendo as mesmas? – Líllian perguntou levantando as mãos para o céu.

 - As pessoas mudam Líllian, você é quem não percebe. – eu disse olhando-a.

 Ela parou e se virou para mim. Desviei meus olhos para o chão. Ele estava coberto por uma grama fina e algumas folhas velhas. Me deitei ali e olhei para o alto das árvores. Dali, eu podia ver algumas estrelas brilharem no céu. Me lembrei das coisas que Louise me ensinava sobre as constelações durante as noites de insônia que me assombravam.

 - Luke? – Líllian me chamou.

 Olhei para ela. A ruiva estava de pé, um pouco envergonhada com as mãos por trás do corpo.

 - O que é? – perguntei sendo um pouco grosso.

 - Nada! Pode deixar. – ela respondeu corando e se sentando rapidamente.

 - Desculpe. – eu disse balançando a cabeça. – O que houve? – perguntei.

 - Eu estou com frio. – disse olhando para minha jaqueta.

 Suspirei. Tirei minha jaqueta e a joguei perto da ruiva. Líllian se curvou e a pegou do chão. Voltei a olhar para o céu. Fiquei em silêncio por um longo tempo. Quando percebi que estava querendo dormir, me levantei rapidamente. Líllian estava encolhida no chão. Ela se enrolava em minha jaqueta como se sua vida dependesse disso. Me aproximei dela e a cutuquei.

 - Líllian. – a chamei.

 Ela não se mexeu. Me abaixei e a cutuquei novamente. Ela se mexeu alguns centímetros, resmungando algo. Olhei ao redor e senti um calafrio. Esse lugar não era seguro, precisávamos ir, agora.

 - Lilly! – eu chamei tirando o cabelo que cobria seu rosto.

 Soltei um longo suspiro ao vê-la abrir os olhos. Por um momento, eu fiquei feliz em ver aqueles lindos olhos azuis brilhando. Mas me lembrei de seu namorado me socando, de como ela havia ficado feliz com meu sofrimento, o quanto eu era insignificante para ela...

 - Se levante! Temos que sair daqui. – eu disse saindo de perto dela rapidamente.

 Mas que merda estava acontecendo comigo? Por um momento, eu queria poder abraça-la e fazê-la sorrir. Eu nunca gostei do sorriso ou da risada de Líllian. Elas despertavam em mim um ódio... Suicida! Eu odiava vê-la feliz! Por que eu queria ser o motivo de sua felicidade?!

 - Você é surda? – eu disse vendo-a ainda sentada.

 - Calma. – a ruiva disse estranhando. – Minhas pernas estão doendo.

 - Então fique e sirva de comida para as criaturas mortas de fome que vivem aqui! – eu disse começando a andar.

 - Luke! – Líllian gritou.

 Todo meu corpo respondeu. Eu quis muito parar, mas continuei andando. Não daria importância para a sensação de que havia alguma coisa errada com ela, de que havia algo errado comigo. Quando eu comecei a ouvir seus passos apresados, diminui o ritmo de minha caminhada.

 - O que houve com você? – Líllian perguntou.

 - Nada. – respondi seco.

 - Luke... – a ruiva me chamou.

 Não parei ou respondi. Ela não exercia nenhuma reação em mim. A vontade de parar e gritar com ela era culpa do cansaço.

 - Me desculpe.

 Suas palavras me fizeram parar. Líllian se desculpando? Aquilo era... Inacreditável. Por que ela estaria fazendo isso? Ela é tão orgulhosa quanto eu, nunca admitiria que estava errada.

 - Eu sei que eu fiz coisas horríveis com você. – a ruiva disse. – Eu realmente sinto muito por isso. Quando Sam perdeu o duelo, eu fiquei tão chateada. Ele era quem eu mais admirava por ser totalmente diferente de você.

 - O que? – perguntei rindo.

 - Você é petulante, não admite que ninguém passe por cima de você, é viciado em coisas perigosas e me odeia. – a ruiva disse dando um passo à frente, eu pude escutar. – Sam, ele é um banana. Fazia tudo, tudo o que eu mandava.

 - E o que isso tem haver com o fato da surra que eu levei do seu namorado? – eu perguntei sentindo um nó na garganta.

 - Você nunca me machucaria como ele me machucou, Luke. – ela disse.

 Suspirei fechando os olhos. O que essa garota queria de mim?

 - Você não o teria machucado sabendo o quão... Importante ele era pra mim. – ela continuou.

 - E eu sou importante pra você? – perguntei cético.

 - É! Você é meu rival, se esqueceu? Você é a única pessoa que consegue me tirar do sério!

 Eu ri e me virei para ela, levando um susto ao fazê-lo. Líllian estava à alguns poucos centímetros de mim. Ela tirou uma das mãos de dentro de minha jaqueta e segurou com meu rosto. Sua mão quente foi até meu pescoço gelado e se manteu lá. A ruiva ficou na ponta de seus pés e beijou de leve meus lábios.

 - Por que você fez isso? – eu perguntei depois de alguns segundos.

 - Por que eu te odeio. – ela disse sorrindo.

 Líllian se afastou de mim.

 - Não era você que estava todo nervosinho dizendo que tínhamos que ir logo? – a ruiva perguntou aumentando o tom de voz.

 Ela pôs as mãos na cintura e ficou batendo o pé.

 - Se você acha que é assim que vamos sair daqui, fique você para trás por que eu quero tomar um chocolate quente! – completou saindo na frente.

 Sorri e a segui. Como eu odiava Líllian Potter!

Danny Zabine

 Quando paramos de correr, Noah e eu chamamos pelos outros. Até arriscamos voltar alguns metros, mas encontramos outra aranha. Depois de mata-la, corremos feito loucos para bem longe dali.

 - Por Merlin, o que era aquilo? – Noah perguntou se sentando em um tronco de árvore caído no meio da floresta.

 - Aranhas gigantes. – eu respondi.

 - Nossa, você só percebeu agora? – ele disse sarcástico.

 - Temos que procurar os outros. – eu disse um pouco sem fôlego.

 - Mas para onde eles foram? – ele perguntou. – Acho que cada um de nós seguiu um rumo diferente. – concluiu.

 - Então o que faremos? – eu perguntei.

 - Continuar a procurar por Bianca? – Noah sugeriu.

 - É. Ela é uma ótima guia. – eu disse concordando. – Depois que a encontrarmos, procuraremos os outros.

 Ele assentiu e começou a procurar por uma direção.

 - Acho que para lá. – Noah disse indicando uma trilha um pouco falha na direção oposta da qual havíamos vindo.

 - Tudo bem. – eu disse pegando minha varinha.

 Seguimos a trilha por um bom tempo. Encontramos milhares de “coisas” estranhas. Os animais mais estranhos que eu já havia visto estavam ali, passeando tranquilamente. Quando começamos a nos arrepender de termos pego aquele caminho, Noah suspirou.

 - Acha que ela está bem? – perguntou.

 - Quem? Bianca? Ela é durona! Está ótima. – eu disse olhando um bichinho verde em uma das árvores que nos cercavam.

 - Mas por que ela entrou aqui? – ele quis saber.

 - Ela pode ter sido trazida, não se esqueça. – eu o lembrei.

 - Que diferença faz! Não podemos encontra-la viva e a culpa terá sido minha! – Noah disse chutando uma pedra.

 - Escute Noah, Bianca é um tipo de pessoa que só guarda magoa de quem ela gosta. – eu disse. – Se ela não gosta de você, então a culpa não foi sua. Mas se ela gosta, vai te perdoar bem rápido. Ela sempre perdoa. – completei rolando os olhos.

 - Escute. – ele disse me fazendo parar.

 Estranhei, mas parei e apurei minha audição. De longe, eu podia ouvir o som de vozes. Não consegui distinguir seus donos, mas as vozes eram conhecidas. Noah caminhou um pouco mais, tentando não fazer barulhos. Eu o segui, parando hora ou outra, para ver se não havia nada à nossa volta ou atrás de nós. Quando chegamos perto o suficiente para ouvirmos melhor as vozes, quase tivemos um ataque do coração.

 (http://www.vagalume.com.br/aerosmith/i-dont-want-to-miss-a-thing-traducao.html)

Rose Weasley

 Scorpius Malfoy era a pessoa mais irritante do universo! Mas naquele momento ele era meu herói. Se ele não tivesse me tirado de lá, eu provavelmente teria virado comida de aranha. Quando ele gritou comigo coisas como: “Sua idiota, você queria morrer?” ou “Seu sangue-ruim não deixa você raciocinar direito?!”, eu não fiquei chateada nem com raiva.

 Ele havia sido atencioso ao me ajudar a convencer Tiago de continuarmos procurando por Bianca. Sua preocupação com a prima havia me mostrado um lado dele que estava encoberto pela máscara de garoto durão.

 - Por que não vamos para lá? – Alvo perguntou à ele quando chegamos a uma encruzilhada.

 Nos perder dos outros e deixar nossas coisas para trás, não havia sido de grande de utilidade para nós.

 - O que você acha? – Scorpius perguntou a mim.

 - Eu? Bem, aquele caminho está mais bem marcado. – eu disse indicando a esquerda. – Pode significar que muitos animais passam por aqui, ou brigando, ou procurando por alimento. Mas também pode significar pessoas que procuram por algo.

 - Talvez a morte certa. – Alvo comentou.

 - O outro caminho, está mais intacto, mas nem tanto. Alguém pode ter acabado de entrar ali a julgar pelas marcas das plantas quebradas. – eu disse observando as folhas verdes jogadas pelo chão.

 - Ou as aranhas saíram dai. – Scorpius disse.

 - Não sei qual deles é o melhor. Decidam vocês homens. – eu disse dando de ombros.

 - Por que você não decide? É mais inteligente. – Alvo disse sorrindo.

 - E você é um puxa saco! – eu disse rolando os olhos. – Vamos pelo menos marcado. Parece mais seguro. – completei dando de ombros.

 Scorpius me olhou como se eu fosso louco ou algo do tipo. Não me permiti olhar para seus olhos claros, apenas tomei a frente e comecei a entrar na trilha. Eu estava prestes a dar o passo que me colocaria na trilha, quando senti alguém me puxar para trás.

 - Olhe melhor para o caminho no qual você está indo. – Scorpius disse devagar.

 Meus olhos se prenderam em seus lábios abrindo e fechando. Sacudi minha cabeça e observei a trilha na qual eu estava prestes a entrar. Havia uma gosma verde descendo por algumas folhas de arvores e uma aranha morta à alguns metros de mim. Abafei um grito com minhas mãos e dei um passo para trás.

 - Alguém deve ter passado por aqui à pouco tempo. – Alvo disse passando por mim e se abaixando perto da aranha morta.

 Scorpius me puxou um pouco mais para trás e se aproximou de meu primo. Os dois ficaram conversando sobre as possibilidades infinitas de irmos naquela direção. Eu não prestava muita atenção na conversa deles, apenas fiquei observando o sonserino. Ele havia se mostrado uma pessoa tão diferente! Nem parecia aquele garoto chato que eu conheci há anos atrás. Parecia um novo Scorpius, um mais novo e melhorado Scorpius.

 Sorri ao me lembrar de como havia sido aquele beijo. Naquele momento, eu estava tão cega pelas coisas que Líllian havia me dito que não parei para aproveitar o momento. Quando aquilo poderia acontecer de novo? Eu não podia negar, gostava dele e de seu jeito arrogante; gostava de como seu cabelo loiro ensebado ficava lindo quando ele jogava quadribol; e eu amava quando ele sorria daquele jeito cínico!

 Por tantos anos eu tentava esconder de mim mesma a verdade, o que eu sentia, e quando eu me deixei ver, não podia mais voltar atrás. Eu já o havia perdido.

 - Rose, vamos por aqui. – Alvo disse me chamando.

 Olhei para ele e o vi ainda parado na trilha na qual eu estava prestes a entrar.

 - Mas a... – eu disse com a voz fina.

 - Não se preocupe, ela está morta. – Scorpius disse. – Seu primo irá te proteger.

 - Como assim? Você não vai vir conosco? – perguntei preocupada.

 - Não, vocês vão voltar para o castelo, e eu vou procurar por Bianca. – o loiro disse virando as costas para mim.

 - Não! – eu disse pisando duro no chão.

 Ele parou de andar e se virou lentamente para mim.

 - Escute aqui sua doninha sem cérebro, - eu disse apontando-lhe meu dedo indicador. – você nos arrastou pra cá, pelo menos tenha a decência de continuar conosco!

 - Eu não arrastei ninguém pra cá! – ele disse se defendendo.

 - Eu não estou nem aí pra isso! – eu disse ficando vermelha. – Se você for por ai e nos deixar, quando eu te encontrar de novo, não importa onde, eu juro que vou acabar com a sua raça. – completei rangendo os dentes.

 Alvo olhou para ele tentando não sorrir.

 - Sabe cara, ela até pode ter razão. – meu primo disse.

 - Ela tem razão. – Scorpius disse suspirando.

 - Tenho? – perguntei um pouco mais calma.

 - É, tem sim. – disse suspirando. – Não posso deixa-los aqui sozinhos. Vamos continuar juntos. – completou.

 Eu sorri um pouco, mas disfarcei. Não deixaria aquilo abalar minha pose de durona.

 Depois de mais alguns diálogos curtos, Alvo e Scorpius decidiram que continuaríamos a ir pelo caminho que eu havia escolhido. Depois de quase vinte minutos de caminhada, encontramos um pedaço de uniforme. Ele era de um xadrez verde, como o da Sonserina.

 - Bianca deve ter passado por aqui. – Scorpius disse pegando o tecido nas mãos.

 - Essa é a trilha certa. – Alvo disse olhando ao redor com a varinha em punho.

 - Vamos continuar, então! – eu disse dando um passo a frente.

 - Espere! – Scorpius disse.

 Ele se aproximou de mim e piscou algumas vezes.

 - Eu quero que você fique mais atrás, com o Alvo. – disse, mas não parecia um pedido, parecia uma ordem.

 - E por que eu faria isso? – perguntei.

 - Por que eu estou pedindo. – completou me olhando nos olhos.

 Desviei meus olhos dos seus e suspirei. Não podia negar que ele conseguia tudo o que queria apenas olhando assim para as pessoas.

 - Tudo bem. – eu disse.

 Ele assentiu e começou a andar em nossa frente.

 - Você acha que ela pode estar... Sabe, morta? – Alvo perguntou baixinho, apenas para mim.

 - Não sei Alvo. – eu disse um pouco abatida. – Espero que não.

 Quando começamos a chegar ao final da trilha, Scorpius estava desanimado e um pouco ranzinza. Ele não havia conseguido nem uma outra pista e estava muito preocupado com os outros. Alvo dizia coisas para encoraja-lo, mesmo querendo pedir para ele ir para o buraco de onde havia saído.

 Quando chegamos à uma clareira aberta, agradeci por haver um pequeno riacho perto. Eu estava morrendo de sede e meu cantil havia ficado junto com minhas coisas. Depois de descansarmos um pouco, voltamos a caminhar. Eu não conseguia mais mexer meus pés e todo meu corpo doía. Eu estava com tanto sono que meus olhos lacrimejavam de uma forma incontrolável, parecia um choro. Eu estava prestes a sugerir que parássemos para descansar de novo quando Scorpius parou e apontou para algo entre as árvores. Com um arrepio estranho, eu sorri.


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Notas finais do capítulo

Entãao, gostaraam? Desculpem a demora, estou tendo problemas relacionados a saúde na familia e tá um clima chato aqui. Espero que me perdoeem =/
Meus postes aqui vão dar uma caida, mas os capitulos serão maiores, Okkk?
Deixem reviews me dizendo o que acharam, certo? E recomendações tambéeeeeem! =)
ScorpBeeijos =*