A Nova Vida de Ruby Menninger escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 36
Brigando com meu querido irmão




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-Ruby Menninger. – Disse Percy, olhando pra mim, eu já podia sentir que ele estava bravo. Ele olhou pra Nico, que olhava pro Percy, sem ter muito que falar.

-Perseus Jackson? – Eu disse sorrindo de lado, tentando deixar as coisas melhores pro meu lado. Aí eu lembrei que ele não gosta que chamem ele de Perseus. Ele cruzou os braços, olhando fixamente pra mim.

-Por onde esteve?

-Caramba, eu escrevi pra você não se preocupar que eu ia resolver problemas pessoais.

-Mas eu me preocupo, você é minha irmã!

-Sua irmã, não sua filha.

-Mas eu tenho que cuidar de você, garota! Você não entende? E se acontecesse algo com você?

-Você ficaria triste e mais ninguém se importaria muito. Qual é, você está fazendo muito drama, maninho. – Na verdade, eu esperava MAIS drama. Mas ele não precisa saber disso.

-Fala logo, onde você estava.

-Eu não vou falar! O que importa é que eu voltei, certo?

-Você estava no submundo. – Não era uma pergunta.

-Se você sabe a resposta, porque perguntou? – Ele fuzilou Nico com um olhar.

-Pra ter certeza que você é DOIDA! Sabe o que... Espera aí. – Ele me olhou de cima em baixo. –Hades nem tentou te matar? – Eu balancei a cabeça.

-Eu fui lá, Perséfone fez uma decoração linda na minha cama, eles foram super legais comigo. Feliz?

-MESMO QUE ELES TIVESSEM TE DADO OURO, PORQUE RAIOS VOCÊ FOI AO SUBMUNDO?

-PORQUE EU QUIS. O QUE VOCÊ VAI FAZER? BRIGAR COM HADES POR TER ME HOSPEDADO MUITO BEM NO CASTELO DELE? – Agora estávamos os dois gritando. Que legal. Mas é claro, ninguém gritava como eu. É sério, eu tinha o grito mais ardido, aguda e alto do acampamento, eu acho. Então ele ficou quieto, me olhando com raiva. –Ah Percy, por favor. E NEM TENTE culpar o Nico. Eu fui porque eu quis. E se ele não tivesse comigo, seria bem provável que Hades me matasse.

Olhei pra Nico e suspirei. Então lembrei que o jeito como Percy me protegia, talvez fosse o jeito como ele queria proteger Bianca. E ele tinha confiado no Percy e depois odiou ele por tanto tempo... Abaixei o tom da minha voz e disse do jeito mais gentil que eu pude. –Nico, pode ir pro seu chalé, não precisa ouvir essa discução, nos vemos depois. – Ele olhou pra mim, querendo ficar, caso Percy tentasse me matar ou algo assim. Então eu olhei no fundo dos olhos dele e ele assentiu e saiu, entrando no acampamento e indo em direção ao chalé dele.

-Ruby, sabe o que podia ter acontecido com você? – Disse Percy, olhando pra mim e tentando manter a calma. –Sabe como foi difícil me conter pra não ir correndo te procurar? E o submundo me trás PÉSSIMAS lembranças.

-Eu sei disso. Desculpa. Mas você devia saber que as minhas escolhas, a minha vida, é minha responsabilidade, você não pode se culpar por tudo, tentar fazer com que eu não me machuque. Todo mundo se machuca de um jeito ou de outro. Agora vamos parar de falar sobre isso. – Eu disse, andando pra dentro do acampamento e levando a minha bolsa pro chalé. Percy me seguiu, mas não falamos mais nada.

Eu fui nadar um pouco na praia, com a roupa que eu vesti hoje de manhã, antes de sair do submundo. Eu queria esquecer a discução. Eu sabia que eu estava errada, mas a vida era minha, eu queria poder fazer minhas escolhas sem afetar ninguém. Costumava ser assim antigamente. Olhei pro mar, as ondas estavam calmas. Andei pela areia descalça e quando eu coloquei meus pés na água, as ondas começaram a se agitar.

-Ruby. – Eu olhei pra trás, era o meu pai.

-Oi, pai...

-Escute, o seu irmão não fez isso por mal.

-Eu sei, é minha culpa. Mas eu realmente queria conhecer o submundo, eu queria conhecer muitos lugares, na verdade. Queria que ninguém se importasse, aí eu não magoaria ninguém.

-Eu sei como é. Às vezes nós queremos fazer algumas coisas que não devíamos fazer. Apesar de eu não achar uma boa idéia você ter ido ao submundo sem razão, eu te entendo.

-Você acha que as coisas vão ficar mais calmas ou que o Percy vai ficar com raiva de mim e o Nico?

-Olha pras ondas. Tem vezes que o mar se agita, que as ondas ficam tão agitadas, que parece que nunca vão se acalmar. Mas elas sempre se acalmam. Assim são as pessoas e seu irmão jamais ficaria bravo com você pra sempre.

-E com o Nico? – Eu disse, olhando nos olhos do meu pai.

-As coisas vão se acalmar.

-Com todo o respeito, mas... O senhor devia ter coisas muito mais importantes a fazer que vir falar comigo...

-Como o que, por exemplo?

-Hã... As coisas que você faz lá no oceano.

-As coisas estão calmas por lá, agora eu tenho muito tempo pra fazer outras coisas. – Eu realmente esperava que aquilo não fosse resultar em novos irmãos pra mim. –Filha, tenho que ir agora. - Ele sorriu e desapareceu, me deixando sozinha na praia.

Eu não me importava em molhar a minha roupa, afinal as minhas roupas não se molhariam, a menos que eu quisesse. Entrei aos poucos na água do mar, sentindo o vento no meu cabelo e a água tomando conta do meu corpo, me acalmando de algum jeito. Eu mergulhei e nadei pro fundo, bem fundo, bem longe da praia. Lá embaixo d’água, os animais pareciam sentir meu humor. Então eu brinquei com alguns peixinhos coloridos, e passei algum tempo conversando com um golfinho. Parecia mais simples que conversar com um humano agora. Você já ouviu pessoas dizendo que os golfinhos são muito inteligentes? Eles realmente são. Eu tinha que ler os pensamentos dele pra conversar com ele.

-Aí ele ficou muito bravo, sabe? E eu sei que é minha culpa. Mas eu não sei se eu consigo pedir desculpas pra ele, eu sou muito orgulhosa. Eu esperava por uma briga, mas não sabia que me afetaria assim.

Senhora, ele só precisa de tempo pra pensar.

-Não me chame de senhora, eu só tenho 14, quase 15 anos.

E eu tenho 2 anos. – Pensou o golfinho, fazendo um barulho que eu acho que era uma risada.

-Mas você é considerado adulto pra sua espécie, eu sou adolescente pra minha.

Mas você é a filha do rei dos mares e filha de Íris, sendo assim mais do que uma simples meio sangue.

-Ah você também? Poxa, mais um pra me lembrar que eu não sou normal. E sério, me chame de Ruby.

Como preferir.

-Agora eu acho que vou indo... Obrigado por conversar. – Eu disse e dei um beijinho no nariz... Ou seria bico? Enfim, eu dei um beijinho nele e ele riu.

A princesa dos mares me beijou!

Eu ri e saí nadando em direção a praia do acampamento de novo. Eu tinha passado horas debaixo d’água. Eu saí da água, já eram umas 3 da tarde. Andei até o meu chalé, enquanto todos os campistas que eu via pelo caminho não tiravam os olhos de mim e ficavam fofocando. Eu não olhei pra nenhum dos campistas, continuei andando. Cheguei ao chalé, Percy estava lá, se arrumando pro treino de esgrima. Então aquela coisa estranha de falarmos a mesma coisa ao mesmo tempo aconteceu de novo. Nós falamos juntos “Escute, eu andei pensando...” então nos olhamos e começamos a rir.

-Pode falar primeiro, Percy.

-Hã... Então, eu queria te pedir desculpas. Não que eu ache certo você ter ido pra submundo, mas eu gritar, ficar bravo ou alguma coisa do gênero, não vai mudar o fato de você ter ido pra lá. Pelo menos você está bem e está aqui.

-E eu queria pedir desculpa por ter gritado com você... Foi minha culpa, essa briga. – Então ele sorriu pra mim e me abraçou, eu o abracei de volta. -Sem brigas, então. Nós inundaríamos esse acampamento se brigássemos feio. – Ele disse rindo.

–E como foi no submundo? Eu ainda estou tentando me adaptar a idéia de que pode ter sido... Não ruim.

Então eu contei pra ele exatamente como foi lá meio que resumidamente, já que ele tinha que ir pro treino. Ele saiu correndo pro treino e Quíron me chamou por um momento. Pensei que ele fosse falar sobre eu ter ido ao submundo, mas na verdade, não era sobre isso. Eu entrei no escritório da casa grande e Quíron ligou a TV. O noticiário falava sobre... Sobre mim. Tinha fotos minha no central park, com Nico e Clara. E meu padrasto pedindo pra que as pessoas que me vissem por aí, ligassem pra ele. Quíron olhou pra mim. 

-É hora de você resolver isso. Vai falar com ele?


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