'Aqui, em todas as letras, dedico todo o meu amor ao herdeiro Uchiha...'

Na vila oculta de Konoha, há muito tempo atrás, antes mesmo do ataque da Kyuubi no Youko (a Raposa de Nove Caldas), um clã composto por ninjas muito habilidosos e poderosos migraram para o país do Fogo, onde iniciaram uma nova vida.

Seu País de Origem, o País do Trovão, consideravam esse clã como o seu exército de proteção e que sempre poderia deter qualquer ameaça, ou de uma guerra inevitável. Diante de uma informação como essa, é plausível que a conclusão a que chegamos é que esse clã poderia ser denominado como um dos mais fortes do mundo.

No entanto, alguns dos membros desse clã estavam insatisfeitos com todas as missões perigosas que o País do Trovão ordenava que executassem, bem como de tanto derramamento de sangue de shinobis inocentes. Sendo assim, o clã desertou o seu país, sem temer qualquer guerra civil, pois sabia que nenhum ninja vivo seria burro o bastante para travar uma luta com eles.

Então, o país do Trovão nada fez para impedir, mas não concordou com a decisão.

Destarte, o Clã Matsuyama mudou-se para a Aldeia Konoha a fim de recomeçar, levar uma vida mais tranqüila e sem guerras. Todavia, nem tudo na vida acontece como nós queremos, e não demorou muito tempo para que o Hokage de Konoha solicitasse os serviços desses formidáveis ninjas, juntamente com outros clãs renomados: Uchiha e Senju. Isso desencadeou um conflito dentro do clã, e alguns ninjas acabaram desertando a própria família e tomaram um rumo completamente diferente. Dizem, hoje em dia, que a maioria deles abandonou a vida de shinobi, mas que acabaram mortos quando descobertos que pertenciam ao tal clã.

O Clã Uchiha uniu forças com o Clã Matsuyama em várias missões, porém jamais criou laços de amizades ou pretendeu levar a união adiante em assuntos particulares, pois ambos seguiam a tradição que era cada clã por si.

O clã Matsuyama era composto por uma enorme família de elite ninja, que carregava inúmeros conhecimentos sobre as artes shinobi. Enji Matsuyama era o líder do clã, por ser o mais velho, mais forte e o único capaz de controlar perfeitamente o kekke genkai da família. Era um shinobi com talentos incomparáveis, era perito em todos os tipos de jutsus: taijutsu, ninjutsu e genjutsu, sem contar as técnicas especiais provindas do kekke genkai.

O kekke genkai do clã Matsuyama é chamado de Seishingan Ryu, o Poder da Alma do Dragão. Dizem que esse poder provém de uma antiga história do Japão, sobre o Deus do Céu que atirou um relâmpago contra um ancião para que este se tornasse um gigantesco Dragão Alado, Inazuma. A fera tinha o corpo feito de centelhas de raios, dando-lhe uma cor azul acinzentada; seu corpo deveria medir aproximadamente 3 km de distância e 90 metros de altura; ao todo, o dragão tinha mil patas, e garras afiadas como navalhas. Os olhos brilhavam como duas gigantescas pedras de rubis, sua boca cuspia fagulhas verdes, exprimindo presas semelhantes a um cruzamento de um dente-de-sabre e um tubarão. O Deus do Céu deu ao ancião a forma de uma besta para que ele pudesse expirar todos os crimes que ele cometeu no passado, e ainda, deveria cuidar do céu tão bem como jamais o próprio Deus havia conseguido. Se o ancião conseguisse, como um ser imortal e dono de incríveis e ilimitados poderes, superar o trabalho de seu antecessor, então, teria o que mais desejava: juventude eterna.

Durante milhares de anos, o dragão Inazuma cumpriu com tais ordens, mas nada que fazia superava o seu mestre. Ele já estava prestes a desistir e aceitar ser aquela fera para sempre, quando viu uma bela kunoichi travando uma batalha contra um grupo de ninjas. Naquele momento, Inazuma observou a coragem e a fibra daquela moça que tentava sobreviver a todo custo, e se surpreendeu quando percebeu que estava perdidamente apaixonado por ela. O talento da kunoichi havia encantado o dragão. E então, ele se dedicou completamente a superar o Deus do Céu, para retornar a forma humana e conquistar a sua amada.

Passaram-se dez anos, e finalmente, Inazuma conseguiu. O Deus do Céu lhe concedeu o desejo e também lhe deu a juventude eterna como tinha prometido. Logo que retomou a forma humana, ele correu em busca de sua amada para conquistá-la e viver um grande amor, porém, logo que encontrou o lugar onde a viu pela primeira vez, descobriu que ela morrera em batalha em razão de um relâmpago invocado por um shinobi.

Inazuma não se lembrava de tal acontecimento, afinal ele quem cuidara dos céus durante os últimos milhares de anos. Então, ocorreu que o Deus do Céu havia pregado uma peça, deixando Inazuma completamente transtornado. Ele perguntou o porquê de tamanho castigo, e o Deus do Céu respondeu que ele esta era a forma de expirar todos os crimes que cometeu, pois cuidar dos céus nunca seria suficiente para tanto, somente sentindo na pele como um homem. Só assim sentiria a dor que suas vítimas sentiram por causa dele.

Inazuma não tinha mais vontade de viver e desejava ter sua forma de Dragão novamente, e assim foi feito pelo Deus do Céu.

Desse dia em diante, a fera começou a refletir em como se sentir menos culpado pela morte de sua amada, até que um dia, enquanto passava pelo local onde a viu pela primeira vez, ouviu rumores de que a kunoichi, antes de morrer, dera a luz a um menino e que este estava ameaçado de morte pela família do pai. A notícia encheu o dragão de ira e ciúme. No intuito de proteger o menino, Inazuma sacrificou seu corpo e se transformou em um raio de energia que atingiu em cheio a cabeça da criança. As pessoas que estavam à volta e que viram a cena, pensaram que o raio matara o menino devido a tanta potência e velocidade do raio, mas ao invés disso, a criança se ergueu do chão e sobreviveu ao ataque. Inazuma fez isso para se alojar dentro do corpo do menino e conferir a ele incríveis poderes de um Deus; o chakra seria aumentado em trinta vezes e sua resistência a qualquer jutsu seria sobre-humana, para que ninguém pudesse matá-lo.

A história diz que o menino era o primeiro da linhagem do clã Matsuyama, Shizuo Matsuyama.