Eu, Ele e o Bebê - Rumo Argentina escrita por Camila_santos


Capítulo 8
Banho supervisionado!




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Senti uma luz forte no rosto. Tentei abrir os olhos, mas estava com tanto sono. Fui abrindo devagarzinho, e quando abri por completo a luz foi forte nos meus olhos. Imaginei já ser tarde, para o sol está assim tão forte. Mas não tive forças de olhar as horas. Só peguei minha jaqueta, a qual estava do meu lado, e cobri o rosto.

-Sem forças para acordar? Bela adormecida! –Falou Felipe. Tentei o máximo que pude tirar a jaqueta do rosto, e devagarzinho consegui. Olhe para o lado e lá estava ele. Do lado de fora do carro, debruçado na janela.

-Está ai á muito tempo? –Falei sonolenta.

-Não muito. Mas o suficiente para ver quando você jogou essa jaqueta na cara.

-No rosto. –Concertei.

-Que seja. –Ele revirou os olhos. –Levanta, temos muito que fazer.

-Temos? –Perguntei incrédula.

-Sim, sim. Ali em baixo tem um rio. –Ele apontou na direção do rio, o qual eu nem tinha reparado na noite anterior. –Lave-se e eu vou ver se arrumo o carro.

-Rio? E você já não tentou arrumar o carro ontem, e não conseguiu?

-Ontem estava escuro. Agora vai lá no rio.

-Está louco, não é? –Falei.

-Não. Por quê? –Ele perguntou indiferente.

-Eu não vou lá sozinha! –Falei.

-Está bem! Você quer que eu vá com você e te veja pelada? –Ele revirou os olhos.

-Que? Eu não vou tomar banho em rio! Não vou mesmo!

-Vai sim senhora. Nós temos muito que rodar ainda, e ainda olhar um hotel... –Ele não parava de falar.

-E o que meu banho tem a ver com isso?

-Tem a ver que não sabemos quando vamos chegar ao hotel.

-E? –Fiz para ele continuar.

-E que é melhor tomar banho de rio do que no posto de gasolina. –Ele deu uma risadinha.

-Pois eu não acho. Rio não! Eu vou no posto mesmo. –Falei convicta, me achando à esperta.

-Se é o que quer. Não diga que eu não avisei depois! –Ele deu os ombros.

-Vou lá só lavar o rosto e escovar os dentes. –Falei, enquanto pegava minha bolsa e saia do carro.

Fui nesse tal rio e a água era bem limpinha. Mas eu não ia tomar banho lá. Não mesmo. Vai que o Felipe ia lá bisbilhotar.

Quando voltei, ele estava mexendo no carro, sem camisa de novo. UI.

-Uai! Você não acabou de tomar banho? E já vai se sujar.

-Quem disse que tomei banho? –Ele disse enquanto mexia nuns fios.

-Achei que tinha tomado. –Eu olhava para baixo, para não encarar a barriga dele. De repente veio um surto de acusação. –Esperto! Queria que eu tomasse banho lá para ir bisbilhotar, não é?

-Não! Nem pensei nisso. –Ele riu. –Mentira, pensei sim! Mas eu não ia! Eu não sou esse cachorro que você pensa que eu sou.

-Safado! –Falei, e dei uma batida nele com minha bolsa. Bati naqueles músculos. Tive de me controlar para não ser influenciada pelo mesmo.

-Tentei te ajudar! Homem não tem nada a ver tomar banho lá no posto. O ruim é mulher. Quer saber por quê? –Ele perguntou despreocupado e eu sem acreditar falei:

-Não. Não quero saber.

-Está bem! Você é quem sabe. –Ele riu de novo. Safado.

Não demorou muito para que ele concertasse o carro. Tão diferente de ontem. Ontem ele tinha tentado, tentado e nada. Deve ser o sono.

Logo em seguida já estávamos rodando. Passamos por alguns postos, mas ele dizia:

-Esse não! Se você tomar banho nesse vai sofrer!

E eu mesmo curiosa, nada perguntava. Já que tinha dito antes que não queria saber.

Chegamos por fim em um posto. Ele me encarou e disse:

-O melhor para essas coisas!

-Como sabe? Vem muito aqui?

-Nada de perguntas! –Alertou ele. E eu bufei. –Vou primeiro.

-Por quê? –Perguntei curiosa.

-Senão, você vai querer sair correndo feito doida! E eu não tomo banho! –Ele riu. E eu quase perguntei por que de novo.

Ele entrou, enquanto eu lanchava. Dizem que não é muito bom comer e ir logo em seguida tomar banho. Mas eu estava com tanta fome. Os caras da lanchonete me encaravam. Eu estava até sem graça com aquilo. Como aqueles caras eram safados. (Safado vai ser o que você vai ver depois!)

Depois de uns minutos Felipe saiu. E me mostrou onde eu pagava e etc. Antes que eu entrasse, ele me puxou e disse:

-Já que achou ruim comigo ontem, hoje não vou te defender.

-Não há do que defender. –Fiz língua.

-Vai aparecer!

-Hã? –Perguntei confusa.

-Você disse que não queria saber! Entre e tente tomar seu banho! E por favor, não grite!

-Se você tomou, eu tomo tranqüila! –Falei convicta. –Tem barata lá não né?

-Não. –Ele riu.

Paguei e entrei. Fui delicadamente para o chuveiro. Tirei a roupa tranqüila. E fui para meu banho. Liguei o chuveiro comecei meu banho feliz, e pensando que era bobeira do Felipe. Nada de mais. O banho está bom, bem melhor que do rio. Quentinho. A água uma delicia. As coisas aqui estão limpinhas, e afinal eu estou usando meus produtos e minha toalha. Nada demais.

De repente ouço uma batida, pensei que poxa o chuveiro está quebrando. Olhei para cima tudo normal. Percorri meus olhos e de repente. OMG! Barbaridade! Era disso que Felipe dizia!

-Safados!!! –Gritei. E mais que de pressa puxei minha toalha. E os babacas continuaram lá me olhando. E o pior de tudo eles estavam rindo simpáticos, como se fosse tudo muito normal. Cinco marmanjões na janela do banheiro me olhando. Isso é horrível. Sai feito louca do banheiro, de toalha e tudo. Segurando minhas roupas pela mão. Eu não visto roupa lá não, não mesmo! Aqueles sínicos eram bem capazes de voltarem para me ver vestir a roupa.

-Eba! O espetáculo veio para fora! É para gente ver melhor é? –Falou um ignorante enquanto eu saia do banheiro. E lá estavam eles ainda em cima do tambor. O qual eu tinha ouvido o barulho. E sorte que ouvi. Porque senão numa hora dessas, eles estariam olhando meu corpo ainda.

-Você é um cachorro mesmo Felipe! Um cachorro! –Gritei brava, enquanto ele tranqüilo tomava suco sentado na lanchonete. E eu lá de toalha andando em direção a ele.

-Por que Jaqueline? –Ele fez cara de sonso e isso me subiu a cabeça.

-Idiota! –Gritei. E os caras do posto estavam feito platéia. Só falta minha toalha cair para tudo ficar pior! Não, não. Nem pense nisso. –Vamos sair daqui agora! –Ordenei.

-Que brava você! –Ele pagou o cara da lanchonete e saiu atrás de mim.

Eu estava cuspindo marimbondo.

-Não vai se vestir antes? Está se arriscando!

-OH! Virou meu protetor AGORA? –falei irônica. –Por favor, não converse comigo. Ou melhor, converse! Mas não respondo pelos meus atos. Não mesmo!

Continuei andando rápido. E ele correndo atrás.

-Olha Jaqueline, é perigoso constipar! Acabou de sair do banho! –Ele falou sério. Isso lá é hora de pensar em constipar?

-Acabei de sair do banho é? –Dei uma risada sínica. –OU FUI EXPULSA?

-Ninguém te expulsou! –Ele falou enquanto chegávamos perto do carro.

-Não! Imagina! Só cinco pares de olhos me olhando. Só isso.

-Você é muito bravinha! –Xingou ele.

-Tenho motivos. –Dei os ombros. –Se minha mãe soubesse disso. O que a filhinha dela está passando. OH CÉUS!

-Eu te avisei.

-Sorte que você não deixou o carro no posto. Estacionou longe.

-Sorte? Por quê? –Ele perguntou confuso.

-Porque eu sai PELADA, lembra? Eu preciso me vestir. E Lá eu não ia fazer isso né.

-Vestir? –Ele abriu a boca.

-É vestir! Ou quer que eu fique de toalha? –perguntei irônica.

-Prefiro sem toalha. –Ele riu safado. E eu bati no braço dele.

-Vira.

-O que?

-Se move. –Ordenei. –Não está pensando que eu vou me vestir na sua cara, não é? Anda, vira! Antes que passe algum carro. –Ele se virou devagar como se não quisesse virar. E era obvio que não queria. Ele devia ser tão safado quanto aqueles filhos de boas mães do posto. Depois que tive certeza que ele não viraria me vesti. –Pode virar! –Falei enquanto colocava a blusa. E ele virou assim que eu falei. E merda minha blusa agarrou no sutiã, e eu que tive de virar para ele não ver o que não devia.

-Acho que falou rápido demais. Deixa eu te ajudar? –Ofereceu. E eu aceitei, eu não ia conseguir desgarrar tão cedo. Fiquei de costas e ele desceu gentilmente a blusa para mim. E assim que desceu me virei rápido, antes que ele tomasse a liberdade de acertar melhor minha blusa. E que má idéia foi me virar. Fiquei de frente para ele. Ele me encarou de novo, e começou a mexer nos meus cabelos. E isso não vai acabar bem! Tentei desviar mais ele começou a dizer. –Fica ainda mais linda nervosa!

-Então o Sr. me deixa nervosa para me reparar é?

-Eu te reparo de todo jeito. Meus olhos te perseguem. –Ele riu, e eu senti minhas pupilas pularem.

-Você ficou rindo quando eles foram me olhar né? –Falei para quebrar o clima, enquanto saia da frente dele.

-Não. Eu não ri. –Ele falou segurando para rir. –Mentira eu ri sim. Jaqueline, foi hilário a hora que os cinco começaram a brigar em cima do tambor, para ver quem via mais.

-Hilário? –Fiz careta. –Deve ter sido nessa hora que fez aquele barulhão. Sorte que fez barulho que senão, eu ia tomar o banho todo e nem ia perceber que me olhavam.

-Sabe, deu até inveja dos caras. –Ele riu e se aproximou de mim de novo. Dessa vez eu estava apoiada no carro. Ele colocou uma mão por cima de mim no carro, do jeito que seria difícil eu escapar. E as coisas tomariam outro rumo. Só que eu para evitar isso tudo, passei por debaixo o braço dele enquanto dizia:

-Você podia ter me avisado!

-Tentei te avisar! Falei até para tomar banho no rio. Você que não quis. E lembra que nem quis saber o motivo da minha alerta! –explicou. Entrei no carro e peguei duas barrinhas de cereal.

-Você podia ter insistido em me contar! –Falei enquanto estendia a barrinha para ele.

-Não te entendo. Juro que não entendo. Quer que eu te proteja, depois não quer.

-Como sabia que eles faziam isso? –Perguntei curiosa.

-Na maioria de postos de estrada, eles fazem. Às vezes são mais discretos. Tem uns que tem até câmeras. –Ele falou enquanto comia animado a barra de cereal. –Aqueles postos que eu não quis parar, são os que eu sei que tem câmera. Viu? Eu te ajudei! Imagina colocar um vídeo seu peladona no you tube? –Ele riu e eu bati nele.

-Deus me livre! Como sabe disso tudo? –Perguntei na esperança dele responder.

-Você é muito curiosa! –Acusou.

-Está bem. Eu estou viajando com você e não sei nada sobre você! Vai que você é um ladrão, um estrupador.

-Olha para minha cara. Eu tenho cara de bandido. –Ele fez uma carinha de piedade e eu ri.

-O que custa me dizer onde mora? Não vai doer.

-Jaqueline eu não te pergunto nada. Eu só sei que está fugindo nem sei por que. Não te pergunto e você não me pergunta ok? –Ele disse enquanto apontava para eu entrar no carro, eu fiz um biquinho básico e entrei.

E assim fomos até São Paulo, calados. Como São Paulo era grande, eu nunca tinha ido lá e estava de boca aberta.

-Minas é assim tão quente? –Ele falou, como que para quebrar o silencio.

-Às vezes sim. –Falei distraída. Ainda estava reparando as ruas lotadas.

-Gosta de morar lá? –Ele perguntou. E minha fixa caiu. Como ele sabia que eu morava lá? Eu não tinha dito nada.

-Como sabe que sou mineira? –Indaguei. E percebi que ele engoliu seco, e pensou um pouco para depois dizer:

-Ora Jaqueline, você fala UAI o tempo todo. –Ele falou confuso e isso não me convenceu. Eu nem falo UAI toda hora, e isso também não é evidência nenhuma.

-Historia mal contada! Bateu até um medo de você. –Falei sincera.

-Ae? Medo sempre é bom. –Ele riu, mas vi que estava tenso.

-Estou com fome. –Falei tentando quebrar aquela tensão.

-Vamos almoçar naquele restaurante ali. –Ele mostrou um restaurante bem elegante. Já beirava umas 13h00min, e eu estava doida para comer, meu estoque de barrinhas já estava no fim.


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Notas finais do capítulo

Gente, ganhei uma amiga! Eu e ela, ela e eu... Enfim nós estamos fazendo uma fic passem lá se quiserem:
http://fanfiction.nyah.com.br/historia/105289/First_Friends_Later_Sisters/capitulo/1
Bjos e obrigado pelos reviews!



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