Chocolate escrita por Nina_Waka
Notas iniciais do capítulo
AMO!!
Jared encarou-me derrotado.
— O que foi? – perguntei sem entender.
— Eu achava que era forte o bastante para resistir a você, porém, estava enganado. – Apenas consegui sorrir.
— Sabia que você iria voltar. – Falei e ele deu uma risada. – Somos feitos um para o outro.
— Nunca mais vou te deixar. – Sussurrou-me.
— Acho bom mesmo. – Disse convencida.
O sinal da escola tocou.
— Você tem aula agora, é melhor entrar.
— Aonde você vai? – perguntei enquanto ele soltava-me.
— Para casa, os outros estão me esperando.
— Vai contar para eles, o que aconteceu? – os meninos eram simpáticos, menos o Dave.Tinha certeza que Dave não gostava de mim.
— Não preciso, eles viram tudo. – Seus olhos voltaram-se para as árvores.
— Estão ali? – apontei com o dedo, para uma árvore que estava balançando.
— Sim. – Jared olhou para mim e depois para a árvore. – Só o Nuan, os outros estão em casa. – Olhou-me. – Mas sabem o que aconteceu.
— Como? – perguntei confusa.
— Mente de lobo. – Apontou para a própria cabeça. – Entendeu?
— Para falar a verdade, não.
— Bom.. quando estamos em uma espécie de pré-transformação,todos da matilha podem ver o que cada um está pensando.
— Pré-transformação?
— É como estou agora..
— Você está normal. – O interrompi.
— Não estou normal. As pessoas podem ver o estagio da nossa transformação, através dos olhos. Os olhos muito negros do jeito que os meus estão, é uma espécie de pré-transformação. Só falta mudar o corpo, para a minha transformação ficar completa.
— Mas vocês sempre estão com os olhos negros. – Foi quando me lembrei da vez na chocolataria em que vi James com os olhos azuis. – Entendi. – Olhei bem no fundo de seus olhos. – Que cor é o seu?
— Verde.
— Por que eu nunca os vi nessa cor?
— Com os olhos negros, é mais fácil para mudar. E também ficamos com os sentidos mais aguçados.
— Entendi. – Tentei imaginá-lo com os olhos verdes. Jared ficaria ainda mais perfeito.
— Selina, você não vai entrar? – uma voz gritou no fundo. Antes de me virar para olhar, segurei o pulso dele. Só por garantia, no caso de alguma tentativa de fuga. Ouvi-o rindo, enquanto virava-me para ver quem havia me chamado. Era o Erick, ele olhava de uma maneira estranha para o Jared, em uma espécie de desaprovação.
— Não Erick. Vou ter que sair, você entrega o meu trabalho? – Jared soltou um rosnado que apenas eu consegui ouvir.
Erick veio correndo e pegou o trabalho que eu havia acabado de tirar da bolsa. Seus olhos nem olhavam para o Jared, apenas para mim. E seu olhar dizia: ‘‘Aonde você vai com esse cara?’’ Eu ignorei seu olhar e lhe deu um abraço.
— Se Nick ligar, fala que estou no banheiro. E para a professora, diz que eu estava passando mal e não deu para eu vir.
— Selina Jones, aonde você vai com esse cara? – dessa vez, Erick pronunciou a pergunta olhando para o meu lobo, que por sua vez, fez uma careta.
— Vamos só dar uma voltinha. – Sorri.
— Sei essa voltinha..
— É melhor você entrar, – o cortei. – ou vai acabar se atrasando.
Erick olhou-me, mas viu que eu estava certa. Então correu para a sala.
— Você vai ficar na escola. – Jared disse.
— Não vou não, eu quero ficar com você. Não quero perder mais um minuto sequer longe de você.
— Isso é perigoso. – Olhou-me.
— Eu zombo da cara do perigo. – Ele soltou uma gargalhada.
— A minha casa não tem nada de interessante. – Havia se empenhado em me fazer mudar de idéia.
— Tem sim. – Rebati convencida.
— O quê?
— Lobos. – Apontei para ele.
— Pensei que não gostasse de lobisomens.
— Estou começando a reavaliar meus gostos. – Dei um sorriso enorme.
— Não vai mudar de idéia, não é?
Fingi estar pensando.
— Não.
— Ótimo. – Falou desapontado. – Depois não diga que eu não avisei.
— Você não vai mudar de forma? – perguntei curiosa.
— Não. Só o Nuan basta por enquanto. E mesmo assim – pausou. – sou mais rápido que você.
— Engraçadinho. – Minha voz saiu irônica.
Nós atravessamos a rua e entramos no bosque. Passamos por umas três ou quatro fileiras de árvores. Só achei estranho não ver o Nuan.
Procurei por entre os troncos e não avistei nada. Jared olhou para um lado e deu um sorriso largo. Olhei na mesma direção dos seus olhos e consegui ver uma mancha enorme marrom. A mancha aproximou-se de nos, e com isso, começava a ganhar forma. Logo, aquela mancha se transformou em um lobo marrom.
Nuan estava exatamente como naquele dia na floresta. – Só que hoje, ele era maior, bem maior. – E por incrível que pareça, não sentia medo dele.
— Como você vai me levar? – perguntei para o Jared.
— Correndo. – Respondeu-me sorrindo.
— É você quem sabe, – coloquei a mão na cintura. – só não fale depois, que eu te atrasei.
Tudo bem, eu vou admitir. Não queria ir correndo, queria ir nos ombros dele em forma de lobo.Eu gostaria de vê-lo mudando de forma.Mas isso aparentemente seria impossível.
— Não se preocupe você não vai me atrasar. Eu falei que seria correndo, mas não que você correria.
Em questão de segundos, Jared pegou-me no colo, e começou a correr.
O vento aumentava à medida que ele corria, encolhi-me em seu peito e o senti apertando-me mais em seus braços. Agora, o vento frio ao alcançava-me mais, pois o calor que vinha de Jared era mais forte.
Nuan corria na frente, em uma espécie de proteção para o Jared. Os dois estavam correndo em uma velocidade absurda, em pouco tempo, já estávamos perto do fim do bosque.
— Pode abrir os olhos agora, Selina.
Assim que abri os olhos, vi uma casa um tanto simpática. Ela era de madeira, com cinco janelas rodeando o andar de cima, das cinco janelas, duas estavam com as luzes acesas, – isso porque a parte do bosque onde a casa se localizava,era escura. – de uma delas, vinha uma música pesada. O andar de baixo estava todo apagado e com a porta e as janelas fechadas. A casa ficava entre as árvores. – Acho que é por isso que ninguém a via. Em volta, havia uma espécie de lamparinas pressas nos troncos, que servia para iluminar em volta.
— A sua casa é linda. – Falei sorrindo.
— É simpática.. – sorriu sem graça. – Você quer descer? – só quando ele me perguntou isso, foi que me dei conta que ainda estava em seu colo.
— Desculpe. – Sussurrei corando um pouco.
— Não tem problema. – Jared desceu-me. – Vamos entrar? – balancei a cabeça dizendo que sim. Sua mão segurou a minha, enquanto guiava-me por entre as árvores.
— Espere, cadê o Nuan?
— Está se.. hum,arrumando. – Olhou-me. – Ele tem que vestir roupas.
— Entendi.
— Vamos. – Novamente começou a guiar-me.
Era de manhã ainda, mais estava escuro. Algumas lamparinas encontravam-se acessas. O vento batia forte, e o frio no meu rosto, fazia-me ficar com as bochechas vermelhas.
— Vamos andar mais depressa, se não, você vai congelar. – Jared passou um braço na minha cintura, para a sua pele quente aquecer-me.
Dentro da sala, havia três sofás de três lugares no tom de marrom escuro, uma TV e algo que aparentava ser um balcão, que dividia a sala da cozinha. Na cozinha só havia o básico: uma mesa com seis cadeiras, um armário, um fogão de quatro bocas, uma pia e uma geladeira. As coisas eram bem simples, na sua grande maioria, feitos de madeiras.
Quando Jared acendeu as luzes, tudo ficou melhor.
— Hã.. viu,não é grande coisa. – Falou-me desanimado.
Só quando o olhei para responder, foi que percebi, seus olhos estavam verdes. Era de uma cor linda, quase tão verde como uma esmeralda. Eu perdi o fôlego, ele era perfeito de qualquer jeito.
— É lindo. – O olhei como um cego olha para uma rosa, quando volta a enxergar. Jared percebeu. – Quero dizer, linda. – Meus olhos voltaram-se para a sala, e senti meu rosto corando enquanto era levada para mais próxima dele.
Ele abraçou-me forte – quase não conseguia respirar. – porém, aos poucos, seus braços foram soltando-me.
— Estou novamente completo, agora. – Suas mãos seguravam o meu rosto.
Não hesitei um segundo sequer,me aproximei mais dele e coloquei minhas mãos em seus ombros.Sua boca era tentadora demais para eu conseguir resistir.E quando estávamos prestes a nos beijarmos..
— Mano! – Kurt gritou da escada. – Opa.. – falou percebendo que havia chegado em um momento errado.
Jared não se afastou um milímetro sequer de mim, contudo ele congelou. Era a estátua mais perfeita do mundo. Com o tempo, em seus lábios foi surgindo o sorriso que eu mais amava.
— Desculpe por isso. – Sussurrou-me e olhou para o irmão. – Olá Kurt..
— Eu não sabia que horas você iria chegar. – Kurt estava agitado, com os olhos negros, com os pés e as mãos sujos de terra.
— Por que tanta agitação? – Jared mostrou o sofá para eu me sentar.
Assim que sentei, vi Kurt olhando-me diferente. Em dúvida se continuava a falar ou não, mas ele não se agüentou.
— Ele estava procurando por ela. – Sua voz saiu um mero múrmuro.
— Em que forma estava? – Jared parecia começar a preocupar-se.
— Humano, no entanto, Eudes estava como lobo e rondava o bosque.
— E como você sabe de tudo isso? – perguntou fingindo não saber a resposta.
— Bem, eu meio que.. – nessa hora, Kurt escondeu as mãos atrás das costas. – estava.. andando,sabe,e vi o movimento. – Ele não sabia mentir.
— Sei. – Jared disse com uma vos engraçada. – Já falamos sobre isso. Não quero você andando sozinho. – Seu tom agora era sério.
— Sim, eu sei. Juro que foi a última vez. – Levantou uma das mãos, mas com a outra, cruzou os dedos.
— Vou fingir que acredito. Onde está o Dave?
— Lá em cima. Acho que ele está tendo pesadelos de novo, porque antes de você chegar,Dave estava gritando. – No final, Kurt ficou com uma voz muito triste.
— Vou subir para ver. – Parou na escada. – E falar que a Selina está aqui. – Jared olhou-me e voltou a subir.
Kurt estava parado perto da porta me olhando. Aparentemente, não sabia se podia se aproximar ou não. Dei um sorriso simpático, e ele percebeu que isso era uma espécie de sim.
— Sabe, Selina. – Sentou-se no sofá da frente. – Todo mundo pensa que é o Jared, o líder da matilha. Contudo, sou eu que mando aqui. – Sua voz encheu-se de orgulho. – É só eu estalar os dedos, – fez esse ato duas vezes. – que eles me obedecem.
— Nossa, – fingi acreditar. – é uma grande responsabilidade.
— - É, eu sei. – Esparramou-se no sofá, colocando as mãos atrás da cabeça todo presunçoso. – Mas eu dou conta. – Nós dois sorrimos.
— Kurt, posso te fazer uma pergunta?
— Claro. – Sua voz era animada.
Olhei para ver se alguém estava vindo, como não, comecei a falar.
— Eu não fiz nada para o Dave, mas mesmo assim, ele me odeia. Por quê?
Kurt fez uma cara estranha.
— Sabe, não é nada contra você. Se Dave descobre que falei disso.. – ele colocou uma mão na cabeça, imaginando as conseqüências.
— Não vai descobrir. – O encorajei.
— Jared já falou da Jean para você. – Não foi uma pergunta. – Então, Dave e ela eram almas gêmeas. Entretanto, Jean atraiu a atenção de um alfa. O nome dele era Zack,ele e o Dave eram loucos por ela.Só que a garota já havia feito a escolha dela.Zack ficou furioso por não ter sido ele,e foi tentar matar o Dave.O problema é que nesse dia,Dave estava com a Jean.Zack não mediu as conseqüências e o atacou.Só que a Jean entro na frente do Dave,bem na hora em que o outro deu uma espécie de investida e a atingiu sem querem.Dominado pela raiva,Dave acabou com o Zack.Mas quando voltou a forma humana,Jean estava toda machucada.O rosto,os braços e as costas.Os piores ferimentos eram nas costas...
‘‘Dave a socorreu, porém, sempre se culpou por isso. Seus olhos não conseguiam mais encará-la,sem sentir culpa.Jean sempre disse que nunca o culparia,e que ele não tinha razão para sentir isso.Ela queria continuar com ele,mas Dave não conseguiu e foi embora,James veio junto com o irmão,depois de um tempo,seus pais foram mortos.Dave ficou tomado inteiramente pelo ódio,só que James encontrou o Jared e eu.Nós os ajudamos,no entanto,Dave nunca recuperou-se cem por cento.’’
— Por isso os pesadelos. – Olhei os olhos tristes do Kurt.
— Sim, Dave é um cara muito legal, só precisa de um tempo. – Sorriu com os olhos cheios d’água.
— Pode deixar.
— Só não fale para ele, que eu te contei isso. – Sussurrou-me.
— Não vou falar.
O barulho da porta da frente me assustou.
— Sinto muito. – Nuan fechou a porta sorrindo e indo para a cozinha.
Ainda não havia me acostumado com o quanto silencioso eles poderiam ser. Era de surpreender.Eram garotos enormes,só que,mesmo assim,conseguiam ser mais quietos que eu.
No andar de cima começaram barulhos de passos, vindo em direção à escada, curvei-me um pouco, para ver quem estava descendo.
— É o Dave. – Nuan falou-me.
Automaticamente, arrumei-me no sofá. Eu não sabia explicar,no entanto,gostaria de ser aceita pelo Dave.Eles eram uma família,e apenas ele não havia me aceitado.
Dave parou na escada e encarou-me,quando voltou a descer,pensei ter visto um sorriso muito tímido em seus lábios. Fiquei em duvida se era para mim,mas mesmo assim,retribui.
— Ótimo. – Dave falou-me. – Já começamos bem. – Ouvi risos, com certeza era do Nuan.
Dave foi para a geladeira pegar – o que aparentava ser – suco.
— Você quer? – Ofereceu-me.
Ele estava se esforçando para falar comigo, e eu não poderia recusar. Pensei por tempo demais,e seus olhos encararam-me como se eu fosse uma lerda.
— Quero sim! – minha voz saiu animada demais, atropelando as palavras.
— Sabe Selina, é apenas suco. – Falou bem devagar. Ele achava-me lerda.
— É, eu sei, mas estou com uma sede. – Levantei do sofá.
Ele começou a colocar o suco em um copo grande.
— Está bom.
— Pensei que estivesse com ‘‘uma sede. ’’
— Estou. Mas assim já é demais. – Só quando terminei de falar, foi que vi que Dave estava com um copo do mesmo tamanho que o meu. – Fala sério, vocês são bem... grandes.Agora olha para mim. – Todos eles começaram a rir.
Jared e James desceram alguns minutos depois.
Eu nunca pensei que assistira a um jogo inteiro, – ainda mais com cinco lobisomens ao meu lado. – no entanto, foi o que aconteceu naquela manhã.
Todos nos sentamos nos sofás, menos o Kurt, que fez do tapete da sala uma cama. Jared sentou ao meu lado com um braço nos meus ombros.James,sentado do meu outro lado,explicava-me cada jogada.
James era dono de uma paciência enorme. Ele só parava de explicar,quando tinha certeza que eu havia entendido.A explicação que demorei mais para entender foi o porque um jogador foi expulso.James explicou-me todo o jogo,e também o motivo dos dois times terem tanta rivalidade.
O jogo terminou quase à uma da tarde. Eu sentia fome,só que não queria falar nada.Porém,a minha barriga entregou-me,ela reclamou de fome e Jared olhou-me.No mesmo instante corei.
— Por que não me falou que estava com fome? – perguntou-me, todos os outros garotos nos olharam.
— Vou fazer alguma coisa para você comer. – Nuan falou espreguiçando-se.
— Não precisa. – Senti-me um incomodo.
— Claro que precisa. – Ele riu indo para a cozinha.
— Só tome cuidado com a comida do Nuan. – Kurt falou perto de mim. Um rosnado alto veio da cozinha. – Quer dizer, – olhou-me e falou mais alto. – só tome cuidado para não viciar. É muito boa. – Finalizou dando um sorriso mostrando todos os dentes. Foi inevitável não rir.
Era estranho o fato de sentir-me tão confortável ali, como se naquela casa cheia de lobisomens, fosse o meu verdadeiro lugar.
A minha fome manifestava-se, cada vez mais alto.
— Vou ligar para a Nick, para falar que vou para a casa mais tarde.
— Tudo bem. – Jared tirou o braço do meu ombro.
Fui à varanda em busca de sinal no celular, mas não havia nada. Dei alguns passos para a frente,entretanto,nada.
A floresta estava muda e mais escura. – Pois o Sol ainda não queria aparecer. – Minha concentração foi quebrada quando ouvi barulhos de galhos se quebrando.
— Kurt? – só poderia ser ele, tentando me assustar.
Essa cena pareceu um deja vu. – Era igual à sexta-feira, na porta da varanda. – Só que agora, eu não teria medo. Iria até o fim.
Um rosnado surgiu entre as árvores. No entanto,não era assustador.Era como se e estivesse brigando com ele mesmo.
Dei um passo para ver quem era, e assustei-me quando um garoto surgiu do meio de tantos troncos sem nenhuma roupa.
— Oh meu Deus, vista alguma coisa! – gritei para ele.
— A culpa é sua! – gritou retrucando. – Como eu iria adivinhar que havia uma garota aqui. – Ouvi alguns barulhos. – Pronto.
Olhei para ele, e logo me lembrei do Laon. Não era pela cor do cabelo,nem nada desse tipo.Era porque seu rosto,tinha a mesma aparência selvagem.
Seus olhos eram fortes e marcantes – penetrantes até demais, para uma criança como ele. – e de um verde intenso. Sua pele era acobreada e brilhava quando o Sol,timidamente,soltava alguns raios,seus cabelos em tom de chocolate batiam até os ombros e estavam todo bagunçado.O corpo era forte,mas seu rosto – mesmo selvagem – era tão inocente.Com certeza ele tinha dezesseis anos.
— A propósito, o que uma garota faz aqui? – Ele ainda arrumava a bermuda.
— Estou na casa do meu namorado. – Disse dando força na última palavra. E apontei para a casa. – E você?Uma criança não deveria andar sozinha no bosque.
— Criança? – olhou-me. – Há há há. – Aproximou-se. – Sou bem grandinho. – Sorriu aproximando-se ainda mais.
— Sei o que você é! – falei quase gritando. Porém,mesmo assim,ele se aproximou.Seus olhos ficaram sérios, e logo arrependi-me de ter falado.
— Que bom. Isso prova que você é esperta.
Ficamos nos olhando por alguns minutos.
— Kevin. – Ele falou.
— O quê?
— Meu nome. – Sorriu e estendeu uma mão. – Kevin.
— Sou a Selina. – Hesitei, mas apertei a sua mão.
Assim que falei meu nome, deu a impressão que Kevin afastou-se um pouco.
—Eu. – comecei. – tenho que entrar, meu namorado está esperando-me.
— É Jared deve estar ficando preocupado.
— Deve mesmo. – Parei. – Hei, espera um pouco. Como você sabe que é ele?
— Eu o conheço. – Pausou. – É melhor você entrar.
— Você tem razão. Tchau. – Comecei a andar de volta para a casa.
— Tchau, Selina.
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