Chocolate escrita por Nina_Waka
Naquela noite, o inesperado aconteceu. Quem estava no meu sonho não era o Jared,mas sim o Laon.Foi um sonho com apenas uma imagem e um sentimento.
Laon e eu estávamos apenas abraçados de joelhos no chão, e o mais incrível foi o que senti. Senti-me protegida, como se ele fosse o escudo mais forte do mundo.
Acordei com uma sensação estranha, como se algo fosse acontecer.
Infelizmente, o tempo não colaborou. O tempo encontrava-se completamente fechado.
‘‘Bela segunda-feira. ’’
Hoje era o dia de entregar o trabalho sobre lobisomens e agüentar uma aula inteira sobre isso. Eu estava cansada desses lobos. Será que não era capaz de apaixonar-me por um cara normal? Que não uivasse para a lua.
Pensando nisso, me troquei mais rápido que o de costume. Prendi meu cabelo, pois com o vento que estava, ele ficaria horrível. Coloquei um casaco mais quente e desci a escadas pulando de dois degraus por vez.
— Só quero ver quando você cair. – Nick não parecia estar de bom humor. – O que foi, viu o passarinho verde? – perguntou irônica, enquanto tomava café na cozinha.
— Não, só dormi bem. – Falei sorrindo. Corri para a porta da cozinha para ver como estava o tempo. – Nossa, que tempo horrível. – Olhei para a Nick.
— Nem me fale. Parece que o céu vai cair hoje. – Sorriu. – Hoje eu vou trabalhar na loja, está bem Selina? – era um pedido.
— Está me pedindo? – perguntei surpresa.
— Claro. Você está fazendo de lá, seu refugio emocional. – Deu-me um sorriso e imediatamente fechei a cara.
— Pode ir. Estou indo para a escola. – Levantei e peguei a minha mochila na sala. – Tchau.
— Tchau.
Com o meu carro concertado, não precisaria pegar carona. Saindo aquela hora,acabei chegando mais cedo na escola.O que era horrível,pois não havia lição para eu revisar, ou seja,dez minutos com a mente livre.
Eu sabia que rosto apareceria na minha cabeça. O que não sabia, é que sem querer, desenvolvi um escudo para bloquear as lembranças envolvendo o Jared. Naquele momento, comecei a pensar no dia de ontem – menos na parte da manhã. – e a imagem de Laon bloqueou todo o resto.
Mesmo assim o tempo não passava. Era como uma tortura mental.
Havia me sentado do pátio, porém, mesmo assim o vento forte me achava. A escola era de dois andares e branca, com o pátio cheio de mesas, ele era coberto por telhas. – Que quando ventava, faziam um barulho horrível. – Do outro lado da rua havia aquele bosque medonho.
O vento forte cortava o meu rosto, deixando-me com as bochechas vermelhas e fazendo cair lágrimas dos meus olhos.
— Selina. – Uma voz rouca em tom de sussurro me chamou. Eu queria olhar para trás. Mas e se fosse apenas uma ilusão.
— Jared? – minha voz saiu sufocada. Levantei-me, mais uma ilusão que mal faria?
Quando eu o olhei, não sabia distinguir se era apenas uma brincadeira da minha mente ou se era a realidade.
O vento deixava a imagem dele ainda mais perfeita. Seu cabelo agitava-se junto com o seu casaco preto até o joelho. Os olhos estavam totalmente negros e cheios de um misto de dor, culpa e saudade.
Poderia ficar ali parada para sempre, pois tudo o que eu queria no mundo encontrava-se me olhando.
Dei um passo para frente e ele recuou. Naquele momento,uma punhalada mais forte me acertou,fazendo uma lágrima de dor cair.
Por que tudo o que mais queremos, é o que nunca conseguiremos ter?
— Desculpe-me, eu não deveria ter vindo aqui. – Seus olhos tristes encararam o chão. – Deveria ter mandado alguém.
— Você voltou para mim? – Minha voz saiu sufocada.
— Não. – Nessa hora, busquei toda a minha força para continuar de pé.
— Não? – tive que parar para respirar. – Então por quê?
— Selina, você tem que... – ele parou. –.. que se afastar dele. – Olhou-me.
— O que, do Laon? – não acreditava que Jared tinha vindo para falar do Laon.
— Sim. Ele não é o que aparenta ser.
— Claro que é. – Laon era perfeito também.
— Você não o conhece. – Seu olhar condenou-me.
— Sei o que ele é. Ele contou-me. – Parei. – Coisa que você não fez.
— Apenas protegi você. – Falou-me com uma voz de choro.
— Nunca pedi a sua proteção! – gritei.
— Eu morreria por você!
— Não quero que você morra por mim, quero que viva comigo! – minha voz subiu ainda mais.
— Isso é impossível. – Sussurrou-me.
— Então sinto muito, – Jared olhou-me confuso. – Mas não vou deixar o Laon.
— O quê? Você não sabe o que está falando. Laon não é um príncipe encantado.
— Porém, é o único capaz de fazer-me te esquecer. – Seus olhos encararam-me, como se aquelas palavras fossem tapas.
— Então, eu a condenei a morte.
— Se você voltasse..
— Não vou voltar. – Cortou-me. – Vou te proteger, mas não preciso estar ao seu lado.
— Não precisa mesmo? – não acreditava naquelas palavras. Então, corri e o abracei. Entretanto, seus braços continuaram ao longo de seu corpo, sem se mexerem.
— Solte-me Selina.. – implorou.
— Não! – falei chorando. – Eu não vou deixar você ir embora!
— Tem que fazer isso, por você.
— Já disse que não quero.. Eu te amo. Você é único, eu só quero você! – porém, mesmo depois de eu ter falado tudo isso, Jared afastou-me.
— Você tem que gostar de pessoas como você. Se afaste do Laon, ele é perigoso. Não é como aparenta. Laon vai te machucar, eu sei que vai.. E é tudo por minha culpa.
— Então volte e me proteja.
— Por que você é tão teimosa?
Eu estava disposta a fazer tudo o que fosse necessário, para tê-lo de volta a minha vida. Até ser atirada. Sabia que ele me amava, e que também queria voltar. Então o abracei novamente, e o senti,lutando consigo mesmo, para não se render. E assim que olhou em seus olhos, vi que estava certa, e por isso, continuei.
Lentamente, coloquei uma mão em seu rosto e o puxei a um palmo de distando do meu. Sentia a sua respiração acelerando. Jared era mais alto, então tive que ficar na ponta dos pés. Mas fui surpreendida, ao sentir sua mão apoiando-me para não cair. Meus lábios tocaram os dele, que não recuaram. Ele colocou uma mão em meu rosto, e puxou-me para um beijo.
Seus lábios beijavam-me com uma grande urgência, desesperados de saudades. Suas mãos desceram pelo meu corpo, segurando a minha cintura com força. Coloquei minha mão em sua barriga e subi devagar pelo seu peito, sentindo seus músculos.
— Eu te amo. – Sussurrou-me. E naquele momento, tive certeza que ele jamais me deixaria.
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