Me Dá Um Chiclete? escrita por jubilacs


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Nessa one-shot nao existe o TH, Tom e Bill nao se conhecem portanto nao há nenhum laço familiar ou parentesco.

Essa fanfic nao tem fins lucrativos.

Nenhum personagem me pertence.

Espero que gostem e aproveitem a leitura.

Quero deixar claro que essa One-shot é uma "Adaptação". A fic original tem outro genero( que nao sou tao fã) e outra autora (LittleAngel e uma amiga), gostaria de dizer que achei a ideia fantastica e por isso mudei nomes e poucas palavras, pondo os TH como personagens principais. Nao é minha intençao roubar a idéia de ninguem, apenas a admirei e quis que outros generos e personagens pudessem usufruir desse enredo encantador.
Deixem reviews porfavor...
Bjoo



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Corri debaixo de uma chuvinha fina, indo em direção da entrada do metro.

Eu precisava de um chiclete.

Sentia a mochila escorregando por meus ombros, e ouvia o irritante chiado que meus tênis faziam enquanto eu andava pelo principal metro de Berlim. Sentei na ponta do primeiro banco que vi, sem nem prestar atenção em o que fazia.

Eu precisava de um chiclete e queria ir para a casa.

Respirei fundo. Relembrar os 17 anos que se passaram da minha vida – a vida de uma adolescente com uma rotina lotada chamado Tom Kaulitz -, era extremamente estressante, e exatamente por isso, eu precisava de um chiclete. Mas fala serio! Você também precisaria se estivesse na minha situação.

Sem contar que eu adorava chicletes. De preferência os de menta azul.

Eu precisava exatamente disso. Um chiclete de menta azul, aqueles que sempre me acalmavam minutos antes da prova de cálculos. Ou segundos depois que minha mãe descobria que seu vaso de flores preferido estava quebrado, e que a culpa era minha.

Costumava mascar também quando algo me incomodava, pessoas ou lugares... Como quando o senhor Logan pegava no meu pé com suas lições entediantes de inglês, ou quando meu pai e contava histórias sobre suas ficadas joviais, as mesmas desde que eu me entendia por gente - se elas fossem verdade, eu poderia dizer meu pai era o maior pegador do final do século XX, mas como raramente os filhos se interessam pelo o que os pais são ou fazem, com certeza ele foi fruto de uma pulada de cerca - mas nada se comparava a minha necessidade de marcar quando meu irmão por parte de pai começava a ter "convulsões" por bonequinhas em lojas de departamento. Que seja, nessas horas me afogar,me enforcar, me jogar de um precipício, ou cometer qualquer forma de suicídio me parecia extremamente atraente!

Agora eu estava entediado, cansado, com sono e com fome, e precisava de um chiclete, enquanto ainda esperava o metro. Mas minha caixa de Trident de 12 unidade havia acabado antes do final da aula. E eu não podia fazer nada! Não quando a ultima aula era a mais entediantes do planeta: Inglês. E eu não estou me referindo ao professor, não conheço uma palavra que descreva o quanto ele... Me dá sono!

Então eu ouço aquele barulhinho, tão reconfortante, leve, perfeito... – ótimo, já estou enlouquecendo.  Olho para o lado, e vejo um garoto de cabelos pretos, caídos em forma de cortina por seu rosto abaixado em direção ao seu colo, enquanto lia um livro que eu não sabia identificar o titulo. Mesmo com seus belos fios negros impedindo-me de ver seu rosto, eu podia ver a bola de chiclete azul que ela fazia em sua boca.

Então soltei aquela maldita – ou seria sagrada? – pergunta sem pensar:

- Me dá um chiclete?

Alguns minutos se passaram, e garoto que deveria ter a minha idade ainda não havia tirado a sua atenção dos livros, enquanto eu ainda a encarava. Ou encarava a bola de chiclete. Não sabia ao certo.

- Você esta falando comigo? – ele perguntou e se virou para olhar para mim, então eu percebi que... Woow.... Tipo, wow mesmo. O garoto era muito, muito, muito bonito.

- Er... eu acho que estava. – respondi bobamente, sabendo que estava vermelho.

- O que foi? – perguntou meio rude, alternando seu olhar para mim e para a foto em seu livro, do que eu conseguir identificar ser uma edição lançada recentemente sobre a Arquitetura Grega.

- Esse é o chiclete Trident sabor menta azul?

- Hum... é.

- Me dá um chiclete? – eu pedi novamente, sabendo que agora poderia mascar o quanto eu quisesse.

- Er... hum... chiclete?

- É... chiclete... tipo esse que você tem na boca. – falei dando um sorrisinho.

Ele piscou algumas vezes, seus olhos castanhos, que mais pareciam dias nublados – como hoje -, ficaram confusos. Ele balançou a cabeça fazendo o cabelo se agitar em sua volta, me fazendo lembrar um boneco de porcelana. Elepareciaum boneco de porcelana.

- Um chiclete. – repetiu. Depois assentiu, não parecendo mais confuso, e do bolso da jaqueta de couro tirou um pacotinho quase intacto de chiclete. Meus olhos brilharam.  – Toma. – e me deuumna minha mão. Coloquei na boca comecei a mascar.

- Me dá outro? – pedi.

- Mas eu acabei de dar um! –  garoto disse parecendo incrédulo.

- Mas com um chiclete não dá para fazer bolas duplas.

Ele travou o maxilar e eu ajeitei meu rosto para conseguir vê-lo melhor. Voltou a ler o livro que parecia ser todas as grandiosas obras  gregas. O outro livro que estava ao seu lado era de só sobre cálculos e outro só de aritmética. Já pela capa, eu pude perceber três coisas.

Primeiro: Mesmo eu estando no segundo ano, provavelmente eu não sabia nem um terço de nada do que havia naqueles livros sobre números em geral.  Segundo: Aquele era um CDF, sabe-tudo.  E terceira: Garotinho chato.

- Quem liga para bolas duplas? – o sabidinho perguntou com sarcasmos, para finalmente bufar, voltando a olhar para mim.

- Eu ligo para bolas duplas. Elas me acalmam. – admiti.

- Você faz bolas duplas com chiclete para não se estressar?

- Na verdade, eu masco chiclete de menta azul para não ficar estressado. Ou entediado, ou... quando estou em aulas chatas... ou quando não estou a fim de estar em um lugar e estou. Na verdade, sou viciado em mascar chiclete de menta azul.

- Você não é viciado! – o sabidinho disse, e começou a gargalhar baixo, ainda de forma irônica. – Você já virou obsessivo com gomas de mascar de menta azul.

- Posso ser paranóico, mas pelo menos não sou um CDF chato. – a acusei com raiva e percebi que o livro sobre a arquitetura eram específicos sobre Atenas.

Ah! O garoto nem sabia escolher sua cidade grega preferida!

- Eunãosou um CDF chato!

- Isso é você quem estar dizendo! Eu só falei que ser paranóico, é melhor que ser um CDF chato. Não denominei quem era esse. – falei, e o sabidinho me olhou como se quisesse me socar. Abriu a boca como se fosse jogar uma praga, mas logo voltou a prestar atenção em seu livro.

Voltei a mascar o chiclete de menta azul desviando meus olhos da sua figura. Mas não demorou nem cinco minutos e eu voltei olha-lo. Era difícil admitir, mas aquele garoto desconhecido-CDF-chato era muito bonito.

- O que foi? – ele perguntou de repente.  Percebi que ela estava tão corado quando eu devia estar.

- Nada. – respondi coçando a nuca.

- Então por que estava olhando para mim como um idiota?

- Eu não sou um idiota.

Ele revirou os olhos e sorriu.

- Falei que você parecia um. Mas se você esta dizendo que é, quem sou eu para descordar?

Droga! O feitiço jogado contra o feiticeiro não devia doer tanto!

- Afinal, por que estava me olhando? – Sabidinho perguntou.

- Tentando entender por que um menino tão bonito como você, consegue gostar de Atenas. – Hã?! Eu havia colocado as palavras “bonito”, “gostar” e “você” na mesma frase? Eu só podia estar pirando.

Por sorte, ele não reparou meu “elogio”. Estava mais preocupada com o fato de eu ter menosprezado Atenas.

- Como você pode não gostar de Atenas? – perguntou envaidecido. – Ela tem uma cultura magnífica e uma arquitetura esplendida. O que você pode ter contra ela?

- Prefiro Cirene . – falei dando os ombros. Não podia negar, que assim como meu pai Peter, tinha certa afinidade com a cidade grega.

- Há! Cirene! Se não me engano, não foi ela que ganhou um livro em sua homenagem!

- Você acha que isso é bom? Atenas tem um livro em sua homenagem, mas Cirene é tão importante quanto.– Eu defenderia minha cidade preferida. Ta... confesso... eu meio que sou fã da cidade. Mas fala serio?! Só aquele menino CDF e cato pra não ser mesmo!

Eu parecia até aquelas garotinhas berrando pelos Jonas Brothers - ou pelo pessoal da Saga do Vampiro, ou por aqueles bruxinhos de óculos fundo de garrafa – quando se tratava daquela cidade. Cheguei até discutir com minha mãe, perguntando por que ela colocou meu nome de Tom, ao em vez de Cireno!

- Atenas tem cultura, arquitetura e democracia. É uma sina. Não se limita em nenhum aspecto. – Sabidinho retrucou, e cruzou os braços na frente do corpo, de forma determinada.

- Cirene...Errr...É grande. – disse estupidamente. Eu não sei se poderia ter pensado em uma resposta melhor, já que no momento em que eu tentava fazer isso, Sabidinho estourou uma bola de chiclete em sua boca.

E dessa vez, não foi o chiclete que me chamou atenção. Mas a boca dele. Uma boca que parecia ser muito beijavél.

 Não que eu tivesse muito experiência com bocas beijáveis masculinas, ou não. Eu conseguiria contar com apenas a metade da minha mão direita, quantas garotos eu havia beijado.

Só que não era burro o suficiente para não saber que Sabidinho, seria bastante beijável.

- E o que ser grande, faz Cirene melhor que A... – ele parou de falar no meio da frase e fixou seu olhar no metro que saia em disparada para fora. – OH DROGA! – praguejou. – Aquela era a minha carona! E você me fez perde-la!

Segui seu olhar e vi minha carona partindo. Aquela também era a minha carona. 

- Droga! – esbravejei, não tão irritado por perder o metro, quando deveria estar. Virei para olhar a Sabidinho novamente, e ele estava vermelha. Dessa vez, eu tinha certeza que não era de vergonha. – Você vai para aqueles lados?

- Sim. – respondeu seco, folheando o livro.

 - Você mora por lá?

 - Não.

 - Você esta com raiva?

 - Sim.

 - De mim?

 Ele me olhou como se eu tivesse algum problema mental gravíssimo, e que esse afetasse completamente a minha capacidade de raciocínio lógico.

 - É claro que sim!

 - Você vai ficar só respondendo “sim” ou “não”? – perguntei rolando os olhos e finalmente conseguindo estourar uma bolinha com o meu únicochiclete.

 - Provavelmente. – Sabidinho respondeu dando um sorrisinho do estilo: Sou invencível!

 - Pode pelo menos responder por que esta com raiva de mim?

 - Você me fez perder o metrô! E vou ter que esperar mais uma hora e acabar chegando tarde em casa seu pelerma!

 Não entendi o que ela quis dizer com: Palerma,afinal o meu vocabulário não era assim tão extenso, mas imaginei ser um apelido “carinhoso” que ele havia inventado para mim, assim como eu havia inventado o meu para ele.

 - Sabidinho, para de ser dramático! – ele ergueu a sobrancelha ao ouvir o apelido. – Não deve ser nem dez minutos de metro até a sua casa!

 - Mas eu não moro para lá! Eu moro para o leste! Preciso ir para o oeste entregar esses livros para um amigo meu.

 - Ah... desculpa. Desculpa mesmo por ter feito você perder o metro. – parei, pensando em uma forma de me desculpar com ele. – Ei! Ainda vamos ter que esperar mais uma hora! Por que não vamos a sorveteria que tem do outro lado da rua? – quando terminei a pergunta, eu podia sentir meu rosto quente.

 - Por que eu iria? Você pode ser um assaltante, um estuprador, um louco, foragido da policia...

 Agora foi a minha vez de olha-lo como se ele fosse louco. Na minha vida inteira, eu ouvi que era um retardado, e que não conseguia fazer mal nem a uma formiga. Eu realmente não sabia se me sentia raivoso, ou simplesmente agradecido pelas acusações.

 - Olha bem para a minha cara. – falei. – Você acha que eu tenho capacidade de ser tudo isso ai que você falou?

 Ele ponderou por um momento, então falou:

 - Se você gritasse com um passarinho, eu já acharia muito. - Sabidinho se levantou, pegando seus livros e ajeitando sua jaqueta escura. – Pode colocar meus livros em sua mochila? Não quero que eles molhem.

 Peguei os livros da mão dele e coloquei na mochila:

 - Vamos?

_X_

- Então quer dizer que você é amigo de Georg, o garoto punk que é meu vizinho? – eu perguntei, enquanto colocava uma colherada do meu sorvete de mente azul com cobertura de chocolate.

 Sabidinho e eu estávamos sentados em uma das mesas da sorveteria vazia. Estávamos conversando besteira – já passando da fase das brigas – e eu nem percebia que ainda não sabia seu nome, e nem ele o meu.

 - É esse mesmo! Só não chame ele de punk... provavelmente você sairá ferido. – ele falou rindo, e seu sorriso agora, não era mais tão irônico.

 - Eu sei. A primeira e ultima vez que fiz isso, ele deslocou meu braço.

 - Então você era o vizinho-projeto de Rapper-e-retardado que ela havia deslocado o braço? – olhei para ele com raiva quando ele falou a aparte do projeto de Rapper e retardado. – Desculpe, palavras dele.

 Eu sorri e ficamos em silencio por um longo momento desde que havíamos chegado a sorveteria. Eu não me incomodei com um silencio, já que eu ainda pensava que seria muito bom beijar Sabidinho, mesmo sem nem saber o nome dele.

 Percebi então que mesmo não sabendo essa crucial informação, eu sabia coisas demais da vida daquele garoto. Seus pais eram separados, a mãe morava em Berlim, e ele morava com o pai. O pai casou novamente e teve dois filhos gêmeos. Sabidinho, tinha alguns problemas de convivência com a família e poucos amigos. E nada disso impedia que ele continuasse sonhando em ser um arquiteto.

 - Hã... sabe, eu acho que vou para a minha casa.  Amanhã eu passo cedo na casa de Georg, já que é sábado. Só preciso entregar uns livros mesmo a ele. – ele falou se levantando da mesa. E fiz o mesmo. – Já são oito e meia. Não posso demorar mais.

 - Olha... se você quiser, eu levo os livros para ele. – propus.

 - Serio? – ele perguntou e eu assenti, sem poder esconder o sorriso em meu rosto. – Mas prometa que não vai chama-lo de punk. Não será nada legal ele deslocar seu ombro de novo, palerma.

 - Não vou correr esse risco. São todos esses livros que estão na minha mochila?

 - Só os de cálculos. – respondeu e eu tirei o livro de Arquitetura Grega. – Obrigada.

– Sabidinho agradeceu sorrindo. – Bem palerma, a gente se vê por ai... – então se virou, saindo da sorveteria.

 - ESPERA! – eu gritei.

 Ele se virou:

 - O que foi?

 - Qual o seu nome? – perguntei, dando três passos, e me colocando em sua frente.

 Sabidinho sorriu ainda mais, e de alguma forma eu soube que ele estava feliz por eu ter feito a pergunta.

 - Bill Trumper. E o seu?

- Tom Kaulitz. – bem, agora que eu já sabia o seu nome, eu poderia beija-l. Mas será que eu teria coragem de fazer isso?

 E então eu não descobri. Por que antes que eu pudesse pensar, Bill encostou seus lábios nos meus. De forma rápida, mas que me deixou bastante tempo em modo “ofline”.

 - Tchau Tom! – ele gritou e só assim pude perceber que Bill estava já do outro lado da rua acenando para mim. – Foi um prazer te conhecer! 

Então ele correu para a entrada do metro, e eu nem tive a oportunidade de dizer: “Espero te ver de novo!”. Mas tudo bem,porque eu continuei a vê-lo. Nos meus mais lindos, prazerosos e completamente insanos sonhos.


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