Aquele dia estava meio obscuro para todas as meninas, talvez fosse pelo fato de Josh ainda estar mandando todas aquelas mensagens. Era estranho, pois elas sabiam que Josh havia sido assassinado, mas mesmo assim ainda as mandava mensagens estranhas, e as vezes aterrorizantes; capazes até de deixar qualquer um sem dormir.

                -Demi? – Selena adentrava o quarto da garota a que tanto amava.

                -Oi meu anjo. – Demi pulou no pescoço de Selena e a abraçou o mais forte que podia, fazia três dias que não via a garota a sua frente.

                -Desculpa ter ficado todos esses dias sem vir te ver, tinha que terminar alguns trabalhos. – Selena sorriu e afastou um pouco a garota de si, queria respirar e olhar para seu rosto por alguns segundos.

                -Eu até te entendo, mas bem que você poderia ter ligado não é? – Demi soltou um riso baixo ao olhar para a cara de indignação que Selena fazia.

                -Da próxima vez eu ligo, prometo. – Selena sorriu e puxou Demi para um beijo apaixonado e carinhoso de ambas as partes.

                O celular de Selena tocou, e logo quando visualizou o número hesitou em atender. Era anônimo, então poderia ser de qualquer pessoa, certo? Mas Selena pouco se importou e logo atendeu o celular.

                -Olha aqui se for você... – A pessoa do outro lado da linha a cortou.

                -Selena calma, sou eu Susie. – Susie estava ofegante, e falava rápido, quase não deu para Selena entender o que a garota dizia.

                -Ah oi Su! – Selena disse mais animada e Demi soltou um “Quem é?” ciumento para a garota.

                -Olha, eu preciso que vocês nos encontrem no café da minha rua agora! – Susie quase gritou e Selena ficou um pouco receosa por causa do novo comportamento adquirido pela garota.

                -Tudo bem, já estamos indo. – Selena disse e assim então desligou o celular.

                Selena e Demi saíram às presas de lá. Mal sabiam que cada segundo que elas demoravam era uma vida a menos, e assim então uma amizade morta bruscamente, sem dó nem piedade.

                Foram no carro de Selena, a rodovia permitia apenas 40 klm por hora, mas não era bem isso que ficava a mostra no velocímetro de seu carro. 

                -Com medo? – Demi perguntou pra a namorada que desde que entrou naquele carro não sussurrou uma palavra se quer.

                -Bastante. – Disse séria, porém com a voz fraca e trêmula.

                Chegaram ao local, Selena estacionou seu carro na única vaca que encontrara livre, pelo menos a sua vista. Desceu do carro junto a Demi e entrou no local, avistando depois de alguns minutos Susie e Georgie, tão aflitas quanto à mesma.

                Sentaram-se em silêncio. Ninguém se atreveu a soltar um “oi”. Susie já um pouco incomodada com a situação a que estavam jogou um papel em cima da mesa, deixando que Demi o abrisse.

                O papel estava amassado, um pouco rasgado nas pontas, e com uma grande quantidade de líquido vermelho em um canto, que Demi já concretizou sendo sangue. De quem? Ela não fazia idéia, e com certeza não queria descobrir tão cedo.

                Demi logo o leu em voz alta:

                -Gostaram do vermelho chamativo? É eu adorei. Mas queria tanto que fosse de uma de vocês, principalmente da Salmon. Olhem o outro lado da rua garotas!

                Demi terminou, sorriu fraca e trêmula. Sentia medo, mas logo o medo que sentia se foi ao sentir a mão quente de Selena sobre a sua.

                -Vamos. – Georgie disse e foi a primeira a olhar e soltar um grito.

                -Do outro lado da rua se encontrava, o ser mais temido de todos, o pior de seus pesadelos. Lá estava ele Josh Peverell, com uma vítima, ou melhor, uma Cyrus. Isso mesmo, Miley Cyrus uma vítima com uma faca no pescoço e a mesma sendo segurada por Josh, o ser desprezível, metido a gentil, fingido, mentiroso, hipócrita, e bonito. Era difícil admitir, mas ele era bonito.

                Seu rosto era quadrado, mas se encaixava perfeitamente em seu estilo jovial. Seus lábios eram pequenos e rosados, seus olhos poderiam ser pequenos, mas sempre que podiam demonstravam um olhar assassino. Seu cabelo levemente arrepiado para cima o deixava lindo e irresistível, e as roupas o deixavam elegante, porém social.

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http://www.interviewmagazine.com/files/2010/04/27/img-josh-hutchinson_135248814869.jpg ]

                Quase nunca sorria, mas sempre foi um menino doce e feliz. De um tempo pra cá, ficou louco, completamente biruta. Um assassino jovial, inteligente, elegante e bonito. Esse era Josh, um cara incompreensível.

                Josh riu e puxou Miley para dentro de um escuro beco que tinha ali.

                Demi se levantou irritada com tudo aquilo, não agüentava mais ver ninguém ser maltratado por Josh por sua culpa, era hora de dar um fim naquilo.

                -Onde você pensa que vai Demetria? – Perguntou em tom autoritário Selena.

                -Salvar Miley! Ela sempre esteve do meu lado, não vou a abandonar agora. – Demi disse determinada, dando alguns passos à frente e então alguém a puxou para trás, fazendo assim a encarar.

                -É loucura, você não o conhece como eu! – Susie disse baixo, mas o suficiente para as três escutarem.

                -Susie não é porque você o conhece a bem mais tempo do que eu que pode ter a razão de tudo. – Demi deu um sorriso de lado. – Miley sempre foi como uma irmã para mim, ela nunca me deixou em qualquer circunstância. Se acontecer alguma coisa comigo, saiba que você é a única pessoa em que eu confio para deixar Selena, toma conta dela por mim, viu? – Demi sorriu e esperou a resposta vinda da garota ruiva atrás.   

                -Eu olho ela pra você, mas vou contigo agora! – Susie sorriu e se voltou para Georgie sorrindo, à outra assentiu e olhou para Selena que fez o mesmo.

                -Toma cuidado! – Georgie disse para Susie e a puxou pela gola da camiseta que vestia, e beijou seus lábios calmamente.

                -Devonne, não se mata ok? – Selena riu um pouco, se levantou e beijou Demi, e sentiu que aquele beijo poderia ser o último.

                E saíram dali. A lanchonete, não tinha ninguém, ainda era 7 da manhã de um feriado, a qual elas não se lembravam. Susie foi junto a Demi trêmula, mas foi. Não disseram nada o caminho todo, chegaram onde Josh estaria, pensaram em recuar, e também pensaram em Miley, que até então não tinha nada a ver com isso.

                -Demi vem e Miley vai. – Disse Josh aparecendo da escuridão com um sorriso no rosto.

                Demi foi, com um meio sorriso no rosto, sabia que estava fazendo a coisa certa, mesmo não querendo.

                Josh narrando

                Ver Demi vindo em minha direção me lembrou de um algumas semanas atrás, quando eu planejei tudo isso:

                Estava em casa, lendo o jornal. Não estava com paciência para nada, roubar, matar, estuprar, nada mesmo. Até que então, olhei para o porta-retrato que estava em cima da escrivaninha, era uma foto do meu pai, minha mãe, e meu irmão gêmeo. Sim eu tinha um irmão gêmeo, é estranho eu sei, mas ele era meu irmão. Pensei logo em uma possibilidade muito grande de ter Demi finalmente em minhas mãos, liguei para casa.

                -Alô? – Era a voz de David.

                -Irmão? – Disse calmo, frio.

                -Josh? O que quer? – Ele tinha medo de mim, mas quase nunca demonstrava isso.

                -Passar um final de semana com meu querido irmão. – Ri um pouco.

                -Vou falar com mamãe, espere.

                Ele demorou um pouco, talvez estivesse criando coragem. E minha mãe desconfiando de mim, ela tinha seus motivos, e eu tinha os meus.

                -Ela deixou, eu vou amanhã. – Ele disse e desligou.

                Esperei por ele, a manhã toda. Sempre rindo pelos cantos, eu era maluco, maluco por Demi, e maluco por sangue. Eu era demais, o melhor.

                Finalmente ele tinha chegado, como um bom irmão, almoçei com ele, passei a tarde com ele e a noite fomos dormir, pelo menos ele. Levantei-me e fui ao seu quarto, com uma faca na mão o matei. O enterrei no jardim da minha casa, e liguei ameaçando os meus pais, de que se contassem os próximos seriam eles.

                Comecei a mandar mensagens para as garotas, mas sempre as vigiando do telhado de suas casas. Hoje de manhã fui à casa de Miley me passando por vendedor de colchões, e consegui a enganar direitinho, e agora estou aqui com Demi vindo para os meus braços, finalmente.