Changes escrita por hony_prestes, SussuVS


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

O primeiro capitulo... me digam o que acharam e se gostaram.



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UM
PDV - Rose


O pesadelo dela me acordou, me tirando de meus sonhos, no qual eu estava em uma praia e um cara gostoso estava espalhando óleo bronzeador em mim. O sonho dela, não meu, estava me sufocando, até que alguma parte racional minha me lembrou que esse não era meu sonho.
Eu acordei, meu cabelo escuro grudando na minha testa.
Lissa deitada em sua cama, se debatia e gritava. Eu sai da minha, correndo rapidamente pelos poucos metros que nos separava.
“Liss, Liss, acorde.” disse sacudindo-a
Seus gritos morreram, sendo substituídos por fracos choramingos. “André. Oh, Deus.” lamentou-se
Eu a ajudei a sentar-se. “Liss, você não está mais lá. Acorde.”
Depois de algum tempo, seus olhos agitaram-se e abriram, e eu pude ver uma centelha de consciência começar a despertar. Sua respiração frenética diminuiu, ela se inclinou sobre mim, descansando sua cabeça em meu ombro. Eu a envolvi com meu braço e passei minha mão em seus cabelos.
“Está bem, está tudo bem.” disse a ela gentilmente.
“Eu tive aquele sonho. De novo...”
“Yeah. Eu sei.” Disse apontando para minha cabeça com uma careta. Liss riu.
Ficamos sentadas assim por algum tempo, caladas. Quando senti que ela estava mais calma, me inclinei sobre o criado-mudo e acendi o abajur. Ele iluminou de forma tênue, mas nenhuma de nós precisava de muito para enxergar. Atraído pela luz, nosso companheiro de quarto felino, Oscar, pulou em cima do peitoril da janela aberta. Ele manteve distância de mim - animais não gostam de dhampirs, por alguma razão - mas pulou na cama e esfregou sua cabeça contra Lissa, ronronando baixinho. Animais não tinham problemas com Moroi, e todos eles amavam Lissa em particular. Sorrindo ela acariciou seu queixo e eu senti sua calma ainda mais.

“Quando foi a última vez que você se alimentou?” eu perguntei, estudando-a. Sua linda pele estava mais pálida de que o normal. Tinha olheiras embaixo de seus olhos e havia um ar de fraqueza. A escola tinha sido agitadíssima essa semana e eu não me recordava da última vez que havia lhe alimentando. “Foi a... mais de dois dias, né? Três? Por que você não disse nada?”
Ela se encolheu e não olhou em meus olhos. “Você estava ocupada. Eu não queria...”
“Que se foda isso,” eu disse, me colocando numa posição melhor. Não era surpresa que ela aparentava tão fraca. Oscar, que não me queria por perto, pulou da cama e retornou para a janela, onde ele podia olhar de uma distância segura. “Venha. Vamos...”
“Rose...”
“Vamos. Vai fazer você melhorar.”
Eu inclinei minha cabeça e joguei meu cabelo para trás, descobrindo meu pescoço. Eu vi ela hesitar, mas a visão do meu pescoço e o que ele poderia oferecer se mostrou ser muito poderoso. Uma expressão perpassou por seu rosto e seus lábios ligeiramente se entreabriram, expondo os caninos que ela normalmente mantém escondidos ao viver com os humanos. Aquelas presas contrastavam estranhamente com o resto de suas feições. Com seu rosto bonito e seu cabelo loiro pálido, ela aparentava mais um anjo do que um vampiro.
Enquanto seus dentes se aproximavam de minha pele nua, eu senti meu coração correr numa mistura de medo e antecipação. Eu sempre detestava sentir o segundo, mas não havia nada que eu pudesse fazer, era uma fraqueza da qual não poderia me livrar.

Seus caninos me morderam, fortemente, e eu gritei na breve explosão de dor. Então desapareceu, substituído por um maravilhoso e excelente prazer que se espalhou por meu corpo. Era melhor do que todas as vezes que estive bêbada ou doidona. Melhor que sexo - ou eu imaginava que sim, já que eu nunca havia feito. Era um coberto do mais absoluto, puro prazer, que me envolvia e prometia que tudo ficaria bem no mundo. E assim foi, continuamente. As químicas em sua saliva provocaram uma alta de endorfina, e eu perdi a noção do mundo, perdi a noção de quem eu era.
Então, infelizmente, tudo havia acabado. Durou menos de um minuto.
Ela se afastou, limpando sua boca com a mão enquanto me examinava. “Você está bem?”
“Eu... yeah.” Me deitei na cama, tonta pela perda de sangue. “Eu só preciso dormir. Estou bem.”
Seus pálidos, olhos verde-jade me olhavam com interesse. Ela se levantou. “Vou pegar alguma coisa para você comer.”
Meus protestos chegaram desastradamente até meus lábios, e ela havia saído antes que eu conseguisse reformular uma frase. A agitação de sua mordida tinha diminuído assim que ela cortou a conexão, mas ainda havia um pouco disso correndo em minhas veias, e eu senti um sorriso pateta surgir em meu rosto. Virando a minha cabeça, dei uma olhada em Oscar, ainda sentado na janela.
“Você não sabe o que está perdendo...” disse a ele.
Sua atenção estava voltada para o lado de fora. Pondo-se de cócoras num agachamento, ele inflou em sua pele de um preto forte e lustroso. Seu rabo começou a se agitar.
Meu sorriso desapareceu, e me forcei a sentar. O mundo girou, e eu esperei que ele se endireitasse antes de tentar levantar. Quando consegui isso, a vertigem voltou e dessa vez se recusou a ir embora. Mesmo assim, me senti bem o bastante para tropeçar até a janela e espiei com Oscar. Ele me olhou cuidadosamente, escapou um pouco para o outro lado, e então retornou para o que quer que tenha prendido sua atenção.

Uma brisa morna brincou com meu cabelo enquanto me inclinava para fora. A rua estava escura e relativamente quieta. Eram três da manhã, justamente o único horário que o campus da faculdade se aquieta, pelo menos um pouco. A casa na qual nós alugávamos um quarto pelos últimos oito meses ficava numa rua residencial com casas velhas que não combinavam. Do outro lado da rua, a luz de um poste piscava, quase pronta para queimar. Ainda tinha luz o suficiente para que eu pudesse perceber as formas dos carros e prédios. No nosso velho quintal, eu podia ver as silhuetas das árvores e dos arbustos.
E um homem olhando para mim.
Eu me joguei para trás surpresa. A pessoa ficava ao lado de uma árvore no quintal, há cerca de nove metros de distância, onde ele podia facilmente ver pela janela. Ele estava perto o suficiente para que eu jogasse algo que pudesse acertá-lo. Certamente, ele estava perto o suficiente para ver o que Lissa e eu tínhamos acabado de fazer.
As sombras o acobertavam tão bem que mesmo com a minha visão elevada, eu não podia distinguir nenhuma de suas feições, exceto por sua altura. Ele era alto. Realmente alto. Ele ficou ali por um momento, mal perceptível, então andou para trás, desaparecendo nas sombras projetadas pelas árvores do lado mais distante do quintal. Eu tinha quase certeza de que vi alguém mais se mexer perto dali, se juntando a ele antes que a escuridão engolisse os dois.
Quem quer que fossem, Oscar não gostava deles. Sem contar comigo, normalmente ele se dava com quase todo mundo, desenvolvendo um estranhamento somente quando alguém afirmava ser um perigo imediato. O indivíduo lá fora não havia feito nada que ameaçasse Oscar, mas o gato sentiu alguma coisa, alguma coisa que o colocava de sobreaviso.

Alguma coisa similar ao que ele sente sobre mim.

Um medo congelante passou por mim, quase - mas não completamente - erradicando a agradável felicidade da mordida de Lissa. Recuando da janela, vesti um par de calças que encontrei no chão, quase caindo no processo, uma blusa vermelha decotada. Uma vez que estava vestida, eu peguei o meu casaco e do de Lissa, junto com nossas bolsas. Enfiando meu pé nos primeiros sapatos que vi, eles eram de salto, mas não me importei tínhamos que sair agora, me dirigi porta afora. Parei no quarto de Matt, bati e esperei. Ele abriu e me olhou espantado.

“Rose? Aonde você vai a essa hora?”

“Matt, o que acha de sairmos, hein? Eu, você, Gabe e Liss...!”

“Mas há essa hora, amor?”

“Sim, por não?” perguntei com um sorriso sedutor. Seus olhos brilharam.

“Espera só um instante” falou e entrou no quarto deixando a porta aberta.

Meu plano tinha que dar certo. Nós quatro iamos dar uma volta pra despistar os guardiões eles dois voltariam sozinhos e nós duas pegaríamos um avião ou trem para New York.

Matt e Gabe apareceram na porta alguns minutos depois.

“Olá Gabe! Vamos?” disse sorrindo

“Vamos, amor!” disse Matt sorrindo e passando a braço pela minha cintura, eu me aconcheguei nele, Gabe só acentiu.
No andar debaixo, encontrei-a na cozinha apertada, inspecionando a geladeira. Um de nossos companheiros de quarto, Jeremy, sentado à mesa, com a mão em sua testa enquanto olhava tristemente para o livro de cálculos. Lissa me observou com surpresa. Era um golpe de sorte que ela tenha dormido com uma blusa de alça e um short jeans velho todo desfiado
“Você não devia estar de pé.”
“Liss, posso falar com você um instante?.” Perguntei olhando a nos olhos com desespero. Seus olhos se arregalaram, e então um momento depois, a compreensão bateu.

“Claro, Rose!” e veio em minha direção, parando quando passou por Gabe “ Oi, amor!!!” disse e lhe deu em beijo, ele retribuiu entusiasmadamente.

“Oi , Liss!” cumprimentou Gabe.

“Tá bom, deixa a pegação pra daqui é pouco, vem Liss!!!” falei puxando-a pelo braço. Ela e os meninos começaram a rir.

Quando saímos da cozinha eu comecei.

“Liss, lá fora tem guardiões e nós temos que ir embora agora.”

“Você está... falando sério? Você tem certeza?”
Eu acenei com a cabeça. Eu não podia explicar como eu tinha certeza. Eu simplesmente tinha.
“Tá bom, nós vamos embora. Mas qual é o plano? Se é que nós temos um plano.”

“Bom, eu, você, Matt e Gabe saímos juntos daqui e vamos para o shopping, uma sorveteria, um bar, um show, sei lá, só sei que tem que ser um lugar com muita gente, ai nós despistamos os guardiões e vamos para o aeroporto ou para a estação. Falamos pros meninos que recebemos uma ligação da minha mãe e tivemos que ir vê-la.”

“Ok, tem uma grande possibilidade de dar certo, mas pra onde nós vamos?”

“Bem, eu pensei em New York, mas se você tiver outra idéia...

“Não, New York está ótimo.”

“Tá bom, mas calça essa sapatilha, que foi o primeiro sapato que eu achei, e esse casaco. Agora vamos voltar antes que os meninos venham ver se tem algum problema” Falei enquanto ela se vestia. Voltamos para a cozinha minutos depois.

Jeremy nos olhava curioso. “Algum problema, meninas?” perguntou. Matt e Gabe nós olharam preocupados.

“Não, tá tudo bem, vamos amor?” perguntei

“Claro, coração!” respondeu Matt

“Aonde vocês vão há essa hora?” perguntou Jeremy

“Dar uma volta... andar um pouco, ainda não sabemos. Por que você não vem com a gente?” perguntei

“Não, eu tenho que estudar pra prova de cálculos, mas obrigado pelo convite” ele respondeu

“Ahh... que pena Jeremy, então tchau, boa noite!” me despedi, já triste por saber que não iria mais vê-lo.

“Tchau, Jeremy” disseram Matt, Lissa e Gabe.

“Tchau gente, boa noite!”


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Notas finais do capítulo

Criticas e idéias também são bem-vindas...



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