Like You escrita por bianogueira


Capítulo 2
Capítulo 2




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CAP. 2 Achei melhor não perguntar nem falar nada, apenas ouvir o que ele tinha a me dizer... mas o caso foi que ele não disse nada. Foi se aproximando de mim...mais e mais e mais e mais...fechando os olhos que agora estavam apenas semi-abertos...e se aproximando mais e mais e mais e mais...até que por fim...colou nossos lábios. Gelei. Não reagi. Não demorou pra língua dele pedir passagem...eu a deixei entrar... ...e ficamos lá em algo que parecia um beijo, apesar de eu me negar a acreditar e achar que era apenas mais uma alucinação causada pela bebida. Pensei que talvez ele estivesse drogado demais pra perceber quem estava beijando, mas então me lembrei que ele tinha mesmo me chamado de "Nick" antes de vir pra cima. Fiquei lá, seguindo seus movimentos, acompanhando-o.Eu sabia que se abrisse os olhos, tudo na minha cabeça voltaria a girar, ia deparar com dezenas de pessoas olhando assustadas pra aquela cena absurda e não teria nada a fazer, senão me esconder e negar meus atos pelos próximos meses. Estava terrivelmente magoado com minha vida. Cada vez mais, as pessoas agiam de forma estranha comigo[principalmente Julian nos últimos dias]. Mas não era só isso. Ultimamente, todo lugar em que ia, me sentia mal; não me preocupava em ficar drogado às 9 horas da manhã; não sentia mais nada além de um profundo desprezo pela minha própria pessoa; pensamentos românticos ou felizes apenas me traziam ância[ou talvez fosse o álcool ingerido antes de eu pensar nesse tipo de coisa]; eu fugia das pessoas de quem gostava sem saber o porquê do desconforto de estar perto delas[ou sabendo: Lola]; tinha dias que simplesmente tinha vontade de sumir[o que era comum]; eu não sabia que tipo de inspiração estava procurando pra viver, mas não cansava de procurá-la; todas as noites em que eu tentava me reviver viravam desastres[como hoje?]; e agora, estava beijando meu melhor amigo na boca, acabando com uma das poucas coisas que ainda me restavam: a amizade de Julian. Talvez, eu soubesse a razão de ter aceitado seu beijo: não queria desapontar Julian ou... "Não, Nick...não foi por isso...diga a verdade, diga por que realmente não negou aquele beijo..." Era essa a razão! "...não, não era essa a razão..." ...Lola? "Gostar de uma criança de 9 anos e ter medo de admitir? Fugir dos seus sentimentos e tentar se enganar, fingindo que na verdade, estava sendo atraído pelo seu melhor amigo?...Não se preocupe, Nick! Você não é homo... é pedófilo!" Pedófilo? Sem chance. Eu sempre gostei do Julian, por isso tinha aceitado o beijo! "..." De qualquer forma, quando me dei conta, já estava beijando-o há algum tempo e despertei de meus pensamentos [horríveis] apenas porque ele parou com aquilo repentinamente. Devia estar esperando que eu estivesse espantado, mas não fiquei. Nada mais me surpreendia. Apenas, como antes, voltei a olhar ao redor, fingindo que nada tinha acontecido. Ele fez o mesmo, logo depois de pegar um novo cigarro, acendê-lo e levá-lo à boca. Diferente do que eu havia previsto, ninguém estava estaticamente parado, olhando assustado para nossa cena. Simplesmente continuaram fazendo o que estavam fazendo. Mas eu acertei em um certo ponto: as coisas em minha cabeça estavam ainda mais confusas e eu estava começando a sentir o efeito da vodka. Do nada, Julian se levantou e foi pra algum lugar que não vi, graças à minha má vontade de prestar atenção nas coisas que andavam acontecendo em minha vida. Eu, fiquei lá, olhando as pessoas que pareciam mal mal se importar com o mundo. Gente como eu. "Não, Nick...pessoas normais, inocentes, LIMPAS. Exatamente tudo que você não era." Aqueles pensamentos me matavam, simplesmente me matavam. Tentei pensar em soluções, mas quanto mais pensava, mais me confundia. Logo, descobri a solução: muita vodka, muito fumo e aí talvez, me aparecessem novos horizontes, novas idéias em mente. Foi extamente o que fiz. Com um andar cada vez mais torto, me levantei novamente do sofá e fui pro balcão que ficava na direção oposta ao de Mandy. Não queria ouvir mais lições de moral, era a última coisa de que eu precisava. Eu nem conhecia o cara do outro barzinho, mas isso não foi problema, aliás, foi até melhor: pude encher a cara de álcool sem problema nenhum. ...ou quase... ...porque eu bebi, bebi, fumei...e depois...perdi os sentidos e tudo, de repente, escureceu.

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