A plataforma de embarque em Hogwarts estava lotada. Os alunos, andando pra lá e pra cá comentavam sobre o que havia acontecido. Uns diziam que Betty havia sido devorada por um monstro, outros diziam que ela fora abatida pelos aurores e sonserinos orgulhosos, afirmavam veemente que ela havia sido carbonizada por um feitiço de fogo, proferido por uma sonserina.

Harry vinha a frente da pequena comitiva, trazendo suas próprias bagagens. Mas atrás, Fleur e Mina traziam as bagagens delas próprias e Victor trazia as de Ariel. Caminhando lentamente, vinham Terrence, Ariel e Scabior, os únicos feridos na batalha.

_ Vamos com isso, Diggory. Eu quero chegar em Londres hoje ainda. _ Potter caçoou de Ariel, em tom amistoso.

_ Eu ainda posso te mandar pra lá rapidinho, Potter. É só eu acenar a minha varinha.

Todos riram, e esse clima de descontração os acompanhou por toda a viagem. Já era noite, quando eles desembarcaram em King's Cross. Parados ansiosos na plataforma estavam os Diggory, Rony e Hermione, Gui e Gina.

_ Harry!! _ A mais nova dos Weasley correu até ele e lhe chapou um beijo na boca.

_ Opa... Desse jeito você vai acabar matando ele, Gina. _ Rony murmurou, vermelho de vergonha.

Zoelle Diggory ajudou Ariel a descer, e Victor acompanhou as duas. Ansiosa para abraçar a filha mais velha, Lilybeth Diggory não conseguiu conter as lágrimas quando finalmente a teve nos braços.

_ Ah, minha querida. Eu tive tanto medo de perder você também...

_ Não precisa se preocupar, mamãe. Minha hora ainda não chegou. _ Ariel sorriu feliz para a mãe.

_ Mas como foi que você fez aquilo, Ariel. Nós ouvimos sobre a serpente...

_ Eu tive ajuda, sabe... _ Ela olhou carinhosamente para Victor, e procurou Scabior. Afinal, ele e Twinkle se sacrificaram para que ela vencesse Braithwaite.

_ O que está procurando, querida? _ Amos Diggory indagou à sobrinha.

_ Victor, onde é que está o Scabior? Eu queria falar com ele.

O seqüestrador havia descido do trem desacompanhado. Não havia família a esperá-lo, não haviam amigos ou alguém especial para lhe abraçar, então cabisbaixo, ele ia deixando a plataforma 9 ¾ quando ouviu um voz chamar seu nome:

_ Scabior!! _ Ariel vinha andando em sua direção.

_ Ah, é você, boneca.

_ Você está indo embora?

_ Tenho alguns problemas pra resolver e tal... Então, até a vista.

_ Espera. Não vá. Ainda não... Eu queria te agradecer.

_ Me agradecer? Pelo que?

_ Você salvou a minha vida. _ Ela começou a chorar.

_ Ora, pare com isso, boneca.

_ Se você não tivesse enfrentado a Betty, provavelmente eu estaria morta agora.

_ Então você não se importa de eu ter sequestrado você e as suas amigas?

Ariel não respondeu, apenas se aproximou dele e lhe abraçou forte. Jamais, ela poderia retribuir os sacrifícios dele e de David para protegê-la de Betty. Ela havia jurado, silenciosamente, ainda na Casa dos Gritos, que o ajudaria e sua intenção era realmente cumprir aquela promessa, dali para frente. Os dois já haviam vivido problemas suficientes por uma vida inteira.