Broken escrita por broken_heartedg


Capítulo 8
I Hate you


Notas iniciais do capítulo

setimo capitulo (:



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            - Trabalho em grupo – anunciou Sharon, a professora de laboratório científico.

            A turma toda reagiu com a palavra “grupo”, e começaram a olhar pela sala em busca de seus amigos. Inclusive eu, que procurei as meninas.

            - E eu escolherei as duplas – a professora continuou.
            Um coro de resmungos encheu a sala.

            - Por que não podemos fazer com quem queremos? – Carter intrometeu-se, metido a sabichão como sempre.

            - É um trabalho, e você não precisa de seus amigos para realizá-lo – respondeu Sharon, bruscamente.

            Carter apertou a boca em uma linha reta e revirou os olhos. Parecia indignado. Por acaso ele achava que merecia um tratamento especial? Queria mais é que ele se ferrasse.

            - Muito bem! – continuou a professora – Vou dar algumas fichas para cada dupla que apresentam algumas características de uma vegetação, e, por meio disso, vocês terão que escrever em uma folha qual é para entregar. Tudo bem? Agora as duplas: Angela e Daniel...

            Comecei a torcer para ir com alguma amiga minha. Não era tão complicado assim.

            - Zoey e... Clark.

            Ah, não.

            Travei no lugar, olhando fixamente para a professora. Minha boca abriu-se, enquanto eu tentava absorver as palavras dela. “Zoey e Clark”, ela repetiu...  

            DE NOVO, PORRA?

            - Nós, hein? – Clark disse do meu lado. Aquela voz irritantemente rouca.

            Virei a cabeça lentamente e encarei ele. Abri a boca para falar algo, mas não saiu nada.

            Esse primata... O que ele queria comigo? Por que não ia atrás de qualquer outra merda e saia de uma vez da minha vida? Bananas deviam satisfazê-lo.

            - O que foi? – ele perguntou, e só então percebi que ainda estava olhando-o. Reparei que seus dentes da frente eram estranhos e um pouco grandes. Talvez devesse trocar as bananas por nozes, afinal. Porém, isso não o tornava menos bonito. E acho que o grande numero de garotas que correm atrás dele devem pensar o mesmo que eu. 

            - Nada – respondi, cruzando os braços e ignorando-o a partir daí.

            - Agora podem se reunir no pátio com suas duplas. Passarei logo com as fichas.

            Todos se levantaram e dirigiram-se para o pátio. Clark passou correndo por mim, sem nem me esperar, e eu segui-o devagar.

            Tá, eu não merecia aquilo. Sei que não sou uma santa, mas ninguém merece.

            Desci a escadinha do pátio e procurei por Clark. Encontrei-o bem a tempo de ver o abraço que ele dava em Patricia.

            E ai uma raiva tomou conta de mim, e eu só sei que sai dando passos largos em direção a ele, apertando o caderno fortemente em minhas mãos.

            - Clark, porra, pare de brincar e venha aqui! – berrei.
            Ele virou a cabeça para mim e arregalou os olhos, assustado.

            - Zoey? – ouvi a voz hesitante de Ashley, que estava sentada em uma mesa próxima, junto com o novato loiro e alto chamado Bryan.

            Só então percebi que eu havia gritado um pouco alto demais. Todos os olhares do pátio estavam voltados para mim, assustados também.

            - Tá irritada? – ouvi Patricia dizendo em tom de deboche para Lizie, sua prima, que riu como uma gralha, como sempre. Ela era a única que ria de alguma coisa que Patricia dizia.

            Limitei-me a revirar os olhos e sentar-me na cadeira. Os olhares ainda continuavam voltados para mim.

            - O que? – falei alto o bastante para que todos ouvissem – Venha aqui – abaixei o tom de voz, virando-me para Clark.

            A maioria acabou deixando-me de lado e voltando a falar com sua dupla. Tentei concentrar-me apenas em mim mesma, para apagar aquele mico que havia acontecido por culpa dele.

            Porque é culpa dele SIM, já que se ele não fosse um idiota que nasceu com o propósito de me atormentar, eu não teria que aturá-lo na carteira da minha frente e nem fazer a merda do trabalho com ele; e se eu não tivesse que fazer o trabalho com ele, eu não teria visto ele com Patricia e não teria dado o ataque que dei, e tudo ainda estaria perfeitamente equilibrado.

            Não exatamente equilibrado, já que eu não sou equilibrada. Mas você me entendeu. E se não entendeu, que se foda também.

            Clark puxou uma cadeira para perto de mim e sentou nela. Um minuto depois, perguntou justamente o que eu estava torcendo para não ter que ouvir:

            - O que foi aquilo?

            Encarei-o e respirei lentamente antes de responder-lhe:

            - Nada – tentei parecer calma, para compensar o que havia acontecido.

            - Como nada? – ele insistiu – Você deu um ataque no meio do pátio sem motivo algum!

            Sem motivo algum? SEM MOTIVO? Você estava abraçando a menina!

            E isso não tem nada a ver comigo, mas e daí? Eu estava irritada na hora, e não ia admitir pra mim mesma que eu realmente estava errada, já que ele podia fazer o que quisesse da vida.

            - Aqui está – a professora interrompeu-nos, colocando as fichas na mesa e indo em direção a outra.

            - Vamos começar – tentei desviar o assunto.

            Clark bufou e pegou uma das fichas, começando a ler. Parecia que ele havia esquecido o meu ataque – pelo menos por enquanto.

            Concentrei-me, então, na outra ficha em minhas mãos. Depois de algum tempo, Clark anunciou:

            - Cerrado – disse ele, apontando para o papel que estava segurando – Não é?

            Analisei o que estava escrito e constatei que Clark estava certo. Ele sorriu e pegou outra ficha, lendo-a. Por um momento, pensei que ele realmente fosse me ajudar - o que não era tão ruim assim.

            É, não durou muito.

            - Ei, Drake – começou a chamar, baixinho – E ontem no clube? – e ai deu risada.

            Ah, esse barulho me infernizava.

            Cadê meu celular?

            - Nem quero lembrar – Drake ria também.

            Eu não entendia nada do que eles estavam falando. E pra falar a verdade, nem queria entender.

            Clark controlou-se e chamou a atenção de outro:

            - Carter, o que vai ser hoje? Um pacotinho de bolachas?

            - Shiiiiu – o loiro sibilou na outra mesa.

            - “Shiu” o que? Você não... EI!

            E ai uma borracha assassina me acertou na cabeça. Derrubei meu lápis e cobri o lugar com a mão, tentando entender que merda estava acontecendo.

            - Desculpe! – Carter gritou na outra mesa. Olhei-o, enquanto ele tentava explicar-se – Era para acertar o Clark...

            Peguei a borracha e revirei-a em meus dedos, enquanto Carter ainda balbuciava coisas que não iam ajudar em nada na situação.

            - É que ele está ameaçando contar algo que não pode e... NÃO! – ele berrou, quando entendeu o que eu ia fazer.

            Lancei-lhe um sorrisinho irônico e puxei o braço para trás, depois lançando-o para a frente e jogando a borracha no outro lado do pátio.

            - EI! – Carter gritou – Por que você fez isso?

            - Porque você é uma criança imbecil – disse-lhe – E você sabe o que eu vou fazer com a próxima coisa que você jogar em mim – e voltei a atenção para o trabalho.

            - Nossa – ouvi Drake murmurando.

            - E VOCÊ – falei com Clark – Pare de brincar e faça pelo menos uma vez algo útil na vida. Me ajude aqui.

            - Tudo bem – ele resmungou – TPM.

            “TPM É O TEU RABO”, eu já ia dizer, quando resolvi ficar quieta e evitar ser o centro das atenções de novo.

            - Faça logo essa merda, então – ele exigiu.

            Levantei lentamente o olhar para ele.

            - Ashley – berrei – você está com seu celular aí? – perguntei, sem tirar os olhos dele.

            Eu estava desesperada, ok? Precisava de algo bem pesadão para tacar na cabeça dele. E eu tenho problemas com celular, então TINHA QUE SER UM CELULAR. E depois tinha que jogá-lo no chão.

            - Não – ouvi a voz dela, enquanto Clark olhava-me interrogativamente – E mesmo que estivesse, eu não daria pra você – completou. Bryan, seu parceiro, olhou-a confuso e ela começou a explicar minha teoria de “Desconte a raiva no seu celular porque ele não sente!”

            Respirei fundo e voltei a atenção para o trabalho. Clark ficou quieto durante o tempo restante, talvez com medo de abrir a boca. Entregamos a folha e sentamos em nossas carteiras, sem nos olharmos.

            Eu o odiava.


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Notas finais do capítulo

reviews (: