Broken escrita por broken_heartedg
Notas iniciais do capítulo
pra compensar a catástrofe do anterior (:
e obg por nao terem me matado AINDA QQ.
Tem alguém mais ferrado que eu?
Não, sério. Eu meu apaixono pelo garoto que, já no primeiro dia em que conheci, mostrou ser super idiota e que em pouco tempo alcançou o topo da minha listinha “PARA MATAR”, que não é pequena. Depois tomo um puta de um bolo na única festa que ele me convidou – mesmo que ele não tenha exatamente me convidado, mas dane-se – e aí, quando resolvo que vou contar que o amo e começo a pensar em um jeito totalmente sofisticado e civilizado de fazer isso, minhas amiguinhas queridas tratam de dizer para ele antes de mim de um jeito que, digamos, não é sofisticado nem civilizado. E aí o garoto dá um ataque e se afasta com um ar de “sai capeta!”.
Agora, responde: tem realmente alguém mais ferrado?
Depois do incidente da lanchonete, evitei qualquer lanche “X - tudo” e não saí mais de casa com minhas amigas durante o restante das férias. E também não falei mais com Clark. Provavelmente, ele havia me excluído de seu MSN.
E quando as aulas voltaram nada mudou. Ele sentava em seu lugar e ficava quieto, sem nem passar os olhos por mim. E continuava evitando falar comigo. Resolvi deixar por aquilo mesmo já que toda vez que tentava consertar a situação, algo dava errado e eu acabava saindo pior do que já estou – se é que é possível, agora que minha vida parece estar no ápice do fracasso.
Era nisso que eu pensava, enquanto o professor dava sua aula. O tempo estava fechado e a chuva caia fortemente. Eu estava encolhida dentro de minha jaqueta fina, tentando conter o frio.
- Altitude e Latitude: alguém sabe me explicar o que é? – o professor de Geografia perguntava. Nem me preocupei em levantar a mão para tentar responder. Estava me contentando em observar as gotas que escorriam pelo vidro da janela.
- Clark? – a voz do professor chamou.
Virei a cabeça a tempo de ver a nuca morena a minha frente apoiada na parede fazer um gesto de “não”.
- Não faço a mínima idéia – respondeu ele, deixando evidente o tédio em sua voz. Aquela voz que tanto me intrigava.
- Bem, deixe-me explicar – o professor começou, e eu voltei a apoiar a cabeça na parede, vendo as gotas de chuva.
Por que tudo tinha de ser assim? Por que nós não podíamos esquecer tudo e apenas voltarmos a ser como antes, ou pelo menos nos falarmos?
Não, não dava. Pelo menos para Clark não dava, já que agora éramos um “casalzinho”, graças aos fofoqueiros de plantão – em outras palavras, Carter, Drake e Paul.
Esse é o problema. Clark se importa demais com o que os outros pensam. Sendo assim, ele prefere estar o mais longe de mim possível para não ser motivo de chacota. Ele era capaz de tudo para poupar sua imagem.
Senti algo batendo na minha nuca, e quando me virei para ver o que era encontrei uma bolinha de papel amassado no chão. Peguei-o e abri.
Que depressão profunda e total é essa? Não me diga que é por causa do idiota na sua frente!
Levantei os olhos do papel e encontrei o olhar de pedra de Lindsay do outro lado da sala.
Peguei o lápis e rabisquei uma resposta.
Talvez, em parte.
Esperei o professor virar-se para a lousa e joguei o papel de volta. Apesar de terem contado para Clark e espalhado meu segredo, eu havia perdoado Lindsay e Livie.
Alguns minutos depois, o papel foi jogado em minha direção novamente.
Pra que ficar assim por causa dele? Tipo, existem vários garotos melhores que o Clark. BEM melhores.
Suspirei.
Eu sei, Lindsay. Mas eu tenho algo com garotos impossíveis. Parece que sempre acabo gostando daqueles que, por sinal, me detestam.
Joguei-lhe o papel, e segundos depois o sinal soou.
Joguei meus cadernos dentro da bolsa e pendurei-a no ombro, pronta para me levantar. Ao fazer isso, acabei esbarrando em Clark e caí de volta na cadeira. Ele apenas continuou andando, frio, sem nem olhar para mim.
Suspirei. De agora em diante seria assim. Eu teria que me acostumar. Botei o capuz na cabeça e saí para o vento gelado daquela manhã de sexta feira.
Ashley chegou por trás de mim e me puxou pela bolsa.
- Ei – chamou, enquanto também cobria a cabeça com seu capuz preto.
- Oi – falei, desanimada.
Livie ficou ao lado dela.
- Caramba, que frio! – reclamou – Quero ver para eu chegar em casa hoje – Livie morava perto da escola, por isso ia a pé.
- Zoey estava depressiva hoje por causa do Clark – a voz de Lindsay chegou aos meus ouvidos. Nem me preocupei em negar ou discutir. Apenas revirei os olhos e continuei andando.
- Ah, Zoey... Eu me sinto mal por ter contado. Não sei porque falei para ele! – Livie lamentou, com uma voz arrependida.
- Já disse que não ligo mais, Livie – repeti, pela décima vez.
- Bom, eu não vou pedir desculpas já que não fiz nada de errado. Apenas concordei com a Livie – Lindsay deu de ombros.
Contentei-me apenas em bufar.
Chegamos a entrada da escola, e todas nos despedimos. Os pais de Ashley e Lindsay já estavam esperando-as e Livie foi embora a pé. Meu pai iria demorar, já que saía tarde do trabalho.
Sentei-me em um canto seco, embaixo de uma cobertura, e me abracei para me proteger do frio. Pluguei meus fones de ouvido no meu celular acabado e comecei a ouvir musicas baixinhas.
Devo ter ficado lá por uns 15 minutos. Cada vez mais alunos iam embora, e o lugar ficava mais vazio.
Eu estava ouvindo “If I Were A Boy”, da Beyoncé, quando percebi uma voz. Tudo bem se fosse uma voz comum, mas era aquela voz.
Tirei os fones e apurei o ouvido pra ouvir o que ele estava falando. Fui seguindo o som, até que localizei-o encostado em uma parede próxima. Éramos dois dos poucos alunos que restavam ali.
Fiquei atrás de um dos coqueiros da frente da escola e observei. Puxei mais o capuz, para me proteger da chuva.
- Mary, eu não quero mais – ele dizia, desajeitado. Mary Stronp.
Uma pausa.
- Mas não dá – Clark falou, impaciente. Pareciam que estavam se desentendendo.
Outra pausa.
- Mary, entenda! – ele levantou a voz.
Mordi o lábio, enquanto ouvia.
- Pare! – Clark mandou – Não sou obrigado a ficar com alguém que não quero, OK?
O que?
- Mary – ele gritou - Eu não sei mais se te amo, ok? Terminou.
Travei no lugar, encarando Clark. Ele desligou o celular e enfiou-o bruscamente no bolso, murmurando algo para si mesmo.
Ele não a amava mais? “Aconteceram algumas coisas”, isso poderia ter algo a ver com o que aconteceu entre nós?
Fiquei ali, tentando processar aquilo, quando o olhar de Clark encontrou o meu. Ele parou, me encarando aflito. Eu travei também, sem conseguir desviar o olhar. Aquele olhar que eu não recebia há tempos.
Ficamos ali por minutos, talvez, até que Clark balançou a cabeça e saiu dando passadas largas, sem me fitar. Ele entrou em um carro e foi embora. Segui-o com o olhar.
Segundos depois, o carro de meu pai chegou e eu entrei nele, atordoada.
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mandem reviews, obg ;D