Acho que é um sonho, ele finalmente me chamou para ir a casa dele, nunca fiquei tão feliz, seria a primeira vez que eu iria lá. Eu estava ofegante, com vergonha, mas tomei coragem e bati na porta. Não demorou muito até ele a abrir, seu perfume conquistava todos os dias, desde que nós nos conhecemos. Ele me abraçou e me puxou até seu quarto.

Sua namorada estava no quarto, sentado na cama, chorando. Fiquei curioso para saber o que estava acontecendo, mas não deu tempo de perguntar. Quando ela me viu, se levantou e cruzou meu caminho, me dando uma ombrada, escutei apenas o barulho da porta da sala batendo.

Não sei quanto tempo levei para esquecer o incidente, mas não foi muito, tudo culpa do quarto onde eu estava. As paredes eram brancas, e as janelas davam para um morro, o armário ficava a direita e a cama à esquerda. Seu quarto possuía prateleiras, lotadas de livros, um computador novo, em cima de uma escrivaninha, embaixo da janela. Fiquei imaginando algumas possíveis aventuras no quarto, mas meus pensamentos foram cortados, graças a um tapa em minha bunda.

- Nossa, que agressivo. – Dei uma leve risada.

- Desculpa, é que tu estavas vegetando tanto olhando o quarto.

- Hum, está bem, desculpado. – Não nego que fiquei vermelho.

- Desculpa também pelo que tu viste agora. Eu tive uma discussão com a minha ex-namorada. – Ele parecia feliz, mas triste ao mesmo tempo, ele escondia algo.

- Quer desabafar? – Estranhei o que ele disse, pois há dois dias ela era tudo para ele.

Nós falamos dos seus problemas de namoro, antigas amizades, problemas do colégio, falamos mal de pessoas idiotas, relembramos fatos engraçados e fatos tristes. Ficamos um bom tempo conversando, eu estava deitado na cama, mas resolvi sentar para aliviar a tensão. Já se passavam das oito da noite e ele continuava a me olhar. Voltei a me deitar e fiquei olhando para ele. Um humano perfeito, seus cabelos eram bem cuidados, sua pele era perfeita, seu corpo era malhado e seus olhos escuros não paravam de me olhar. Ele era único.

Fechei um pouco os olhos para sonhar acordado, mas o que eu menos esperava aconteceu. Algo encostava em minha boca, seus lábios eram macios, carnudos e seu hálito era fresco. Foi um beijo curto, porém inesquecível. Ele se afastou um pouco e eu abri os olhos. Eu estava atrapalhado.

- Por quê?

- Eu sei que tu não gostas de coisas clichês, mas é porque eu te amo. - Ele olhava além dos meus olhos e segurava minha mão direita quando enquanto falava.

Eu fiquei tão feliz em escutar aquilo que não sabia direito o que fazer. Mas involuntariamente cheguei mais perto dele e o abracei. Apoiei minha cabeça em seu peito, e escutei as batidas ritmadas de seu coração.

- Eu sempre te amei, mesmo depois de tu ter namorado várias gurias eu continuei acreditando que conseguiria. - Depois que terminei de falar ele abaixou a cabeça e me beijou novamente.

Um beijo longo, carinhoso. Ele me colocou mais perto de seu corpo, botou uma perna entre as minhas. Ele colocou a língua e eu suspirei. O abracei mais forte e coloquei minha língua também. Nenhum de nós queria parar. Mas ele recuou e levantou da cama, enquanto eu permanecia deitado.

Ele me pediu para levantar, pegou uma camiseta e uma cueca de dentro do seu armário. Olhou para mim e os atirou.

- Vai ao banheiro te trocar, segunda porta a esquerda.

- Mas eu tenho que ir para casa, já ta tarde e meus pais vão ficar preocupados. – Me doía fizer aquilo, mas meus pais eram chatos, se eu não chegasse na hora minha vida complicava.

- Não te preocupas, eu liguei para teus pais e disse que tu vais dormir aqui. E que talvez fique o fim de semana inteiro. – Quando ele terminou de falar eu apenas sorri.

Me troquei e voltei para o quarto. Ele estava sem camisa embaixo do edredom assistindo televisão. Eu parei na porta para admirá-lo, ele demorou a perceber que eu estava lá, mas quando seus olhos cruzaram os meus, fui obrigado a ir para a cama. Levantei o edredom para me tapar e vi a cueca vermelha dele. Não me contive e dei uma risada, seguindo de um vermelhão no rosto. Ele sorriu e me abraçou. Ficamos abraçados por um tempo vendo a programação, até ele me soltar e tirar minha camiseta. Fiquei um pouco envergonhado enquanto ele olhava para mim, mas sorri e o beijei. Finalmente eu consegui o que queria, não iria ser algo estúpido que iria tirá-lo de mim agora.

Ficamos nos beijando por um tempo, até ele se virar apagar a luz e colocar o edredom sobre nós. Ele encostou todo seu corpo no meu e me beijou.