Encontro com os Nativos escrita por Sakuralara


Capítulo 3
Capitulo 3 – Umb - o quê?




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Minha nova babá, Chin, me puxou para fora da caverna antes mesmo de ter tempo para mais perguntas, e eu duvido que Karine iria responder à mais alguma coisa.

- Chin, escuta... – eu a chamei enquanto era arrastado para a outra ponta da praia.

- Diga. – ela respondeu sem nem mesmo parar.

- Se você parar de me arrastar, quem sabe eu posso dizer.

- Ah, sim. – ela me soltou no chão.

- Acho que nunca vou te entender... numa hora é uma garota histérica e em outra parece mais um garoto – eu disse enquanto levantava e ria.

Nota mental: Nunca mais falar que uma garota parece um garoto, pode causar dores corporais. E fui novamente arrastado pela praia.

-Desculpa viu? – eu disse sussurrando, mas ela nem ouviu, ou não quis ouvir.

- Você realmente está brava assim comigo?

-Não tem nada haver com você. – ela disse rangendo os dentes, e me soltou no chão. – É que... eu não gosto de tocar nesse assunto.

- Agora você começou, termine.

- Eu namorava com o Nefesto... mas quando nós  fomos encarregados de ficar de olho na bruxa do mar, ele acabou se apaixonando por ela e me deixou.

- Deixou você, para ficar com aquela velha? Eu não acredito.

- Mas naquela época, ela não era velha, ainda estava com a mesma aparecia que você acabou de ver, ela envelheceu dessa maneira quando suas ultimas forças estavam se esvaindo.  – ela fez uma pausa e secou uma lágrima. Deve fazer no máximo dois anos. – tentou sorri.

- Entendo...

-Não você não entende e nem poderia, afinal, você tem a Amy! – ela saiu correndo chorando.

- Sério, nunca vou entender ela. – eu disse sozinho enquanto tirava areia de dentro dos sapatos.

Não falei com ela por muito tempo, ficou isolada do grupo, andando bem atrás de nós. Ramón parou e fez uma pergunta que alguém já devia ter feito há muito tempo: “- Para onde vamos agora?” É o que eu gostaria de saber.

- Para Umbala ué! Vocês não ouviram a Karine? – Nuran disse como se fosse a coisa mais natural do mundo.

- Mas você sabe onde fica isso? – eu perguntei.

- Não tenho a mínima idéia! – ele respondeu sorrindo. –Mas você deve conhecer alguém que possa nos ajudar.

- Eu não consigo me lembrar de ninguém agora. – eu disse depois de pensar por alguns segundos.

- E a vidente de Payon?

- Sharon? É mesmo! Mas ela também não era ...

- Ela não é, não tem nada a ver com isso. Desculpe. – ele me interrompeu.

- Tudo bem, parece que vocês conhecem minha vida melhor que eu ! – eu forcei uma risada.

- Não é tão legal assim, sua vida é tão chata... – ele sorri, e eu percebi naquele sorriso tudo que precisava saber, precisamos seguir em frente e sempre tentar ser feliz.

- Então eu vou para Payon. – eu disse me virando para meus amigos.

- Então todos nós vamos. – Ramón disse sorrindo. – A propósito, essa Sharon é bonita e solteira?

- Eu sabia... – Chin disse finalmente, depois de um silêncio que já havia durado 2 horas. – Você não tem vergonha mesmo Ramón.

- O quê eu fiz? – ele perguntou como se não tivesse acontecido nada.

- Nada... sei. Tudo bem, eu também preciso ir lá comprar um arco novo e talvez rever minha mestra.

- Eu não tenho mais nada pra fazer mesmo. – Nuran deu os ombros.

- Ok! Então vamos todos para Payon. Afinal, já andamos tanto que estamos bem perto da cidade. – eu disse olhando para meu mapa.

                Logo chegamos à Payon, antes mesmo que eu pudesse perceber, já estava sozinho, todos foram fazer algo, com exceção de Ramón, que provavelmente só está aqui para ver a Sharon. De qualquer jeito, eu não me importo de levá-lo junto. Assim que a vidente abriu a porta fui recebido com o mesmo carinho de sempre, mas o abraço não durou muito quando ela viu Ramón.

- O que esse ogro está fazendo aqui! – ela disse assustada enquanto se escondia atrás da porta.

- Aonde?! – ele disse tirando sua adaga e se virando para trás.

- Ahm... Ramón, eu acho que ela falou de você.

- Eu? O que eu posso ter feito para uma bela jovem como você? – ele disse com um tom doce, gentil e educado enquanto colocava a cabeça na abertura da porta.

- O quê? O QUÊ? Você não se lembra? – e amarrou a sua echarpe no pescoço dele, numa provável tentativa de sufocá-lo.

- Calma gata! Tenho certeza que podemos resolver isso. – o mercenário ainda conseguia sorrir sem mudar o tom suave.

- Não me chame de gata! – Sharon apertou ainda mais a echarpe. – Isso não vai funcionar... – ela soltou a echarpe.

- Que bom que você me ouviu. – ele disse sorrindo e se endireitando, mexendo o pescoço de um lado para o outro.

- Isso requer algo de peso! – a vidente tirou uma adaga da cintura e gritou: - Lanças de Fogo!

Em dois segundo apenas, três chamas desceram do céu, atingindo em cheio Ramón.

- Isso deve resolver! – Sharon disse com um tom superior, enquanto limpava as mãos no vestido.

- Sharon. – ela se virou para mim. – Você tem certeza que está tudo bem? – eu me abaixei para tentar reanimar meu amigo.

- Claro! – ela sorriu. -Ele mereceu essa, mas eu seria incapaz de matá-lo.

- Então me ajude a colocar-lo no sofá. – e o levantei do chão.

- Não. Ele não põe mais os pés aqui dentro.

- Eu sei que ele não morreu, e que isso não é o suficiente para causar algum dano permanente nele, mas, por favor, ajude ele, e me conte o porquê de você ter tanta raiva dele. – eu tentei sorrir o mais calmamente possível.

- Ah, ok. Só porque é você Kaymo. – ela abriu a porta totalmente para que nós passássemos.

-Ele vai acordar em breve. – ela disse dando os ombros. – O quê vocês vieram fazer aqui? Com certeza não é uma visita.

- Você não sabe? Achei que você soubesse de tudo. – eu a olhei desconfiado enquanto colocava a mão sobre a bainha de minha adaga.

- Tem uma estranha névoa em volta de vocês, não consigo ver nem ouvir nadinha vindo de vocês dois. Vocês por acaso andaram brincando com uma runa da escuridão?

- Não exatamente brincando...

- Sei... Pois bem, o quê deseja?

- Onde fica Umbala?

 - hahaha Você só veio perguntar isso?

- Sim...

- Ah... – ela limpou a garganta. – É fácil, primeiro você vai à caverna do norte de Comodo, a única saída dela é para o primeiro campo de Umbala, passe por esse campo até chegar à margem direita, entre no portal para o segundo campo e ao extremo norte do campo terá outro portal, passe por ele e novamente outro portal ao norte, você chegará a Aldeia.

- Nossa, é até fácil. – eu disse depois de ter anotado tudo.

- Porem, há monstros terríveis que andam em bando pelo caminho.

- Tudo bem, estamos em grupo também. – eu sorri.

- E mais uma coisa, vocês terão que aprender a língua local antes de ir, porque senão, não entenderam uma palavra do que eles dizem.

- E como nós aprendemos?

- Isso infelizmente eu não sei dizer, e ande logo, ele está acordando. – ela disse se levantando.

- Ah claro, muito obrigada. Quanto é? – eu coloquei as mãos no bolso.

- Dessa vez é de graça, desde que você o tire daqui logo. – ela abriu a porta.

- Obrigada por tudo. – estava passando pela porta quando Ramón acordou.

- Ai! Saia daqui seu TA-RA-DO! – ela gritou, e eu vi a mão de Ramón descendo pela cintura dela.

- Desculpe! - e eu arrastei o pervertido para longe da entrada.

- O que você fez a ela Ramón? Ela não quis me contar. – eu o encarei.

- Eu não sei, mas se ela ler a carta que coloquei no bolso dela, eu tenho a chance de descobrir.

- Que carta? – eu perguntei surpreso.

- Você acha que ia desmaiar por causa de uma magiazinha daquelas? Hahahaha!

- Então você me fez te carregar por nada? – eu atirei uma pedra nele.

- Ei! Não foi por nada, eu tinha que tentar descobrir também, tenho a leve impressão que eu já namorei com ela...

- Ahh! Está explicado... – balancei minha cabeça negativamente. – Venha! Temos que encontrar os outros para que possamos descobrir como aprender a língua nativa do povo de Umbala, e então ir até lá.

- Eu sei falar a língua de lá. – ele exclamou com um sorriso enorme, com as mãos na cintura fazendo pose heróica.

- Sério? – perguntei surpreso.

- É fácil, vamos precisar de dez Papeis Amarelado, cinco Pedaços de Papel, uma Tinta de Polvo, uma Pluma de Ave e uma Máscara Feliz. Bem, eu usei a feliz porque é  mais barata, mas acredito que qualquer uma sirva.

- Eu tenho a máscara, algumas penas e tinta, mas não acho que tenho os papeis.

- Isso é, para cada um de nós, menos eu, claro.

 Nesse momento eu avistei Chin e Nuran, que vinham pelo caminho central da cidade, ele provavelmente estava carregando todas as compras que a irmã fez.

- Que bom que vocês chegaram! Para ir a Umbala temos que aprender a língua de lá, preciso de papel amarelado e pedaço de papel, algum de vocês tem?

- Eu tenho alguns, eu peguei alguns há uns 6 meses atrás. Devo ter cento e cinqüenta de cada. – ela disse depois de pensar um pouco.

- Cento e cinqüenta?! – eu exclamei. – Quantos monstros você teve que matar?^

- Poucos, estava treinando lá, eu vendi maioria lá mesmo, sobrou alguns só, esse tanto dá?

- Claro! E ainda vão sobrar alguns! – a abracei empolgado. – Então vamos pegar os itens e seguir viagem.


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