Um Presente para Edward ! escrita por sisfics


Capítulo 33
Capítulo 32




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/102894/chapter/33

Isabella Pov

- Mamãe?! - Nessie chamou da porta do quarto.

Sequei as lágrimas do rosto e me ajeitei no espelho do banheiro.

Edward entrou no banheiro com nossa filha em seu colo.

- Mamãe, vamos descer, eu ajudo você a fazer a comida e juro que não espio os presentes na árvore. - disse sorrindo.

- Como se você já não tivesse espiado, né mocinha? - cruzei os braços e fiz uma careta.

Nessie escondeu o rosto no pescoço do pai e deu uma risada. Sorri também, mas não deixei de perceber que Edward estava preocupado.

- Porque não vai botar uma roupinha mais confortável que a mamãe já vai para a cozinha com você, que tal?

Ela assentiu e desceu do colo do pai, indo na direção da porta do nosso quarto até desaparecer.

- O que aconteceu aqui em cima? - perguntou imediatamente.

- Nada, meu amor.

Ele me puxou num abraço e beijou o alto da minha testa.

- Mais tarde nós conversamos sobre tudo isso, tudo bem?

- Bem mais tarde. - me deu um beijo na bochecha e me puxou para fora da suíte

Antes de saírmos do quarto, o meu celular tocou em cima da mesa de cabeceira.

- Posso? - ele perguntou.

- Sim.

Edward foi até lá e atendeu o telefone, mas seu rosto não parecia muito satisfeito.

- Quem é?

Ele deu um sorriso debochado ainda com o telefone no ouvido.

- De onde fala só para eu ter certeza? - esperou que respondessem - Ah, claro! Um instante, por favor?

Caminhou até mim e colocou o telefone na minha mão.

- Acho que você conhece... um tal de Jacob, amor. - respondeu irritado.

- Edward?! - chamei inutilmente uma vez antes que ele batesse a porta do quarto com toda a força.

Fiquei ainda alguns minutos paradas sem acreditar que ele estava mesmo tendo um estúpido ataque de ciúmes logo agora. Talvez eu estivesse passando por um teste, todas essas pessoas estavam testando minha capacidade de me manter calma. Só podia ser isso. Respirei fundo e tentei não transparecer surpresa ou irritação ao entender Jacob.

- Alô?

- Bells?! - exclamou com uma voz verdadeiramente animada.

- Oi. - respondi desanimada - É bom ouvir sua voz.

- Ah, Bells, também é bom ouvir a sua. Muito tempo que não nos falamos.

- Está melhor? - perguntei me lembrando de seu acidente.

- Completamente recuperado, Isabella. Firme e forte, como uma rocha. Já voltei a minha antiga vida.

- É bom saber que conseguiu se recuperar.

- Foi um trabalho árduo, devo confessar. - debochou de minha preocupação - Como está nossa pequena?

O silêncio repentino dele me fez perceber que Jacob tinha achado que estava falando uma besteira muito grande. Mas no fundo, não era tão grande assim. Por muitos anos a chamamos de "nossa pequena", então era quase inevitável. Eu não podia brigar com ele pelo fato de a chamar daquele jeito.

- Me desculpa, Bella? Não foi minha intenção.

- Tudo bem, Jake. Sabe que não me importo com uma coisa dessa. Nessie está ótima. Levada como sempre e mais esperta a cada dia.

- Ela continua xeretando os presentes antes da manhã de Natal.

- Velhos hábitos nunca morrem.

- As lembranças também não. Sinto falta de vocês duas e de Alice também já que ela resolveu se despencar de Washignton para morar com você.

- É muito amor, você sabe que dessa forma foi melhor. Assim economizamos na conta de telefone. - ele deu uma risada.

- É, eu sei. Bem, eu liguei mesmo para desejar feliz Natal e perguntar se vocês estavam bem.

- Claro. Obrigada pela lembrança.

- É bom saber que você ainda atende caso veja meu número na identificação.

- Não seja estúpido. - ele deu uma risada baixa.

- Estive com sua mãe antes deles irem para Noova Iorque.

- Esteve?

- Sim, um pouco antes de Phill ir para o hospital.

- Eles chegaram hoje e já estão me dando ... quero dizer, ela já está me dando dor-de-cabeça. - riu novmente, mais alto dessa vez.

- Normal, Bella. Mães são sempre assim. A sua ainda é mais angelical que a minha.

- Faremos uma troca e veremos o que é verdade. - respondi rindo.

Esperei que ele terminasse de rir e ouvi mais receosa o que dizia.

- É sempre bom conversar com você. Queria poder estar aí para te dar um abraço, mas é impossível, então sinta-se abraçada, okay?

- Claro.

- Sei que nunca fui de ficar dizendo coisas sentimentais, mas estou mesmo com muitas saudades. - dessa vez não sabia o que responder e ele notou - Acho que já disse o que queria dizer. Talvez seja melhor você ir... resolver sua vida.

Eu sabia que Jacob tinha notado a voz masculina que atendeu o telefone, mas que não seria capaz de dizer qualquer coisa sobre o assunto. Ou talvez não quisesse dizer qualquer coisa. Eu também não responderia nada, talvez para não me magoar, mesmo sabendo que ele tinha me estimulado a voltar para Nova Iorque e ficar de novo com Edward. O carinho que sentia por ele não em permitiria dizer nada.

- Tem razão, há uma ceia a ser feita e apenas duas mãos para prepará-la.

- Você nunca foi muito boa na cozinha, querida.

- Mas tenho um livro de receitas ótimo ao meu favor. - deu outra risada.

- Espero mesmo que seus convidados estejam preparados.

- Espero mesmo que você entale com sua comida mais tarde, seu bobo.

- Espero mesmo um dia poder te ver de novo. - mais uma vez não soube responder - Feliz Natal, Bella. Mande um abraço para Alice e diga a Nessie que a amo, tudo bem?

- Sim.

- Vou desligar.

- Feliz Natal, Jacob. - em seguida ele desligou por não termos mais nada o que dizer e fiquei ainda sentada encarando o aparelho por alguns minutos.

Depois larguei o celular sobre a cama e desci até o primeiro andar do apartamento. Edward estava com Nessie sentada em seu colo no sofá e cochichavam alguma coisa que a deixava com um sorriso enorme. Mas quando ele olhou para mim, parecia bastante irritado.

Terminei de descer os degraus ainda receosa e me aproximei dos dois.

- Vou começar a fazer o jantar. - anunciei.

- As coisas que minha mãe trouxe para a ceia estão em cima da pia. - ele respondeu desgostoso.

- Edward, você podia me ajudar lá dentro um instante? - queria conversar a sós e dizer o quão idiota estava sendo por ter ciúmes de Jacob.

Será que ele não tinha percebido ainda que o amava mais que tudo? Aquilo era tão estúpido quanto sentir ciúmes de uma pedra. O que eu sentia por Jacob estava enterrado desde antes dele entrar na minha vida. Apesar de não querer encarar isso de frente, sabia que só tinha ficado com Jacob todos esses anos porque ele me amava e porque precisava de alguém do meu lado.

Não era possível que Edward estivesse com ciúmes disso.

- Não sei se vai dar. - ele botou Nessie no chão.

- Mãe, posso assistir tv? - ela perguntou.

- No seu quarto, querida.

Ela sorriu e foi correndo para o quarto, subindo os degraus de dois em dois.

- Podemos conversar? - perguntei quando estávamos completamente sozinhos.

- Melhor que não seja agora. Eu preciso sair de casa.

Aquela frase me pegou de surpresa. Não era possível que ele estivesse tão irritado ao ponto de sair assim e me deixar sozinha.

- Sair?

- Sim.

- Aonde vai na véspera de Natal?

- Porque todo esse espanto, Bella? - se levantou e buscou a chave do carro na cozinha - Volto logo. Fecha a porta quando eu sair.

- Isso tudo é por causa desse telefonema? - perguntei, pondo as mãos no quadril.

Parou em frente a porta e se virou para me encarar. Edward ajustou o maxilar e cruzou os braços.

- Não me importo com quem você fala no telefone. Eu só preciso sair, tá? A gente conversa depois. - parecia sutil ao falar mas percebi o quanto estava aborrecido.

- Então, tchau. - resmunguei, quando ele girou a chave e saiu no corredor.

Assim que fechei a porta da sala, o telefone tocou.

- Alô?

- Bella? - reconheci a voz, mas não sabia de onde.

- Pois não?

- É o Jasper, Bella. O Edward tá aí?

- Não. Ele acabou de sair. Liga para o celular dele, acho que levou junto.

- Não se preocupa. Era com você mesmo que eu queria falar.

- Era?

- Sim. Eu queria te pedir um favorzinho. Tudo bem?

- Pode dizer.

- Bem, eu queria saber se a sua amiga, a Alice... er, queria saber se ela ainda está muito aborrecida comigo.

- Ah, Jasper, como eu vou saber? - dei de ombros.

- Ué, pensei que sei lá, né?! Vocês são melhores amigas.

- Você está com medo de que ela dê algum chilique para cima de você durante o jantar? - segurei um riso.

- Não, imagina. - ele parecia apreensivo - Só quero saber se ela vai se importar com a minha presença aí. Ou então eu nem vou.

- Não diga uma besteira dessa. Você é o nosso convidado.

- Nosso? - se entusiasmou - Quer dizer que você me perdoa pelo atropelamento também? - dei uma risada fraca.

- É, Jasper. Não guardei rancor de você. - ouvi sua risada - Só tem que se preocupar com Alice.

- É, eu sei. Tenho um plano para isso. Era só isso, Bella. Nos vemos mais tarde.

- Sim, nos vemos mais tarde. - não sabia que tipo de plano estava em sua mente, mas também não queria saber porque se Alice não gostasse e soubesse que eu era cúmplice, jamais me perdoaria.

Jasper desligou em seguida e voltei para a cozinha para terminar de preparar os pratos principais que já tinha deixado quase prontos ontem e guardei na geladeira os doces que Esme trouxera, ainda assim Edward não saía da minha cabeça.

[...]

Eram quase seis e meia e Rosalie já tinha ligado dizendo que estava saindo de casa com Emmett e seus pais. Edward ainda não tinha chegado. Eu já estava pirando, andando de um lado para o outro da sala enquanto Nessie me acompanhava com seus olhos sonolentos do sofá.

- Que que houve, mamãe? - perguntou, apoiando o queixo na mão sem o menor interesse.

- Seu pai que ainda não chegou. Se eu tiver que receber aquela coisa da sua avó sozinha, eu o mato. - rosnei.

- Papai tá encrencado?

- Muito filha. Muito encrencado.

Parei para olhar para ela e percebi que tinha algo de muito estranho em seu rosto.

- Rennesme, você penteou o cabelo?

- Claro.

- Depois do banho, não depois que acordou.

Ela deu um sorriso forçado, pulou do sofá e foi caminhando de fininho até a escada. Assim que sua sombra desapareceu no segundo andar, a porta do apartamento se abriu e Edward apareceu com uma cara cansada.

- Mas que inferno. Será que você pode me ajudar aqui? - pediu esbaforido.

Fui até a porta e o vi com quatro cadeiras iguais a da mesa de jantar empilhadas no corredor. As quatro de madeira maçiça e pesadas como as outras. Ele passou uma bolsa preta para detrás das costas e entrou apressado.

- Arrasta elas aqui para dentro, depois eu coloco no lugar. - passou correndo para a escada e subiu o mais depressa que pode.

Eu não estava entendendo mais nada. Subi as mangas do meu sueter azul até o cotovelo e fui ao trabalho. As quatro eram bem pesadas como as da sala e as arrastei até a entrada da sala de estar. Quando terminei de fechar a porta, Edward apareceu na escada sem camisa e logo providenciou que todas elas estivessem nos seus lugares na mesa.

- Porque fez isso? - perguntei, enquanto ele terminava de arrumar espaço para a última.

- Sabia que é difícil arranjar um bom carpinteiro hoje em dia? A profissão mais antiga do mundo está quase desaparecendo.

Ele apoiou os braços nas costas da cadeira, flexionou os cotovelos, fazendo os músculos das suas costas ficarem ainda mais definidos.

- Só conheço um e foi ele quem fez essa mesa e essas cadeiras para mim quando me mudei para esse apartamento. É lindo, não é? - passou uma das mãos sobre a madeira.

- Sim, é lindo. - confirmei ainda irritada, mas tinha que concordar.

Era mesmo um belo móvel, só ainda não entendia porque tinha sumido quase todo o dia. Não devia ser por causa de mim.

- Sua família já vai chegar, onde estava? - se virou calmamente para mim e deu de ombros.

- Tive que buscar isso do outro lado de Nova Iorque e fazer duas viagens por que não cabia no meu carro. Ainda passei no escritório.

Caminhou na direção da escada de novo, mas fui atrás.

- O que foi fazer no escritório?

- Nada. - deu de ombros.

- Não tem ninguém trabalhando hoje.

Queria saber o que estava me escondendo.

- Por isso mesmo carreguei isso sozinho até aqui. Se tivesse alguém trabalhando hoje provavelmente teria chegado mais cedo. É melhor eu ir tomar banho antes que eles cheguem. Não quero te deixar sozinha com minha mãe.

Correu até a escada e subiu.

- Edward? - chamei, mas não me ouviu - Edward?

Desisti de uma vez e voltei para a cozinha para ligar o fogão e assar mais o peru. Como ele saía daquele jeito e voltava completamente recuperado e então com as malditas cadeiras? Porque tinha ido no escritório?

- Está tentando me provocar ciúmes? - perguntei em voz alta, enquanto fechava a porta do fogão.

- Você me deixa louca.

- Está falando com quem mamãe?

Virei para trás e vi Nessie com os braços cruzados e o rosto fechado.

- Er.. com ninguém.

- Hum. Papai chegou. Ele ainda está encrencado?

- Isso é conversa de gente grande.

- Espera só eu crescer.

- Aham, sei. - larguei o pano de prato sobre a bancada e voltei para a sala com ela.

Edward não demorou muito no banho, foi quase a conta certa para que seus pais chegassem com Rosalie e Emmett.

Gloria vestia um lindo vestido vermelho com meias-calça xadrez, a menina era uma graça com seus cachos loiros e os olhos verdes.

Rosalie estava linda com sua barriga de aproximadamente seis meses de gravidez sobre a blusa branca. Ela apoiava a mão sobre o ventre como se estivesse com medo de qualquer aproximação e logo depois de nos cumprimentarmos foi se sentar no sofá. Eu entendia seu lado porque também tive uma gravidez difícil com Nessie e apenas sorri e pisquei para ela. Emmett e Carlisle entraram com mais presentes o que me deixou um pouco assustada e foram colocar tudo embaixo da árvore.

Esme me cumprimentou educada e abraçou o filho antes de entrar. Ela parecia um pouco mais "civilizada" do que de manhã e eu ainda nutria esperanças verdadeiras de que ela visse com bons olhos a nova família que eu queria formar com seu filho.

Edward Pov

- Quantas cadeiras. A noite será animada. - meu pai disse, indo cumprimentar Bella assim que se livrou dos embrulhos.

- Mais até do que eu esperava. - tentou parecer simpática e não desesperada.

Ele a abraçou com um enorme sorriso e então Emmett o seguiu.

- Ainda falta algumas pessoas, pai. Espero que gostem de conhecer a família de Bella.

Se entusiasmou e sorriu.

- Vai ser muito bom.

Olhei para Bella para lhe dar um sorriso, mas ela olhava para o outro lado da sala e quando segui seu olhar vi que minha mãe a encarava com um sorrisinho debochado.

Ela também não dava um descanso. Não era nenhuma senhora indefesa e aquilo estava começando a me irritar.

- Seu queridinho também vem hoje, mãe. - chamei sua atenção para que quebrasse o contato visual com minha mulher.

- Jasper? Estou mesmo com saudades dele. - respondeu sorrindo e olhando para o colo.

- Sua barriga está enorme, tia. - Nessie falou alto, enquanto se sentava ao lado de Rose.

- Com licença, eu vou até a cozinha. - Bella passou por mim e foi na direção da porta.

- Daqui a pouco você vai poder conhecer seu priminho ou priminha.

Nessie se virou para Gloria que sentava ao lado da mãe e disse:

- Eu ficaria com ciúmes. - sentei também no sofá ao lado dela que continuou com suas pérolas - Pai, você vai me dar um irmão? - me pegou desprevinido.

- Não sei, querida.

- E uma irmã? Menina é mais fácil de cuidar.

- Onde você ouviu isso, garota? - meu pai perguntou.

- Nem lembro. - deu de ombros.

Todos riram com sua cara de inocente, então ela continuou, ficando em pé.

- Mamãe disse que coração de mãe é gigantesco, mas a professora Jane disse que o coração é do tamanho de uma mão fechada. Assim ó... - demonstrou com seu punho.

Ela desequilibrou sobre o sofá e caiu de costas no meu colo com um sorriso enorme.

- Como pode, papai?

- Não sei, filha. É um mistério. Só sei que é verdade. - olhei para minha mãe nessa hora e esperei inutilmente que ela estivesse entendendo o recado e parasse de ignorar a neta.

Mas como era de se esperar, nem olhou para mim.

- Dói, tia? - perguntou.

- Claro que não. - Rosalie deu uma risada.

- Nem quando o neném mexe?

- Ainda tem espaço suficiente para ele. Mas tem uma pessoinha mais ansiosa para ver esse neném nascer do que eu, não é mesmo? - disse olhando para Glorinha que escondeu o rosto.

Nessie se levantou do sofá.

- Vou perguntar uma coisa para mamãe.

Saiu correndo pela sala atrás de Bella. Foi quando percebi que Emmett estava quase dormindo enquanto se sentava numa poltrona ao lado de Esme.

- Hey, minha irmã está te dando trabalho? - ele abriu um dos olhos e sorriu.

- Deixe de ser exagerado, Emm. - Rosalie reclamou.

- Mas o que aconteceu? - Carlisle perguntou.

- Sua filha resolveu ter desejo de comer manjar com calda de amora quase duas da manhã. - ele sussurrou.

- E seu filho vai nascer com cara de amora, porque você me trouxe com calda de ameixa. - Rose bufou.

- Onde você acha que eu vou arranjar amora às uma e meia da manhã na antevéspera de Natal, meu amor?

Tentei segurar o riso, mas não consegui. Coitado de Emmett! Mas, pensando bem, ele tinha sorte de ter visto sua esposa grávida duas vezes, acompanhar todas as gestações, o que eu não tinha feito com a minha filha.

Tive vontade de levantar na mesma hora para pedir que Bella me mostrasse uma foto dela quando carregava Nessie em seu ventre, mas eu ainda estava com receio de conversar com ela depois da ligação daquele homem.

Não estava me sentindo inseguro, só não achava certo e não sabia que ela ainda mantinha contato com ele. Será que ela me escondia alguma coisa?

Queria o mais urgente possível ficar sozinho com ela para conversarmos, mas seria meio impossível até que todos fossem embora.

- Esme cismou em comer terra quando estava grávida de Edward. - meu pai falou.

- Deus, nem me lembrava mais nisso. - ela bufou.

- Terra, mãe? Não tinha uma coisinha melhor, não?

- Voltei. - Nessie disse entrando de novo na sala e se sentando ao meu lado.

- Foi meu subconsciente, filho. Não faça essa cara.

A campainha tocou quando Rosalie se inclinou para nossa mãe para perguntar como tinha sido essa história. Eu e Nessie fomos abrir a porta para a família de Bella que tinha chegado. Finalmente fui apresentado a Phill que era bem simpático. Renne me recebeu super bem também. Tomei um susto ao ver Jasper aparecendo no corredor na hora que Alice dava um abraço na sobrinha. Ele acenou e sorriu com algumas caixas na mão. Nessie acenou para ele em resposta o que fez Alice virar de costas e tomar um grande susto.

- Você aqui? - ela perguntou com os olhos arregalados.

- Er... Oi. - ele sorriu.

Ela olhou para mim sem saber o que dizer.

- Bem, Alice, como você sabe o Jasper é meu melhor amigo e ele veio passar o Natal conosco. Espero que você não se incomode por causa do acidente.

- Aliás, será uma bela ocasião para eu pedir desculpas pelo que fiz com você. - ele coçou a cabeça e tentou se aproximar dela, mas logo Alice jogou suas muletas para dentro do apartamento e foi andando até estar na sala.

- Ela é difícil. - disse para mim.

- E você um idiota. Agora entra!

Isabella Pov

Voltei para a sala para cumprimentar minha mãe, Phill e Alice. Nessie falava alguma coisa sobre uma barbie com minha mãe quando eu a interrompi.

- Querida, não seja tão afobada. - a tirei do colo de Renne.

- Oi, mãe. - a abracei.

- Feliz Natal, querida.

Abracei Phill, Alice e Jasper em seguida e os apresentei a família de Edward.

Vi de cara que Esme tinha notado a diferença de idade de minha mãe e meu padrasto e já os olhava com aquela cara de quem comeu e não gostou. Mas Carlisle os recebeu com toda a educação do mundo. Eu jamais poderia pensar que ele fosse tão gentil assim. Minha mãe adorou a surpresa de que a irmã de Edward estivesse grávida e logo sentou ao lado dela para conversarem.

Agora Rosalie sofreria um pouco nas mãos dela como eu sofri quando estava naquela situação. Jasper começou a conversar com Esme, a distraindo de mim. Os outros homens começaram a conversar, enquanto eu puxei Nessie para a cozinha comigo.

- A casa está cheia mãe. - disse quando estávamos sozinhas.

- Sim, cheia até demais. - me ajoelhei na sua frente - A mamãe tá bonita?

Ela tirou meu cabelo detrás da orelha e ajeitou meus cachos sobre o sueter.

- Agora tá mais. Porque a pergunta?

- Nada demais. - menti.

Eu estava com medo de estar com cara de palhaça na frente de tantas pessoas, principalmente de Esme.

- Será que vai ter comida para todos? - perguntou.

- Não tem problema. Se estiver faltando as crianças comem biscoitos. - ela fez um bico.

- Tem graça, né?! - dei uma gargalhada - Nem no último Natal quando ficamos na casa da mãe do Jake estava tão cheio.

- É, eu sei.

- Vamos pra sala, mãe? Eu quero ficar com a tia Rose.

- Pode ir, meu amor. A mamãe vai terminar de preparar mais algumas coisas aqui para o jantar e já vai para a sala.

Assim que terminei de falar, várias gargalhadas vieram da sala. O que era um alívio sabendo que nossas famílias não estavam em pé-de-guerra.

Nessie voltou para lá, me deixando livre para andar preocupada de um lado para o outro. Eu não tinha que ver porcaria nenhuma de jantar, mas estava com receio de ir até lá.

Dei um pulo quando ouvi duas batidas altas na parede atrás de mim. Olhei para baixo e vi que ALice batia ali com a parte emborrachada da muleta.

- Como você tá?

- Oi, amiga. Er... bem.

- Parece estranha.

- Não preciso mentir para você. Estou preocupada com todos lá na sala. Não sei porque, mas me sinto uma estranha no ninho.

- Bella, toda sua família está lá agora e a sua nova também. Não se deixe abalar por alguns olhares, tá? - ouvimos mais algumas risadas altas, então eu sorri também.

- Er... acho que tudo bem.

- Quem deveria estar muito irritada sou eu. Porque não me contou que aquela pessoinha estaria aqui? - ela estava começando a corar.

- Quem faz a lista de convidados do meu Natal sou eu, garota. Qual seu problema? O Jasper só quer te pedir desculpas...

- Shhhhi. Não fala esse nome alto. Bem, eu não aceito as desculpas dele. Ainda acho que me atropelou de propósito porque dei o fora nele na boate.

- Você é ridícula, Alice. - deu careta - E tem mania de perseguição.

- Olha quem fala. Vamos voltar para sala antes que aquele doido venha atrás de mim aqui na cozinha. Ele está quase me perseguindo até o banheiro.

Revirei os olhos e a ajudei a caminhar. Queria ver no que esses dois podiam dar. Talvez fosse uma mistura interessante.

Voltamos para sala e pela primeira vez me senti confortável ali. Percebi que Carlisle e Phill se davam bem. Minha mãe ficou horas conversando animada com Rosalie sobre enxoval, decoração do quarto do bebê, da mesma maneira que ficou comigo. Quero dizer, ficou até a hora que eu tive que ser internada com cinco meses de gravidez e passei todo aquele tempo no hospital por causa do risco. Nessie conseguiu influenciar até o anjinho que era sua prima a ficar espiando os presentes embaixo da árvore. Edward fez uma promessa com ela de que poderia abrir os presentes assim que amanhecesse e ele mesmo a acordaria, o que fez com que ficasse quieta. Mesmo conversando com Alice, eu percebia que os olhos de Jasper sempre escapavam para ela. E isso a deixava com as bochechas cor-de-rosa. No fundo, ela sabia que sentia atração por ele e que o achava uma pessoa boa. Jasper era especial e eu resolvi dar uma de cupido para os dois. Quando era quase onze, fui até a cozinha e tirei algumas coisas da geladeira. Voltei para sala e pedi que Alice me ajudasse. Depois de todos aqueles dias com o gesso, ela já estava bem melhor agora e quase implorava para ser útil em alguma coisa, então começou a pôr a mesa. Sem que visse, chamei Jasper num canto e pedi que ele a ajudasse, pois o serviço poderia ser pesado para ela com as muletas. Ele parou ao seu lado, e sorriu. Os dois tiveram um princípio de conversa, mas logo fui me esconder na cozinha para terminar de pegar os talheres.

Quando os levei para a mesa, deixei perto dos dois e voltei a me sentar no sofá. Rosalie encostou a ponta de seu sapato em mim para chamar minha atenção e sorriu.

- Você vai matar sua amiga de raiva. - sussurrou.

- Antes disso espero que ele faça o papel dele.

- Resolveu dar uma de cupido essa noite? - perguntou rindo.

- Já estava mais do que na hora.

Minha mãe se sentou ao nosso lado com um copo d'água na mão.

- O que estão falando?

- Mãe, você não está importunando Rosalie, não é?

- Claro que não. - ela e minha cunhada disseram juntas.

- Imagino. - murmurei.

Alguém tocou meu ombro e me fez olhar para trás. Jasper sorriu para mim e avisou que a mesa já estava quase pronta.

Eu levantei ao mesmo tempo que Esme que segurou meu braço e caminhou comigo até a mesa de jantar. O sorriso dela era sonolento e despreocupado.

- Posso te ajudar a trazer as coisas para cá? - perguntou.

Ergui uma das sobrancelhas, mas assenti. Eu, ela e Alice terminamos de colocar toda a comida na mesa, enquanto as pessoas começavam a se levantar e se sentar. Edward ficou na cabeceira na mesa, comigo ao seu lado direito e seus pais do outro. Emmett se sentou na outra cabeceira, também Rosalie e Gloria ao lado dos avós. Perto de Nessie se sentaram Alice, Renne e Phill nessa ordem e percebi que minha amiga estava começando a ficar cor-de-rosa de novo por estar na frente de Jasper.

A ceia foi como nunca eu havia experimentado. Não sei se palavras conseguem explicar o que eu estava sentindo. Era divertido, aconchegante e melhor do que eu pensei que seria. Sinceramente, estávamos mesmo parecendo uma família com suas discordâncias e seus diferentes tipos de amores.

Percorri os olhos na mesa desde Edward até Nessie. Todos pareciam felizes, principalmente minha filha. Era seu primeiro Natal com o pai, com uma mesa cheia daquele jeito, tantas pessoas que faziam seus pequenos olhos verdes ofuscarem qualquer preocupação que eu tivesse tido mais cedo.

Ela tentava memorizar o mais rápido que podia o que todos faziam no conjunto e particularmente. Mas tudo acontecia rápido demais para suas esmeraldas que percorriam cada canto da mesa. Me senti feliz por saber que estava dando aquele presente para ela de ter os momentos com um pai que eu não pude ter.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!