Uma Estrela em Minha Vida escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 63
Um grande susto




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Nossos corpos dançavam juntos numa sintonia harmoniosa, e eu sentia coisas que nunca sentira antes perto de uma garota. A música estava acabando. Nos separamos um pouco, não deixando de cantar, e ouvi Ellie dizer, colocando suas mãos em meus ombros:

-Eu te amo.Sorri, e disse:

-Eu também.– Não dava mais pra segurar, nos aproximamos e nos beijamos.

No dia seguinte, Jazmyn e eu acordamos exaustos. Quer dizer, eu acordei exausto, ela havia dormido por muito tempo. Eu passei a noite inteira brincando e zoando com meus amigos, fui dormir lá para suas três da manhã. Voltamos para casa naquele dia, não antes de eu renovar meu visual e cortar o cabelo.

Ellie adorou, disse que eu estava mais maduro. Eu retribuí o elogio com um beijo, quando estávamos indo para o vôo. Eu adormeci no avião com Jazmyn ao meu lado direito e Ellie á esquerda.

Infelizmente, as coisas meio que ficaram estranhas quando voltamos para casa. Tudo bem, eu levava Chris todo dia para a AHS, junto com a minha namorada, que, por uma coincidência, também estudava lá, ficava com Jazmyn em casa, estudava, tocava um pouco, okay.

 Uma semana depois de voltarmos de Toronto, simplesmente passei por uma das piores sensações que tive como pai.

Tinha ido a uma reunião, era um sábado, havia pedido para Chris ficar com Jazmyn, qual é, ele não seria tão irresponsável (ou burro), ela não dava trabalho nenhum! E ainda por cima estava dormindo.

Fiquei uma hora, uma hora e meia, fora. Quando cheguei em casa, a surpresa: Não havia ninguém lá. Nem Chris, nem Jazzy. Eu voltei para meu carro, talvez eles tivessem ido para a casa da minha mãe, e, dez minutos depois de eu ter arrancado, meu celular tocou. Era Chris. Parecia nervoso.

-Alô? Cadê você, man? – Perguntei.

-Promete que não vai me matar?

-Por quê? O que aconteceu?

-Eu... Estou no hospital com a Jazzy...- Arregalei os olhos e quase bati o carro.

-Hospital?! O que houve com a minha filha?!

-É uma longa história... – Eu tentei normalizar minha respiração, e berrei:

­-SE ALGUMA COISA ACONTECEU A ELA, EU JURO QUE TE MATO, CHRISTIAN BEADLES!

A ligação caiu. Eu fui correndo para o hospital. Quando cheguei lá, já tinha lágrimas nos olhos. Estava na emergência. Vi Chris encostado em uma parede, de braços cruzados. Batia nervosamente o pé. Eu fui correndo em sua direção.

-O que aconteceu com Jazzy!? – Perguntei, segurando com força seu braço.

-Foi um acidente, eu juro!

-O que aconteceu?!

-Justin, eu juro, eu não queria, eu virei o olhar por um segundo, e... Ela estava imóvel no chão, sangrando. – Sua voz falhou. Eu estava atônito demais para comentar algo. Quando abri a boca, foi pra gritar com Chris:

-Seu irresponsável, como você pôde?! Ela... Ela...

-Eu sinto muito, me desculpe! – Ele disse. Eu ergui um punho, como se fosse dar um soco em Chris, de olhos fechados, com lágrimas no rosto.

Então eu abri os olhos.

Chris estava soluçando, protegendo o rosto com as mãos. E então eu deixei o ódio de lado por um segundo. Eu havia deixado Chris assim? Meu melhor amigo?

Eu abaixei a mão, incrédulo com o que iria fazer, e disse:

-Não vale a pena fazer isso. – Então o empurrei e entrei no quarto que Jazzy estava.

Um médico estava lá. Jazzy estava bem. Um tombo da escada, nossa, eu havia definitivamente me convencido que Chris era a pior pessoa pra se cuidar de um bebê. Para o meu alívio, ela só havia levado um tombo e um pequeno corte na testa. A inconsciência é normal, ela tem três meses! Estava dormindo, se recuperando do efeito do sedativo.

Eu fiquei sentado ao lado do berço que ela estava dormindo calmamente, acariciando a sua pequena mãozinha, e pensando no que havia feito com Chris. Foi errado, foi.

Minha mãe apareceu algum tempo depois, ela havia recebido a notícia e havia ido correndo para o hospital. Ela ficou abraçada a mim enquanto eu tentava conter meu choro. Quando Jazzy acordou, foi o maior alívio que já tive.

-Oi, querida... – Disse, com uma voz calma. Ela reconheceu minha voz, e soltou um sorrisinho fraco. Eu suspirei. – Meu Deus, filha, você quase matou seu pai do coração!

Minha mãe colocou seu braço em volta de mim quando eu a peguei no colo e comecei a niná-la, sibilando que estava tudo bem, que iríamos voltar para casa logo. Bem, na verdade, ela iria passar a noite em observação no hospital. Eu sacrifiquei um jantar com Ellie para ficar com Jazzy, mas Ellie também ficou lá comigo. Ela sabia que o jantar comigo seria um horror se Jazzy estivesse no hospital. Provavelmente eu ficaria paranóico e ligaria para minha mãe a cada minuto.

Pior de que deixar o espaguete inteiro cair na camisa.

Bem, Jazzy ganhou alta, Kenny teve que me levar para casa, por que eu não conseguia sair do hospital, por causa da quantidade de paparazzis aglomerados na porta. Eu fiquei realmente irritado. Minha filha estava se recuperando de um acidente, e ainda tinha que atravessar um mar de fotógrafos! Era revoltante.

Bem, mas por isso que eu acho que Kenny é o homem mais inteligente do mundo, por que ele conseguiu uma espécie de saída secreta, que levou eu, Ellie, minha mãe e Jazzy em segurança para um blindado com vidros escuros. Coloquei Jazzy na cadeirinha e dei o sinal para Kenny arrancar.

-Cara, Kenny, você é o maior!! – Disse. Ele agradeceu, com um sorriso no rosto. Em minutos estávamos em casa. Kenny nos deixou na minha casa e foi dar um chá de sumiço no carro. Antes de abrir a porta da sala, rezei para que Chris tivesse o mínimo de cuidado com a minha casa.

Para minha surpresa, a casa estava impecável. Nenhum sinal de Beadles em lugar nenhum. Jazzy dormia em meu colo, então a acomodei no berço, e fui procurar Chris. Ele estava no quarto de hóspedes, aonde ficaria em toda a temporada que passaria comigo.

Estava sentado, jogando um videogame do qual não conhecia, e tinha uma lágrima notável no rosto. Tentei falar com ele, mas ele não me respondeu. Só sibilou para que eu fosse embora e o deixasse sozinho. Bem, eu merecia. Ele não saiu do quarto o dia inteiro. Logo, não ter Chris fazendo doideiras pela minha casa começou a fazer efeitos em mim. Ele era meu melhor amigo, como pude fazer aquilo?

Eu era um idiota.


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