One Of The Boys escrita por Anna C


Capítulo 9
One Of The Girls


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AQUI!

Olha, antes de tudo quero avisar pra vocês uma coisinha... É o último capítulo. Sim, tudo tem um fim e o da fic chegou :x Só não avisei antes, porque também não previa isso! Queria ter feito um final melhor, mas sou completamente péssima para terminar histórias. Eu sempre tenho uma ideia pra continuar, nunca vejo o fim entendem? Mas tive que me esforçar pra me despedir dessa fic... E cara, eu não pensei que fosse ser tão dificil! Bom, vou deixar o blá, blá, blá pro final. Espero que gostem!



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Bom, quase tudo estava do jeito que devia ser… Quase. A questão era como. Como reconquistar um cara? Já disse antes, eu não tinha experiência alguma em relacionamentos e me humilhar ou coisa do tipo estava fora de cogitação, porque apesar de tudo eu ainda queria manter o restinho da minha dignidade.

Lily me disse que eu deveria deixar pra lá e que logo ele perceberia que estava errado. Pelo jeito ela não prestou nem um pouco de atenção no que eu tinha dito, porque a situação era totalmente inversa. Eu era a errada na história.

Já Lorcan me aconselhou apenas tentar conversar novamente. Mesmo que ele não quisesse me dar ouvidos, eu devia insistir até aquele parasse para escutar o que eu tinha pra dizer. Se mesmo assim, Scorpius não quisesse saber de mim ou das minhas desculpas, não merecia minha preocupação.

Entre os dois, eu ficava com a ideia do meu amigo, elas costumavam dar certo, não é? Mesmo sendo indicações de “vozes” ou seja lá o que, sempre davam resultado.

Eu encontrei Scorpius novamente no fim de Janeiro. Estava no local do nosso primeiro beijo, à beira do Lago Negro.

– Me desculpe.

Ele se virou bruscamente para ver quem falava, parecendo levemente surpreso em me ver.

– Eu sei que não é muito, mas… Bom, o Albus tinha sugerido uma declaração musical no meio do Salão Principal, mas você sabe que não faz meu estilo.

Podia jurar que o loiro dera um sorriso por uma fração de segundo, que só pude perceber por estar extremamente preocupada com sua reação. Ele ficou sério, então.

– Eu aceito suas desculpas. Só não pense que isso muda muita coisa…

Revirei os olhos.

– Caramba, quero ficar de bem com você! – me aproximei bastante dele ficando a apenas vinte centímetros de distância.

Scorpius franziu o cenho, indeciso.

– Você não entende… Não dá.

– E por que não? – questionei, confusa.

– Se fizéssemos completamente as pazes, o que a gente seria? Amigos? Ou…

– Seja sincero. – o cortei. – Naquela noite, você havia tomado que decisão?

Scorpius corou, me olhando nos olhos. Estava hesitante para responder.

– Hein? – insisti.

– Eu… Eu queria ficar com você. Não ficar de amassos, mas realmente estar com você.

– E o que mudou? – apoiei minhas mãos em seus ombros.

– Você mudou. – o corvinal fora seco em sua resposta.

– Juro pra você que não sou daquele jeito… Eu cometi um erro grave e me arrependo muito! Mas se você não consegue ver que, droga, é passado e nunca irá se repetir... Então não sei mais o que dizer pra você se convencer.

Foi nesse momento que ele ficou apenas me fitando, como se quisesse se certificar de algo. Por fim, sorriu. Por Merlin, ele estava sorrindo pra mim!

– Nunca mais dê em cima de goleiros idiotas. – falou, com um pouco de seriedade, mas mantendo o sorriso no rosto.

Mal podia acreditar… Finalmente!

– E você nem ouse voltar a se agarrar com outra Barbie paraguaia feito a Marshall! Aliás, com nenhuma outra garota.

– Há, e o que te faz pensar que pode me proibir disso? – só queria é me provocar.

Ri levemente.

– Ah, cala boca. – o puxei pela gola da camisa e fiz com que os vinte centímetros que nos separavam sumissem.

O beijo fora mais calmo do que o primeiro. Não tínhamos pressa… Sabíamos bem o que queríamos e nada podia nos impedir! Quer dizer, nós esperávamos que não.

–x--x--x--x-

Era uma sensação nova. Andar de mãos dadas com alguém pelo corredor era algo que eu nunca havia experimentado e no fim das contas, eu gostei. Nossos dedos estavam entrelaçados, formando um elo impossível de se quebrar… Era isso que eu sentia: que éramos inseparáveis.

Agora, eu via as expressões de choque das pessoas ao nosso redor. E quando eu digo choque, quero dizer que eles estavam totalmente abismados, como se fôssemos unicórnios rosas-choque, galopando felizes e em plena Hogwarts. WTF! Isso não fez sentido. O ponto é que devíamos ser duas aberrações para eles nos olharem daquela forma.

De fato, era absurdo.

– QUE PALHAÇADA É ESSA? – a barraqueira estava demorando pra aparecer.

Artemis havia parado em nossa frente, furiosa, bufando feito um touro.

– Você realmente me deu um fora pra ficar com isso aí? É alguma pegadinha?

Pela primeira vez, vi Scorpius confrontá-la.

– A menos que você seja cega, é isso mesmo que você está vendo. Agora, licença… - o corvinal ia me puxando pelo braço.

– Quê?! Nããão… Podem parar por aí. – a loira nos impediu. – Acham que vai ficar por isso mesmo? E então, Weasley? Quando vai parar de brincar de bonecas e voltar pros seus balaços? Você não me engana! Continua a mesma grosseirona e masculina de antes… Não é uma mini saia que vai mudar isso. Ele pode gostar de você agora, mas sua máscara vai cair. E quando isso acontecer, vamos ver quem realmente o merecerá.

Não pude me controlar e comecei a rir escandalosamente. Todos me encaravam devidamente confusos e preocupados com a minha saúde mental. Cheguei mais perto da sonserina, ficando cara a cara com ela. Parei com o riso.

– Marshall, vai se ferrar. Não, não… Quer saber mesmo? Cansei de bancar a educada: foda-se.

Palmas começaram a ser batidas. Eu não entendi bem porque, mas realmente não estava dando a mínima pra isso. Artemis saiu batendo o pé dali e a vitória estava estampada em meu rosto. Aquela mocréia havia finalmente tido o que merecia. Ok, ela merecia mais, mas por enquanto estava bom...

–x--x--x--x-

– Vou sentir sua falta. – Lorcan me abraçava fortemente na estação King’s Cross.

Cinco meses se passaram. O sexto ano tinha chegado ao fim e eu finalmente entrava nas férias de verão.

Quanta coisa aconteceu nesse ano! Ok, revisando tudo. Descobri que era apaixonada pelo meu melhor amigo, morri de ciúmes, tentei fazê-lo me notar me vestindo com as roupas mais justas possíveis por aconselhamento da minha prima perua, decepcionei uma fã, fiz amizade com o grifinório gay mais genial e esquisito que existe, fiquei “normal”, reconquistei uma fã, recebi meu primeiro beijo, flertei com um cara que não gostava pra enciumar outro, ferrei com a vida de todo mundo, acabei com as chances de Phoebus McLaggen de ter filhos, consertei as coisas, arranjei um namorado e de quebra, humilhei uma vaca. Foram os meses mais estranhos da minha vida… Sem contar esses últimos, nos quais as coisas não poderiam ter sido melhores!

– Me escreva! – meu amigo praticamente ordenava.

– Vou escrever sim! Mas você tem que é aparecer lá em casa… Eu e o Hugo vamos adorar visitas suas. – afinal, eles realmente se tornaram amigos.

Ele sorriu.

– Ok, seu namorado vai aparecer em dez segundos aqui e seus pais em cinco minutos. Se você ainda quer se preparar pra dar a notícia, faça isso agora. – Lorcan deu um beijo na minha testa. – Boa sorte, Rose! E use o chá pra acordá-lo!

– O chá? Do que você tá falando?! E como é que você sabe o tempo exato em que…

Ele desaparatou. Nem dois segundos depois, senti alguém me abraçar por trás e beijar meu rosto delicadamente. As fontes de Lorcan ainda me eram desconhecidas, mas ele havia acertado. Scorpius estava ali exatamente no momento que ele disse que estaria. CARA! COMO ESSE MEU AMIGO DÁ MEDO!

– Tá surpresa? – o loiro perguntou ao ver minha expressão de choque.

– Ah, deixa pra lá… E aí? Nervoso?

– Temos mesmo que fazer isso?

– Sim! E olha, se você sobreviveu àquela balaçada que te deram no jogo contra a Lufa-Lufa mês passado, você vai conseguir viver depois disso… Falando nisso, você perdeu de vista o pomo como? Tava na sua cara, eu podia ver a quilômetros de distância! Se você não estivesse com uma vassoura Shooting Star…

Ele revirou os olhos.

– Esse é o problema em namorar a garota que mais entende de Quadribol!

Ri, tirando a franja dele da frente da vista.

– Se tudo der certo, vamos lá na casa do Al, que tal?

– Por mim tá ok… Vamos deixar pra falar com os meus pais depois, tá? Não sei nem se vou se castrado hoje e…

– Como você é dramático e medroso! Definitivamente, eu sou a grifinória da relação.

– É, e só assim pra eu passar em Transfiguração. – ouvi a voz de Hugo. Ele devia estar se aproximando com meus pais e eu paguei pela minha língua. Estava tão receosa quanto Scorpius, senão pior.

– Rosie! – mamãe exclamou assim que me viu, envolvendo-me num abraço de quebrar as costelas.

– Mãe… Oi… - tentava respirar.

– Scorpius, tudo bem? – ela o cumprimentou com um sorriso e um beijo no rosto. Não era boba nem nada, então logo notou algo de estranho na situação. Quando ia me perguntar alguma coisa, meu pai chegou até mim.

– Minha florzinha preferida! – sim, ele acha que eu tenho quatro anos. Me abraçou de uma forma ainda mais sufocante que minha mãe, até me erguendo do chão. – Como você está? Foi bom o ano? Você está tão bonita, fez alguma coisa de diferente… Já sei, cortou as unhas!

Bati a mão na testa. Eu estava assim mudada desde o Natal e ele realmente não notara nadinha? E pera aí, eu cortava as unhas antes!

– Eu acho que não é isso… - neguei.

– Bom, seja lá o que for, está ótima assim. O que na verdade é um problema porque pode chamar a atenção dos rapazes e…

Scorpius pigarreou logo atrás de mim.

Papai já havia superado o choque da minha amizade com Scorpius, pois aquilo era coisa de anos. Eles se tratavam até que bem.

– Scorpius. – ele estendeu a mão e Scorpius aceitou o cumprimento, apertando-a.

– Er, pai… Mãe… - lancei olhares para ambos. Hugo, observava a tudo com interesse, enquanto bebia um líquido fumegante. – Ok, hã… Estamos juntos. – apontei para Scorpius discretamente com um sorrisinho amarelo.

– Quer dizer, ele vai de carona com a gente? – papai coçava a cabeça, confuso.

– Rose Weasley! – minha mãe arregalou os olhos, parecendo mais preocupada que qualquer outra coisa. Viu que meu pai não havia entendido e ficou aflita. – Por Merlin… Tinha que escolher agora pra dizer? Vai dar confusão, ó meu Deus!

– Do que vocês estão falando?

– Ron, hã…

De repente, alguém se jogou em mim e eu cai sentada no chão com o impacto. Elliot Davies estava me esmagando, enquanto choramingava. Ninguém merece...

– POR QUÊ, MERLIN?! POR QUÊ?

Vi Scorpius revirar os olhos.

– Davies, saia de cima de mim! – berrei. Ele mal me deu atenção.

– Ó vida cruel, por que a minha rosa silvestre? Por que ela?

– COMO É? – meu pai arregaçava as mangas, fervendo de raiva.

Meu namorado começou a tentar separar o garoto que me atormentava de mim, mas este parecia ser um carrapato agarrado ao meu braço.

– Não toque em mim, seu usurpador de garotas! Você deu a poção do amor pra ela, né? Só assim pra isso acontecer. Não se aflija, eu vou buscar uma cura! – então, o louco me largou e sumiu no meio da fumaceira que o trem gerava.

– É O QUÊ!? – papai guinchou olhando mortiferamente para o loiro. Então, caiu duro no chão.

– Ronald! – minha mãe agachou, desesperada.

– Que ótimo, ele desmaiou. – Hugo balançava a cabeça negativamente.

Só naquele momento entendi a dica de Lorcan. Se ele sabia de tudo que ia rolar, podia ter me avisado do resto, né...

Arranquei das mãos do meu irmão o que ele bebia e arremessei o conteúdo em direção ao rosto do meu pai. Ele arregalou os olhos acordando assustado, com os cabelos pingando chá de limão. Olhou para mim e Scorpius, parecendo se lembrar do motivo do desmaio.

– Eu sabia! Sabia que não era uma boa ideia a amizade, que isso ia acabar acontecendo! – ele acusava, apontando para nós.

– Pai, deixa de bancar o exagerado! Você conhece o Scorpius há anos e sabe que ele é um cara decente. – cruzei os braços, ofendida.

– O quê? Eu não estou nem aí pra isso! Você é minha garotinha, não posso aceitar. Eu já estava estranhando demais que você ainda não tivesse me apresentado ninguém, fiquei por um momento tão aliviado, mas de repente me aparece com isso? Preciso me recuperar, com licença...

Bom, até que correu tudo bem.

–x--x--x--x-

Algumas horas depois, papai estava bem mais calmo e começava a considerar ideia. Eu francamente não ligava muito para a “aprovação”... Quer dizer, eu havia achado até que fofo o motivo para o surto dele. Eu me sentia feliz em ver que ele sempre me considerou sua garotinha, mais especificamente uma garota em si. Depois de todos problemas pela minha falta de feminilidade era bom saber que havia alguém que pensasse diferente. Eu sei, ele é meu pai, era o mínimo, não?

Acabou não acontecendo a nossa ida à casa do Albus, mas Scorpius deu um jeitinho de me ver depois. Já tarde da noite, ele aparatou na sacada do meu quarto.

– O que foi aquilo? – ele perguntou assim que chegou. Eu sabia que ele estava se referindo ao pequeno ataque de nervos do meu querido pai.

– Relaxe, logo passa... Pelo menos ele sabia que eu era uma garota. – mostrei a língua para ele. – Agora que já está tudo acertado e tudo mais, eu quero saber... Como você nunca notou?

O garoto passou a mão pelos cabelos, levemente nervoso. Devia estar temendo uma discussão, mas eu não queria chegar a esse ponto.

– Você sabe por quê. Eu era muito tapado pra perceber e além do mais, tem que admitir que você não ajudava em muita coisa.

– Certo. Pode ser... Não é da minha natureza ser feminina em geral, mas mesmo assim! Ao menos você não se tocou tarde demais. Sei lá, eu poderia estar com McLaggen à essa hora.

– Ei, nem fala o nome desse aí na minha frente...

Ciúmes, que lindinho!

– Senão eu posso resolver falar da Artemis e...

Golpe baixo.

O olhei de forma ameaçadora, porém, ele sorriu.

– Eu só te irrito porque adoro a sua cara de zangada. Mesmo antes, implicar com você era divertido por isso...

Revirei os olhos, colocando uma madeixa para trás da orelha.

– Não vou conseguir ficar realmente brava com você no momento... Acho que estou muito contente pra você me estressar.

– Hum, e tem motivo?

– É simplesmente porque eu não sou mais um.

– Mais um o quê?

Observando seu rosto atentamente com apenas a luz vinda de fora para iluminá-lo, eu tinha certeza: eu o amava mais que tudo, e principalmente, ele também. Não tinha mais importância se havia levado anos para que ele me percebesse e para que se apaixonasse por mim. Naquele hora eu era uma garota, ou melhor, a sua garota.

Não contive o sorriso.

– Mais um dos jogadores de Quadribol, mais um dos seus amigos... Um dos garotos.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Gente, muitíssimo obrigada pelo apoio e por tantos reviews. MEU DEUS, eu cheguei ao review nº 100 :o Eu não pensava que teria tantos em tão pouco tempo, sério... Me dói ter que dizer adeus pra uma história que eu adorei escrever e além de tudo, vou sentir falta de vocês... D: Não se acanhem, mandem uma msg pra mim, eu AMO :D Enfim, One Of The Boys acabou... Espero que tenham apreciado e que não tenham arrependimento em gastar suas horas lendo >.< That's all, folks! Até uma próxima ^^