Como Sol e Chuva escrita por srtadangerous


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Sabe, hoje eu exagerei, quer dizer, eu não, a Lee Lee. Espero que isso não estrague as minhas intenções, eu queria muuuito editar mas a minha amiga não deixou. Bem, o rolo tá feito agora, espero que gostem.



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Começamos andando ao redor da casa e depois indo até mais longe. O dia estava frio e era bom caminhar pra se aquecer. Normalmente eu não acharia bom caminhar pra me aquecer, era mais fácil pegar uns cobertores e ir me deitar. Mais atraente para um dia como hoje.Mas com Leah era bom. Apesar do pouquíssimo tempo juntos, eu me senti bem estando com ela. Tudo parecia especial.

-Como foram seus primeiros anos de colonização? – Perguntei para puxar assunto.

-Difíceis, como pra todo mundo – Sorri pela resposta óbvia, e Leah respondeu com outro, encantador.Mas não era isso que eu queria saber.

-Não é isso, eu só queria saber como sobreviveram. É intrigante pra mim, estar cara a cara com o perigo todos os dias sem ser pego.

-No começo nem percebemos, e já era tarde demais, como toda a humanidade. Eles já eram mais fortes. Tentamos lutar, mas era suicídio. O risco de acontecer o pior era muito alto. Mas o doutor os estudou e chegou a lentes de contatos que podem nos disfarçar. Não foi nada fácil fazê-las brilhar, foram anos de estudos e pesquisas, até hoje não entendo muito como aconteceu, só sei que funciona.

-Mas você não era só uma garotinha, na época? Eu era também. Então como lutar? Carlisle parece ter tido seus filhos muito cedo, certamente todos criancinhas no começo.Tentar lutar seria condená-los a morte.

-Não basicamente, sabe? Você é jovem. Bem mais do que eu ou os Cullens.

-Também não precisa exagerar. Só há um ou dois anos de diferença. Nada que tenha grande relevância.

-Se você quer acreditar nisso... – Ela olhou séria pra mim, como se quisesse muito dizer algo.

-O que foi? – Perguntei curioso. Seja lá o que ela quisesse dizer, parecia sério.

-Nada mesmo. - Leah baixou a vista

-Se eu ainda não te disse, pode confiar em mim. Eu nunca faria nada pra te decepcionar. –Tentei convencê-la a se abrir comigo.

-Eu sei que posso confiar em você. Eu sinto isso, mas não é nada de importante mesmo. - Ela olhou nos meus olhos me passando uma onda de calor que fez meu corpo tremer.

-Então vamos mudar de assunto, não quero que fique chateada comigo.Seus pais ainda são humanos?

-Sim. Minha mãe, Sue, se casou com Charlie, o pai da Bella. Vivemos em La Push, e meu pai morreu antes do “fim”.

-Então há muitos camuflados por aqui.

-Tantos quanto pudemos salvar.Não sabemos tirar as almas dos hospedeiros, todos foram salvos no começo.-Leah baixou a cabeça, decepcionada. Lembrei da angústia que sentíamos principalmente a dor de Doc quando falhávamos. Eles deviam sentir o mesmo.

-Não se culpe vocês fizeram muito, tenho certeza que ultrapassaram seus limites para salvar essas pessoas.

-Você tem razão, vou pensar nisso. E então, como foi pra você, Jamie?-Ela de repente pareceu curiosa.-O começo do “fim do mundo” ?

-Difícil e traumatizante, mas não sem amor. Nosso pai saiu e voltou como prometeu. Na verdade só seu corpo, cercado por rastreadores. Ele sempre foi um excelente pai, e só pegou um pouquinho da loucura dos Stryders. -Sorri com a memória- Até ser capturado, e após isso Mel tem sido tudo o que eu tenho. Passamos fome e frio em um medo constante por alguns anos.

-Jamie, eu não devia ter tocado nisso. - Leah se virou preocupada.

-Não esquenta com isso. Quer saber o resto? –Ergui a sobrancelha.

-Sem problemas mesmo?

-Claro. Foi mais difícil até eu ganhar um cunhado.

-Jared?

-Ele mesmo. Jared criou um instinto depois da invasão, ele quase que... adivinha quando o perigo está por perto.Nos deu segurança e vivemos bem por um longo período, nos escondendo no deserto, viajando à noite no seu jipe, morando em cavernas e em acampamentos provisórios...

-Nossa - Leah estava de boca aberta – Mas como vocês foram parar nas cavernas?

-Resumindo: Mel viu os cabelos de uma prima nossa em um dos jornais das almas.Sharon!- estremeci com a memória do mau humor de Sharon pela manhã- Mel partiu sozinha atrás dela,e a pegaram.Wanda foi inserida em seu corpo.Encontramos um bilhete da Mel e partimos sozinhos.Mel tinha comentado com o Jared sobre essas linhas e o Tio Jeb, mas ninguém sabia realmente o que era. E o resto... bom, Jared é bem esperto.

-Deve ter sido um grande sofrimento pra você.

-Você não tem idéia. Logo chegaram Wanda e Mel, duas em uma.Eu me senti eu de novo.Tinha passado muito tempo sem ao menos sorrir, acho que desde que deixei Mel partir, e a chegada delas me deu um sopro de vida.No começo, é claro que eu só me aproximei da Wanda pelo fato dela estar no corpo da minha irmã.Mas não há ninguém que consiga conviver com ela sem amá-la.Eu acho que é tudo.Minha vida inteira - Sorri um sorrisinho torto.

Demos uma longa pausa até eu quebrar o silêncio de novo - Quantos corações alienígenas você andou arrasando por aí todo esse tempo?Quer dizer... você anda disfarçada, como uma alma, ninguém desconfiaria de você, então, muitas já se apaixonaram?

-Não que eu tenha percebido - ela piscou e sorriu

-É que eu tentei perguntar pro Ian como é se apaixonar por uma alma, mas ele sempre foge. Diz que eu sou curioso demais às vezes, e não me sinto bem perguntando pra Wanda sobre eles. Mas e humanos? Você deve conhecer alguns, depois de tanto tempo de buscas...

Começamos a diminuir o passo até parar, e sentamos em uma rocha. Leah parecia não estar aqui, comigo. Ela parecia estar lembrando-se de algo que lhe trouxe muito sofrimento. Sua expressão transformou-se em dor pura .

-Você está bem? Me desculpa, Lee Lee, eu...olha, eu sinto muito por ter tocado nisso, foi estupidez minha, eu sinto muito mesmo.-Gaguejei tentando consolá-la

-Tudo bem, eu só lembrei de um pesadelo.E você me chamou de Lee Lee... eu é que tenho que pedir desculpas.Pensei que isso passaria imediatamente, - Murmurou.Ela já parecia falar sozinha, colocando os pensamentos no lugar.Como se o que eu tinha dito a fizesse lembrar de algo inesperado- Jacob disse que sumiria logo, mas tenho que  deixar passar uns dias, deve ser diferente com adultos, tudo vai acabar bem, tudo bem...

-Shhhh...-Disse abraçando-a.Não sabia muito bem o que estava fazendo, só queria  consolá-la, fazê-la se sentir melhor –Eu posso te ajudar, eu quero fazer isso.

Aninhei Lee Lee em meu peito enquanto enxugava suas lágrimas.Deslizei o dedo por seu rosto suavemente, seguindo a linha das lágrimas e parando a mão em seu queixo, levantando-o lentamente.O que eu estou fazendo?

Virei seu corpo para mim, devagar, com carinho, e deixei meus lábios pressionarem os seu só por um segundo, ela respondeu prendendo seus dedos suavemente em meu cabelo. A agarrei mais forte com meus braços em sua cintura, depois traçando leves linhas em suas costas, desde sua nuca.

Ouvi um grito vindo de detrás da árvore mais próxima, mas não parecia medo, e sim descrença. O que quer que fosse parecia inacreditável para essa pessoa. Afrouxei meu abraço.

-Você ouviu isso?-Cochichei olhando para a figura familiar que estava saindo das sombras.

-Sim, parece o...

-Seth?- falamos ao mesmo tempo.


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