Nada é por Acaso escrita por Paola_B_B


Capítulo 10
Capítulo VIII - O Sol nasce todos os dias


Notas iniciais do capítulo

Olá gente :D Estou muito feliz com os comentários de vocês, é muito bom saber que estão gostando.

Então chega de depressão né? +/- vou mesclar drama com comédia, então espero que curtam esse capítulo ;)



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Capítulo VIII – O Sol nasce todos os dias

POV Bella

Eu ainda escutava Edward chorar do outro lado da porta, e isso me doía mais, mesmo sabendo que ele fingia. Por que ele estava fazendo isso comigo? Apesar de não me sentir com forças para levantar, fiz o máximo de esforço e rastejei até meu quarto, me joguei na cama e me abracei ao travesseiro o encharcando com minhas lágrimas.

- Não vou mais chorar.

- Não vou mais chorar.

- Não vou mais chorar.

Murmurei repetidas vezes tentado acreditar em minha palavras, não sei se foram elas ou a raiva que senti pela minha fraqueza ou até mesmo o cansaço, mas aos poucos os soluços pararam e agora eu chorava baixinho.

POV Edward

Tudo estava acabado, tudo... Simplesmente minha razão de existir agora não me queria mais por perto... Antes eu não tivesse ido a aquela reunião... Continuaria minha vida, simples e monótona de sair todas as noites pegar o máximo de garotas que eu conseguir e depois voltar para casa dormindo o dia inteiro... Mas o que é que eu estou pensando? Bella foi a melhor coisa que me aconteceu... Antes minha vida não tinha nenhum sentido, pensava que saindo à noite eu era feliz, que aquilo era vida, mas não! Aquilo nunca foi vida! Foi uma verdadeira perda de tempo e quando eu olhei nos olhos de Bella quando ela esbarrou em mim, de algum modo eu sabia, ela era a minha vida! A minha alma, aquela que me faria enxergar um sentido em tudo o que eu faço.

E foi o que ela fez, me fez enxergar que eu não tinha uma vida, nunca tive. Que o significado de vida é estar com aqueles que amamos, com aquela que mais amamos. Para mim vida significa amar Bella, fazê-la feliz e conseqüentemente eu serei feliz. Mas hoje isso acabou... Nada mais me resta a não ser voltar para a solidão, pois mesmo estando com diversas mulheres eu nunca me senti verdadeiramente completo.

Me segurei na parede e me levantei, andei em direção a saída e segui sem rumo, andando, me arrastando... Quando dei por mim estava em uma rua próxima de minha casa, mas eu não queria ir para lá enfrentar as broncas de minha família, não queria os ouvir dizendo o quanto sou burro e idiota, que eu consegui perder o amor da minha vida. Eu não precisava que me jogassem na cara, pois eu sei muito bem de tudo isso.

A chuva agora de manhã estava fraca, olhei o visor do meu celular e haviam 15 chamadas não atendias, todas de Esme. Suspirei e olhei o horário, eram quase 8 da manhã. A chuva de repente engrossou e eu entrei em uma porta de comercio. Sinceramente não estava com medo da chuva, de me molhar, mas Alice me veria entrar e informaria à mamãe que eu estava me protegendo da chuva em um... Olhei a minha volta... Bar?

Não sabia que este tipo de ambiente ficava aberto a essa hora do dia... Olhei as prateleiras com varias garrafas de todos os tipos de bebidas, de uísque à pinga. Me aproximei da bancada e sentei na banqueta. O homem que estava atendendo tinha uma barriga grande e a barba por fazer, olhos fundos e vermelhos e os longos cabelos grisalhos presos em um rabo mal feito. Ele olhou para mim e pôs o copo que estava em sua mão em minha frente e despejou o conteúdo da garrafa e depois a colocou sobre a bancada com um baque forte.

- Por conta da casa. – disse ele me olhando com as sobrancelhas erguidas. “Esse ta precisando” completou ele por pensamento e então vi a minha própria imagem através de sua visão. Eu realmente estava um bagaço.

Minhas roupas encharcadas e sujas, e meu rosto totalmente devastado com a solidão. Peguei o copo e assenti para ele antes de virar o conteúdo de uma só vez em minha boca. Eu não sabia se vampiros ficavam bêbados, nunca tive vontade de experimentar, mas eu estava louco para descobrir. Talvez se eu afogasse minhas magoas eu talvez esquecesse tudo o que aconteceu.

Joguei uma nota de 100 na bancada e pedi que ele me servisse de qualquer coisa que fosse forte o suficiente para eu esquecer meus problemas.

POV Bella

Levantei da cama sentindo meu corpo totalmente dolorido, eu não havia dormido nada, mas pelo menos meu choro havia cessado. Lavei meu rosto e me olhei no espelho, me assustei com a imagem que vi, minhas olheiras estavam profundas, resultado das mais de 52 horas sem dormir, após um banho relaxante fui tentar por algo no estômago, mas qualquer coisa que eu via ou sentia o cheiro me causava repulsa.

Suspirei jogando minha cabeça entre minhas mãos.

- Quando é que essa dor vai passar? – perguntei a mim mesma em um sussurro sentindo minha garganta fechar.

A vizinha do andar de cima como todas as manhãs ligou o som no ultimo volume, nunca me importei com isso, mas hoje estava me irritando. A rádio parecia estar sintonizada com o amor, apenas músicas românticas tocavam, daquelas bem melosas.

- Puhf! Amor... Isso não existe... Só existe dor e mentiras... Sofrimentos causados por palavras ditas por alguém que não sabe a importância de seus significados! – esbravejei e bufei.

- Legal, como se não bastasse eu ser uma bruxa ainda sou uma louca que fala sozinha!

Mas quando eu já estava prestes a pegar minha vassoura e bater no teto para a mulher desligar a merda do som, uma música me fez parar para pensar.

http://www.youtube.com/watch?v=END6bxC3hT4 [Renato Russo – Mais uma vez]

Mas é claro que o Sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei

É claro que iria, o mundo não ia acabar só por que meu “relacionamento” acabou.


Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o Sol já vem

Com certeza, já enfrentei coisas piores, já lutei com coisas piores que eram totalmente dominadas pela escuridão e nem por isso eu endoidei, pelo contrario me diverti acabando com elas. Tenho certeza que muita gente não conseguiria suportar por metade das coisas que já passei.


Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja nossa vida como está

Porque o nome de um certo vampiro não sai da minha cabeça depois dessas palavras. Quem compôs essa musica é um gênio!


Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança
...

Ah! Mas pode ter certeza que eu aprendi a lição. Depois do que ele me fez eu não sou mais capaz de confiar em ninguém em relação a relacionamentos. Nunca mais vou namorar ninguém! O amor não existe! Ele é fruto da imaginação de mentes sonhadoras! Coisa de contos de fadas como eu sempre pensei! Não sei como pude me deixar envolver!

Estufei o peito e disse a mim mesma.

- Não vou... Mas não vou mesmo me deixar abalar! Nem parar de comer! Não vou morrer de fome por causa de um par de chifres! – empolgada passei a mão em um pão francês e o abocanhei. Arrependi-me no exato momento já que ele estava seco e duro e fez eu me afogar com os farelos.

Bati em meu peito ainda tossindo.

- Acho melhor começar com algo mais mole e úmido... Só o que falta, eu, a bruxa que enfrenta todo tipo de bruxos das trevas que já matou vampiros sanguinários, morrer afogada com um pedaço de pão! – peguei uma ameixa e mordi um pequeno pedaço. – Definitivamente eu estou ficando louca!

POV Edward

- Cara eu sei como é isso... Apesar de estar cercado de pessoas se sente só. – disse abraçando meu novo amigo, ele se chamava Wilson [N/a: homenagem ao Naufrago] e era solitário como eu, confesso que seu corpo era meio duro, mas não liguei... Não tenho preconceitos.

- Pode tomar, ajuda com a solidão... Mas não se preocupe Wilson, de hoje em diante você não será mais só! Eu serei seu amigo. – ofereci a garrafa de vodka que levei do bar, mas Wilson nem se mexeu, ele tinha o rosto meio cinzento.

- Você ta passando mal? Se for vomitar vomita do lado viu! – adverti me apoiando em seu braço e ficando do lado de seu corpo.

O chão estava meio movimentado... Nossa não sabia que tinha terremotos no Brasil... Pendurei-me em Wilson colocando meus braços em volta de seu pescoço e enlacei minhas pernas no seu corpo morrendo de medo que o chão se abrisse.

- Não se desespera o terremoto já vai passar. – tranqüilizei meu amigo que estava paralisado feito estatua. – Calma... Não é nada disso que você está pensando... Jogo no mesmo time que você, sou espada! – avisei... Talvez ele tivesse estranhado eu me agarrar em seu corpo gelado.

- Alguém para o mundo que eu quero descer! – gritei, talvez assim as coisas parassem de rodar.

Tomei mais Vodka no gargalo e olhei para o lado, soltei meus braços e minhas pernas de meu amigo e cai sentado na água com o susto que tomei.

Era Bella, a minha Bella, a minha bruxinha, ela sorria para mim. Sorri para ela e levantei para abraçá-la, mas ela sumiu como miragem à minha frente, olhei para o outro lado e ela estava lá e de repente sumiu novamente.

- Não brinque comigo minha linda... É esconde-esconde é? – sorri e comecei a ir atrás dela até que ela ficou atrás das costas de Wilson. Há, mas desta vez eu ia pega-la.

Joguei-me sobre ele e fiquei com a cabeça em seu ombro, mas Bella se desmaterializou diante de meus olhos.

- Ah cara, ela foi embora. – choraminguei para Wilson.

- Não foi isso ai que te deu alucinações não? – perguntou ele olhando para a garrafa vazia. Levantei-a com as mãos para observá-la melhor e então arregalei meus olhos fitando Wilson.

- Você acha mesmo? – perguntei assustado jogando a garrafa para o lado.

- É provável. – respondeu ele.

- Cara! A tua língua é cinza que nem você! Que irado! – disse depois que prestei atenção nele falando.

- A estatua respondeu ele... É, ta na hora de tirar ele dali... Porra Emmett para de rir e tira o Edward dali de cima. – disse Jasper? Virei meu rosto para fita-los, mas eu não consegui acompanhar, pois eles corriam em volta de mim.

- Emm, Jazz, parem de correr e venham conhecer meu amigo. – disse sorrindo e os chamando com o braço.

- Outro dia conhecemos ele Edward, agora vamos para casa Esme está preocupada. – disse Jazz me puxando com ele.

- Não espera... Wilson é solitário... Vem Wilson tem lugar para você lá em casa... Minha mãe pode ser tua mãe também. – sorri para ele.

- Porra Emmett dá pra largar esse celular e me ajudar aqui! – esbravejou Jasper.

- Não fale assim perto dele, vai assustar meu amigo. – repreendi Jasper e corri tapando os ouvidos de Wilson. – Liga pra ele não, Jasper é meio estressadinho às vezes.

De repente sinto meus dois braços sendo puxados para trás e por pouco não caio. Emmett estava de um lado e Jasper do outro e eu ia sendo arrastado de costas.

- Não esperem! Wilson vai com a gente. – avisei tentando me desvencilhar.

- Não Edward ele não vai. – disse Emm.

- Não seja egoísta, o quarto de hospedes está disponível. – esbravejei, mas eles me puxaram mais forte me arrastando pela rua. – Nãooo Wilsonnnn! – gritei quando o vi correr em círculos desesperado.

[...]

Senti a água quente cair em meu corpo gelado e virar vapor no mesmo momento.

- Ta quente demais. – reclamei para Jasper e Emmett que me empurravam pra de baixo do chuveiro com roupa e tudo.

- Não acredito nisso... Você conseguiu se superar Edward. – esbravejou Carlisle que estava andando de um lado para o outro.

- Ei minha roupa pêra ai. – disse puxando minha camisa para cima e jogando-a em um canto, mas quando eu ia tirar a calça Rose e Alice gritaram.

- Não! – as duas puseram as mãos no rosto e correram para fora do banheiro.

- Esqueça sua roupa agora Edward, já está toda molhada mesmo. – Esme estava com um tom tão bravo... Dei de ombros e curti a água quente do chuveiro caindo em meu rosto.

Ele era moderno, daqueles tipo ducha e todo cinza... Cinza... Meu amigo!

- Cara não acredito que vocês deixaram o Wilson lá! Temos que voltar e buscá-lo. – disse saindo da água, mas Emmett me empurrou novamente.

- Amanhã nós vamos Edward... Se você quiser é claro. – Emmett gargalhou após seu comentário sem graça e minha cabeça rodou com a sua voz estridente ecoando em minha mente.

- Quem é Wilson? – perguntou mamãe.

- A estátua da praça principal. – respondeu Jasper fazendo negativo com a cabeça e Carlisle e Esme olharam para mim como se eu fosse louco, mas eu olhei para Jasper e disse bravo.

- Ei! Não fale assim do meu amigo! Ele é apenas solitário!

Ninguém disse mais nada apenas praguejavam baixo.

- Ok, chega de banho. – Esme jogou uma toalha em volta do meu corpo e me puxou para meu quarto, lá eu deitei na cama sentindo meu corpo relaxar. – Filho o que foi que você fez com você? – perguntou ela passando a toalha rapidamente pelos meus cabelos, mas não consegui responder já que minha visão foi tomada por elefantes coloridos, sorri e acenei para eles.

POV Bella

Confesso que estava difícil levar uma rotina normal... Era eu desocupar minha mente para que meu coração se apertasse novamente. Então fiz de tudo para ocupar meu dia com o máximo de coisas possíveis. Tratei logo de fazer uma faxina em meu armário, tirando todas as roupas e experimentando cada uma para ver se ainda servia. Depois as organizei por ordem de cores. Tudo isso sem usar magia, o que acarretou boas horas sem pensamentos angustiantes.

Se você me pergunta se eu almocei, eu lhe respondo que não. Não almocei. A experiência do pão foi traumatizante então deixei de lado essa refeição do dia. Eram quase seis da tarde quando terminei de ajeitar as roupas, fui para a cozinha e preparei um café com leite, este foi meu jantar. Concentrei-me em cada gole, sentindo primeiro o cheiro, depois sentindo o calor tocar meus lábios e depois o liquido descendo pela minha boca, e então partia para outro gole me concentrando igualmente.

Quando me deparei sem nada o que fazer, corri para estante decorar outro livro de magia e apenas quando estava com os olhos quase fechando fui para cama finalmente descansar. O problema foi que quando eu coloquei o pijama e me cobri com o edredom a dor voltou juntamente com tudo o que eu mantive afastado de minha mente durante o dia inteiro. Senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e funguei. Eram 3 da manhã quando eu olhei no relógio pela ultima vez. Finamente o cansaço me venceu.

POV Edward

Abri meus olhos lentamente sentindo a claridade os machucar, minha cabeça latejava de um jeito descomunal... Mas o que foi que aconteceu comigo? Fechei meus olhos tentando lembrar e flashes vieram a minha mente... Er...

- Como se sente senhor vou afogar minhas magoas na garrafa de vodka? – perguntou Alice saltitando pela porta.

- Não grita tampinha, minha cabeça está explodindo. – esbravejei massageando minhas têmporas.

Alice sentou ao meu lado e me abraçou meio de lado.

- Sinto muito. – murmurou ela baixinho e sua voz estava triste. Eu sabia que ela não estava se desculpando por ter gritado... Puxei aquela tampinha em um abraço e ela sumiu entre meus braços, assenti contra seu ombro sentindo um nó se formar em minha garganta.

- Ela nunca vai voltar para mim. – sussurrei rouco já que minha voz estava fraca.

- Não pode desistir tão fácil Edward. – a voz de Alice era baixa e calma. – Precisa se redimir maninho.

- Não adianta Ali, Bella é orgulhosa e não vai me querer mais. – disse suspirando e me afastando de seus braços.

Alice revirou os olhos e praguejou algo baixo que eu não entendi direito e então olhou determinada para mim.

- Eu posso te ajudar, falar com ela... Quem sabe ela me escute... Mas você precisa pedir desculpas pelo que fez. – disse ela rapidamente.

- Argh! Eu não fiz nada! – grunhi e me joguei novamente na cama.

- Essa atitude sua me irrita! Como não fez nada? Você...

- Chega Alice! Não quero mais falar sobre isso! Vá embora! – gritei ignorando o eco em minha cabeça ela apenas suspirou e saiu me deixando só com a minha dor.

Resolvi que não falaria mais nisso, não pensaria mais nisso. Deixaria minha mente aberta, sem mais nada, vazia. Voltaria a ser aquele Edward que eu era antes, que saia todas as noites, que não se preocupava com o colégio, que não vivia, que não era feliz, mas pelo menos naquela época eu não sofria como agora.

POV Bella

E os dias foram passando, sempre ocupava minha mente com faxinas dentro de casa, compras, leituras... Tudo que pudesse me concentrar e me fazer esquecê-lo.

POV Edward

Quinta resolvi sair, talvez encontrasse alguém que me fizesse parar de pensar em Bella. Entrei na baladinha observando o que de bom tinha no lugar, ninguém chamou minha atenção, apesar de eu chamar bastante. Encostei-me em uma das mesas perto do bar e observei com mais calma.

Olhei a direita uma loira piscou para mim, mas ela tinha os olhos muito juntos e um nariz desproporcional, então não dei bola. Olhei para a esquerda e uma ruiva abriu um sorriso... Er, amiga não faz isso, ta assustando as pessoas... Olhei para frente e uma moça de cabelos pretos e lisos me olhou sedutoramente, dei uma checada em seu corpo e... Magricela demais, parece um palitinho a coitada... Olhei para trás sobre os ombros uma garota de cabelos cor de chocolate estava encostada no bar, ela estava de costas e tinha belas curvas, nem magricela e nem gorda, tinha o corpo certinho em suas medidas. Fui até lá e me encostei ao seu lado, quando ela virou pulei para trás com o susto.

Era Bella sorrindo para mim!

Fechei meus olhos e abri novamente e agora a garota de olhos castanhos me olhava sem entender.

- Desculpe, pensei ser outra pessoa... – murmurei para a pobre que estava mais confusa que cego em tiroteio. Por que eu tive essa alucinação? Nem Bêbado eu estou!

Segui para casa sem ter pego ninguém... Tentei sair sexta e sábado também, mas a mesma coisa acontecia sempre e em nenhuma das vezes eu estava sob efeito do álcool.

Foi só quando cheguei em casa bufando que eu percebi. Não são as garotas que são feias, sou eu que estou procurando nelas alguém que nunca poderei encontrar em ninguém.

Bella é a única que pode acalmar meu coração.

POV Bella

Foi num sábado antes do retorno das aulas que Sirius chegou em casa.

- Nossa! Recebeu o espírito de Maria é? [N/a: para quem nunca ouviu essa expressão... A gente fala quando uma pessoa de uma hora para outra começa a arrumar todas as coisas e limpar com o maior entusiasmo] – perguntou ele erguendo uma sobrancelha e olhando todos os cômodos que estavam impecavelmente limpos e arrumados. Apenas dei de ombros.

- Então o que eles queriam? – perguntei fechando o livro de receitas “1500 receitas inovadoras usando abobora”.

- Estão suspeitando que um bruxo foi levado pelas trevas e ele é extremamente poderoso, mas ninguém sabe seu paradeiro, então pediram para que todos tomem cuidado redobrado. – explicou rapidamente e eu franzi o cenho.

- Ficou todo esse tempo fora por causa de um aviso simples desses? – perguntei erguendo uma sobrancelha. – E se o caso é de bruxo das trevas por que não me chamaram?

- Er, quanto à segunda pergunta eu não sei... Mas fiquei todo esse tempo fora por que me pediram para avisar algumas famílias que moram mais distantes, para deixá-las alerta...

- Então o caso é mais grave do que está dizendo. – afirmei.

- O caso é grave sim, mas todos estão bem calmos, o ministro disse que esse bruxo deve ser apenas mais um tentando aparecer. – ele deu de ombros, mas não me acalmei com suas palavras.

Tinha algo grave acontecendo, algo muito grave, que estavam tentando esconder de toda a comunidade bruxa. Suspirei e olhei para a parede.

- Você está bem? – perguntou ele prestando atenção em meu rosto, me encolhi involuntariamente.

- Estou. – murmurei, mas nem eu acreditei no que disse.

- O que aconteceu? – perguntou sentando ao meu lado no sofá.

- Edward me chifrou e eu meti o pé na bunda dele. – respondi simplesmente me levantando e engolindo o choro que estava por vir.

Sirius ficou em silêncio por um tempo e então me puxou para um abraço.

- Sinto muito, sei que gostava muito dele... Pode ter certeza, se ele fez isso é por que não te merece... – consolou, mas eu não estava preparada para ouvir coisas sobre ele, a qualquer momento as lágrimas que se acumulavam em meus olhos me trairiam.

- Por favor... Não quero falar disso. – sussurrei e me afastei dele. – Não quero falar sobre aquele idiota. – completei sorrindo forçado e piscando de um olho só, mas meu amigo não sorriu apenas suspirou e eu aproveitei a deixa para ir para o meu quarto.

O Sol podia nascer todos os dias, mas infelizmente ele não conseguia iluminar a minha vida.

Fim do Capítulo.


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Notas finais do capítulo

O ministério da saúde adverte:

Se você for um vampiro e resolver afogar suas mágoas com bebidas alcoólicas você corre grandes riscos de se comunicar com estátuas... Ou elefantes coloridos possam fazer algumas visitas. 0.0

WILSONN!