POV Nico

Nós estávamos na van indo para o nosso primeiro destino: Nova York, Manhattan, perto de onde Percy mora.

- O que diz no primeiro cartão amor? – Perguntou Annabeth a seu namorado.

- Bem, o envelope está na minha mochila, aí atrás – Respondeu Percy, eu peguei o envelope pardo e o entreguei a Annabeth que estava no banco da frente ao lado de Percy.

- Diz assim: “*Julia Brown

                     *Filha de Apolo

                     *Local: Quinta Avenida, casa 195. Manhattan.”

Percy e Annabeth se entreolharam e trocaram algumas palavras tão baixo que eu não consegui escutar. Depois disse, continuamos pela estrada até chegarmos a um posto com uma lanchonete, abastecemos a van e decidimos parar para almoçar.

O lugar era calmo, mas eu me sentia inquieto por algum motivo, decidi levar minha mochila que continha a minha espada de ferro estígio. Entramos e pedimos um sanduíche com batatas e refrigerante, comemos e conversamos um pouco, eles me contaram que conheciam a semideusa de Manhattan, ela estudava na escola de Percy, quando saímos, vimos um homem ao lado de uma Maseratti vermelha olhando para nós, ele se aproximou e disse:

- Oi garotos e olá belezura! – Annabeth corou e Percy deu uma olhada mortal para Apolo – Er...foi mau? – Ele disse erguendo as mãos.

- Senhor Apolo. – Eu o cumprimentei, ele se virou pra mim e disse:

- Deixe essa baboseira de Senhor para os velhos lá do Olimpo! - Um trovão rasgou o céu. – Foi mau pai! – Apolo disse olhando para o céu – Minha filha será a primeira semideusa que vocês irão pegar na missão. Então preciso que entreguem este embrulho a ela. – Ele me entregou um embrulho dourado com um grande sol desenhado. – Isso vai ajudá-la a se defender de monstros, é um arco com flechas encantadas que se reduz a um pingente.

Eu assenti e guardei o embrulho em minha mochila. Minha inquietação havia parado, acho que era somente a presença daquele deus, ele parou de repente e disse:

- Bem, até mais jovens. Ah...sinto um haikai chegando:

- Tchau Apolo - Nós dissemos em uníssono, parece que todos conheciam a habilidade de Apolo com seus haikais e o quanto era uma tortura ouvi-los, ele entrou no seu carro e partiu. Sorte que estávamos longe quando ele acelerou a Maseratti, senão eu teria perdido minhas sobrancelhas. Nós entramos na van novamente e Percy continuou dirigindo até chegarmos a Nova York. Como já era tarde quando chegamos, Percy dirigiu até o apartamento onde ele mora com sua mãe e seu padrasto e decidiu que falaríamos com Julia amanhã.

Nós subimos devagar e sem fazer barulho, mas sem querer Percy esbarrou na mesa e fez alguns copos de plástico caírem. O Sr. e a Sra. Blofis vieram ver o que estava acontecendo.

- Percy, o que está fazendo aqui? Não que eu não esteja feliz em te ver, mas você não tinha uma missão? – A mãe de Percy já havia abraçado todos nós e nos oferecido algo para jantar. Nós nos sentamos à mesa e Percy começou a explicar.

- Esta missão, mãe, é para levar um grupo de semideuses ao acampamento em segurança.

Ela parou para refletir e disse: - Mas porque Quíron não mandou sátiros?

- Eu não sei mãe.

- O máximo que consegui descobrir foi que desse grupo de semideuses, existem alguns bem poderosos, o que pode ser arriscado para sátiros transportarem estes semideuses. Você lembra-se do que aconteceu no resgate de Nico e Bianca. – Annabeth explicou e eu fiquei apenas calado na minha.

A Sra. Blofis se acalmou depois da explicação de Annabeth e foi arrumar um colchão para mim e Percy ofereceu a cama dele à sua namorada. Ela arrumou o sofá para Percy e o colchão para mim. Eu fui tomar um banho, pois estava esgotado da viagem, coloquei o meu pijama e me deitei.

Eu tive um sonho estranho, eu via uma garota de cabelos castanhos ondulados com mechas cor de mel no meio das costas, pele bronzeada e olhos verdes. Ela estava sentada próxima a uma janela com um violão nas mãos, ela começou a dedilhá-lo formando um som, era calmo e triste ao mesmo tempo, ela começou a fazer batidas no violão e a música que ela estava tocando se formou em meus ouvidos: Lonely Girl, da Pink. A menina parecia muito triste, eu não entendia o porquê, ela entrou no quarto e abriu seu armário para guardar o violão, na portam estavam grudadas algumas notícias de jornais sobre um acidente, havia a foto de uma mulher alta de cabelos grandes e lisos, ela estava junto a uma sala cheia de instrumentos. O lugar havia pegado fogo e a mulher fora tentar salvar seus instrumentos. Ela conseguiu salvar apenas um. Um violão, que eu reconheci por ser exatamente igual ao da menina que estava tocando, me senti mal por isso. A imagem se dissolveu e eu acordei com um despertador tocando.