Amigos - a Melhor Aliança escrita por camila_guime


Capítulo 43
Temporada de Paqueras!


Notas iniciais do capítulo

Gente os tempos felizes estão chegando, acho que eu vou ceder um pouco pra vocês!
NOVIDADE NO FIM DO CAPÍTULO! LEIAM, POR FAVOR!



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O pátio nos fundos da escola estava até que bem vazio. Uma morena de cachos cheios estava deitada no banco rente à parede, com fones de ouvido, a mochila encima da barra da saia e as penas cruzadas desleixadamente. Contudo, não parecia se atentar a isso, nem se preocupar caso estivesse sendo indiscreta.

Ela tinha um papel e uma caneta à mão, mas até agora não parecia ter escrito nada.

Alan estava sentado no banco do outro lado do pátio. Simplesmente sentado, até que se enjoou de esperar a garota sair dali ou fazer alguma coisa. Aparentemente ela ia ficar deitada por mais tempo. Então, se pôs de pé com cuidado com o joelho esquerdo e caminhou até ela, segurando a mochila num ombro só.

Parou ao se aproximar o suficiente.

— Com licença?

Vanessa abriu um olho e espiou Alan. Sorriu sem se mover.

— Ooooi.

— Você está há muito tempo sozinha, não acha? – Comentou fingindo ser despretensioso.

— Não... Você acha?

— Aham. Precisa de uma companhia legal, de preferência de alguém divertido e atencioso, sabe...?

— Ah é? – Vanessa se fez de desentendida e tirou os fones. — Conhece alguém assim? – Disse se sentando.

— Que tal eu? Vai... Não pode rejeitar a companhia de um pobre garoto... Não vai me convidar pra sentar com você? – Alan sorriu de lado e Vanessa voltou a pôr os fones.

— Você pode sentar sozinho, ou não consegue? – Respondeu finalmente fazendo uso do papel. Escreveu algo breve que Alan não pôde ler e aparentemente guardou o papel no bolso.

— Mas não tem a mínima graça! A gente poderia sentar junto.

— Hum... Não, obrigada! – Vanessa sorriu marota se pondo de pé. — Eu sento sozinha, querido...

— Então... Você que sabe. Querendo companhia...

— Eu te procuro! – A garota piscou antes de sumir com a mochila arrastada pela alça.

Alan sorriu. Aquela garota seria prazerosamente difícil. Sentou-se no banco onde ela esteve e notou, ao seu lado, que a tal pequena folha de papel não tinha ido com Vanessa, e estava dobrada. Pegou-a com curiosidade e a abriu:

“Demorou demais pra vim falar, vai ter que tentar de novo, playboy!” – E no rodapé um pequeno desenho “[X-P]”, seguido de: “Vai ter que se esforçar mais que isso pra sentar comigo!”.

Alan riu e olhou de novo por onde a garota tinha sumido. Nunca tinha reparado exatamente numa menina daquela escola, pois nenhuma parecia dar o mínimo trabalho. “Onde eu estava que não vi isso antes?” – Se perguntou guardando o papel no bolso. Logo, uma mão abanando na sua frente o fez despertar.

— OI!

Sua atenção se voltou para a dona da mão. Rachel sorria satisfeita.

— Rae! E aí? – Alan se levantou e abraçou a amiga.

— Eu estava te procurando.

— Ah é?

— Aham. – Rachel sorriu cativante.

— Tem algum motivo especial?

— Na verdade a Vickie e o Stark devem estar enfurnados naquela biblioteca e bem... Eu não tenho com quem ficar...

Alan viu ela descer o rosto ficando cabisbaixa.

— Ai, obrigada por vim ficar comigo só por que NÃO TEM ALGUÉM MELHOR! – O garoto ironizou fazendo Rachel sorrir com seu tom afetado.

— Não faça melodrama! Sabe que não é isso!

— Tá. Eu sei... Mas...

— Se você vier me falar em Danilo, mal-entendido e solução de novo, eu vou bater em você sem dó do seu joelho! – A morena ameaçou se sentando no banco. Alan também fez o mesmo.

— Mas acontece que é disso mesmo que eu vou falar, por que eu sei que você não vai me bater coisa nenhuma! – Se impôs. Rachel apenas expirou pesadamente. — Olha... Isso não é saudável! Você precisa falar com ele!

— EU? AH POR QUE EU?

— Por que foi você quem ele viu me beijando!

— Eu não te beijei! – Rachel cruzou os braços parecendo mimada.

— Que seja! Ele entendeu errado! Não que eu queira defender o lado dele, mas dessa vez ele não tem culpa se ele é lento! Até o Stark já tentou falar com ele!

— Isso mesmo! ATÉ O STARK já tentou! E é claro que ele não está muito feliz comigo. Que chances eu tenho?

— As melhores! Pense: se ele está assim é por que realmente você é importante! Por mais lerdo que esse garoto seja...

— Alan... – Rachel repreendeu.

— AFF! Está bem! Por mais... Lento que ele seja, ele percebeu, enfim! Agora você precisa dar o próximo passo!

— O próximo passo? Só se for pro refeitório! Sabe... Eu estou morrendo de fome e...

— RACHEL! – Foi a vez de Alan a repreender.

— Mas eu estou com fome!

— Você não vai dar o braço á torcer?

— Não sei...

Alan sentiu Rachel murchar de novo. Levantou-se animado, pegando-a pela mão e a levantando também.

— Tudo bem, vamos tratar do seu estômago. Vamos ver se de barriga cheia você cria coragem!

Rachel riu da graça e tentou se empolgar, por mais que não fosse tão fácil, e seguiu com Alan para o outro lado da escola.

***

Danilo estava sentado no gramado, debaixo de uma árvore fazendo o dever de matemática. Odiava a matéria, mas dava seu jeito. Contudo, estava tão cansado de olhar número, que decidiu fechar um pouco o caderno e dar uma espiada em volta. Empurrou a mochila para o lado e apoiou a nuca, relaxando.

Tudo que ele menos queria pensar invadiu sua mente no mesmo momento em que fechou os olhos. Estas últimas semanas estavam sendo as mais estranhas e ruins que ele já passara. Era obrigado a conviver com a presença de Rachel, sempre grudada ao Alan, o tempo todo. Não conseguia falar com ela, nem olhar pra ela, ou sorrir para ela naturalmente. Não conseguia se livrar disto, ao mesmo tempo, uma vez que seus amigos eram os mesmos que os dela. Se bem que Vickie e Stark passavam mais tempo um com o outro do que com os demais. Danilo estava ficando sozinho.

Claro, ele podia contar com Alanis, mas nem sempre ela estava presente. Ainda mais agora que ela passava mais tempo estudando ou dispersa pelos jardins (de vez em quando, discutindo com o pessoal terceiro ano pelo pátio).

Contudo, o que mais estressava Danilo era não poder se conformar com sua nova situação com Rachel. Isso o fazia mal. Ela nunca chegou a admitir que estava com Alan para os outros amigos, mas era tão difícil desfazer esta ideia, que cada vez mais o perturbava! Nada que Stark dizia parecia fazer sentido: “ela deve ter tido seus motivos”; “é claro que ela não gosta dele”; “tenho certeza de que eles não estão juntos; “vocês precisam conversar...”.

— Como? – Danilo perguntou. — Chegar dizendo “eu espiei vocês! Diz que não está com ele!”.

Sorriu irônico para si mesmo.

No meio disso, Danilo se deteve em duas coisas: treinar e treinar mais. Não interferiria em Rachel e quem fosse! Ela não é propriedade dele!

Pensando nisso, Danilo olhou em volta mais uma vez. Era quase perseguição: Rachel passou do outro lado do jardim, de braços dados com Alan, que falava coisa enquanto ela ria mais e mais.

Danilo notou o leve mancar de Alan, mas nem isso o sensibilizava. Sentiu-se traído de toda forma, e não podia negar isso. Engoliu uma repulsa e tentou se focar noutra coisa. Qualquer coisa.

[...]

***

Era sábado de manhã. Muitos alunos saíram para suas casas, outros ficaram para fazer deveres atrasados, por comodidade ou por morarem longe demais. Rachel recebeu um telefonema dos pais, mas preferiu treinar, já que sentiu dificuldades em ficar uma hora e meia em campo. Não era normal pra ela. E pelo menos no jogo ela não poderia perder a forma, pois não seria algo que atingiria apenas a ela, e assim, tinha de manter o nível.

Arrumou-se como de costume, exceto que seus pensamento estavam mais longes que a lua enquanto calçava os tênis. Sonhara com Danilo noite passada. Via-o apenas, ele estava de costas para ela, com as mãos nos bolsos e uma postura tranquila. Era como se ela o chamasse, e ele virasse o corpo devagar.

Alguma coisa no sonho a impedia de ir até ele e perguntar o que era, em vista que a expressão dele não era uma das melhores. Mas no sonho, não tinha controle sobre seu corpo. Por mais que se esforçasse para ir até lá, Danilo parecia olhar para ela indiferente...

“Indiferente...”, notou Rachel, “como está sendo desde que...”, não conseguiu terminar o pensamento.

Com certeza ele devia ter visto a cena... Maldita hora que Alan demonstrou para ela como ela não o amava. Poderia ter rejeitado o beijo, mas graças àquela sensação, agora ela tinha completa certeza de que não sentia por Alan um amor maior que de irmão, e que ele não se interessava por ela também.

“Por que tudo tem que ser mais simples com o Alan?” - Queixou-se.

— Cabeça nas nuvens? – Uma vozinha melodiosa e feliz puxou Rachel de volta à realidade. Olhou para cima e deu de cara com uma Vickie sorridente à porta do quarto.

— Não tom longe assim! – Rachel respondeu.

— Você está bem?

— Sim, por quê?

— Por que você amarrou o cadarço no seu dedo! – A loira apontou erguendo uma sobrancelha engraçada. — Como conseguiu essa proeza?

Rachel reparou e riu de si mesma junto com Vickie.

— Tenha o sonho que eu tive e você vai entender!

— Sonho? Parece legal! Qual foi? – Vickie se empolgou e sentou ao lado da amiga.

— Não foi tão legal assim... – Disse Rachel com a voz mais murcha.

— Hum... Danilo?

— Está estampado na minha testa?

— Não... Mas você chamou por ele ontem à noite... – Vickie caiu para um tom mais sério. Ouvir isso vez Rachel estremecer por dentro: isso não era...

— Não é normal eu falar, é? – Perguntou. Vickie balançou a cabeça negativamente. — Que droga!

— Quer contar o sonho?

Rachel pensou na proposta, mas não tinha muito que dizer. Pelo menos foi o que achou.

—Na verdade, Vi, eu prefiro treinar. Sabe aquela substância que é liberada no organismo quando a gente pratica exercícios físicos, que deixa a gente feliz?

— Hum... Sei não!

— Pois é, eu preciso disso! – Rachel deu um salto na cama com animação de repente. — E eu vou indo para meu campo!

— Tá legal! Já vou ver você treinar!

— Valeu amiga! – Deu um rápido abraço em Vickie e saiu correndo pelos corredores.

Tentava amarrar o cabelo enquanto seguia, mas ele estava meio rebelde naquele dia. Entre uma curva e um lance de escada, Rachel deu de contra com Heath.

— UOU! – O rapaz arfou ao se segurar no corrimão e ao mesmo tempo segurar Rachel pondo um braço à sua frente.

Rachel cambaleou e recuou.

— OH, minha nossa!

— Rachel correndo na escada? Sabia que isso é proibido? ... E PERGIGOSO! – Heath fingiu um tom rabugento do vigia.

— Ah, desculpe...

— Tudo bem, só não faça mais isso. Desta vez não te dou advertência! – Heath piscou um olho. Rachel reparou que ele era realmente jovem demais debaixo dos óculos. — Só... Não conta pra ninguém que eu livrei sua infração, ok?

— Aham... – Rachel balançou a cabeça. — Obrigada mesmo...

A morena continuou parada, e o braço de Heath permaneceu bloqueando a passagem. Os dois se encararam sorrindo cordialmente. Rachel viu que Heath não era só muito jovem, como também tinha um par de olhos castanhos tão claros quanto os de... ham... Danilo – castanho mel.

— Hum... Heaht? – Rachel falou sem se dar conta.

— Que?

— Quantos anos você tem?

— Vinte e dois. – O rapaz sorriu se sentindo meio se jeito. — Por que, Rachel?

Rachel se deu conta da intromissão e sacudiu a cabeça, rindo.

— Nada. Só que você é bem jovem, não acha?

Heath riu.

— Como se você fosse muito velha!

Os dois riram de novo. Continuaram parados, cada um encostado em cada corrimão, até que um corpo se meteu entre eles, voltando alguns degraus depois. Stark estranhou a cena e Rachel só descongelou depois que o contato visual com o secretário foi quebrado.

— Stark?

— Interrompo? – O loiro sorriu um largo sorriso gentil.

— Não! – Heath disse. — Eu estava indo ao terceiro andar... Soube que umas meninas andaram aprontando... Sabe... É o que dá ser eu o faz-tudo dessa escola! Eu sou secretário, não supervisor! – O rapaz suspirou fingindo estresse e riu para os garotos.

— Então tá bom... – Rachel desconversou. — Boa-sorte com essa galera aí, Faz-Tudo!

— Manda ver, irmão! – Stark acenou enquanto Heath terminava por sumir escada acima.

— Oi, meu gostosudo! Bochechudo! Minha coisa fofa!– Rachel falou numa voz de criança ao abraçar Stark.

— HAHA! Essa é nova? – Ele riu.

— Acabei de inventar!

Os amigos se afastaram e Stark viu o sorriso de Rachel esmaecer, como se o efeito da graça passasse tão rápido quanto veio. Ela estava novamente no seu estado incomum e inconstante.

— Vai... Jogar? – Ele prosseguiu tentando levar o papo à diante.

— Vou sim!

— Ahn... – Stark hesitou se lembrando de uma coisa. Seria interessante que Rachel fosse o mais rápido possível pro campo.

— Por quê? Tá chovendo? – Rachel brincou.

— Não, não... Por nada! – O loiro desconversou apressadamente: — Ei! Sabe da Vi?

Rachel ergueu uma sobrancelha arteira para ele, sorrindo marota.

— Ela estava lá no quarto...

— Bem, é que... Eu tinha que pegar... Pegar minha apostila que ficou com ela na última noite que... Estudamos, sabe, biologia?

— AH, CLARO! – Rachel riu da falta de jeito de Stark.

— Não brinca, Rae, eu falo a verdade! – Ele corou.

— Eu sei!

— Aham... Ok...

Stark seguiu os degraus e ouviu ao virar no outro lance:

— Divirtam-se!

E a risada de Rachel sumiu enquanto ele subia.


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Notas finais do capítulo

GENTE!
ABERTA TEMPORADA DE PERGUNTE AOS AMIGOS!
VOCÊS PODEM PERGUNTAR O QUE QUISEREM PARA QUALQUER UM DOS AMIGOS E TERÃO A RESPOSTA DE SUAS DÚVIDAS... PODERÃO ENTRAR NA INTIMIDADE DOS SEUS PREFERIDOS! O QUE ACHAM?
PERGUNTEM!