Horas depois, Eleazar veio vê-la em meu quarto. Deixei que a névoa pairasse somente ao redor dela, permitindo-o entrar no aposento.

“E então?” estava ansioso por dentro. Por fora, minha máscara de indiferença transparecia. Queria saber se eu havia acertado.

“Ela é um escudo.” Ele falou, respirando calmamente. “Simples, forte e eficiente. Você fez uma ótima escolha, Alec. Ela será poderosa”. Eleazar sorriu para mim. “Vou mandar arrumarem os aposentos dela.”

“Sim, faça isso” respondi-lhe. Ainda sorrindo, ele se afastou.

Virei-me para o corpo inerte na minha cama. Andei até ela e segurei sua mão delicadamente. Não sei por quê fiz isso. Não era do meu feitio. Porém, ela me inspirava pena.

À meia noite do segundo dia, Aro veio nos ver. Encostou a ponta do dedo indicador na testa dela, absorvendo toda uma vida humana, além da sensação de meu talento. Tínhamos esperança que ela acordasse depois da aurora. Ela acordou antes.

Às duas e meia da madrugada, tirei a névoa dela. Ouví-a gritar e se contorcer. Voltei a cobri-la com meu poder. Depois disso, de meia em meia hora, eu verificava o avanço do veneno. Às quatro e cinqüenta da manhã, ao retirar meu manto, vi seu tórax arquear devido às últimas batidas do seu coração. Segundos depois, o coração dela parou.

Assim que entraram em foco, vi-me sendo o alvo de suas pupilas vermelhas: enormes, curiosas e assustadas. Tantas emoções... e confusão. Um mundo inteiramente novo.

“Bem vinda à sua nova vida, Renata” Aro lhe dirigiu um sorriso singelo.

A mulher sorriu de volta, confusa e maravilhada.

Ela era perfeita para esta vida.

E ficaria entre nós para proteger meu mestre para sempre.

Eu sabia que a trouxera pra casa.