I Will Carry You Home escrita por Morgana
O corpo dela estava mole. Eu ouvira o barulho dos ossos se quebrando quando o corpo de Felix colidiu contra o dela.
Com a força do ataque, ela quebrou a clavícula, umas três costelas. Estava quase inteira. Talvez tenha quebrado o braço direito e fraturado um pouco a coluna, por causa do som de triturar que ouvi na hora em que ela caiu no chão, em um ângulo estranho. Ouvi algo se partir.
Ela teve uma atitude honrosa. Jogou-se na frente do marido, pouco antes de Demetri e Felix conseguirem agarrá-lo e matá-lo. Obviamente, ela virou o alvo. A necessidade de proteger, de zelar por alguém que se gosta suprimiu o primeiro instinto dessa mulher: a autopreservação.
Felix segurou o corpo inerte da mulher, cravando-lhe as presas, enquanto Demetri sugava o sangue do homem lentamente. O Grandão havia começado a se alimentar, quando me decidi: iria salvá-la. A mulher havia resistido à investida dele. Poderia ter um talento.
Um sussurro me tirou de meus devaneios. Olhei para Felix. Em seus ombros, duas mãos pequenas e delicadas tentavam afastá-lo. Arqueei minhas sobrancelhas. Ela tentava se mexer, se afastar, porém, sem sucesso. Seus lábios se moviam fracamente enquanto Felix a bebia.
Aproximei-me, curioso.
Felix rosnou baixo, mandado-me ter cuidado.
Demetri levantou a cabeça. Ele ouvira o barulho, também. Olhava fixamente para a mulher de longos cabelos castanhos encaracolados.
“Não vou morrer...” ela disse num idioma latino. Sua língua estava enrolada, sem força. Reconheci logo: era português. “Não posso... morrer. Não vou morrer...” Sorri. Ela seria gloriosa. Estava resistindo. Felix a comprimiu mais contra seu corpo. Ela gemeu de dor, de forma contínua. Eu sabia que o veneno dele estava entrando em seus tecido lentamente. Havia começado a se espalhar.
“Felix pare.” Ordenei. Ele parou, ainda com a boca sobre a ferida no pescoço dela. “Pare. Eu a quero. Será um presente para Aro.”
Felix se endireitou e a colocou no colo; ouvi-a reclamar debilmente.
“Dê-me.” Estendi os braços. Ela estava lutando contra o fogo. Ela visível.
Relutante, ela a entregou para mim. Segurei-a junto ao meu corpo, e me virei para Demetri. Ele sorriu, com os olhos em um vermelho vivo. Seu pé chutou acarcaça vazia do marido.
“Desapareça com ele. Encontre-nos na entrada do esgoto.”
“Claro” ele colocou o cadáver no ombro e correu na direção dos portões da cidade. Felix e eu fomos em direção ao castelo.
Ela começou, então, a murmurar, tentando conter o fogo. Tentou rezar, porém cada segundo com o fogo em suas veias, ela sofria mais e mais. A dor era lenta e implacável. Senti pena. Dopei-a, deixando que meu talento doce se espalhasse sutilmente sobre nós dois.
Entrei na sala dos tronos com a mulher ainda nos meus braços. Aro veio receber-me. Seus olhos brilharam.
“Alec?” Caius estava curioso e cauteloso. Sua voz demonstrava confusão.
“Achaste uma companheira para si, meu jovem?” Marcus perguntou, estava curioso, e senti um leve tom alegre em sua voz.
“Minha companheira é minha adorada irmã, senhor. Não preciso de mais ninguém.” respondi-lhe com indiferença.
Aro tocou a pele exposta de meu pescoço, vendo o que se passara.
“Leve-a para seu quarto, Alec. Ela é sua.”
“Eu a trouxe para o senhor, Mestre.”
“Sim, eu sei. E agradeço ter pensado em mim. Mas até a transformação estar completa, ela será sua.”
“Claro, Mestre, como quiser.” Dei uma meia reverência e saí. Aro parecia satisfeito. Já estava na porta da sala quando ele me chamou novamente.
“Sim, Mestre?”
“Vou mandar Eleazar ir examiná-la.”
“Tudo bem, Mestre.” Inclinei-me mais uma vez e saí.
Ao chegar em meu quarto, deitei-a na cama.
“Eu a trouxe para casa” murmurei em seu ouvido. Sabia que ela, no inconsciente, ouviria meu recado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que gostem da 1ª parte. Logo, logo vem a segunda!
Beijos na bunda! hihi :B