No final do dia me dirigi à entrada do colégio para cumprir minha detenção.  Pra minha surpresa não estava sozinha. Parados também na frente do castelo estavam Marcos Flint, Terencio Higgs, um garoto da Corvinal e mais dois menores da Lufa-Lufa.

-Ora, parece que a Grifinória então não é tão certinha assim – comentou Terencio Higgs notando que eu estava chegando ao corredor.

-Boa noite pra você também Higgs – retruquei.

-Não acredito Potter você chegou no horário! –falou Flint fingindo tom de surpresa.

-Jura? –fingi olhar em um relógio de pulso- ah, deve ser porque estou sem relógio, meu consciente não sabe que estou na hora, então não se importa em esquecer nada no dormitório pra que eu tenha que voltar e acabar me atrasando – respondi sarcástica, enquanto riamos Filch chega:

Narrado por mim

-Vocês vão cumprir suas detenções com Hagrid está noite –falava ele enquanto andavam pelos jardins do castelo- vão entrar na floresta, terão sorte se voltarem inteiros amanhã – falava ele se divertindo, chegaram à cabana de Hagrid, Filch bate a porta:

-Estou indo –responde a voz de Hagrid- Então podemos ir?

-Busco o que sobrar deles ao amanhecer Hagrid – falou Filch se retirando, os garotos mais novos tremeram.

-Muito bem venham comigo –falou Hagrid por fim, eles andaram até a orla da floresta- a nossa missão é encontrar um pobre unicórnio que está ferido, ele deixou um rastro de sangue por grande parte da floresta vejam – ele apontou para as trilhas onde haviam muitos pontos de marcados com um liquido prateado.

-Hagrid, o que acha que feriu o unicórnio? –perguntou Keissy por cima dos alunos menores.

-Conheço todas as criaturas que habitam esta floresta, Keissy, mas não consigo imaginar quem possa ter cometido tal crime – respondeu ele a garota. Atrás deles Flint comentava com Higgs a reação de Keissy ao perceber que tinham machucado um unicórnio, a ruiva estava quase chorando e tinha as mãos em punhos- vamos nos dividir em dois grupos: Canino vai com Keissy, Flint e Higgs, e vocês vêm comigo –falou ele aos novatos- seguiremos as duas trilhas, se estiverem em perigo mandem um sinal com a varinha luzes verdes, que irei até vocês – falou Hagrid passando a corrente de Canino há Keissy e murmurando para ela “sinto muito!”

Os três seguiram durante mais de uma hora pela trilha, Canino sempre se escondendo atrás de Keissy, ela andava na frente seguida pelos dois Flint carregava uma lanterna para ajudar alem da luz das varinhas:

-Potter! –berra Terencio de repente a puxando alguns passos para trás junto com Canino, uma flecha havia voado em direção a Keissy, que graças a Terencio passou a centímetros da garota. Das sombras surgiram três vultos altos, centauros.

-Não falem nada –murmurou Keissy aos dois- deixem comigo.

-O que fazem em nossas terras? –perguntou o centauro mais a frente.

-Somos alunos de Hogwarts –respondeu Keissy- estamos cumprindo uma detenção.

-Viu só Agouro, são alunos –pronunciou alguém mais atrás- Filhotes!

-Não são tão novos assim Firenze! –retrucou ele- com exceção da garota, parece ser mais nova, você –falou ele apontando para Keissy- se estão aqui numa detenção, qual a missão de vocês?

-Estamos procurando um unicórnio que foi ferido há alguns dias e...

-Garota, você é a Lilian? –pergunta Firenze.

-Lilian? –pergunta Keissy.

-É Lilian Evans? –pergunta ele.

-ah, não –responde Keissy- mas Lilian Evans é a minha mãe.

-Oh, você é filha da Lily? –falou ele se aproximando mais da garota.

-Sou sim – respondeu Keissy.

-Firenze, vai começar novamente com essa história da garota Evans?

-Sua mãe me salvou há alguns anos quando ela ainda estudava aqui - falou ele. Keissy olhou em seus olhos e sabendo que teria que pedir a permissão quis ver sua mãe nos pensamentos dele, Firenze permitiu, Keissy prestava muita atenção às lembranças:

“Um vulto encapuzado lançava feitiços contra o centauro já caído no chão, um jato de luz vem de outra direção e imobiliza o vulto Lily Evans aparece de trás de uma das arvores, mas sem varinha, ao seu lado com varinha empunhada estava Tiago Potter. Lily se dirige diretamente ao centauro caído enquanto o garoto verifica se o bruxo realmente está desacordado.

“-Ele está muito ferido, Lily? – pergunta Tiago se aproximando mais da ruiva.

“-Parece que sim... É Evans! Potter, Evans! – responde ela tirando a varinha da mão do garoto e começando a lançar contra feitiços no centauro.

“-Evans Potter é um belo sobrenome, não acha? – perguntou ele, a garota havia curado a maioria dos ferimentos do centauro, enquanto o moreno se aproximava cada vez mais, ela se vira, e tal movimento faz com que seus rostos fiquem a centímetros um do outro, ele segura o rosto dela entre as mãos, ela até tenta se afastar, mas sem sucesso, os lábios dos dois finalmente se tocam.

Keissy volta à realidade e cai de joelhos no chão, coloca o rosto nas mãos e começa a chorar. Firenze olha para os amigos que assentiram e se afastam dos demais, ele olha para os dois garotos em choque e fala:

-Não os incomodaremos mais, podem continuar – e dito isso se afasta. Os dois se ajoelham ao lado de Keissy que ainda chorava:

-Ei Potter, tudo bem? –pergunta Flint, Keissy assente e se levanta.

-Temos que encontrar aquele unicórnio –afirma ela, os dois se levantam e eles continuam a caminhada- o que é aquilo?

-Não sei – fala Flint. A sombra se joga contra eles, e os três caem no chão, ela ataca novamente, mas dessa vez mais a Keissy e Canino- Mas seja o que for não quer agente aqui! Corram!

-Arranhaesumari! –fala Keissy apontando para a criatura, que agora se percebia ser uma arranha, ela voa e bate contra uma arvore e fica desacordada- vamos! Canino vem! –por mais que ela o puxasse não se mexia Canino sai correndo em direção a arranha puxando Keissy com ele- uma ajudinha aqui? –pediu ela, os dois tentaram puxar Canino de volta, também não adiantou.

-Segura ela! –berrou Terencio, Marcos passa os braços em volta de Keissy e a segura firme, enquanto isso Terencio desenrolava a mão dela da corrente de Canino, assim que consegue Canino sai em disparada para a aranha e, Keissy e Marcos caem sentados [Keissy no colo dele].

-Oou! Parece que a coisa tem amigos –fala Keissy enquanto se levantava- corre! –os três correm pela floresta, até que ouve o grito de agonia de Keissy, uma aranha havia conseguido morder-la na perna Terencio acerta a arranha com o feitiço e Marcos a pega no colo, eles conseguem um abrigo numa arvore de formas estranhas, Keissy estava inconsciente.

-Potter, acorde – fala Flint à garota, enquanto os dois tentavam acordá-la- acha que ela nos escuta?

-Não sei, parece que não consegue se mexer, mas acho que nos escuta –comenta Terencio- Potter?  Eu vou ter que te beijar pra você acordar?

-Não se atreva Higgs! –responde ela, enquanto tenta se mexer ainda em vão- fala sério! Da pra me soltar Flint?

-Claro, se você prefere ficar no chão sujo e cheio de bichos que podem infectar a mordida na sua perna, fique à-vontade – responde ele, tirando o braço que segurava a garota, Keissy olha para o machucado e para o chão e depois se encolhe mais nos braços de Flint, ele ri e a segura de novo, instantes depois Keissy pega no sono- acha que a arranha era venenosa?

-Não sei, mas se for ela vai ter que ir logo pra ala hospitalar –comenta Terencio olhando para a garota adormecida nos braços do colega- Que acha que ela fez para os burros de carga não nos atacarem?

-Não sei, ela deve ter mostrado alguma coisa pra eles ou eles pra ela –fala Flint pensativo- no mínimo uma coisa que a machuca, já que ela começou a chorar... Cara, por que você ameaçou beijar ela?

-Qual é? Ela é uma garota, não vejo problema nenhum – responde ele, lançando um olhar malicioso a Keissy.

-É mais ela é uma Grifinória! E anda com aqueles Weasleys, e ainda pior viveu com trouxas e é filha dos Potter! –reclama Flint.

-Tá mais os Potter são uma família muito antiga de bruxos... –começa Terencio.

-É mais a Evans era uma sangue-ruim – retruca Flint- e graças a Harry Potter o Lord das trevas foi derrotado! Imagina só se meus pais descobrem que estou perdido na floresta proibia com um Potter!

-Cara, ela não teve culpa do que o irmão e os pais dela fizeram! –defende-a Terencio indignado- ela não é como eles! Não estava na queda do Lord das trevas! Se for assim Flint, então por que você tá abraçando ela com tanta vontade, hem?

-Que foi tá com ciúmes agora é Higgs –provoca Flint- pois se você se importa tanto, pode segurar ela então, eu vou dormir – fala ele se levantando e colocando Keissy com cuidado nos braços de Terencio e depois se deitando em um dos galhos da arvore, logo também adormece. Terencio ajeita Keissy em seus braços como se ela fosse um bebe, ela ainda adormecida se aconchega em seus braços e apóia a cabeça no peito do garoto, que a fica observando dormir durante o que se pareceram horas.

-Higgs? –pergunta Keissy, quando finalmente acorda e o encontra a encarando- Ainda estamos na floresta?

-Estamos ainda não nos encontraram, o Flint foi dormir um pouco e me deixou segurando você –riu ele, a apertando mais em seus braços- você dorme hem?

-Acho que não estou acostumada a procurar unicórnios pela floresta proibida, e ser mordida por uma aranha gigante em uma só noite – brinca ela- então, há quanto tempo eu apaguei?

-Acho que algumas horas –fala ele olhando para o céu- já esta quase amanhecendo.

-Caraca, e há quanto tempo pediram ajuda?

-Ajuda?

-É. Vocês avisaram o Hagrid, não avisaram?

-Er... Na verdade não.

-E como vocês queriam que nos encontrassem? –falou ela se livrando dos braços dele e tirando a varinha das vestes, sua varinha porem estava quebrada ao meio com muito menos de uns fiapos segurando as duas partes- minha varinha! Como você não percebeu que minha varinha estava quebrada?

-E como que eu poderia perceber em Potter? –pergunta ele a encarando.

-ah, me poupe Terencio! Você estava quase me agarrando e não percebeu que havia uma coisa quebrada nas minhas vestes? –reclamou ela indignada, pegando a varinha dele que estava jogada do lado dos dois e lançando faíscas verdes no céu.

-Quase te agarrando? –pergunta ele a encarando- Terencio?

-ah, você entendeu o que eu quis dizer – responde ela.

-É acho que entendi. –ele a lançou um olhar malicioso- você esta assim bravinha porque eu estava... Quase te agarrando, não é Potter? –completou ele enquanto a puxava de volta para seus braços e aproximava mais seus rostos, seus lábios se tocaram, ele pediu passagem ela não concedeu.

-O que pensa que esta fazendo Higgs? –pergunta ela quando consegue se afastar dos braços do garoto, e cai no chão da floresta. Começam a ouvir largos passos em sua direção, Flint pula do galho de arvore e se posta ao lado deles com a varinha em mãos, Terencio também pega a sua enquanto Keissy continua a encarar o destino do barulho.

-Pessoal! Keissy! Flint! Higgs! Onde vocês estão? –ouviam-se vozes por todos os lados.

-Aqui! –berra Keissy, segundos depois Hagrid aparece entre as arvores, seguido pelos professores, Snape e Madie.

-Mas o que foi que aconteceu? Por que não me avisaram onde estavam que estavam em perigo? Passamos a noite toda procurando vocês por toda a floresta! –queixava-se Hagrid, enquanto Madie se ajoelhava ao lado de Keissy e examinava a mordida.

-Fomos atacados por aranhas gigantes, consegui deter a primeira, mas a segunda conseguiu me morder –respondeu Keissy causando espanto em Madie- fiquei inconsciente e depois dormi, e os dois gênios ai esqueceram a ajuda, avisei vocês apouco quando acordei.

-Temos que levá-la logo a enfermaria –fala Madie a Snape e Hagrid- não sabemos se a aranha era ou não venenosa – falando isso Keissy desmaia, Snape corre até ela e tira algo do bolso coloca-o na boca de Keissy e espera, a garota respira, mas não acorda. Hagrid a pega no colo e dispara floresta afora.

Narrado por Keissy

Como aquele idiota do Higgs teve a coragem de me beijar? Não posso acreditar! Há mais ele vai se ver comigo, ah se vai!

Graças ao nosso querido Merlin, Hagrid, Madie e Snape nos encontraram, pena que eu tenha adormecido segundos depois. Senão podia ter pedido a Hagrid que espancasse o Higgs por mim! Acredite subconsciente eu ainda não estou maluca, estou conversando comigo mesma porque ainda não tenho forças para acordar. Parece que a tal amiguinha da coisa era sim venenosa e acho que se eu ficasse mais alguns segundos lá... o ultimo beijo da minha vida.

-Keissy – ah, Merlin você podia me ajudar né? Não é a primeira vez que ouço alguém me chamando, mas essa voz... Perai, de quem é essa voz?- Keissy você consegue me ouvir? –é claro que consigo! Só não consigo responder!- sou eu seu padrinho Remo – Que? Merlin eu preciso acordar!- Não se preocupe Remo, já deve de acordar... –espero que Madie tenha razão- eu sei, já é a segunda vez que a vejo, mas ela nunca me viu... Ela é igual à Lily.

-É, mas tem os olhos de Tiago – responde Madie.

-É mesmo? Nunca vi os olhos dela –comenta Remo, ele tem razão- sempre que venho aqui ela está inconsciente. Bem eu tenho que ir...

-Não! –consegui berrar, depois abri os olhos muito calmamente, meu padrinho me encarava surpreso- Não vai, já acordei! Que bom que você veio! Está aqui há muito tempo?

-Não, cheguei logo pela manhã quando me informaram que você estava perdida na floresta, que bom que conseguiu acordar antes de eu ir embora. Keissy, já devem ter falado muito isso a você, mas você é igualzinha a sua mãe, com exceção dos olhos, você tem os olhos do seu pai – só consegui sorrir para ele, depois um longo abraço antes de ele ter que partir.

Fui liberada da ala hospitalar quase uma semana depois, Madie não deixava meus amigos irem até lá com a desculpa de eu ter de descansar.