Chemicals Collide escrita por carolvieira


Capítulo 3
Quando É Mais Forte


Notas iniciais do capítulo

Oi, povo (:
Espero que vocês gostem desse capítulo.
O comecinho é Edward POV, mas, pelo menos por enquanto, é o único, serve mais para vocês entenderem o que está se passando na cabecinha linda dele, ok.
Se divirtam :D
PS: link para as roupas no recado do final
PS2: se alguém quiser fazer um banner pra essa fic, eu to aceitando e agradeço *O*



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Edward

Não, não, não, não, NÃO! Isso não podia estar acontecendo, não comigo, não agora.

Eu tinha conhecido a mulher mais perfeita que já vi. A mais bonita. 

Ela tinha um longo cabelo castanho, um castanho quase mogno, que descia em cascatas por seus ombros. Os olhos com cor de chocolate mais hipnotizantes que já tinha visto. E o melhor, ela era perfeita, inteligente, sensata, e eu conseguia conversar com ela.

Nada parecida com a última.

Ainda estava morando em Nova York, quando conheci Tanya. Estava cursando  o segundo ano da faculdade de medicina da NYU. Nos conhecemos por meio de um amigo em comum. Começamos a sair, e quando percebi, estávamos namorando sério.

Todos achavam que éramos o casal perfeito. Até mesmo meus pais. Carlisle e Esme. Quando levei Tanya para conhecê-los, meu par chegou ao ponto de oferecer a aliança da mãe dele pra mim. A gente estava namorando a três meses! Eu não pediria para ela se casar comigo tão cedo, nunca!

Dois meses depois da viagem para Chicago, para conhecer meu pais, estava no meu apartamento, conversando com meu colega de quarto, James, que cursava biologia, quando decidi ir dar uma caminhada. 

Estava andando num parque, perto do nosso prédio, quando ouvi gritou, uma menina, de no máximo onze anos, estava gritando ao lado de um corpo inerte, sua mãe. Elas haviam sido assaltadas, não reagiram, mas o ladrão simplesmente decidiu atirar no peito da mulher. Deixando a garotinha órfã. Eu a acompanhei a delegacia, ela pendurada em meu pescoço, até que seu pai chegasse. Ele estava em choque. 

Nesse momento, percebi que não queria ser um médico. Não queria salvar as pessoas de doenças, queria salvar as pessoas de outras pessoas.

Depois da minha epifania voltei para o meu apartamento, andando. No caminho liguei para meus pais, contando o que tinha acontecido, falando sobre a minha decisão. Eles me apoiaram, afinal, era o que me faria feliz. Liguei também para o celular de Tanya, ela tinha que saber. Mas caiu na caixa postal.

Quando cheguei ao apartamento que eu dividia com James, vi o que nunca queria ter visto. Eles estavam nus, no sofá, aproveitando a companhia um do outro.

Em silencio, fui até o meu quarto, fiz minhas malas e as levei de volta para a sala. Parei ali, e olhei para os dois, que nem ao menos perceberam minha presença, e disse ‘Espero que sejam muito felizes, por que eu, vou ser.’ , me virei, e deixei Nova York para sempre.

Três anos depois, aqui estava eu. Um policial de Forks. Uma cidadezinha minúscula em Washington. Achei que seria um bom lugar para começar a minha carreira e minha vida. Foi lá que eu a conheci.

Bella. Bonita em italiano. A palavra não era boa o suficiente para descrevê-la. 

Mas naquela tarde de segunda, eu perdi meu rumo. Lá estava ela, em toda sua glória, na delegacia. Por um momento, achei que ela tivesse ido lá me procurar, mas lembrei que não tinha dito onde eu trabalhava. Então, o chefe Swan, apareceu, e ela o chamou de pai.

Ela era menor de idade! Eu nunca poderia ficar com ela, mesmo ela sendo a mulher mais linda, a mulher perfeita para mim. E ainda por cima ela era filha do meu chefe.

Quando conheci o chefe Swan, percebi que ele era um homem justo, que odiava ver coisas erradas, e valorizava muito sua vida e achava que todos deviam fazer o mesmo. Durante o dia inteiro que eu havia passado com ele, percebi que ele era muito protetor em relação a sua filha, quem mais tarde descobrir ser a Bella.

Eu me sentia no dever de orgulhá-lo, não sei por que. Foi o que senti quando ele contou como as coisas funcionavam na delegacia.

O que ele pensaria de mim se soubesse os pensamentos que estou tendo com a filha dele?!

Ou pior.

O que ele faria?

Eu nunca mais poderia ver Bella de novo. Acabaria me sentindo mais atraído por ela, e isso não faria bem nenhum para ela, e muito menos para mim.

E mais, você reparou no tamanho do irmão dela? Ele é enorme!

-Cullen! –a voz do chefe Swan ecoou na minha cabeça, me assustando.

-Chefe Swan? –eu perguntei, com a voz tremula.

-Pode me chamar de Charlie filho. –ele disse e riu- Enfim, você pode ir pra casa. Eu tenho certeza que tem alguém te esperando, e é seu primeiro dia, você merece sair mais cedo.

-Ah, brigado... Charlie. É, aquela lasanha congelada deliciosa está me esperando. Ela ficou longe de mim o dia todo, coitada. –eu disse, o fazendo rir mais.

-Como assim? Ninguém em casa?

-Ninguém, nem nada. Só o microondas e eu, meu caminhão de mudança não chegou ainda, ele vem de Chicago, e eu cheguei aqui domingo de madrugada. Não achei que fosse demorar tanto.

-Ah, filho, então por que você não vai jantar lá em casa? Eu tenho certeza que a Bella vai cozinhar alguma coisa. 

-Ah... –eu disse meio desconfortável- Eu acho melhor não, eu não quero incomodar.

-Ah, imagina! –ele disse, e jogou a mão para o alto- Vamos, você pode ir me seguindo com o seu carro.

Ótimo, vou morrer mais cedo do que eu pensava!

Quando chegamos na casa dele, ele destrancou a porta e entrou chamando pela filha e pelo filho.

-Bella? –ele esperou um tempo- Emmett? –nada- Edward, você se importa em ir ver se um deles está no quintal, é só seguir por essa porta, e você chega na cozinha, lá você vai achar a porta dos fundos.

Quando cheguei no quintal, ela estava ali, deitada em cima de um cobertor, pacificamente. Me aproximei e admirei sua beleza, não queria interromper sua ‘meditação’. Mas antes que eu pudesse voltar para a porta dos fundos e entrar na casa, ela abriu os olhos.

-O que você está fazendo aqui? –ela perguntou, desconfiada.

-Er... seu pai, me chamou pra jantar aqui, e assistir o jogo. Ele sabe que meus móveis ainda não chegaram. –eu disse, me afastando alguns passos.

-Ah. –ela respondeu simplesmente. E eu fui para dentro da casa dos Swans.

Uma hora depois, eu estava com Charlie na sala, assistindo a um jogo de baseball qualquer, nunca fui muito fã de baseball.

-Edward, se você quiser, pode ir na cozinha pegar uma cerveja. Sinta-se em casa. –Charlie disse, sem desgrudar os olhos da tela da televisão.

-Ah, sim, já volto.

Fui até a cozinha, onde Bella estava em frente ao fogão, cozinhando. Acho que ela não tinha reparado que eu estava ali, então quando me aproximei da geladeira, que era relativamente perto do fogão, ela pulou de susto, batendo a mão na panela quente.

Ela não gritou, mas imediatamente foi até a pia, e abriu a torneira, colocando sua mão ali.

-Qual é o seu problema? –ela perguntou, aparentemente furiosa.

-Desculpa, mesmo, eu só vim pegar umas cervejas para mim e para seu pai. –eu disse, me aproximando para ver sua mão.

-Tá, sei. –ela disse, e gemeu baixinho, acho que a mão estava começando a doer.

Eu me aproximei dela e, por impulso, peguei sua mão, para ver como a queimadura estava. Quando nossas mãos se tocaram, senti uma corrente elétrica passar pelo meu braço, e percebi que ela também havia sentido, ela pulou.

-Não encosta em mim, por favor. Já é meio difícil ter que te ver. –ela disse, olhando para baixo.

-Como assim? –era impossível ela se sentir do mesmo jeito que eu, mas mesmo assim eu perguntei.

-Nada. Mas é sério, não encosta em mim.

-Eu só quero ver se essa queimadura é grave. Dois anos de medicina ensinam pelo menos isso. –eu disse, e sorri para ela, mas seu rosto ainda continuava o mesmo, sem expressão.

Sem esperar uma resposta, olhei a queimadura e soltei a sua mão. 

-Tá tudo bem, mas seria bom se você passasse uma pomada ou...

-Por que você tá fazendo essas coisas? –ela me interrompeu.

-Bom, eu te assustei, foi culpa minha você queimar a mão, e eu não...

-Não isso. Por que você mudando de humor o tempo todo! Primeiro você aparece na loja, depois eu te encontro no shopping, e você todo charmoso e legal, depois você aparece na delegacia, que meu pai trabalha, e vem todo grosso pra cima de mim! O que eu te fiz, mesmo? Seria bom se você me lembrasse, por que eu esqueci!

-Bella, eu...

-Não, não me vem com ‘Bella, eu’ não. Eu não te fiz nada! E você, me trata bem, me trata mal, me trata bem. Me avisa quando você for começar a me tratar mal de novo, pra eu pelo menos estar preparada! Sabe, Edward...

E ela continuou falando, e falando, mais desabafando. O pior, é que ela não estava certa. Ela tinha sim me feito alguma coisa, ela me enfeitiçou.

-... e eu não entendo! Por quê? –ela disse, mas eu estava muito concentrado nos lábios dela, nem me dei ao trabalho de prestar atenção no que ela estava falando.

-Por quê, o que? –eu perguntei, e ela me olhou incrédula.

-Eu não acredito. Aah, sim, entendi, começou a me tratar mal... 

Eu não agüentava mais ela falando, então fiz a única coisa que consegui pensar para fazê-la parar de falar.

Me aproximei e encostei meus lábios nos dela.

Pensei que ela fosse me afastar. Queria que ela me afastasse. Charlie estava na sala do lado. Charlie, meu chefe, o chefe de policia. Enquanto eu, beijando sua filha, cinco anos mais nova que eu.

Mas ela não me afastou, entrelaçou seus dedos em meus cabelos, enquanto respondia meu beijo.

Eu coloquei as mãos em sua cintura, estava perdido no beijo, não queria que acabasse. 

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Bella

-Eu não acredito. –eu disse, incrédula, ele não ouviu uma palavra do que eu disse!- Aah, sim, entendi, começou a me tratar mal...

Fui interrompida, não sei pelo quê.

Quando percebi, os lábios dele estavam nos meus, me beijando. Eu não soube o que fazer.

Na verdade eu soube, respondi o beijo. Eu havia sonhado acordada com aquele beijo desde ontem de manhã. Coloque minhas mãos atrás de seu pescoço.

Não sei quanto tempo ficamos ali, mas algum tempo depois eu me afastei, precisando de ar.

Quando nossos lábios se separaram, Edward se afastou completamente, indo para o outro canto da cozinha.

-Isso é errado. –ele disse, respirando fundo.

-É mesmo? Podia jurar que isso não é o que você achava agora há pouco. –eu disse, e senti vontade de me estapear. Por que eu não tinha um filtro de palavras?

-Eu não posso fazer isso, não posso. –ele disse, balançando a cabeça- Esquece que isso aconteceu, pode ser. 

Como se eu fosse conseguir esquecer o melhor beijo da minha vida.

Nem tive tempo de responder, ele simplesmente saiu da cozinha. E eu fiquei ali. Tonta.

Aquele provavelmente foi o jantar mais estranho da minha vida. Eu estava tentando ignorar o elefante rosa com bolhinhas amarelas ao meu lado, mas ele parecia aumentar cada vez que meu pai perguntava alguma coisa para Edward, que ele respondia. Por exemplo.

-Eu não entendo, Edward. Um rapaz novo e tão bonito, sozinho! Qual o problema das mulheres de hoje em dia? –meu pai perguntou incrédulo- Eu na sua idade, já estava amarrado com a mãe deles, e muito feliz. –ele disse, com um olhar sonhador.

Edward riu sem graça.

-Ah, Charlie, eu prefiro ficar sozinho. Tenho mais liberdade.

-Ah, mas eu tenho certeza que alguém já chamou sua atenção, aqui.

Pensei que Edward fosse explodir, tipo aqueles personagens de desenho animado, sabe? Vão ficando cada vez mais vermelhos, depois, explodem?

-Hum, eu prefiro não responder, Chefe. –voltando a chamar de chefe? Ri baixinho, o que o medo não faz com as pessoas.

Medo? Até parece que quem tinha chamado a atenção dele era eu. Podia ser, mas quando ele descobriu que eu sou uma criança, tenho certeza que mudou de idéia rapidinho.

Depois do jantar, Edward não demorou muito para ir embora. Eu estava na cozinha, lavando a louça quando ouvi os dois se despedindo. Depois de ter certeza que ele já havia ido embora, fui para a sala, dizer pro meu pai que eu estava com dor de cabeça, então ia dormir. 

Quando o vi, ele estava vendo algum jogo na televisão, sério, como alguém consegue assistir um jogo depois do outro? Do mesmo esporte??

-Eu vou dormir pai, não estou muito bem. –disse, me aproximando e dando um beijo em sua bochecha- Se você ver o Emm chegando, que o prato dele tá no forno.

-Aviso, mas eu duvido que ele vá chegar hoje. Eu não sei porque ele ainda tem um quarto nessa casa, praticamente mora na casa dos Hale! –ele disse, sorrindo e coçando a barriga.

-O problema, pai, é que os Hale não sabem que ele praticamente mora lá. –eu disse, dando uma piscadinha para ele- Tchau, pai. Te amo.

-Boa noite, filha, te amo também.

Tive um sono sem sonhos.

Na manhã seguinte, a primeira coisa que fiz foi olhar na janela. Notei que estava nublado. Que surpresa!

Me arrumei e  fui preparar o café.

Quando estava descendo as escadas, me deparei com Emmett, que me olhou assustado.

-He, He. Oi, Bella.

-Chegando agora, Emm? –eu cruzei os braços e sorri.

-É, mas... mas em minha defesa, eu não tenho o primeiro período hoje, então eu não tenho motivos pra me preocupar em chegar atrasado, e a Rose também não tem, então...

Ele continuou a falar, mas eu o interrompi.

-Eu não perguntei nada disso, Emm. Só queria saber se você estava chegando agora. –eu sorri, e ele entendeu.

-Ahh, não, eu... eu ouvi... um barulho na... cozinha! E fui ver se... você tinha... caído!

-Eu estou bem, obrigada por se preocupar, irmão urso. Te vejo no almoço. –dei um beijo na bochecha dele e fui para a cozinha.

Quando o café estava pronto, ouvi meu pai descendo as escadas.

-Bom dia, pai. –eu disse com um sorriso no rosto.

Eu adorava terças feiras, nesses dias, meu pai saia junto comigo, então tínhamos tempo para conversar de manhã.

-Bom dia, filha. Você sabe que horas seu irmão chegou? –ele perguntou desconfiado- Se é que ele chegou.

-Não sei que horas eram, pai, mas não se preocupa, ele não tem o primeiro período hoje.

Comemos e conversamos. Ele me perguntou se eu já estava pensando na faculdade. Sinceramente? Sim, eu pensava nisso todos os dias, mas não conseguia decidir o que faria.

Fomos juntos para os carros. Charlie, como sempre me esperou sair da garagem para sair. Quando entrei na minha picape, e tentei dar partida, ela não ligou. Tentei de novo, nada. Tudo o que eu precisava!

-Tá tudo bem, Bella? –ele me perguntou, da porta da viatura.

-Não, esse monstro não quer ligar!

-Eu te levo, depois dou um jeito de ir te buscar, vem, se não você vai se atrasar. –ele disse, e eu concordei, afinal, eu ia mesmo me atrasar se fosse a pé.

Chegando na escola, encontrei Alice e fomos para nossas aulas.

Na hora do almoço, sentamos na nossa mesa habitual, com Rose e Emmett, quando Jacob veio, ele parecia um cachorrinho abandonado, daqueles que começa a seguir a primeira pessoa que dá um pouco de atenção pra ele. Mas ele era uma pessoa agradável, mesmo assim.

Na aula de biologia, senti vontade de me enterrar no chão. Logo que entrou na sala, o Sr. Hunter estava soltando fogo pelas ventas. Coitada de mim, sentada na primeira carteira.

Ele foi para a mesa deles, e começou a mexer na bolsa, tirando alguns papeis dali, eu tive certeza que eram as provas de ontem, mas tinham só três ou quatro ali, e as outras dezesseis.

-Eu corrigi as provas de ontem. –ele disse, sério, era de dar medo- Dez exercícios! Míseros dez exercícios, e só três alunos tiram uma nota acima da média. Três! Michael Newton, Angela Weber e Isabella Swan, por favor venham aqui na frente, os três. –eu me levantei da minha carteira e fui lá para frente, com Angela e Mike, tropeçando no caminho, claro- Esses são os três únicos alunos não são, ou não se fazem de idiotas. –ele disse, encarando o resto da sala, eu olhei para baixo, assim como os outros dois- Se vocês não começarem a dar valor ao meu trabalho, eu vou fazer da vida de vocês um inferno. Eu faço vocês ficarem no Ensino Médio pro resto da vida insignificante de vocês.

Ninguém se mexeu pelo resto da aula. Eu passei metade da aula tentando descobrir se Jacob, ao meu lado estava respirando. Quando o ouvi soltar o ar, suspirei aliviada, não queria ninguém desmaiando do meu lado.

Depois do fiasco da aula de biologia, fui para a Educação Física. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas foi até boa a aula. Claro, que comparando com a aula do Sr. Hunter...

Quando saí do ginásio, fui para o estacionamento, ver se meu pai já estava ali. Logo que avistei a viatura, fui na direção dela, olhando para o chão, para não tropeçar em nada, mas algo entrou no meu caminho, olhando para cima, vi Mike sorrindo para mim. Rolei os olhos mentalmente.

-Oi, Bellinha. –me encolhi com esse apelido- Eu vi que seu carro não tá aqui, e queria te oferecer uma carona pra loja, você vai trabalhar hoje não vai?

-Não, Mike, eu só trabalho de fim de semana, nas férias que eu trabalho de segunda a sexta. Desde o primeiro ano é assim. –eu disse, olhando para a viatura, que agora parecia a linha de chegada da Corrida de São Silvestre, e eu, o corredor que estava na liderança.

-Ah, é verdade. –ele olhou para baixo, franzindo o cenho- Então, quem sabe eu não posso de dar uma carona pra sua casa, pra gente passar um tempo juntos? –ele olhou para mim de uma maneira sedutora, eu acho, senti a bile subir pela minha garganta.

-Mike, tá vendo a viatura ali. –eu disse apontando para o carro- Meu pai veio me buscar, então se você me dá licença, eu tenho que ir pra casa. E sobre passar um tempo juntos, eu acho que a aula de biologia que a gente tem junto já é tempo demais. Tchau.

Nem dei tempo para ele responder. Corri para a viatura. Bati a porta antes de entrar, encostei a cabeça na porta do porta-luvas e fechei os olhos, sem nem olhar ou cumprimentar meu pai.

Ouvi um riso baixo.

Isso ria dos mais fracos!

Calma, meu pai não ri assim.

Lentamente abri os olhos e levantei o rosto, me deparando com o mais belo dos deuses gregos.

-O que você está fazendo aqui? –eu perguntei, olhando para ele.

-Seu pai não pode vir te buscar, pediu para eu vir. Surpresa! –ele disse, sarcasticamente.

-Tá, tá. Me leva pra casa, antes que eu vomite aqui na viatura mesmo.

-Você está doente? –ele perguntou, preocupado.

-Estou, é uma doença muito contagiosa, chama Mikeite. E por que você se importa? –isso Bella, tratar mal o cara mais lindo da cidade é realmente muuuuito bom.

-Desculpa. –ele disse e ligou o carro.

-Não, desculpa eu, é o Mike, o cara da loja, sabe? –ele assentiu- Ele me tira do sério, será que ele não percebe que ele me dá nojo? –ele riu da minha expressão, uau, como eu consegui ficar dois dias sem ouvir essa risada?

-Bom, pelo menos hoje ele não tinha chocolate nos dentes... né? –ele perguntou, amigavelmente.

-Não, sem chocolate. –eu respondi.

-Que bom.

-Calda de chocolate no queixo, hoje, desde de o primeiro período. 

A cara de nojo que ele fez foi o bastante, comecei a rir descontroladamente.

O resto do caminho para a minha casa foi agradável, eu perguntei para ele o ele está achando da cidade, e de trabalhar com meu pai. Ele disse que era bom. Gostava do fato de a cidade ser calma.

Quando ele estacionou na frente da minha casa, eu não desci, virei meu corpo para ele e perguntei.

-Será que... tem como a gente ser amigo? –ele olhou para mim, seus olhos verdes queimando nos meus- Eu não quero aquele clima chato de ontem.

Ele suspirou.

-Bella... –ele disse- Eu não vou conseguir ser seu amigo, não dá. Não tem como.

-Claro que você consegue, quer dizer, eu não devo ser uma pessoa tão desagradável assim. Pelo jeito você vai voltar varias vezes na minha casa, e agüentar vários jantares iguais ao de ontem eu não consigo, de verdade... 

Meu discurso sem sentido foi interrompido. Ele estava me beijando, de novo. Quando me recuperei do choque inicial, respondi seu beijo. 

Seus lábios eram macios e gentis nos meus. Minhas mãos foram para seu cabelo, que depois de ontem descobri ser o lugar favorito delas. As mãos dele foram para minha cintura, depois para o meu rosto, tentando memorizá-lo.

Não sei quanto tempo ficamos ali, nos beijando, mas eu precisei de ar. E ele também. Nos afastamos, respirando fundo e ele manteve seus olhos fechados.

-Eu não consigo ser seu amigo, quando toda vez que te vejo, só consigo pensar em te beijar, em te abraçar. Eu não sei o que está acontecendo comigo... –ele encostou a cabeça no volante.

-Ah, que bom. –eu disse sem pensar.

Ele levantou a cabeça e olhou sério para mim.

-Que bom? Que bom? Bella, eu não consigo ficar perto de você, se eu ficar perto de você, sozinho, isso que acabou de acontecer vai acontecer de novo, e se seu pai descobrir que... eu... me aproveitei da filha dele, ele vai me matar, ele tem uma arma, Bella. –ele me olhou, incrédulo.

-Não, não foi isso que eu quis dizer. Que bom, que não sou só eu que sinto isso. –eu corei- E você não se aproveitou de mim, não é como se eu estivesse resistindo, ou eu não quisesse.

-Bella, você é muito nova.

-Eu não sou uma criança, Edward. Eu já posso tomar decisões e eu sei o que eu quero. Você. É você quem precisa decidir o que você quer.

Eu não dei tempo para ele responder, sai da viatura e entrei na minha casa. Me joguei no sofá, pensando no que eu tinha acabado de dizer. Na crise de confiança que eu tinha acabado de ter.

Uau, eu preciso ter mais dessas!

Uma hora e meia Emmett chegou do treino de futebol. Sorriu quando me viu no sofá, ainda com as roupas que tinha ido pra escola.

-Oi, Bellinha. –eu me encolhi com o apelido.

-AAh. Nunca mais me chame assim, Emmett, por favor!

Eu expliquei para ele o que tinha acontecido. Não o que tinha acontecido com Edward! Se eu contasse, meu irmão ia atrás dele. Sobre o Mike. E ele riu o tempo todo.

-Brigada, irmão. Quando você chegar de manhã de novo, eu também vou rir de você, ao invés de fingir que você estava preocupado comigo.

Ele ficou sério. Eu ri.

Decidimos assistir um filme, passar um tempo juntos, fazia tempo que não passávamos.

Depois de nosso pai chegar, assistimos a algum jogo, todos juntos, não sei que jogo era, sinceramente não me importava. O que me importava era estar com os dois, aproveitando o tempo.

Depois do jogo, eu fui dormir, ainda sem saber o que eu tinha visto, o que eu sei, é que meu pai não gostou do resultado do jogo. Mas Emmett gostou, então ele achou que seria engraçado começar a correr pela casa só de cueca, e jogar na cara do nosso pai. Esse garoto precisa de ajuda.

Depois de colocar um pijama aconchegante eu me deitei para dormir. Demorei para pegar no sono, meu cérebro não desligava, e eu ficava me lembrando do beijo de hoje e do que Edward me disse. 

‘Eu não consigo ser seu amigo, quando toda vez que te vejo, só consigo pensar em te beijar, em te abraçar. Eu não sei o que está acontecendo comigo...’

Sorri com isso.

Acordei com alguma coisa na minha janela, olhei no relógio, meia noite e meia, primeiro pensei que fosse a chuva, mas não batia o suficiente para ser chuva. Me levantei para ver o que era.

Quando cheguei na janela, notei, assustada, uma sombra no galho da árvore que dava para a janela, antes que eu pudesse gritar, ouvi.

-Droga, Bella, abre essa janela! Eu vou morrer aqui, se seu pai me pegar...

Era a voz de Edward, rapidamente eu abri a janela e ele entrou, sem dificuldade, no quarto.

Quando ele se endireitou, olhou nos meus olhos e se aproximou de mim, colocando seu braço ao redor da minha cintura. Eu olhei nos olhos dele petrificada.

Seus lábios encostaram nos meus, carinhosamente, suavemente. Ele se afastou para me olhar nos olhos, e disse.

-Eu sei o que eu quero. Eu quero você. Só você.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam *O*
As roupas da Bella estão nesse endereço: http://www.polyvore.com/quando_mais_forte_bella_escola/set?id=17249909
quem quiser comentar lá, será muito bem vindo (:
(o da direita é o pijama)
E sim, o 'meu' Mike é nojento hi hi.

Beijos ;*
Viê



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