The Second Life Of Fred escrita por rafaaela_leite


Capítulo 3
Monstro




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Quando cheguei ouvi alguém chorando, mas não via ninguém na recepção bem decorada com flores logo as identifiquei como jasmins, o choro vinha de traz do balcão de madeira, era a recepcionista ela estava sentada no canto, abraçando os joelhos, seu rosto banhado de lágrimas. Não aguentei ver aquilo, fiquei com muita pena da moça e fui sentar-me ao seu lado, quem sabe falando ela parasse de chorar. Ela era linda, seus cabelos eram levemente cacheados e ruivos, e seus olhos eram de um verde muito claro, a pele de um rosado delicado, quando me viu ela se encolheu mais ainda e se recostou na parede pintada em um tom pérola, parecia que estava com vergonha de que alguém a visse chorando. Ela emanava uma energia de pura tristeza, uma tristeza muito grande.

Toquei seu ombro e sussurrei “Ei o que foi?” sinceramente eu não sabia o que falar. Em resposta ao meu toque ela tremeu, e levantou levemente a cabeça, eu achava que ela seria daquelas pessoas que demoram á conseguir desabafar, ainda mais com um estranho, mas me surpreendi quando ela começou a falar. Seu olhar estava vago, como se ela estivesse relembrando algo. “Sabe o que é receber a noticia de que alguém que você ama morreu, e que ela fazia coisas muito, muito erradas? E que antes disso você estava brigada com essa pessoa e não pôde nem dizer um ‘eu te amo’?”, pensei um pouco tentando entender e falei, “não estou entendendo” ao mesmo tempo que sabia do que ela falava, não entendia nada. “Meu irmão foi encontrado morto à cerca de quinze minutos, uma mulher foi à delegacia dizendo que havia sido assaltada e que quase foi estuprada, ela levou os policiais até o local, e meu irmão e seus três amigos estavam mortos, com o corpo cheio de cortes. Os policiais disseram que provavelmente foi briga de gangues.”, ela recomeçou a chorar e soluçar ainda mais. Os homens de quem eu havia me alimentado aquela noite, mas eles estavam fazendo mal àquela mulher...

Afastei-me da moça, peguei minhas coisas e corri para o quarto, senti que ela me olhava pelas costas não entendendo minha atitude, pulava os degraus de três em três, meu porte de atleta ajudava nisso Entrei e bati a porta, “DROGA! Eu sou um monstro! Não mereço existir, não mereço nada!” joguei-me na cama forrada com uma coxa branca com bordados em prata. Eu não podia fazer nada, o que foi feito estava feito. “Agora mesmo vou comprar a passagem para essa Volterra! Preciso encontrar um meio de fazer isso parar!”

Saí o mais rápido que pude daquele lugar, coloquei tudo que tinha na mala que também comprei na loja de departamentos, peguei o primeiro táxi que vi e fui para o aeroporto. Haviam poucos carros devido o horário, eram quase 2 da manhã, o céu clima ainda meio mórbido mas não silencioso igual, o barulho do motor dos carros quebrava o silencio da noite, “tive sorte de encontrar um taxi em menos de 15 minutos” pensei.

O aeroporto não estava lotado, mas havia bastante gente, comprei a passagem para Volterra. O vôo sairia daqui à meia hora. Passei em uma livraria que havia no aeroporto e comprei alguns livros para passar o tempo, depois resolvi agir como uma pessoa normal, sentar e esperar. Na TV novamente o noticiário com o de sempre, assaltos, pessoas que foram assassinadas, até que a ancora vestindo aquelas roupas sociais femininas em um tom quase branco, que contrastava com seus cabelos muito negros diz “já foi controlado o incêndio em Seatle, felizmente não afetou grande área da campina.” Novamente pensei em Bree tão frágil e ao mesmo tempo tão valente, capaz de morrer por um amor... Para onde será que iam as almas dos vampiros? Será que vampiros tinham almas? Acho que não se não, não matávamos pessoas inocentes...

Quando anunciou o embarque eu logo fui para o avião, estava entediado demais e não queria mais pensar no que iria fazer quando chegasse lá, estava já com um dos sobretudos pretos com capuz, óculos escuros e luvas. Por onde passava todos olhavam, eu estava ficando maluco com tantas energias diferentes, um jovem casal emanava o mais puro amor, com certeza estavam em lua de mel, um outro casal só que de idosos estavam muito ansiosos ‘quem sabe reencontrar  algum parente’ pensei, uma família de quatro pessoas, a filha estava com raiva ‘só pode ser mudança’... Resolvi parar de prestar atenção. Quando entrei no avião as pessoas conversavam animadas, com muitas expectativas de suas viagens.

Me acomodei na poltrona, e liguei o Ipod de cor preta que estava na mochila que pegara dos assaltantes, a pessoa a quem ele pertencia não tinha mal gosto, tinha muitas músicas ali de que eu gostava, deixei na música the trooper do Iron Maiden e comecei a ler um dos livros que comprara.

Distraí-me e quando me dei conta já estávamos pousando, fechei o livro, e olhei para fora da janela. Já estava amanhecendo mas o céu estava bastante nublado, isso iria facilitar para mim.


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Notas finais do capítulo

me digam o q estão achando =D