Passaram-se dois dias, Eu já não deixava mais Olivia sozinha com Margareth, a qualquer momento ela acordaria e poderia atacá-la.

Estava folheando mais um dos livros que Olivia me emprestara, quando ouvi um estalo.

Margareth se mexeu, ela ia acordar. Corri para a cozinha e peguei várias bolsas de sangue, tranquei a porta do porão até que tudo estivesse bem.

Margareth agora parecia despertar, como se estivesse acordando de uma longa noite de sono. Ela ficou um tempo encarando o teto depois virou a cabeça e me viu, rapidamente ela saltou da cama e se pôs em posição de ataque ao mesmo tempo em que expôs os dentes. Mas logo colocou a mão na garganta.

Peguei uma das bolsas de sangue e levei até ela.

“Tome, isso vai fazer o ardo passar.”

Ela encarou a bolsa de sangue, e então sentiu o cheiro doce ela fechou os olhos como quem aprecia o cheiro de um perfume. Quando os abriu eles eram de um vermelho flamejante. Ela atacou a bolsa, desajeitada logo se sujou toda. Ela viu as outras em cima da mesa e em questão de segundos já havia tomado tudo.

Quando sugou a ultima gota ela ficou em pé e se olhou. Ela vestia um vestido florido que Olivia buscara em sua casa. Alias todas as coisas de Margareth estavam aqui. Assim pareceria que o tio recém falecido morava sozinho. Seus cabelos negros estavam desgrenhados e sua pele agora mais branca ainda suja de sangue.

Ela olhou para mim parecendo me reconhecer.

“Obrigada por não me deixar morrer.”

“Acho que não devia me agradecer por transformá-la.”

Ela me encarou por alguns segundos e deu de ombros.

“Acho que preciso de um banho.”

“Olha, Olivia está lá em cima, quando você a vir sentirá o cheiro de seu sangue, e será muito tentador, mais tentador do que esse sangue que você acabou de tomar. Quando isso acontecer lembre-se de quanto você a ama, e que você não pode mordê-la.”

“Eu sei disso. Há algum tempo venho estudado os vampiros, acredite eu vou saber lidar com isso.”

“Ok. Mas se algo der errado terei que impedi-la de qualquer maneira.”

Ela afirmou com a cabeça.

Abri a porta de madeira com a maçaneta enferrujada, sai primeiro para ver se Olivia estava por perto, ela estava na sala, quando me viu levantou-se do sofá fiz um sinal para q não se aproximasse, peguei Margareth pela mão e a conduzi para fora, já estar em contato com ela seria mais fácil se tivesse que impedi-la de atacar Olivia.

Quando se viram, ambas esboçaram um sorriso de pura ternura. Olivia pareceu nem se importar com a roupa de Margareth toda suja de sangue, ela deu um passo para frente e eu interferi.

“Olivia fique aí ainda é perigoso demais. Por mais que Margareth não queira fazer-lhe mal algum, é uma coisa q não controlamos muito quando transformados á pouco tempo.”

“Tudo bem.” Ela sorriu mais ainda para Margareth. “Bem vinda de volta querida.”

“Vou levá-la para tomar banho, você pode pegar uma muda de roupas enquanto ela estiver no banho?”

“Sim, claro.” Disse Olivia ainda sorrindo para Margareth.

“Vamos Margareth.” Fiz sinal para que ela fosse na frente.

“Confesso que foi difícil me controlar com o cheiro do sangue quente de Olivia, mas ela é como se fosse minha mãe, jamais farei nada contra ela. Nem que tenha que me matar.”

Ela parecia estar falando mais consigo mesma do que comigo, então resolvi não responder.

Não precisei guiá-la pela casa, ela já a conhecia muito bem, ela entrou no banheiro e ouvi-la trancar a porta. Olivia veio atrás trazendo uma muda de roupas. Ela colocou na cama ajeitando e alisando-a. Fiz sinal para sairmos, ela me seguiu até o corredor fechando antes a porta do quarto.