" Acabei de acordar são 10 horas da noite, não sei necessariamente que dia é hoje. Minha cabeça está latejando. Acho que estou no hospital. Ouço passos melhor parar de escrever. "

Foi assim que terminei a anotação do dia.

-Antonieta. Você acordou, que bom! - exclamou um lindo moço.

Ele era moreno, olhos claros, cabelos negros. Era jovem, devia ser um pouco mais velho que eu. Talvez tivesse uns 20 anos. 

-Olá, sou Peter, seu médico.- Falou com um sorriso estampado no rosto.

-Percebesse, olhe teu crachá. - respondi meio ignorante.

-É... - disse sem graça

-Senhor, Peter comparecer a portaria.-mencionou a secretária.

-Ér... eu preciso ir.

-Tudo bem - falei sem expressão.

Ele saiu do quarto e eu apenas escutei o eco da porta batendo. Eu senti um vazio tão grande.

A enfermeira chegou com a janta. Hoje descobrirei se comida de hospital é tão ruim como falam. 

.............

Para falar a verdade a comida não é ruim. Era peixe cozido, arroz e feijão. E de sobremesa pudim. Que pudim bom. Depois de comer liguei o televisor e acabei adormecendo.

Acordei e Peter estava ao meu lado, apenas me olhando. Com ele ao meu lado eu não sentia o vazio dentro de mim. Será que está crescendo algum sentimento ? Não pode ser. Será que meus pais vão aprovar ? 

Flashback *on*

Minha mãe e meu pai se encontravam mortos no chão, com a cabeça mutilada. E homens seguravam a minha irmã pelo braço. Ela gritava muito. Foi no momento em que um dos homens pegou uma faca e cortou a cabeça dela. Eu dei um grito mudo.

Flashback *off*

A lembrança veio a tona e lágrimas cairam do meus olhos.

Ele levantou uma da mãos e secou minhas lágrimas. Porque ele tinha de ser tão perfeito ? Poderia ser um rude, grosseiro e ignorante. Mas ele era carinhoso. E muito ...

- Oi - aleluia uma palavra saiu