Pokémon Shining Crystal - o Juízo Final escrita por Nandarazzi


Capítulo 4
Capítulo 3 - Goldenrod, a Cidade das Oportunidades


Notas iniciais do capítulo

Os desenhos deste capítulo são todos antigos. Para ver meus novos desenhos, é só ver meu álbum no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?rl=ls&uid=7106160602203861896

Desenhos nesse capítulo:

http://i589.photobucket.com/albums/ss335/ananda_027/witney_passion.jpg?t=1255465795



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A Floresta Ilex era escura e espessa. O mato era baixo e o caminho fechado, e o silêncio de seu interior era tão profundo que podíamos ouvir nossos corações batendo. Meu andava em passos curtos e cuidadosos, com meus olhos percorrendo as partes superiores do teto de folhas e arbustos. Caminhei com Weepingbell ao meu lado, com os olhos arregalados ao observar tudo ao redor... Em certo momento, começaram a surgir pequenas inconveciência como pequenas árvores crescendo no caminho: nao eram grandes, mas fortes para suportar o impacto de qualquer pokemon meu. Ao ver Weepingbell as derrubando apenas com o uso das afiadas lâminas, pude entender o que a policial havia dito com "ela tornar minha jornada mais fácil"...

Assim que terminei de derrubar uma destas árvores, abro uma passagem para uma pequenina clareira na floresta. No seu centro, destacava-se um altar de cor vermelho-amarronzada, com as janelas travadas. Senti que ele emanava uma energia tão poderosa, que seu magnetismo chegou a me atrair para perto dele. Lentamente me aproximei, estiquei meus braços e, quando segurei as aberturas das janelas, ouço e sinto um movimento arrisco vindo do mato, despertando-me do estranho transe.

- O que foi isso? - falei baixo.

Nenhuma resposta... Weepingbell ficou inquieto. Olhei ao redor e tentei me concentrar naquele movimento vindo de trás das árvores: não pareciam ser pokemons, eram muito grandes para serem qualquer criatura encontrada naquela área repleta de insetos e pequenas aves. O que seriam, então? Pra variar, eu não quis ficar pra descobrir. Eu e Weepingbell fomos nos distanciando lentamente, andando para trás, com os corpos virados na direção da agitação. Quando ficamos distantes o bastante, viramos na primeira oportunidade e saímos correndo dali.

Nos primeiros passos, pude sentir que as criaturas nos perseguiam, correndo e nos acompanhando por trás dos arbustos. Pelos passos, presumi que eram dois - dois HUMANOS, isso sim, que por alguma razão, me perseguiam escondidos sob as folhas. Poucas vezes olhei para trás, afinal, quando a adrenalina é sua aliada na fuga, o melhor a fazer é segui-la e não traí-la com a compreensão. As curvas passaram a ocilar muito entre pequenas e fechadas para bem amplas e abertas, me dando a oportunidade de confundi-los - mas isso me fez perceber que não partiriam para cima de mim, e que não estavam preocupados em me alcançar. O que eles pretendiam, afinal, brincar de pique?

Pois eu não tinha tempo pra isso. E, sem perceber, estava correndo à toda velocidade com o sino balançando sobre meu peito.

Só fui me tocar do meu erro quando ouvi o agudo zumbido de pokemons logo atrás de mim, me seguindo determinados com seus corpos listrados e asinhas transparentes: muitas Beedrils, abelhas gigantescas quase do meu tamanho, com seus ferrões afiados e olhos vermelhos bem fixos em mim! Weepingbell entrou em pânico: deveria ter pavor de insetos. Também teria, se fosse um pokemon de planta e tivesse nesta situação, com dezenas de Beedrils querendo me pegar!

Quanto mais eu corria, mais o sino balançava, e mais pokemons eu convocava. Chegando numa parte aberta da floresta, decidi chamar pela ajuda de Pidgey, tirando-o da pokebola. Para uma ave pequena, seu Wirlwind é bem poderoso, mandando boa parte das larvas e insetos pequenos pelos ares. Por terem asas, as Beedrils conseguiam suportar os ventos poderosos das juvenis asas. Tão facilmente irritadas quanto Sparows, elas se zangaram com o atrevimento de um pokemon muito menor do que eles. Porém não subestimaram sua força e, covardemente, sendo em maior tamanho e número, partiram todas para cima dele.

Pidgey era sagaz, mas não podia contra tantos pokemons. Weepinbell decidiu colaborar, e lançou uma rajada de Razor Leaves na direção das Beedrils: não tinha intenção de atingi-las ou tampouco causar-lhes dano, queria apenas deixa-las confusas. Depois que terminou de atirar suas folhas, Pidgey bateu suas asinhas intensamente, formando furacões com seu movimento Gust, não só atingindo as vezesnas de insetos com seu movimento voador como atingindo-os várias vezes com as folhas lançadas por Weepinbell, que circulavam pelos turbilhões, como se estivessem num liquidificador.

Com os pokemons não só cansados quanto cambaleantes no ar, Pidgey então encerrou seu ciclo como um pokemon pequeno e frágil, adquirindo altitude e atacando as Beedril alinhadas com um rasante cerceito, fazendo-as voarem longe com o poder do seu bico e suas asinhas poderosas.

- Mandou bem, Pidgey! - disse, orgulhosa - Você é mesmo demais!

Ele se aproximou, e seu corpo começou a se modificar... Uma luz branca o circundou, e seu corpo começou a passar pelas radicais modificações da evolução diante dos meus olhos! Sua estrutura se tornou muito maior e mais forte, suas asas ficaram tão grandes quanto às de uma poderosa águia. Seu bico também cresceu e adquiriu uma penugem rosada e digna, e seu frágil piar agora se tornara um poderoso arrulhar rapineiro. Havia se tornado agora um Pidgeotto.

- Que bom!! Você evoluiu, Pidgey!! - disse, ainda incrédula que o pequeno passarinho que antes pousava em meus dedos agora se tornara grande o suficiente para agarrar todo o meu braço, ficando do tamanho de um gavião real.

- Foi mesmo uma batalha impressionante! - ouvi uma voz feminina, surgindo dos arbustos - Você pegou tudo, Pablo?
- Sim senhora, acho que não vai precisar nem de edição! - respondeu uma voz masculina.

Saindo desajeitados do mato, surgem então uma repórter e um cameraman. Ela estava bem vestida, cabelos curtos e práticos, com o microfone em punho e saltos altos quadrados que, antes, pareciam bem polidos... Deve ter sido difícil correr com eles no matagal fechado. Seu cameraman era um jovem de feições honestas, um boné vermelho e um cavanhaque ralo; e a pesada câmera em seu ombro era facilmente movida pelos braços fortes um pouco peludos. Eles estavam um pouco suados e, considerando sua estatura, podia agora ter CERTEZA de quem eram meus perseguidores.

- Bom dia, senhorita Juri! - disse a repórter, de forma espontânea. Bom dia? Oh, sim, era verdade. Não deveriam ser 11 da manhã... - Eu sou Angela, do jornal A Voz de Jotho, sabe; aquele que passa todas as noites no canal 5...
- Eu sei que jornal é esse. - disse, irritada - E eu já falei o que tinha pra falar, e bem que vocês não precisavam me perseguir desse jeito, né?
- Eu sinto muito, mas a senhorita é o tipo de pessoa que fica interessante não olhando diretamente para a câmera...
- Como assim?! - milhares de coisas passaram pela minha cabeça quando ela disse aquilo.
- Só estamos fazendo nosso trabalho, querida! - disse, sorrindo - Um furo exclusivo é tudo para um repórter! Não gosta de ser famosa pelo que fez?
- Erm, bom...

Então, decidi topar em fazer uma rápida entrevista, e comentar um pouco sobre o que as lentes de Pablo haviam capturado. Provavelmente seriam exibidas no jornal logo a noite - mas prometi a mim mesma que aquela seria A ÚLTIMA vez que faria algo assim. Eu não quero ser reconhecida por onde passar como "a mina dos Rockets de Azalea". Por sorte (ou não), o mundo do jornalismo é célebre e predatório, e dentro de alguns dias, eu já teria "saído de moda".

A poucos quilômetros, a maior cidade de Jotho me aguardava. Seus altos arranhacéis, ruas e centros comerciais de ficar babando nas vitrines, muitos apartamentos e diferentes prédios para diferentes funções empresariais, ruas largas e bastante movimentadas tanto por pessoas quanto por carros. Cada pequena parte da cidade era uma interessante ilha a se explorar, e todas combinadas formavam a cidade mais populosa, visitada e desenvolvida de todo o continente, também conhecida como uma Cidade de Oportunidades.

Sendo uma garota do campo, raramente havia vindo à Goldenrod antes. Mas não importava quantas vezes eu a visse, ela nunca deixaria de perder o encanto pra mim. Mas eu tinha um propósito lá. Assim que havia saído do centro pokemon, tracei meu rumo até o Ginásio de Goldenrod, localizado nas fronteiras da cidade; onde enfrentaria Witney, a líder do ginásio de pokemons Normais.

Pouco sabia realmente de minha oponente, apenas aprendi que era uma treinadora que amava duas coisas: pokemons bonitinhos e jogatina. Líderes de ginásio, além da posição que tem, assumem também um pequeno papel político, como representantes de um povo, ao lado dos prefeitos dos municípios. Não tinham influência política, mas eram importantes figuras populares, tornando-os muito mais conhecidos que os governantes de suas cidades. Apareciam apenas em reuniões políticas como O Conselho (que reunia todos os políticos de Jotho para resolver questões e realizar conferências importantes) e eram um retrato do povo de suas cidades, sendo depositada sobre eles toda a sua confiança.

Witney infelizmente tinha uma imagem levemente degradada, que podia tornar-se ainda pior. Era viciada em jogos de raspadinha, chegando a ficar totalmente sem dinheiro para oferecer ao término de seus combates. Diziam até as más línguas que ela era apostadora de corridas e rinhas ilegais, e que ela estava arruinando a imagem de seu povo. Não creio que seja pra tanto: pra se chegar ao status de líder de ginásio você tem que ser bem mais do que simplesmente vemos quando lutamos contra eles. Outros atributos positivos ela tinha de ter, senão já haveria sido deposta a muito tempo, logo no primeiro escândalo.

Chegando na entrada do ginásio, uma jovem moça esperava sentada num banquinho da entrada, e parecia desolada. Me aproximei dela, perguntando:

- Bom dia, a líder Witney está disponível para batalhar?
- Só até não ter mais dinheiro para apostar. - ela respondeu, tristonha.
- Mas, ela nao devia, quero dizer - fiquei sem o que dizer - Eu posso procurá-la?
- Pode. Sou capaz de pagar se você a trouxer de volta!
- Prometro trazê-la... Onde ela está?
- Ainda pergunta?

O polegar apontou indiferentemente para um esquina não longe dali, onde se erguia um ENORME prédio com uma grande torre de transmissão vermelha no topo. Graças ao vários banners ao redor, pude presumir que aquele fosse o prédio da Estação de Rádio de Jotho.

Tinha vários andares, cada um para um canal de rádio diferente. Colado ao seu lado, mais estações: a estação televisiva do Canal 5 e a estação de metrô. Ao entrar na de rádio, senti o ar-condicionado central quase que instatâneamente esfriando a temperatura do meu corpo, climatizando o enorme sagão. Nas paredes, pôsteres emoldurados com as principais promoções do mês e eventos promovidos pela rádio. A sala de espera estava lotada, com uma TV plana e mostrando imagens do exótico Lago da Fúria, em Mahogany.

O amplo balcão estava cheio de secretárias, todas polidamente uniformizadas com seus blazers cor de rosa, fazendo-as lembra-las vagamente Clefairys. E apoiada no balcão da extrema direita, onde se localizava uma placa grande com letreiros em caixa alta "RASPADINHAS - Compre Aqui!" estava ela: Witney, no fulgor do desespero:

- NÃÃÃÃÃÃO!!! - esbravejou - SHED SHELL DE NOVO NÃÃÃÃO!!

Pra ver o que eu teria que aguentar.

- Será que eu não posso ter só UM DIA de sorte?! - bateu com força no balcão.
- Por favor, senhorita Witney, acalme-se! - praticamente implorou a secretária, como quem já não sabia mais como proceder...
- Só um item bom... Apenas um bom, por favor!... - disse, choramingando, ao receber um tipo de pele seca e enrijecida, com um formato que lembrava um casulo.
- ... Bom dia, vou querer uma raspadinha. - pedi, me aproximando do balcão.

Witney me olhou curiosa. Suas feições de mulher adulta não combinavam muito com seu traje espalhafatoso de super heroina. Sua Miltank também fitava minha Weepingbell, e pelo que notei, ela deveria ser tão louca quanto a treinadora... A moça me deu uma raspadinha, que tinha alguns dizeres do lado e uma camada de carbono cobrindo uma imagem sobre o papel. Raspei com uma moedinha de 0,5P$, e a imagem que surgiu foi... De uma Shed Shell.

- He heh. Primeira tentativa... - disse, sem graça.
- Isso não dá futuro, menina... - disse Witney, mostrando exaustão - Estou aqui desde cedo e nada de bom...
- Porque não volta para o ginásio, senhorita Witney? - mostrei minha preocupação como treinadora - Eu particularmente vim para desafiá-la, e tenho certeza que muitas outras pessoas também, mas...
- ... Não precisa da longa pausa. Mas, entenda, querida... Eu estou numa fase de aproveitar o que a vida ainda tem de melhor. - disse, esboçando um sorriso - Eu e outros colegas estamos começando a passar por uma fase chamada de CRISE DA MEIA-IDADE! - me abraçou pelos ombros.
- Erm, Witney, a senhorita ainda tem 32 anos de idade... - expliquei - Se quer continuar a desperdiçar seu dinheiro com essa tolice, pode ir.
- Não é tolice, e eu vou PROVAR!! VOU CONSEGUIR UM PRÊMIO QUE PRESTE, agora!! - disse, tirando mais cédulas das calças. Eu e minha boca grande...

Quem não planeja, se estrumbica: é um dos meus lemas de cabeceira. Decidi aproveitar seu afoitamento para continuar a comprar raspadinhas: quando conseguisse um prêmio que valesse a pena, arranjaria um jeito de trocar nossas raspadinhas. Depois de meia hora gastando dinheiro precioso em umas vinte raspadinhas, eu decido comprar as duas últimas antes de desistir e ir no banco sacar mais dinheiro. Enquanto Witney chorava sobre sua quinhentésima Shed Shell, percebo uma imagem diferente surgindo na minha. Era uma Moon Stone! Eu a raspo completamente, assim como a de Witney. Olho em direção da televisão e digo:

- Nossa, não sabia que o Falkner ficava tão sexy de cavanhaque.
- Onde?! - ela virou com tudo na direção da TV. Caiu como uma patinha. - Espera, ele não tá de- AAAAAAAAAHHHHH!!!

Ela olhou novamente a raspadinha em mãos e deu pulos e pulos de alegria, dizendo constantemente "moon stone, moon stone!", fazendo todos os olhares se virarem em direção a ela. Sorri satisfeita... Não porque agora teria a chance de poder devolvê-la ao ginásio, mas ou ver sua felicidade diante de uma coisa tão pequena quanto uma raspadinha. A secretária deu uma risadinha discreta, achando graça da situação, e eu à moça um Moon Stone novinha em folha, brilhando de tão polida.

- Meus parabéns. - eu disse, começando a raspar a outra.
- Aaah que pena, você ganhou outra Shed Shell... Tsk, tsk. Mas é como eu digo, nem todo mundo tem a sorte que eu tenho.

Master Ball. Na segunda, veio uma Master Ball.

A secretária começou a arregalar os olhos, pedi então fazendo um sinal com o dedo sobre os lábios que não comentasse nada. Witney ainda saltitava em seu sublime ápice de felicidade, e não pararia até conseguir uma Master Ball como a minha.

- - -

- Espero que esteja preparada. Não pense que vou pegar leve com você... - ela dizia, sob seu majestoso pedestal cor-de-rosa nos fundos do ginásio, diante do amplo campo onde batalharíamos. Não havia obstáculos ou atributos que pudessem dar vantagens a um tipo em especial. Era neutro, assim como seus pokemons.
- Eu não espero... - disse, sorrindo confiante.
- Gostei de você, menina... Prepare-se!

Seu primeiro pokemon foi uma pequena Clefairy. Era redondinha e rosada, parecia com a pelúcia que eu tinha no meu quarto. Quem tomaria conta dela seria Geodude, uma vez que eu não tinha pokemons que podiam obter vantagem sobre os normais, e pelo menos ele tinha muita resistência a eles.

Geodude mal havia saído da sua pokébola e fora pego de surpresa pela rápida fadinha rosa, sendo esbofeteado pelas suas mãozinhas ágeis. Quando pensava em reagir, lá vinha ela novamente, enchendo sua cara de tapas. Duvido que Geodude tenha realmente sentido alguma coisa, mas antes que ela começasse a bater novamente, ele a agarra pelos bracinhos, gira seu corpo redondo várias vezes e a atira para longe, fazendo-a se arrastar no chão. Não tinha a intenção de machuá-la, apenas de distanciá-la. Pra que...

Quando ela se levantou, Geodude pôde ver seus olhinhos brilhantes cheios de lágrimas, e o rostinho prestes a chorar. Usando seu Charme, ela conseguiu amolecer ainda mais o coração molenga de Geodude. As coisas estavam começando a ficar desafiadoras...

Ela então rapidamente se levantou e começou a mover as mãos de forma sincronizada, como se estivesse seguindo o ritmo de uma música que só ela podia escutar. Por fim, a ponta dos seus dedinhos emitiram uma luz branca, e logo mirou-os na direção de Geodude. Eles lançam uma rajada de fogo poderosa, que acertara Geodude em cheio. Era um ataque do tipo Fogo, Flametrower , e se Geodude não fosse resistente a esse tipo, ele já teria caído na primeira.

Geodude usou Rollout. Ele acertou Clefairy como se ela fosse um pino de boliche, e a fez voar longe! Quando fez a curva, vinha ainda mais forte. A pequena abraçou o corpo e encolheu diante de nossos olhos, usando Minimize para tentar aumentar suas chances de evasiva. Mas não foi o suficiente para deter Geodude, que no segundo turno de seu Rollout, a nocauteou.

- Acha que tá arrasando, né? - disse, pegando a outra pokebola, sorrindo como quem estava longe de perder - Eu tô só esquentando, menininha!

De sua pokebola, sai a Miltank que a pouco havia visto no balcão das raspadinhas. Era um bovino osso duro de roer, e as camadas de gordura em seu corpo forte facilmente basorveriam impactos intensos. Geodude preparava o terceiro turno de seu Rollout, que causaria um impacto avassalador, mas ele errou o alvo. Me surpreendi com a velocidade de Miltank, e ainda mais com o que estaria por vir.

Quando Geodude fixou seu olhar nela, ficou boquiaberto. A vaquinha o olhava com malícia, o convidava com um olhar misterioso porém atrativo... Para um pokemon. Quando sorriu e piscou para ele, quase vi suas pupilas avermelhando e criando o formato de grandes corações - pobre Geodude, tão ingênuo; caíra na tentação do Atract.

Miltank foi correndo em sua direção e atirou todo o seu enorme corpo sobre de Geodude, umas 2x menor. Com um Pound certeiro, apenas deixou Geodude ainda mais apaixonado pelo seu grande corpo rosado. Gritei, na tentativa de acordá-lo, sem sucesso.

Pude quase ver o sorriso macabro nos lábios da cruel Miltank, sem poder fazer nada para acordar Geodude naquela grande ilusão. Ele estava em suas últimas... Já cansado de apanhar, no ápice da desilusão, quando Miltank preparava seu ultimo Pound, ele consegue desviar, e ela cai com sua enorme barriga no chão duro. Sob meu comando, ele a atingiu com seu primeiro turno do Rollout, atingindo-a em cheio, e deixando-a muito abatida, provavelmente descontando todo o seu ódio.

Miltank só havia uma chance. Enrolou seu corpo como uma bola de banha, e ganhou muita velocidade. Geodude vinha de sua curva, cada vez mais rápido, e ambos se chocaram com um impacto colossal, fazendo o som ecoar por toda a abóbada branca do ginásio, nos forçando a proteger nossos ouvidos.

Depois que a poeira baixou, o campeão foi revelado. Sobre o corpo grande e caído do seu oponente, surge Geodude, urrando com sua vitória, apesar de no limite de sua resistência.

- Mandou bem, Geodude!! - exclamei, vitoriosa - Vem cá garoto!!

Abri meus braços para recebê-lo. Conforme ele vinha em minha direção, ainda barulhando alegre, era sua vez de se modificar.

Seu corpo começou a brilhar, como o dos outros pokemons evoluídos. Seu corpo ficou muito maior do que uma simples pedra: tornou-se uma rocha muito grande, quase do meu tamanho. Ganhou pernas fortes, e mais um par de braços poderosos sobre as costas. Ele sorria largamente, e seu grunhido poderoso parecia extremamente feliz e satisfeito. Eu o abracei mesmo assim, fiquei muito feliz ao ver meu ultimo pokemon evoluído!

- - -

- É, acho que eu a subestimei, menina... - dizia Witney, com as mãos na cintura e olhos fechados, como quem, apesar de anos mais madura, ainda tinha dificuldades em admitir uma perda - Meus parabéns! Seu pokemon é bem forte, imagino que deva ter um time brilhante ao seu lado!
- Pode crer que sim... Enquanto estivermos juntos, acho que nada pode nos derrubar...
- Você acha? - olhei surpresa para seu rosto debochado - Pokemons são nossa família, são parte de nós. - passou a mão na parte de trás do pescoço de sua Miltank - Mesmo tendo um ou 10 mil ao seu redor, sempre serão criaturas com as quais se pode contar. Na paz ou na sujeira, sempre confie em seus pokemons!

Sorri. Apesar de impulsiva e atrapalhada como uma garotinha, ela sabia ser sábia como uma mulher adulta. Me despedi dela e de Goldenrod, já cheia de saudades nos primeiros passos longe da cidade. Mas antes disso, vi ela correndo e chamando meu nome, um pouco antes de atravessar a barreira para a próxima rota.

- Leve com você. - me deu um regador em forma de Squirtle, o pokemon tartaruguinha - Com muitas não deu certo, mas... Espero que com você funcione.
- Hã?
- Você entenderá. Apenas siga sua viagem! E Boa sorte!!

Eu imagino o que ela quis dizer com aquilo?... Na verdade, ela em si nao ajudou muito, mas pelo menos me preparou pra uma das maiores surpresas da minha Jornada. E QUE surpresa, heh!


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Notas finais do capítulo

Essa fanfic já foi publicada no fórum do site Pokémon Mythology. Visualise o tópico aqui: http://www.pokemonmythology.org/fanfics-pokemon-f28/pokemon-ominous-onix-a-testemunha-corrompida-t5224.htm



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