Yoru no Hana escrita por Ayame


Capítulo 19
Impossível.




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Capítulo 19 – Impossível.

Gary abriu os olhos lentamente e a primeira visão que teve fez um sorriso brotar em seus lábios e a impressão de ainda estar sonhando vir em sua mente. Melissa dormia tranqüilamente em seus braços, como um verdadeiro anjo.

- Linda... – Murmurou para si mesmo um elogio á aquela mulher.

Delicadamente levou a mão até o rosto da morena e passou suavemente o dedo indicador pelo local, analisando com cuidado o contorno angelical do rosto de sua amada. Se havia alguém que chegava perto da perfeição, aquele alguém era ela.

Uma discreta dor começou a atormentar seu coração quando se recordou de que havia chegado o dia de sua partida. Porque as coisas tinham que ser daquele jeito? Pensou em não partir aquele dia, esperar mais um pouco e aproveitar mais momentos ao lado daquela mulher porém, não havia mais jeito. Ele já havia ficado tempo demais naquela cidade e seu tempo de férias já estava perto de se esgotar. Levando em conta que ele ainda deveria passar no laboratório de seu avô e “dar um oi” para suas antigas companheiras de viagem e eternas fãs, se ele partisse naquele dia, teria apenas 24 horas em Pallet, antes de ter que partir para a ilha onde ficava o laboratório em que ele desenvolvia suas pesquisas de pokémons pré-históricos. Ou seja, não tinha como diminuir sua estadia em sua cidade natal para ficar mais tempo em Uethon. Agora que finalmente haviam conseguido ficar juntos, teriam que se separar novamente.

“Ah, Mel... Você me fará tanta falta...!” – Ele disse em pensamentos, fitando-a dormir como um anjo.

Minutos depois ela abriu os olhos lentamente e logo sorriu, Gary respondeu com outro e, em seguida, um selinho.

- Bom dia! – Ela disse docemente.

- Bom dia, meu amor...! – Ele respondeu com mais três selinhos.

- É tão bom acordar assim..! – Ela disse correspondendo aos carinhos do homem.

- Também acho! – Riu.

Ficaram ali, abraçados, por mais um tempo até que o rapaz resolveu se levantar. Sentou-se na beirada da cama de costas para a morena e a olhou enquanto passava a mão nos próprios cabelos os desorganizando levemente.

- Mel, vou tomar banho. Quer vir comigo?

- Sim! – Ela respondeu abrindo um grande sorriso.

Ela se levantou e segurou a mão dele beijando-lhe o rosto. Seguiram os dois para o banheiro, no meio do caminho, Gary agarrou a morena e colocou-a em seu colo, acelerando o passo até adentrar ao Box, onde voltou a coloca-la no chão. Ligou a torneira e ajustou a temperatura, em seguida, trouxe Melissa para debaixo da torneira e roubou um selinho da garota, molhando-se também. Porém aquele selinho prolongou-se mais do que Gary esperava, devido a garota ter aproveitado a proximidade para envolver seus braços no pescoço dele. Ele segurou a cintura dela e trouxe-a mais para si, aprofundando aquele selinho e transformando-o em um beijo real e intenso. A paixão era visível. Continuaram daquele jeito por alguns minutos até que voltaram a se afastar. O sorriso era presente no rosto dos dois, porém durante aquele transe de olhares o sorriso de Gary se esvaiu.

- O que houve, meu amor? – Ela indagou  com carinho, acariciando a face dele.

- Sentirei tanto a sua falta, Mel...

- .... – O sorriso de Melissa também se esvaiu. – Você vai mesmo?

- Eu não tenho escolha. Minhas férias estão acabando e esse é o meu limite. Se eu ficar mas, não conseguirei chegar antes do termino das minhas férias no laboratório.

- Entendo...! – Ela disse com desanimo, abaixando o olhar.

- Ah Mel.. Não fique assim.

- Impossível. – Ela disse se desvencilhando do abraço dele e saindo do Box.

- Aonde vai, Mel?

- Vou arrumar minhas coisas e voltar pro meu quarto, tenho que fazer o almoço ainda!

- Mel!

Não adiantou, a garota havia pegado uma toalha, enrolado em seu corpo e saído do banheiro. Gary demorou um pouco para que notasse que aquilo era muito mais grave do que ele pensara. Ela havia saído para que ele não visse as lágrimas que inevitavelmente escorriam pelo rosto angelical da morena. Ele desligou o chuveiro e pegou uma outra toalha, envolvendo-a em sua cintura, e correu atrás de Melissa.  Ele estava no quarto dele ainda, pegando suas roupas que estavam espalhadas pelo chão. Gary rapidamente foi até ela e a abraçou por trás.

- Mel.. Não vai.

- Gary, já chega. Já nos enganamos o suficiente.

- Eu não me enganei.

- Mas eu sim! – Ela disse se soltando e se virando para ele

- Enganou-se? – Franziu o rosto não entendendo o que se passava.

- Sim. Por um momento eu achei que isso não seria apenas uma brincadeira... Pensei que poderíamos ficar juntos de verdade. – Ela disse enquanto as lágrimas escapavam de seus olhos. – Achei que poderíamos ter um futuro.

- Mel, se eu pudesse tudo seria diferente. A ultima coisa que desejo é te deixar sozinha.

- Me diz uma coisa, Gary! Porque você quis lutar tanto por mim se sabia que nada mudaria o fato de você ter que ir embora no final de tudo? Queria viver loucamente uma paixão impossível? Queria acabar de vez com a minha vida? Ou queria a mesma coisa que todos os outros? – Ela indagou aquilo aproximando-se dele de forma ameaçadora.

- Não, Mel... – Recuou.

- Pois bem, conseguiu os três! – Ela disse empurrando-o levemente e fazendo com que ele caísse sentado na cama. Gary achou melhor calar-se e ela continuou. – A paixão louca e impossível viveu. Conseguiu passar a noite comigo e por fim porém não menos importante,  conseguiu não só mudar toda a minha vida como também tirou de mim a única coisa que eu tinha de verdade, um noivo, por mais retardado e estúpido que ele fosse!

- Mas o Joh...- Antes que pudesse argumentar ela o cortou.

- Eu sei muito bem o que ele é! Agora eu sei. Mas eu tenho certeza de que ele eu teria para sempre ao meu lado, mesmo que só em corpo.. Pelo menos eu teria um chão.. Uma base onde eu poderia me sustentar.. Mesmo que eu não o amasse e nem ele a mim...! – Ela disse em desespero, sem certeza do que o que falava fazia algum sentido. – Porque quis fazer isso tudo por mim? Porque me fez te amar desse jeito se sabia que no final...Tudo não passaria de uma boa e inesquecível aventura? Eu não preciso disso Gary.

E foi a bastante, ela virou-se, se agachou e pegou suas roupas, saindo em seguida do quarto dele. Gary apenas observou em silencio, não havia como argumentar diante daquilo. Ele não fez nada intencionalmente porém havia feito. No final das contas, ela estava certa. E o que mais lhe doía? Saber que aquilo não era um conto de fadas e por isso mesmo não haveria um “felizes para sempre”.


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