Consequências escrita por LiaLune


Capítulo 3
Reações


Notas iniciais do capítulo

Devo confessar que eu ri do “draminha” todo desse capítulo.
Mas enfim, espero que gostem. Pelo título, dá pra ver que vai ter a “reação” do Matthew hoje e tudo mais. Eu juro, eu queria fazer algo bem fofo e romântico. Mas é que assim, eu ENCARNO os personagens.
É, daí eu analiso a personalidade deles e me ponho no lugar deles. Não que eu fosse ter uma reação assim, mas se eu fosse “eles”...
Espero que gostem... Não me matem, é tudo culpa da minha imaginação tosca. K.



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Após escovar os dentes, sentei em uma dos vasos sanitários e apoiei o queixo não mãos enquanto refletia sobre a ideia de um aborto. Não parecia tão ruim assim. Seria como se nada disso jamais tivesse existido, como se nada acontecesse. Ninguém saberia de nada e a minha vida continuaria normalmente.

    - Becky? – Sam chama preocupada. – Você está legal?

    - Hum, sim, sim – respondo rapidamente, tentando controlar o nervosismo.

    Só que eu tinha certeza que Samantha nunca deixaria. Ao saber de meus planos, ela contaria tudo a Matthew na primeira chance que tivesse. E eu não queria que ele interferisse nas minhas escolhas.

    - Nós próximos meses, lembre-se de não comer salgadinhos, ok? – ela ri.

    - Ok – respondo hesitante com o fato de que ela não sabia o que passava pela minha cabeça naquele exato instante.

    Mas Sam não precisaria saber de nada. Eu podia pegar o telefone de uma antiga vizinha minha e ir a clínica. Depois de tudo, eu contaria a minha amiga. E, sem poder reverter à história, ela nunca cogitaria em contar ao irmão.

    Eu havia me decidido. Iria fazer exatamente aquilo como planejado ainda hoje e me livraria de uma vez desse peso.

    Ouvi o sinal tocar. Suspirei e sai da cabine onde estava e fui até as pias lavar as mãos, para logo depois voltar para a sala de aula.

    A aula demorou a passar, e eu já estava ansiosa para sair dali. Não aguentava mais fingir que estava tudo normal. Aquilo estava sufocante. Quanto mais rápido eu terminasse com aquilo, mais cedo estaria livre.

    Eu só espero que Sam não me decapite. Ela não parece estar tão feliz assim com a minha nova ideia.

     Certifico-me pela trigésima vez que estou levando o endereço do local. Já havia ligado para eles há algumas horas atrás, porém eu deveria ir lá preencher alguns formulários ou qualquer coisa assim. Isso não era importante.

    Tremia da cabeça aos pés, de tanto nervosismo que estava sentindo. Mas eu não iria desistir, não, eu não podia. Eu iria ser forte, guerreira e enfrentar os problemas de cabeça erguida. Iria até a clínica e voltaria sem este peso na consciência, como uma pessoa corajosa faz. Sim, eu serei corajosa.

    É, hum, hã. MERDA, MERDA, mudanças de plano. Abortar missão e voltar para o edifício em quatro, três, dois...

    - Rebecca! – Samantha gritou correndo ao meu encontro. Ela não parecia tão braba... Só parecia que queria soquear alguém até que as tripas desse coitado saíssem pela boca. – O que você acha que ESTÁ FAZENDO? Qual o SEU PROBLEMA?

    - Sam, eu não sei do que você está falando – digo, me passando por inocente.

    - É mesmo? Então me diga o porquê Kelly acaba de me ligar questionando se eu estava grávida e quando iria fazer o aborto! – ela já estava gritando. 

     Fofoqueira! E ela ainda prometeu que não contaria para ninguém sobre minha ligação suspeita.

    - Em primeiro lugar, você me prometeu que não faria nada – ela diz furiosa, apontando o dedo em minha direção. – antes de conversar com o Matthew. E segundo, como você iria fazer um aborto? Sem nem em contar?

    - Sam, eu... – tento me explicar, mas ela parece não estar interessada em minhas desculpas.

    - Você seria uma assassina! Matar um bebe, um ser humano! – ela me encara. – Um ser humano cujo não tem culpa de ter pais irresponsáveis. Um ser humano que merece nascer, crescer e ter uma vida assim como nós temos. Por quê isso, Becky? Você nunca se parou para pensar em como será o bebe? Em o que acontecerá com ele e seu futuro?

    Na verdade, eu não tinha pensado naquilo até aquele exato momento. Mas acabei por pensar em como seria o bebe. Se puxasse a mim, teria olhos azuis. Se puxasse ao pai, teria olhos negros. Talvez tivesse cabelo castanho... Talvez preto. Não sei, nunca entendi muito bem como a genética funciona.

    Eu adoraria que fosse uma menina. Eu poderia arrumar seu cabelo e brincar com ela como eu fazia com Lana, minha priminha. Mas também gostaria muito que fosse um menino. Iria tentar ensinar a ele a jogar o que eu sei sobre futebol – ou seja, nada -, e leria livros para ele à noite.

    De repente, ter um bebe não me parecia tão ruim assim. De repente, pensar em uma coisa dessas parecia terrivelmente ruim e errado. Eu tenho quinze anos, não posso e nunca mais terei uma vida normal. Como achar que a causa dessa viravolta não é “tão ruim assim” ?

    - Becky, me ouça! Ah, que saco – Sam reclama, chamando minha atenção. – O que há com você?

    - Nada – respondo.

    - Escute bem, Rebecca – ela diz seriamente, subindo as escadas e me puxando junto. – Você vai falar com ele até amanhã, ou eu mesma irei contar.

    Sutil do jeito que Samantha é, achei mais seguro eu mesmo contar. Concordei com sua chantagem boba e entrei em meu apartamento. Sentei no sofá, ao lado de Sam – que já havia se sentado -, e descansei os pés na mesinha de centro.

    - Desculpa – Sam me surpreende com seu pedido. – Novamente. Acho que esqueci que você não é apenas a mãe do meu sobrinho e sim, minha melhor amiga.

    - Tudo bem, Sam – eu digo e sorrio ao ver a expressão da menina a minha frente se tranquilizar. – São tantas coisas pra fazer, pra decidir...

    - Que não sabemos nem por onde começar e, o pior, aonde terminará – ela conclui minha ideia. Trocamos olhares tristes por alguns segundos até ouvirmos seu celular tocar. Ela troca algumas palavras e depois desliga. – Era a minha mãe. Meus pais estão viajando, então ela liga todo dia. À noite, ela ligará novamente. 

    Ela joga o celular com força na poltrona a sua frente.

    - Viajando? – questiono. Ela assente e vai até a cozinha, para logo voltar com uma latinha de coca-cola. - Uma só? – pergunto confusa quando a vejo beber da única latinha que trouxe consigo.

    - Você está grávida. Se quiser algo, pegue um suco – ela diz, lançando um olhar de pena.

    - É mesmo – digo sem muita vontade.

    Um silêncio se instala no cômodo. As duas refletiam silenciosamente. Tudo ficaria assim se Sleeper não entrasse na sala pulando e mexendo seu rabo. Aquilo parece despertar Sam de seus pensamentos, que depois de suspirar diz:

    - Sua mãe deve saber o quanto antes – ela me alerta. – Além do mais, ela é médica e pode te ajudar.

    - Eu sei – Envergonhada Abaixo a cabeça e fito o vira-lata que insiste em morder meu tênis.

    - E a escola? Você não vai sair, não é mesmo? – ela pergunta após tomar um grande gole de seu refrigerante. – Você não vai ser a única a sofrer nas mãos daqueles alunos babacas e sem corações. Esqueceu que eu sou a irmão do sr. irresponsável?

    - Pode ter certeza, vai demorar pra eu esquecer desse fato – admito.

    Mais alguns minutos de silêncio. Ouço minha barriga roncar de fome e Sam reprimir uma risada. Ela olha para minha barriga e faz uma careta.

    - Você vai ficar com um barrigão. Quero ver como suas roupas vão servir – ela comenta gentilmente. - A gente vai precisar comprar roupas novas. E para o bebe também.

     - Sam, eu nem sei o que vamos fazer com o... Hum, meu bebe – digo encarando minha barriga ainda sem volume algum. – Como compraremos roupas?

    Ela suspira desanimada e tenta jogar a latinha no lixeiro. O objeto vai para a direção contrária  e bate com tudo na janela. Sam resmunga e se levanta, para colocar a lata no lugar correto.

    Fiquei encarando o nada por alguns segundos. Pensei nas opções de “futuro” para o ser humano que crescia dentro de mim. Eu podia:

    1) Fazer um aborto

    2) Não fazer um aborto

    Muito complicado. Seria necessário muito tempo para decidir qual das várias opções escolher. Checo se ainda tenho o endereço da clínica no bolso. Confere. Checo se tenho coragem para ir até la. Ér...

    Sam se despede de mim, após me fazer jurar pela milésima vez que não faria nada sem antes bater um papo com seu irmão. Prometi. Com os dedos cruzados atrás do corpo, mas prometi.

    Passei a tarde inteira sentada no sofá, sem fazer absolutamente nada além de fitar as paredes azuis claro. Péssimo. Um barulho me chama atenção. É do celular de Sam, que toca novamente. É uma mensagem nova. De repente uma frase me vem em mente “À noite, ela ligará novamente”. Balancei a cabeça negativamente. Sam só não perdia a cabeça, por ela estar presa ao pescoço.

    Tinha que devolver o celular dela antes que sua mãe ligasse. Tomei um banho e tirei o uniforme do corpo. Peguei o dinheiro do táxi que me levaria até a clínica mais cedo e fui até a casa de Sam. Que saco. Logo hoje que eu queria ficar em casa e aproveitar a bela visão das minhas paredes azuis.

    Esperei uns dez minutos até que um táxi livre passasse. E mais cinco até que um me visse acenando e parasse. Quando chegamos em frente a grande casa de dois andaras, entreguei o dinheiro e desci. Hoje era segunda-feira, ou seja, Sam tinha Vôlei. Não, vôlei era quinta feira. Ou sexta, não sei. Não, não, sexta-feira era natação. Ah, dá no mesmo.

     Atravessei o pequeno jardim, enquanto ouvia uma música vindo da garagem. Já tinha a escutado antes, só não lembrava aonde.

    Bati duas vezes na porta, mas ninguém atendeu. Apenas o gato de Sam, Michael Jackson – um belo nome escolhido por Sam, graças à cor do pelo do gato que depois de um tempo, clareou. Antes, o nome do bicho era Michael Jordan -, miou algumas vezes a arranhou a porta pelo lado de dentro.

    Aquele gato me odiava. Não se era pelo cheiro bem cheiroso de Sleeper, que ficava na minha roupa, ou se era pelo fato daquele gato saber do meu passado condenado. Talvez seja por aquela vez que eu e Sam tentamos apresentá-lo ao Sleeper. Parece que ele não gostou muito.

    A música parou e depois de alguns minutos, ouvi o barulho da maçaneta girando e a porta se abrindo. Graças a Deus, não estava mais aguentando esperar Sam aqui fora. Levantei o rosto com um sorriso, que logo se fechou. Puta merda, puta merda. Fudeu pra mim.

    - Rebecca? – ouço a voz grossa e masculina perguntar.

    É o fim. Adeus. Espero que todos meus objetos sejam doados para a caridade – com exceção do meu ursinho de pelúcia, que vai para Sleeper.

    - Oi – digo imbecilmente o encarando.

    A porta a minha frente é aberta. Ele me dá passagem e eu entro. A casa continuava no mesmo jeito. A diferença é que agora um clima tenso preenchia o cômodo.

    - Samantha está no handebol – ele diz. Droga, eu sabia que ela tinha algo hoje. – Ela deve estar chegando em... Hum, meia hora.

    - Ah – eu digo. Sentia que ia desmaiar a qualquer minuto. Aquele ovo-frito no almoço de repente não pareceu tão gostoso assim.

    - Na real, eu to ensaiando agora – ele diz. Agora entendo de onde a música veio. Como eu não raciocinei? Casa do Matthew mais música é igual Matthew ensaiando. – Talvez você deva voltar mais tarde.

    Minhas mãos começaram a tremer e eu senti o nervosismo tomar conta de mim. Coragem, Rebecca. Você precisar contar. Uma hora ou outra, ele vai acabar descobrindo. Conte de uma vez e acabe com essa aflição.

    Fiquei encarando aqueles olhos negros por mais alguns segundos. Se o bebe tivesse olhos lindos como os dele, eu não me importaria. Afinal de contas, o que eu estou pensando? Nem sei ao menos se eu terei essa criança ou não.

    Tinha que contar a ele agora, e parar de alimentar esses pensamentos.

    - Eu preciso conversar com você – eu digo, tentando parecer séria. Não que eu estivesse rindo, eu só não conseguia parecer confiante.

    - Ah – Ele franze a testa e se apóia no braço do sofá. – Hum, certo.

    Ele fica me encarando. Acho que ele está esperando que eu fale algo. Não pode ser tão ruim. Vejamos, quais seriam as possíveis reações dele:

     Possíveis reações de Matthew ao descobrir que será papai.

1-\t Chorar de tristeza e se lamentar

2-\t Ficar sério e me tratar com frieza

3-\t Xingar-me e me culpar por tudo

4-\t Quebrar a parede de raiva e me mandar embora

5-\t Rir da minha cara e pedir para que eu voltasse quando estivesse sóbria

    Abro e fecho a boca, esperando que as palavras saiam. Malditas. Invés de palavras, sinto que meu lanche vai sair. Coloco a mão na barriga e outra na boca, para prevenir que qualquer coisa saia de lá.

    - Você está bem? – Matthew pergunta, se levantando.

    Nosso olhar se encontra e eu sinto que se não for agora, não vai ser nunca. Minha visão embaça, graças às lágrimas que se formam pela vigésima vez no dia.

    - Rebecca? – ele me chama, me encarando com uma cara séria.

    - Eu estou grávida – digo instantes antes de desabar num choro incontrolável.

    Ele me olha confuso. Depois levanta e começa a caminhar de um lado pra outro na sala, segurando os cabelos com raiva. Joga-se na poltrona, apóia os cotovelos nas pernas e esconde o rosto entre as mãos grandes.

    - Merda – ele diz em tom baixo, enquanto eu ainda tentava me controlar.

     Temendo qualquer reação mais agressiva da parte dele, apenas fico em silêncio, sem ousar falar. Merda. É a única coisa que ele diz. Não sei o que fazer. Eu realmente não sei o que fazer. Só espero que ele saiba.

    - A banda vai dar umas apresentações em uns bares – Ele segura os cabelos com força. – Eu posso arranjar dinheiro.

Meu mundo para de girar em uma freada brusca. Bem brusca. Eu não podia acreditar no que eu ouvia. Ele iria arranjar dinheiro? Nós criaríamos o bebe? Não podia esperar melhor reação dele. Ainda sem conseguir crer, pergunto:

- O quê? – Fico com a boca aberta, pensando que eu estava dormindo e isso não passava de um sonho.

  - Eu vou conseguir dinheiro suficiente – ele diz, ainda sem dirigir o olhar para mim. – E aí você aborta.

Então fiquei fraca, sem forças nas pernas para ficar de pé. Me apoiei no sofá e o encarei com uma expressão de raiva e indignação ao mesmo tempo.

- Como? – eu grito, sem perceber. – Mas...O bebe...

- Olha, Rebecca – ele diz friamente, finalmente me encarando. – Não tem condições de criar uma criança. Nós somos jovens e eu não vou perder minha vida graças a um erro. Você tem quinze anos! Não dá, ok?

    - Mas ele é um ser humano! – eu digo, para minutos mais tarde perceber que estava fazendo papel de idiota. – Quer dizer, a Sam disse que...

    - Samantha sabe disso? – ele pergunta, visivelmente irritado.

    - S-sim, eu contei pra ela – digo, com medo de um Matthew irritado que nunca havia visto antes. – Ela disse que a gente deveria pensar antes de...

    - Eu estou pouco me fudendo pro que ela diz, o problema é seu e não dela – ele diz.

    Não sei o que doeu mais. O fato de ele considerar nosso bebe um problema ou ele achar que esse problema é meu.

    - É seu problema também – eu digo. Logo me arrependo, ao ver a expressão cínica dele.

    - Ah, é mesmo? Então me deixa resolver. Eu arranjo a merda da grana e você tira isso aí de uma vez  – Agora ele grita.

    Sem aguentar mais fica ali e o ver me tratar desse jeito, saio da sala, batendo a porta ao sair da casa. Começo a chorar. De tristeza e de raiva. De ódio e de decepção. Por eu ser uma idiota a ponto de cometer um erro desses e acabar com minha vida. Estragar tudo que eu tinha.

    Mas agora havia jurado a mim mesma. Eu iria ficar com o bebe. É o certo a fazer, não é? Talvez não seja. Mas depois de conversar com Matthew, percebi que não podia acabar com a vida de meu bebe e fingir que nada aconteceu. Se ele não quer, eu mesma cuidarei o bebe. Sozinha, se preciso. Mas sei que sempre terei minha mãe e Sam ao meu lado.

    Acho que depois não poderei mais ir à casa de Sam. Ver o pai do meu bebe o ignorar e rejeitar. Simplesmente não dá. Mas a Sam pode vir aqui. Ela podia ser a madrinha da criança. E, como tia do bebe, ela podia fazer o papel de pai e me ajudar a escolher o nome.

    E agente podia comprar roupinhas para ele. Ou pra ela, não sei. Construir um quarto fofo cheio de bichinhos de pelúcias que só sevem para acumular pó e para serem rasgados e destruídos por Sleeper.

    Só faltava falar com a minha mãe. Isso seria terrivelmente complicado. Mas eu precisava fazer isso. E faria isso ainda hoje.

    Ou não.


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Notas finais do capítulo

E aí? Hehe, continuando com a teoria da encarnação...
Eu sou popular, todas garotas me amam, tenho uma banda e uma vida perfeita. Um dia, eu fiquei com uma guria qualquer lá e ela engravidou. Poisé, é uma droga. Eu vou ficar brabo, revoltado e irritado. Essa é a reação esperada.
Pois bem, NÃO ME MATEM, mas eu precisei fazer isso. Espero que tenham gostado da decisão dela, pois eu curti =D
Enfim, preciso saber o que o povo ta achando né? Povo, review, review, povo. Estão apresentados, agora, se não for pedir muito, deixem suas opiniões *-* Beijo e um queijo