Amor, Calibre 45 escrita por LastOrder, Luciss_M
Notas iniciais do capítulo
Oiiieeeeeee!!!
amados que lem a fic, queriamos dedicar este cap a duas pessoas super importantes que deixaram duas recomendações na fic, *chora de emoção.*
Enfim.
Obrigada a Saky chan e a mai_VD!!!!!
=D
bjss
Casa de Gary Thompson
19/12/2007
Já amanhecia na grande cidade de Chicago. O inverno se tornava ainda mais evidente, havia neve em toda a metrópole. O frio era de congelar os ossos. Mas ainda assim, muitas pessoas passeavam apressadas pelo centro da cidade, buscando desesperadamente os presentes e a decoração do natal.Era tempo de festejar para maioria das pessoas.
Mas não para Gary Thompson e Thereza Cook.
- E ai? – Tessa chegou à sala e se sentou no sofá. – Alguma novidade?
- Não – Balançou a cabeça, ainda encarando o computador que recebia todas as vozes grampeadas da sala de Louis Bolevuc.
- Que inferno, estamos aqui há horas e esse velho não fala na para nos ajudar.– Jogou-se no sofá.
Gary arqueou uma sobrancelha perante o estresse de Thereza.
- Que foi? Perdeu alguma coisa?
- Acho que você vem tomando muita cafeína, Tessa.
- Ora, Gary. Poupe-me está bem. Eu não dormi nada nessas ultimas vinte e quatro horas e ainda tive que ficar falando para aquele médico estúpido que eu não havia morrido por ficar três horas presa num elevador.
Gary se levantou e foi até a porta. Abriu-a.
- Acho melhor tirar uma folga.
Ela arregalou os olhos.
- Como?
- Isso mesmo que ouviu. Já está há muito tempo obcecada por esses casos, está na hora de relaxar um pouco.
- E vai me afastar agora que estamos tão perto?!
- Se for preciso...
Ela se levantou e bateu o pé.
- Eu me recuso a sair daqui.
Gary pegou o casaco da moça do porta chapéus perto da porta e o estendeu no ar.
- Thereza, isso não foi uma sugestão. – Ela não fez menção de sair do lugar. – Eu vou tomar sua carteira.
Tessa fez bico e franziu o cenho, aquilo era baixaria. Ela amava seu carro. Passou por Gary pegando o casaco e saiu pela porta sem lhe dirigir o olhar, não tinha idéia do que faria agora.
Ficou caminhando pelo bairro sem uma direção certa, até que começou a nevar, se encolheu mais em seu casaco. Olhou para o céu, lembrou-se do real motivo por não ter dormido bem naquela noite. Ele.
Quem era ele?
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Apartamento de Miguel
19/12/2007
O vento frio matutino que batia na janela parecia sussurrar aos ouvidos de Miguel o nome da mulher que estava retratada nas seis telas espalhadas pela sala.
Mas ele não conseguia ouvir.
Não dormira naquela noite, e desta vez não fora por causa dos pesadelos, mas sim, pelo rosto daquela garota que parecia estar soldado em cada canto de sua mente. Desenhou-o de todas as maneiras que o havia visto nos curtos momentos em que esteve com ela no elevador, e mesmo assim não estava contente. Faltava algo aos rostos.
E Miguel sabia exatamente o que era. A vida.
Aquilo que havia chamado a sua atenção nos olhos da garota era algo que nunca poderia passar para aquelas cópias. Isso, copias era a palavra perfeita, seus desenhos não passavam de uma mera imitação.
Ficou encarando a tela a sua frente, a tinta quase seca já imortalizava mais um desenho morto na superfície.
Passou os dedos suavemente abaixo dos olhos verdes do retrato.
- Quem é você?
Estava tão absorto em seus dilemas que nem ouviu o telefone tocar, uma, duas, três vezes.
- Miguel, é Louis, preciso falar com você me...
A voz de Louis na sua secretaria eletrônica lhe chamou a atenção. Atendeu antes que concluísse o recado.
- O que houve?
- Ah, ai está você, estou a horas tentando falar com você. Onde se meteu a final?
- Não sai de casa. – Falou tranquilamente e bocejou. Não tinha medo de Louis.
- Tudo bem, que seja. – disse um pouco irado com o desinteresse de Miguel, mas já estava acostumado. – Tenho um trabalho para você. Quero que venha aqui para acertarmos os detalhes.
Miguel olhou para todas aquelas telas ao seu redor, e sentiu uma pontada no peito ao perceber que a vida que tanto desejava, era a mesma que tirava das outras pessoas. Talvez fosse por isso que não se lembrasse do nome daquela garota, talvez não merecesse.
- Ainda está ai?
- Sim. Estou indo para ai. – Desligou telefone antes que Louis Bolevuc pudesse dizer qualquer coisa.
Foi até quarto pegar uma camiseta branca e a jaqueta, estava quase saindo pela porta quando parou na frente de um dos quadros.
Ela o encarava com um lindo sorriso nos lábios, os longos cabelos loiros lhe emolduravam o rosto perfeitamente.
- Me desculpe. – Sussurrou e saiu porta a fora.
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Chicago
19/12/2007
- Já comprou o presente para mamãe?
- Já, e você?
- Também. – Thereza havia tentado puxar assunto com o irmão.
Na praça as crianças brincavam, os pássaros cantavam, e as plantas tentavam sobreviver ao inverno.
- A prima Rose ligou, Tessa... – Oliver estava meio apreensivo, não sabia se aquele era o melhor momento para começar aquela questão.
- E então?
- Ela disse que vai ficar para o natal, vai jantar com agente e com a mãe.
Ela franziu o cenho, confusa.
- Isso,é ótimo. Faz tempo eu ela não vem passar o natal com agente. Por que essa cara? Achei que gostasse dela.
- E eu gosto. – Falou mais baixo, esperando que Tessa não ouvisse. – E adoro quando ela nos convida para ir às suas apresentações natalinas.
Mas não fez efeito.
-O QUE??!
- Calma, Tessa. –Oliver tentava acalmar a irmã.
- Ahh, eu sabia que isso aconteceria. O que vai ser dessa vez? O da rena do nariz vermelho, ou o Grinch que roubou natal? Já vou avisando que eu não vou ser nenhuma arvore esse ano e...
- Thereza, já chega! – Gritou, todos do parque fizeram cara feia para os dois. – Ela não vai nos chamar para participar, está nos chamando para assistir. – Disse mais baixo.
- Bom... Sendo assim... Tudo bem, eu vou. Que peça vai ser?
- Acho que, Os miseráveis.
Ela balançou a cabeça, assentindo, e ficaram em silêncio aproveitando o clima pacífico que o parquinho transmitia.
- Olli?
- Que é? – Ele sabia que quando Thereza o chamava assim era por que queria alguma coisa.
- Compra um sorvete pra mim? – piscou os olhos.
- Mas o que é isso, você tem seu próprio dinheiro, senhora quase agente especial. – Fingiu revolta, no entanto adorava aquele jeito da irmã.
- Ahhh,por favor. Não seja tão cruel com sua irmãzinha, vai.
Oliver não se conteve com a cara de Tessa e gargalhou colando as mãos na barriga.
- Ai, ai. Tudo bem, vamos.
Thereza bateu palmas, conseguir qualquer coisa do irmão era uma grande vitória, ele não era do tipo que gastava.
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Sede da familia Bolevuc.
19/12/2007
Miguel estava em pé perto da janela, vendo o movimento das ruas, esperando que Louis Bolevuc terminasse de atender a um telefonema.
-Claro minha filhinha, pode gastar quanto quiser.
Respirou fundo, não sabia como Anne ainda não tinha levado a família à falência com seus gastos fúteis.
- Também te amo minha princesa, tchau, divirta-se. – Louis desligou o telefone e o sorriso que estava em seu rosto se desfez, na verdade ficava preocupado quando a filha saia para fazer compras. E quase tinha um AVC quando a conta chegava a suas mãos.
Olhou para Miguel.
- Desculpe por isso.
Ele deu de ombros e continuou encarando a rua.
- Então vamos ao que interessa, bem... – Louis tinha certa dificuldade em verbalizar o seu desejo de ver alguém morto.
- Quem você quer que eu mate desta vez, Louis? – Miguel pôs a mão no bolso da calça e tirou o lenço que ela havia esquecido no elevador.Ficou encarando aquele pedaço de tecido branco enquanto esperava a resposta de Louis.
- Você conhece aquela atriz, politicamente correta, que vai estrear na peça Os miseráveis?
- Rose Monroe? – Disse sem interesse, passava o lenço pelas mãos buscando qualquer coisa que levasse a descobrir o nome da garota que não saía de sua cabeça.
- Isso, ela está atrapalhando os meus negócios com suas idéias, ficou me investigando em sigilo e agora está muito perto de encontrar provas contra mim.
- Isso não parece bom.
-Sim, é péssimo. Por isso quero essa garota fora do meu caminho o quanto antes, eu sei que ela vai fazer um ensaio daqui a dois dias, talvez...
Miguel guardou o lenço e se virou para Louis.
- Não se preocupe, esse é meu trabalho, e eu farei. Apenas esteja ciente de que você pode ser o principal suspeito se descobrirem que ela planejava te incriminar.
- Eu já pensei nisso. Tenho tudo sobre controle, eu só quero que essa atriz morra. – Sorriu. – E é claro que você será muito bem recompensado.
O jovem arqueou as sobrancelhas.
- De quanto estamos falando?
- Meio milhão de euros, na sua conta, assim que a morte de Rose Monroe sair no jornal.
Assentiu.
- Certo. – E caminhou em direção a porta sem se despedir, como já era de seu costume.
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Casa de Dona Carmem
19/12/2007
Oliver e Tessa foram para a casa de sua mãe quando esta ligou avisando que Rose havia chegado e que queria fazer um almoço em família.
Rose tinha vinte e cinco anos, era linda, cabelos longos ruivos e encaracolados, olhos verdes escuros, e algumas leves sardas que manchavam suas bochechas claras. Era uma atriz conhecida em toda a América, naquele ano estrelaria a famosa peça Os miseráveis, no teatro de Chicago, faria um ensaio no palco ainda naquela semana.
Todos os quatro estavam reunidos envolta da mesa conversando, quando o celular de Tessa tocou impaciente.
- Desculpem, me dão um minuto, sim?
Foi até o jardim, era uma chamada de Gary.
- Sentiu falta da parceirinha aqui, não foi? – Disse ao atender – Pois fique sabendo, agente Thompson que eu...
-Thereza apenas escute. Você tem que vir para a central agora.
- O que? Por que isso agora? - Ficou seria de repente.
- Ouvi uma conversa interessante de Louis com o possível assassino assim que você saiu. Descobrimos a próxima vitima, já sabemos quando pega-lo.
- Isso é ótimo!
- Não fique tão animada, temos um problema... – Suspirou fundo antes de completar. – A próxima vitima é sua prima Rose Monroe.
Toda a animação de Thereza desapareceu na mesma velocidade que havia vindo. A vida de sua querida prima corria risco, ela não poderia cometer erros dessa vez.
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