Descendo as escadas rapidamente, vários flashes passavam pela cabeça da ninja: estava simplesmente tentando engolir o que havia acabado de acontecer;  aquilo tudo parecia um ácido. Ia escorrendo aos poucos, ferindo cada centímetro dela em que escostasse.

Não sabia o motivo de estar se sentindo assim. Ninjas não tem esse tipo de sentimento. Ela não podia se dar ao luxo de pensar em regeitar a missão, mesmo que um mísero instante; Isso ia contra todo seu orgulho. Toda sua alma.

Apressou um pouco mais o passo ao ver que já estava passando os portões de Suna. Tinha que chegar rapidamente e dispensar o batalhão. Todos mereciam um descanço... coisa que a loira sabia que não veria tão cedo.

Shikamaru. Pegou-se pensando nele do nada, como um sopro gélido de vento simplesmente entra em sua mente no meio de uma tarde quente de verão. Qual o motivo daquele nome ter entrado em sua cabeça? Porquê tinha uma sensação estranha ao pensar em contar a ele sobre seu casamento?

Tantas perguntas, e nenhuma resposta. Isso era algo verdadeiramente estranho para a rainha das respostas na ponta da língua. Não queria admitir a si mesma, mas ela não sabia de nada. Tinha perdido o controle sobre a sua própria mente. E, outra coisa que nunca, nunca iria admitir mesmo: estava com uma má sensação sobre aquilo tudo.

Tinha chegado. Lá estava ela, aproximando-se do batalhão. Pôde perceber que estavam praticamente todos ali; alguns arrumando curativos, outros organizando itens de batalha. Porém todos sem grandes ferimentos.

Logo perceberam sua presença, e viu Nara aproximando-se. Carregava uma expressão impaciente no rosto, mas não muito. Era um impaciente leve, escondido em toda a preguiça que o envolve. Não só preguiça. Calma, talvez. Não era um completo preguiçoso, apenas sabia esconder muito bem e analisar antes de agir.

- e então? – perguntou o moreno; conhecia a loira bem o suficiente para perceber quando alguma coisa a perturbava. – o que foi?

- você estava certo. – pausou para respirar, desviando o olhar para longe dos olhos negros. – um acordo.

Antes que ele pudesse responder, a garota já havia se distanciado. Chamou a atenção de todos:

- ouçam todos vocês. – esperou até todos a olharem, o que não demorou muito; sabia impor respeito. – Gaara me informou que a vila da névoa irá suspender os ataques.

- como assim? – perguntou um ninja. – simplesmente acabou?

- tudo que posso dizer é que nossa vila não está mais em risco. – pôde perceber a alegria geral. Porém alguns ainda estavam meio confusos. - Todos podem  voltar para suas casas e ter o merecido descanço.

- o que Kazegage-sama fez para salvar a vila? – perguntou outro

- desculpem, mas o máximo que posso dizer a vocês é o que já disse. Daqui alguns dias Gaara deve  liberar a informação. – parou para olhar os rostos de seus aliados. Todos estavam com uma expressão de esperança no olhar. Todos queriam ir para seus lares, cuidar de seus ferimentos e ver suas famílias. Estavam satisfeitos com a informação. Temari sabia convencer. Havia convencido todos de que estava tudo bem. Todos... menos um. – enquanto isso, arrumem suas coisas que estão aqui e retornem a Suna.

- Hai Temari-san! – falam todos.

Ficou ali parada, observando rostos cansados, porém tranquilos, a partir. Olhou ao seu redor. Sentiu algo quente em seu coração: dever cumprido. Estava pretegendo Suna, protegendo as pessoas que confiavam nela.

- pode ter convencido o batalhão, mas a mim seu discurso não engana. – falou uma voz grossa atrás da ninja, que fez  com que ela fosse brutamente arrancada de seus pensamentos.