Todos agora na ponte de comando pensavam aflitamente em como se recuperar depois do ataque, Ken Zun-tse-jung completara seu objetivo e agora falava com as massas para convencê-las de que suas idéias eram as certas. Ninguém ali acreditava que aquilo fosse possível, um golpe de estado só quatro anos após o tratado de paz era considerado impossível, as telas mostravam os canais de televisão que falavam sobre o ataque, praticamente todos, das mais diversas opiniões sobre o ocorrido, claro que depois de algum tempo os que falavam mal pararam de transmitir.

                A nave rumava para a ilha Horai que ainda era território chinês, mas também que se tornara a base dos cavaleiros negros, a organização deixara de existir como revolucionários e agora ofereciam suporte para os impérios coligados pela aliança de Paz, ainda recebiam ordens diretas de Zero, era o poder que Suzaku detinha para enfrentar qualquer ameaça aos países amigos.

Toudou liberou Kallen para ir até a ilha com seu novo knightmare, o Kallen-Pacifier, não a permitiram produzir uma nova unidade Guren, disseram que o mesmo era uma unidade que representava a revolução e os rebeldes, desapropriada para uma guerreira do império, Toudou ordenou que caso algo estivesse errado ela tinha a obrigação de voltar sem entrar em combate.

                Nada havia ocorrido em Horai, o que permitiu que a nave pousasse em segurança. Na transmissão, Kallen dissera que tinha algo importante para dizer, mas era melhor falar pessoalmente.

                Suzaku desembarcou com Nunnaly seguido de Toudou e Chiba, Zero falava com eles sobre o que fazer a seguir.

                - Temos que dar prioridade para o resgate de Xingke, sem ele será difícil obtermos apoio da China, e mesmo que o tenhamos precisamos de um comandante, Toudou, fale com Ikaruga-2 de suporte a eles, a última vez que falei com eles foi antes da explosão, o sistema deles havia sido invadido, dê suporte a eles e diga para virem para cá.

                - Sim Senhor.

                Varios deles além de Nunnaly sabiam que Zero era Suzaku, vários sabiam também que as habilidades de comando dele não eram boas o suficiente para se compararem ao Lellouch, Xingke ou Schneizel, mas seguiam-no com se Zero fosse uma entidade, um comandante a ser seguido sem pensar duas vezes.

                Kallen aproximou-se.

                - Toudou espere um pouco – virou para falar com Suzaku. - Zero, não será necessário resgatar Xingke.

                Antes que Suzaku pudesse dizer qualquer coisa viu Xingke atrás dela.

                - Xingke, como conseguiu?

                - C.C. me ajudou – olhou fixamente para o capacete de Zero, um olhar que certamente estava direcionado aos olhos de Suzaku. – achei que ela estava vindo, mas sumiu no meio do caminho.

                Todos tiveram o mesmo pensamento, o que a companheira de Lellouch estava fazendo lá? Teria Lellouch sobrevivido? Suzaku não pode agüentar a vontade de tirar satisfações.

                - Toudou, proceda com o suporte a Ikaruga, certifique-se de que Ougi esteja bem e que a encomenda chegue aqui, Xingke, Ken Zun-tse-jung atacará a China logo que estabilizar suas forças no Japão organize suas defesas para segurar seu ataque, eu mesmo pensarei na retomada de Tókyo.

                - Zero, não concordo com suas ações – disse Xingke. – deixe-me liderar o ataque para retomarmos o Japão. Não se preocupe com a China, ela esta muito bem protegida, já enviei um alerta para Tianzi, ela e o conselho vão proteger o país.

                Suzaku não tinha muito que fazer apenas dar o comando do ataque para Xingke, fazendo-o prometer que o manteria na linha de frente.

                Feita a divisão de tarefas ele foi direto para o lugar que C.C. estava, era obvio o lugar que ela estaria, o único lugar que não se alterou com o tempo, o quarto de Lellouch. Nunnaly teimou de ir com ele, mas disse que era de alta importância que ela fosse para a sala de reuniões e que desse suporte a Xingke, foi só uma desculpa para que ela o deixasse sozinho. Na porta do quarto ficou um tempo pensando bem no que iria dizer, no que iria fazer, no que iria pensar e ver.

                Lá estava eu, já havia tirado uma parte da roupa, estava bem a vontade deitada no sofá com um gatinho branco com duas manchas pretas, uma no olho esquerdo outra na pata esquerda da frente, eu alisava-o enquanto assistia televisão naquele quarto que por tempos foi minha casa, olhei para a porta e disse:

                - Entre.

                A porta se abriu e Zero entrou, Zero só na roupa, pois quem realmente estava ali era Suzaku, entrou, trancou a porta e tirou o capacete.

                - Há anos não tiro essa mascara na frente de outra pessoa, achei que morreria sem mostrar meu rosto para outro ser humano novamente.

                Fiquei quieta esperando ele continuar, o rosto de Suzaku mostrava seu cansaço, estava próximo do limite de explodir com tudo aquilo que segurava dentro de si desde que colocara aquela mascara.         

                - C.C. porque ajudou Xingke?

                - Suzaku, eu mudei desde a última vez que me viu?

                - Não – respondeu secamente.

                - Então percebe que Lellouch não cumpriu com a promessa, foi embora sem realizar meu desejo, Xingke é forte e inteligente, posso usá-lo para conseguir o que quero.

                Suzaku ficou pensando ali um pouco, achava que eu responderia que era por que Lellouch me mandou, infelizmente não foi isso que escutou de mim.

                - Entendo. C.C. sabe alguma coisa sobre esse Zun-tse-jung?

                - Sim, mas não sei se você vai mesmo querer saber.

                - Diga, qualquer informação sobre ele será novidade para mim.

                - Ele também tem o poder dos reis Suzaku, ele é o ultimo na terra além de mim que detém o geass. E se você quiser saber o poder dele é desconhecido por mim também.

               Suzaku abriu a porta, antes de sair disse com uma voz muito baixa.

                - Diga C.C., Lellouch realmente morreu?

                - Suzaku, devia se dar a liberdade de tirar essa mascara na frente daqueles que são próximos de você, por mais que Lellouch tenha dito que essa seria sua sina, ele não queria que fosse infeliz.

                - Obrigado.

                A porta se fechou e Zero foi para a sala de reuniões, Nunnaly estava esperando lá assim como uma transmissão direta do Zun-tse-jung, estava na hora de recomeçar a guerra para a paz no Japão.

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Deitei e dormi, acordei em um lugar totalmente diferente do qual meu corpo estava, o meu mundo, o mundo do Geass onde Lellouch estava. O lugar era um campo enorme, lá havia uma casa, não era muito grande, mas era o suficiente para mim e Lellouch ficarmos, passei pela casa pois sabia que ele não estaria lá, fui até a arvore atrás da casa, ele estava lá.

Cheguei perto, sentei ao seu lado e me apoiei nele, lendo como sempre, sério como sempre.

                - Lellouch, seu amigo está bem triste.

                - Eu vi, Suzaku está cansado, logo chegará a hora em que darei paz para ele, mas por enquanto preciso dele lá.

                Lellouch também sofria por fazer seu amigo sofrer.

                - Lullu. – deitei minha cabeça sobre seu colo, estendi minha mão até encontrar seu rosto. – você também parece cansado.

                - Sim, e estou, mas falta só mais um, depois desse poderemos ficar tranquilos.

                - Sim, falta pouco para destruirmos por completo o poder dos reis.

                Lellouch abaixou e me beijou, nesse momento perdi minha concentração e acordei no mundo normal, com um sorriso fino acabei pensando alto.

                - Eu ainda não tinha terminado de falar, Lellouch.