~ Capítulo 1: Segredos ~

Oi, meu nome é Deidara. Eu tenho 19 anos e nasci no País da Terra. Me juntei ao grupo assassino Akatsuki a dois anos atrás, quando tinha obviamente, 17 anos.

Minha primeira missão foi razoavelmente fácil, principalmente com o Sasori como meu guia. Ele não era muito mais antigo na Akatsuki em relação a mim, mas agia como um verdadeiro profissional.

Bom, ao final do dia eu me deitei na cama do meu cômodo de descanço e fui fazer o relatório da missão no meu diário de missões.

Me pus a escrever com um bico de pena quando um feixe fino de luz entrou no meu quarto e foi se alargando, até com que a abertura da porta revelasse o rosto do lindo garoto ruivo.

–Oi. Deidara, né? - Ele mostrava uma expressão fria.

–Sim. Oi Sasori. - Eu sorri timidamente para ele.

–Então... só avisando que o jantar está quase servido e... - Ele finalmente sorriu. - É bom aproveitar, não é sempre que temos isso por aqui. - Ele então virou de costas e encostou a porta.

–Sasori! - Seu rosto apareceu novamente entre a porta e a parede. - Obrigado. Muito obrigado.

Sua expressão séria sumiu. Ele sorriu e fez que sim com a cabeça, fechando a porta.

Aquela noite foi bem calma. Jantamos, todos em silêncio, e todos voltaram para seus cômodos para descançarmos o corpo. Itachi e Kisame não haviam aparecido, a missão talvez estivesse com algum atraso.

Voltei para o quarto e terminei o relatório antes de finalmente poder deitar e dormir.

Não me lembro com o que eu sonhei, apenas lembro que o sonho foi interrompido no meio da noite por uma mão que chacoalhava meu ombro freneticamente. Meus olhos se espremeram para poder ver quem interrompera meu sono. Um rosto foi se formando deformadamente em minha vista, até que pude ver a face de Sasori com seus ruivos cabelos espetados.

–Hã? Sasori? Mas o que... - Eu bocejei e finalmente pude ver sua séria expressão. - O que houve?

–Temos que ir, Deidara. Agora! - Ele estava mais sério do que o normal. Eu não imaginava nenhum motivo aparente para aquele desespero, mas me levantei, coloquei minha capa da Akatsuki e o segui com passos largos pelo corredor da misteriosa caverna.

–Para onde estamos indo, Sasori? - Bocejei novamente e aumentei o ritmo dos passos.

–Eu não sei. Madara disse que deixaria pistas no nosso caminho. A missão é expressamente secreta e ele não deu nenhuma informação sobre ela.

–Sasori! Por favor, diminua o ritmo. - Falei, arfando.

–Deidara, não temos tempo para descanço! Você dormiu até agora, então por favor, trabalhe um pouco!

Eu fiquei calado por um bom tempo apenas observando Deidara pisar grosseiramente. Vimos finalmente a luz da lua saindo da caverna. Eu não entendia o motivo de tanta preocupação, mas se o chefe fez algo tão misterioso, concerteza envolvia alguma missão de ataque.

Andamos por alguns quilômetros em total e absoluto silêncio. O gélido ar da madrugada em nada ajudava. Podia ver minha própria respiração de tanto frio. Me acolhi em minha capa.

–Deidara... - Falou, coçando a cabeça e diminuindo o ritmo. - Me desculpe por mais cedo. Eu estou meio... estressado pela missão.

–Hã... tudo bem, Sasori-kun. Não precisa se desculpar. - Sorri para ele, mesmo sabendo que ele não estava me olhando, já que andava rapidamente na minha frente.

–Não, eu preciso. Foi algo totalmente desnecessário. Então... mil perdões. - Ele abaixou a cabeça, ainda andando.

Segui em silêncio, não consegui achar palavras para respondê-lo. Após alguns minutos de caminhada, resolvemos finalmente parar debaixo de uma cerejeira. Colhi alguns frutos e coloquei na bolsa que levava comigo aonde ia.

–Quer uma cereja? - Mostrei uma fruta para ele, sorrindo.

–Hm... não, obrigado. - Ele fechou os olhos e deitou-se sobre a grama.

–Tem certeza? Eu insisto! - Meu sorriso se alargou e eu coloquei uma fruta na sua boca, que estava aberta. Ele mordeu a cereja e a ponta do meu dedo.

–Hey, cuidado aí. - Eu ri timidamente e comi uma cereja. A mordida não havia incomodado, havia sido até um tanto... prazerosa.

Ele sorriu de olhos fechados com o rosto virado pra cima.

–Sabe, Deidara... você é um cara legal. - Ele, ainda de olhos fechados, procurou uma fruta em minha mão e a mordeu.

–Ora, obrigado. Mas é exagero seu. Você nem me conhece.

–Por ora, sim. Mas passaremos muuuuito mais tempo juntos. - Aquilo me pareceu muito convidativo, mas continuei sentado no meu canto.

Sasori se levantou e se sentou em minha frente.

–Sasori-kun... eu... - Eu não conseguia pensar em nada, as palavras se misturavam em minha mente. Antes que pudesse falar algo, senti sua mão passando em meu rosto. Em questão de segundos seus lábios haviam colado nos meus. Meus olhos automaticamente se fecharam e eu aproveitei o momento, sentindo as folhas da cerejeira caindo sobre mim.

Eu estava apaixonado... por meu companheiro de missões.