P.O.V Nick

Eu realmente não merecia tudo aquilo merecia?  - “Droga” – Pensei com raiva enquanto ajeitava as roupas na mala. Eu não queria perder o ultimo jogo da liga junior. Mas eu realmente sentia falta dos meus amigos. Havia quase um ano que eu não os via. Quando recebi a notícia fiquei com raiva dos meus pais e confuso. Mas eu logo concordei. Eu sou um grande indeciso. Meu pior defeito, fique sabendo.

Flash back on

Cheguei em casa cansado. O treino tinha sido puxado. Eu sou um titular, então o treinador Jones exigiu mais de mim. E de todos claro. Esperava passar despercebido pela sala para que minha linda mãe não me enchesse de perguntas sobre como foi o treino. Essas coisas de mãe. Mas meus esforços foram em vão.

-Meu filho! Você chegou, finalmente. - Ela veio com um enorme sorriso me abraçar. – “Mas que droga! Ela tem sensor ou algo do tipo?”

- Mãe. Estou todo suado. Vai manchar seu vestido. – Ela usava um vestido branco de manga com flores azuis. Não era vestido de ficar em casa – Vai sair é? – Levantei uma sobrancelha. Ela sorriu.

- Sim. Mas antes temos uma coisa pra falar com você meu querido. Venha. - Ela puxou minha mão e me levou até a sala de TV, onde meu pai estava sentado no sofá cor de vinho. Ele me olhou sorrindo. Às vezes eu me sentia como um bebê junto desses dois. Eu ri com a ideia.

- Olá meu filho. Sente-se. Acho que você vai gostar da notícia. – Notícia? Nossa! Por favor, me diz que não é o que eu to pensando. DROGA. Esqueci disso. Eu me sentei como ele pediu. Minha querida-mãe-sempre-saltitante sentou ao lado de meu pai no sofá e sorriu largamente pra mim.

- Bem meu filho. Nós viemos falar que esse ano você vai de novo pro Fresh Air. Vimos que você gostou muito ano passado e resolvemos matricular você novamente. – Fresh Air era o nome de uma espécie de acampamento onde os pais mandam os filhos para passar as férias de verão. Era até legal. Muitas atividades e muita gente. Eu havia feito vários amigos lá. Três em especial: Locke, Pete e TJ (Tyler Jacob). – Então, o que acha?

- Não pai! Eu tenho o jogo final. Eu não posso ir. – Eu queria ir. Mas o basquete era minha vida. Não podia simplesmente perder o jogo. Até porque teriam olheiros no jogo. Eu podia me dar bem, não podia? Era meu sonho.

- Mas meu filho... Seus amigos. Faz tempo que você não os vê. Eu sei que sente falta deles.

- Mãe! Pai! Por favor! Eu não quero ir. Vocês sabem que basquete é a minha vida. – Dizendo isso saí da sala e subi para o meu quarto batendo a porta ao entrar.

Flash back off

Bom, realmente não foi fácil pra mim. Eu fiquei um pouco mais que um dia sem falar com meus pais e percebi que eles não tinham culpa. Falei com o treinador e ele aceitou tipo, numa boa. Quem vai me substituir no jogo será o Mike, que está muito feliz, porque ele espera essa oportunidade há bastante tempo. Então... Boa sorte Mike. E vamos lá Nick.

......

Hoje era o grande dia então. Eu ainda estava meio pra baixo pelo jogo. Mas o que me confortava era que eu ia ver meus amigos hoje, faz tempo que não os vejo. “É. Tá parecendo papo de garota”. Bom, terminei de arrumar minha mala, peguei tudo que preciso. Minha bola está na bolsa claro, não posso esquecê-la. E também meu violão. Sim, eu toco. Um dos meus talentos. É. Eu me acho, e daí?

......

Desci as escadas devagar para não derrubar nada. Não queria quebrar meu violão novo, ou quase isso. Deixei minhas malas junto do sofá na sala e fui tomar o café da manhã. Sentei a mesa e adivinha? Meu prato favorito (bacon com ovos) estava arrumado de forma engraçada no prato. “Mãe”. Claro, quem além dela faria esse tipo de coisa? Eu ri. Meus pais não estavam na cozinha, eles deviam ter saído. Então tá! Devorei minha comida e fui escovar os dentes.

Dentes escovados e branquinhos? Confere. Mala pronta? Confere. Bola, violão e todas as coisas de higiene pessoal? Confere. Bem, você pode achar isso coisa de menininha, mas eu me importo muito com isso. Acho muito ridículo ficar sem tomar banho por muito tempo, ou comer e não escovar os dentes. Urgh! É nojento só de pensar. Enfim, tudo pronto? Vamos lá. Peguei minha bagagem e saí da casa passando pelo caminho de pedras que atravessava o jardim da casa. O carro já esperava na frente. O motorista, assim que me viu saiu para abrir a porta do passageiro.

- Sr. Nick, pode deixar que eu levo suas coisas. - Sim, eu tinha um motorista. Acho isso meio pomposo, mas até que é bom em certas ocasiões. Além do que eu me dou bem com James.

- Qual é James, já disse que pode me chamar só de Nick. Deixe o senhor para o meu pai. – Sorri – E também não é tão pesado. Eu posso carregar. Apenas abra o porta-malas pra mim, sim?

- Claro! – Ele foi até a traseira do carro e abriu o porta-malas enorme do carro. Lá cabiam minhas coisas e mais umas seis malas maiores lá. Exagero?! Não quando se trata da minha família. Ele terminou de pôr minhas malas no lugar e se dirigiu para sua porta. Eu entrei na porta de trás. Não gostava, mas já havia me acostumado.

- Pronto Senhor... Quero dizer... Pronto Nick? – Eu ri.

- Sempre! – Uma onda de alegria me jogou longe. Eu me lembrei do Fresh no ano passado. – Vamos logo.

- Com certeza. – Ele sorriu e deu a partida no carro.