Uma História Marota escrita por MarinaND


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

ACOMPANHE MELHOR A FIC EM http://umahistoriamarota.blogspot.com/

Olá pacientes amados leitores!

Marina:
Primeiramente gostaria de pedir desculpas novamente, a nossa amiga Shah já explicou bem o que aconteceu, mas pedir desculpas nunca é demais. E a culpa é grande parte minha [Marina], que demorei horrores para finalizar o capítulo. Isso porque o capitulo 5 foi beeem grande, como já percebem, e ele foi particularmente difícil por causa da carga emocional que tem nele.
Nesse capitulo os casais estão mais quentes (E não me refiro à Evelyn e Sirius, que estão um pouco sumidos nesse capítulo), então vamos nos apaixonar por eles ainda mais, rs. E, é claro, muita conversa entre o pessoal, para não esquecermos como é bom e divertido ter amigos.
Esperam que gostem do capitulo tanto quanto nós gostamos dele. E comentem, comentem muito, comentem tudo. Falem os erros que cometemos, as partes que mais gostaram e as que menos gostaram. Nós estamos nos esforçando muito para errar menos e deixar ainda mais legal, por isso é muito importante a opinião de vocês.
Tá bom, vou parar de apelar (:
Gostaria de agradecer a todos estão lendo, esse capitulo é para vocês.

shah:

Só queria acrescentar que nessa capítulo em especial aparecem 2 personagens muito importantes, um na FIC e um na história original de Harry Potter: Marlene McKinnon foi uma das integrantes da ordem da fênix, e na nossa FIC ela é uma linda ruiva amiga das meninas (sim, ruiva, porque nenhuma fonte nos pode dizer com precisão qual é a aparencia dela. uns dizem ser loira, outros morena, então dane-se ela é ruiva, só porque gostamos de ruivos).
E Severo Snape, que não participa tanto da nossa fanfic mas que VOCES SABEM tem uma participação totalmente especial em tudo o que envolve a história.
Mais uma vez queria lembrar que as promos dos capítulos são lançadas no TUMBLR [http://maraudershistory.tumblr.com/] e vocês podem seguir, rebblogar e comentar sobre os atores que escolhemos e as fotos que colocamos!
É isso. A nota desse capítulo é DA MARINA porque ele é Lilian/James, só estou aqui de intrometida. ☺

Beijos, Marotas!



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- Nós temos que passar na Corvinal para pegar a Marlene. – Lilian falou, assim que saíram pelo portal da mulher gorda.
Evelyn vinha de braços dados com James e os dois conversavam amigavelmente. Eles sempre participaram da mesma roda social, pois ambos eram de famílias importantes da aristocracia bruxa, assim como Alice e Sirius. Porém Alice nunca gostou do porte do menino Potter e a família Black saiu do circulo social assim que tomou o partido de Voldemort na guerra.
- A Marlene McKinnon, vocês querem dizer? – James perguntou.
- Sim, algum problema? – Alice falou, seu tom nada simpático.
- Não, é que eu apenas não me lembrava que ela também ia a esses jantares. – Ele respondeu, dando de ombros.
- Você anda muito esquecido, não é mesmo? – Lilian se meteu na conversa, o tom dela era ácido. – Não se esqueceu de pegar o chapéu cônico, Potter?
As outras meninas de repente perceberam que ele, de fato, não estava usando, nem carregando o chapéu. Evelyn começou a sugerir que voltassem para buscar o chapéu, mas James respondeu, interrompendo-a:
- Eu não uso esse chapéu.
Lilian fez cara de chocada e Alice apenas fez como se não se surpreende-se com o despojamento do garoto.
- Mas como você não usa? Faz parte da tradição bruxa!
- Lilian, é uma coisa idiota. Eu não gosto de usar, esquenta a minha cabeça, aperta ela. Ninguém gosta de usar. E pinica. – Ele falou como se fosse a coisa mais obvia do mundo.
- Pinica?
- Ééé... Pinica.
No rosto de Lilian estava estampada a feição mais ultrajada possível, como se o que James dizia fosse algo completamente inconcebível.
- Eu definitivamente não mereço isso. – Ela disse, para depois ir andando mais rápido, indo em frente, com o objetivo de deixar James para trás.
O garoto ficou confuso, sem saber o que tinha falado de errado. Evelyn e Alice apenas riam da cara dele.
- Porque você não vai avisá-la de que ela está indo pelo lado errado? – Sugeriu Alice, assim que viu que Lilian virava pelo lado esquerdo, contrário ao lado da Corvinal.
- Ai, Merlin. – James murmurou para si mesmo. Bagunçou o cabelo enquanto olhava indeciso pro caminho que Lilian tinha tomado.
- Ela não vai te morder, James. Vai avisá-la, enquanto isso nós vamos buscar a Marlene e encontramos vocês aqui. – Evelyn falou por fim, elas seguiram pelo caminho à direita. James foi correndo atrás de Lily.
Quando chegou ao meio do corredor encontrou com a ruiva, que voltava.
- Eu estava indo pelo caminho errado, eu sei. – Ela disse, e ultrapassou James.
- Bem... – Ele disse, seguindo-a. – As meninas foram pegar a McKinnon e pediram pra nós esperarmos elas por aqui.
- Porque elas mandaram você pra avisar isso?
- Eu não sei, não leio a mente delas. Graças a Merlin que eu não leio; imagina: eu tendo que escutar aquele monte de dilemas femininos e...
- Cala a boca, Potter. Você só fala merda, caramba! – Ela disse, interrompendo-o.
Lilian cruzou os braços e bufou, dando as costas a James, que mexia no cabelo loucamente, com cara de confuso, sem saber o que falar para baixar a guarda de Lilian.
- Ah, vai, Lily. Não fica chateada só porque eu não uso chapéu. Você está fazendo tempestade em poção branda.
- Potter, eu não vou falar com você e essa sua cabeça sem chapéu. Não vou!
James fez cara de conformado e levantou as mãos como se estivesse se rendendo.
Eles ficaram em silencio, esperando as meninas que demoram mais uns dois minutos para voltar trazendo Marlene. A menina era de um ruivo claro, seus olhos azuis e o nariz empinadinho, tipicamente bretão. Lilian ficou feliz em vê-la, cumprimentou-a efusivamente e foram conversando até o lugar do jantar. Evelyn e Alice também conversavam, mas ambas estavam sérias. James vinha calado, apenas acompanhando as garotas.
- Eu percebi que você e o Frank meio que se acertaram, lá no Salão Comunal.  – Evelyn falava com a amiga.
- Mais ou menos... – Alice abaixou os olhos e mordeu o lábio inferior, como se estivesse nervosa com aquele assunto. – Acho que ele entendeu que eu não posso contar pra ele, e chegamos à conclusão que é idiotice brigarmos, somos amigos há tanto tempo e fazemos parte do mesmo grupo, não podemos ficar nos ignorando, até porque, o Frank não consegue ignorar as pessoas.
- Você devia contar pra ele.
Alice continuou com os olhos para baixo, sem responder ao que Evelyn falou.
- Você já conversou com o Remo? Ele sempre é bom pra colocar um pouco de luz na sua cabeça.
- Ainda não tive tempo de parar pra conversar com ele. Acho que amanha vou procurá-lo depois da aula.
- Faça isso. – Evelyn falou e abraçou a amiga. – As coisas vão dar certo, no final. – Ela levantou mão, ao que Alice bateu, exclamando um “É isso ai” desanimado.
- É esse o espírito, garota! – A morena disse, rindo com a amiga.  – Sabe do que eu estou lembrando agora?
- O que? – Alice perguntou, agora sua voz estava mais alegre e elas retomavam o ritmo da caminhada; tinham ficado para trás de James, Lilian e Marlene que iam na frente.
- Da Emily explicando sobre os motéis, e falando que o Sirius ia me levar em um deles no nosso próximo encontro.
Elas riram com a lembrança da amiga, logo após Evelyn ter contado sobre a “conversinha” que tinha tido com Black depois do treino.
- Em falar nisso, você devolveu a capa dele?
- Caramba! Esqueci.
- Bem... Você vai ter vááárias oportunidades para devolver, não é?
- Isso é verdade, mas eu acho que vou ter outras coisas, muito mais interessantes, em que me concentrar. – Evelyn fez voz de inocente. – Você vai ter que me lembrar da capa, amiga.
- Evelyn, você é uma safada. – Alice disse, rindo.
Um pouco mais a frente, James comentava do cabelo de Marlene.
- Legal, o tom do seu cabelo, McKinnon; Ele é um ruivo bem laranja, né? Bonito. – Ele falava com um tom casual, estava apenas puxando conversa. – Sua família é descendente irlandesa?
- Todo mundo pergunta isso! – Marlene respondeu, rindo. – Na verdade não, somos ingleses, mas descendemos da Escócia. Mas deve ter algo da Irlanda, porque eu sou muito ruiva; e o engraçado é que eu sou umas das poucas ruivas da família.
- É... Esse seu ruivo é bem diferente, mesmo. O da Lilian é mais acastanhado, tipo um vermelho envelhecido... É acaju, não é?
- Desde quando você é um conhecedor de cabelos, Potter? – Lily falou, ainda emburrada com James.
- É mesmo. Você está sabendo tudo de cabelos, menino! – Marlene disse, com o tom bem mais simpático do que pretendia.
James sorriu lisonjeado, como se conhecer sobre cabelos fosse uma dádiva.
- E você, Lily, tem descendência irlandesa?
- Eu tenho, na verdade. Minha avó veio pra Inglaterra quando era adolescente.
- Ah, então é por isso que você é toda esquentadinha! É o espírito irlandês falando dentro de você! – James brincou, e riu junto com Marlene.
Lilian virou os olhos, preferindo ignorar James.
- Mas a Lilian nem é tão estressada, é só com você mesmo, Potter. – Marlene veio em defesa da amiga. – Na verdade, ela é até meiga.
- Sabe, Marlene, eu adoraria conhecer esse lado mais meigo da Lilian. – James disse com malicia escorrendo em suas palavras.
O rosto de Lily ficou vermelho instantaneamente, ela iria começar a gritar quando McKinnon intercedeu e Evelyn e Alice alcançaram o trio. 
- Lily, calma. Ele está só brincando, não precisa se estressar. Por Merlin, e eu pensei que vocês tinham virado essa página e se tornado amiguinhos.
- Gente, o que está acontecendo? – Evelyn perguntou, assim que sentiu a irritação de Lilian.
- O Potter dando uma de engraçadinho, é isso que está acontecendo! – Evans respondeu irritada.
- Potter, você já irritou demais a Lilian esses dias. Porque não fingimos que somos civilizados e deixamos as implicâncias para outra hora? – Alice respondeu, concluindo automaticamente que a culpa era toda de James e olhando-o com desprezo.
Depois disso todos ficaram em silencio. Momentos depois encontraram a sala onde seria o Jantar, ficaram um tempo cumprimentando as pessoas na porta, foram falar com o Professor Slughorn, outros professores e algumas personalidades que Slugh queriam que conhecessem.
Logo eles se separaram, cada um falando com uma pessoa de seu interesse, ou algum colega de Hogwarts, ou beliscando as bandejas que flutuavam pela sala. Depois de uma hora, quando os relógios anunciavam que eram 21 horas, uma mesa principal surgiu no meio da sala e jantar começou a ser servido. Lilian, Evelyn, Alice e Marlene foram sentar-se juntas, pondo já a conversa em dia, já que Marlene andava afastada das garotas devido a uma pesquisa que estava desenvolvendo na biblioteca.
- Evelyn, então quer dizer que você e o Black não estão mais ficando? – Marlene perguntou, seu rosto demonstrava a curiosidade da evidente especulação que rolava por toda a escola.
Evelyn deu uma risada curta, meio amarela. Não era interessante para ela conversar esse tipo de coisa com a Marlene. Sendo as duas amigas de infância, Evelyn sabia do amor que Marlene sentiu por Sirius no quinto ano, e perguntava-se se a garota sentia algum remorso pelo que estava acontecendo.
- Bem... Não exatamente. Nós continuamos juntos, mas sem compromisso.
- Mas aquela briga de vocês, no café da manha de ontem, foi bem feia. O que tinha acontecido?
- Você sabe como o Black pode ser ás vezes, não é?
- É eu sei.
- Então... Ele achou que podia brincar comigo, e eu só estava mostrando para ele que não era bem assim. – Evelyn falou, com o tom de riso, mas deixando claro que era apenas isso que falaria sobre o assunto. Marlene riu, concordando com a colega.
- Mas o grupo do Potter e vocês estão bem amiguinhos, não é? Estão organizando jogos no pátio juntos, pelo menos é o que o pessoal anda falando. – Falou Marlene, dessa vez para as três meninas. 
Não é como se McKinnon fosse uma fofoqueira, mas as amigas menos próximas de Emily, Alice, Lilian e Evelyn, não entendiam o porquê de estarem tão amigas dos marotos. Durante todos os outros anos em Hogwarts, sempre foram grupos separados, apesar de saberem que eram amigas de Remo, que Evelyn era amiga de infância de James e que Frank sempre zanzou entre os dois grupos. Porém, esse ano, estavam tão juntos que isso deu muito o que falar por Hogwarts, principalmente porque os garotos eram tão populares.
- Merlin, esse jogo foi uma confusão! – Alice disse, rindo; apesar de não ter estado lá, ficou sabendo de todos os detalhes. – A Lilian quase bateu no Potter e a Evelyn estressou totalmente o Sirius. Mas acredito que o pessoal que anda especulando essas coisas está errado, nós podemos até estar andando mais juntos, mas não somos amiguinhos de jeito nenhum.
- É mesmo, Marlene, imagina: eu sendo amigo do Black, escutando ele desabafando e rindo com ele! Isso nunca vai acontecer! – Lilian falou.
- Todas nós morreremos antes da Lilian e da Alice virarem amigas do James ou do Sirius. – Evelyn disse.
- Realmente. Quanto ao Peter, eu não tenho nada contra, acho ele até divertido. Também gosto do Remo, e ele é um dos melhores amigos da Alice. – Lilian falou ao que Alice acenou concordando.
- Vocês duas não deviam ser tão severas, eles não devem ser tão horríveis assim, várias pessoas adoram eles. Até a Evelyn e a Emily gostam deles, e elas são suas amigas.
- Tenho certeza que metade das pessoas que gostam deles deve estar sob o poder de algum feitiço muito poderoso e a outra metade é idiota. – Alice falou como se essa fosse a verdade do mundo. – E a Evelyn e a Emily, eu as amo, mas elas têm um histórico de problemas mentais.
- Ei, eu estou aqui! – Evelyn falou, ao que todas riram e Lilian a puxou para dar um beijo em sua bochecha.
Elas continuaram a colocar os acontecimentos em dia com Marlene, sempre fazendo piadas e rindo. O jantar principal passou e estavam na sobremesa, quando James reapareceu.
- Eu sei que vocês estavam sentindo a minha falta, então vim conceder-lhes a minha companhia. –Ele falou, indo para o lado de Lilian, que revirou os olhos.
As meninas fizeram alguns comentários sarcásticos, brincando sobre como sentiram tremendamente a falta dele, mas ninguém lhe deu muita atenção, já que o assunto estava mais interessante. James aproveitou a distração para puxar uma conversa paralela e baixa com Lily.
- Então, Lilian, eu estava querendo muito falar com você. – Ele disse, sussurrando para a ruiva.
- O que você quer James? – Ela rebateu, seu tom nada amigável.
- Eu só queria saber como foi o seu encontro ontem com o George Travis, se ele te tratou direitinho. – James falava com a arrogância pontuando cada palavra, e com seu olhar de maior prepotência. – Você sabe que pode me contar tudo, gata.
- Mas que inferno, Potter; dá para você parar com essa história, já encheu o saco! Eu já disse que não era um encontro, a gente se reuniu para fazer um trabalho; e eu não te devo nenhum tipo de explicação!
- Lilian, se você não me contar como foi, eu vou ter que ir perguntar para o Travis. E talvez eu não seja tão gentil com ele quanto eu sou com você.
- Você é simplesmente a pessoa mais escrota que eu já vi na vida. – Lilian falou, olhando em seus olhos. James retribuiu o olhar, ainda insistindo que ela contasse. Ela suspirou derrotada. – Nós nos encontramos na biblioteca depois do jantar, fizemos o final do trabalho porque ele já tinha feito mais da metade; foi rápido, por isso nós ficamos conversando por meia hora, depois fomos para as nossas casas; eu fui para o dormitório, fiquei conversando com as minhas amigas e dormi. E eu só disse isso para você parar de encher o meu saco.  Satisfeito agora?
Lilian não parecia nada animada, mas James sorriu o seu melhor sorriso.
- Então eu acho que não vou quebrar a cara dele na primeira oportunidade que tiver. Talvez eu só quebre na segunda oportunidade.
- Sério, Potter, você é um idiota, arrogante, controlador, que se acha, mas que não é porra nenhuma. E você sabe que eu vou comer o seu cu de tanta detenção que vou colocar nas suas costas se descobrir que o George quebrou uma unha! – Lilian disse, mais alto do que esperava e com seu rosto vermelho de tanta irritação.
- Calma, Lilian, não precisa se irritar com isso. Relaxa. – Ele respondeu a ela, com o tom de zombaria.
- Não, Potter, eu acho que você não está entendendo a gravidade da situação, acho que ainda não entrou nessa sua cabeça sem chapéu. Eu – estou – farta. Não agüento mais a sua falsidade de falar que gosta de mim só para poder me perseguir e me irritar; e não agüento mais a sua hipocrisia, pois implica com os garotos que supostamente saem comigo, enquanto você fica comendo um monte de garotinha por aí! Você acha que eu não sei que ontem você saiu com a Britanny Seeley?
- Então aí está a razão de toda a irritação: você está com ciúmes!
- Essa sua cabeça sem chapéu é retardada? Ou então você é surdo. Por acaso escutou alguma coisa do eu disse?
- Escutei perfeitamente, você está com raiva porque eu saí com a Britanny.  – James falou isso como se fosse a coisa mais obvia; Lilian ficou estarrecida, estressada por ela falar e falar, e ele interpretar as palavras como queria.
- Não, Potter, não! O que eu quero dizer é que você não pode reclamar de mim, enquanto estiver saindo com outras garotas. Aliás, você não pode reclamar de mim nunca, já que eu não sou nada sua, não é mesmo?
- Lilian, enquanto você não quiser ficar comigo, eu vou ficando com quem eu quiser; só porque você não me quer, não quer dizer que outras também não vão querer. – James disse, pontuando essa frase com o seu sorriso mais canalha.
Lily cruzou os braços e respirou fundo para não partir para cima dele. Depois olhou nos olhos dele, e com a voz baixa, porém cortante, disse:
- Só porque eu não te quero, não quer dizer que eu não queira outros.
E pela primeira em toda a conversa, James pareceu realmente abalado com algo que Lilian dissera. Era como se ele nunca tivesse pensado que a menina poderia querer ficar com outros; outros que não eram ele. E isso o perturbou.
- Mas, você não ficaria com outros. – James falava como se fosse para si mesmo. – Você não me desrespeitaria dessa forma. – Ele terminou, dessa vez firme, se impondo sobre Lilian.
Isso a deixou mais irritada do que qualquer fala de antes, seus olhos quase explodiram de tão arregalados e sua voz ficou tão alta que todo o jantar parou para escutá-los, principalmente suas amigas que agora reparavam que Lilian brigava com James.
- Ah, essa é boa! Eu te desrespeitar? E desde quando eu devo te respeitar, Potter? Desde quando eu devo algo a você? – Ela gritava. – Se você não me respeita, se eu falo milhares de vezes para me deixar em paz e você não me escuta. Você não respeita ninguém. Não respeita os meus amigos, não respeita a escola em que estuda, não respeita seus colegas de colégio, não respeita as tradições bruxas, não respeita as regras, na respeita nada! Sinceramente, não sei como os seus amigos e seus pais te suportam, porque você não deve respeitar nem eles.
A tensão parou o tempo por alguns segundos no salão do jantar. O silencio era palpável. Lilian tinha pegado pesado com James, e ele não parecia nada feliz.
- Você não sabe nada sobre a minha relação com os meus pais ou com os meus amigos. E, sinceramente, você não pode falar nada de mim, porque você é uma menininha atrevida, irritante, que mete o nariz em tudo, que julga todo mundo e que se acha a dona da verdade. E ainda é uma chata frígida!
James falava se aproximando, de forma que, quando terminou, estava bem próximo de Lilian. Ele era bem maior do que ela, portanto era ameaçador estar sobre ela dessa forma, quase como se fosse bater nela ou beijá-la.
Lilian pegou sua varinha.
- Olha só, Potter. Você não venha se aproximar de mim dessa forma, porque você pode ser maior do que eu, mas eu não vou pensar duas vezes antes de lançar um feitiço nessa sua cara!
James também pegou sua varinha.
- Lilian, eu sou um cavalheiro, não gosto de duelar com mulheres. Então vai ser muito triste ter que te machucar, a não ser que você abaixe a sua varinha e fique quietinha que nem uma moça deve ficar.
Nenhum dos dois abaixou a varinha. Ninguém do salão respirava. Ambos estavam prestes a lançar um feitiço quando foram interrompidos.
- Chega! Você dois, abaixem as varinhas! Mas que vergonha vocês me fazem passar no meu jantar! – Slughorn estava vermelho como um pimentão, estarrecido. – Logo você Evans, uma das melhores alunas e tão centrada; e você Potter, sempre você! Vocês dois vão para a sala da Mcgonagall! Vou levá-los pessoalmente e explicar a balburdia que estavam fazendo!

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Mcgonagall olhava para eles por cima de seus óculos, os avaliando e decidindo as melhores palavras para lhes dar um sermão. Slughorn tinha os levado lá as pressas e só deu tempo de Lilian trocar um olhar de desespero com as amigas, que pareciam querer ajudá-la e também rir da cara dela. Os dois ficaram um tempo esperando do lado de fora da sala da Professora Minerva, enquanto o professor Slugh falava com ela, James não olhou no rosto de Lilian nem por um segundo, ele estava muito aborrecido com ela.
Agora estavam de frente para sua diretora, esperando que ela desse o veredicto de suas sentenças.
- Bem, só posso dizer que nunca esperei por isso. – Ela começou. – Eu sabia que vocês dois não se davam bem, que brigavam, mas chegar a esse ponto de quase duelar um com o outro? Desavenças desse tipo não são resolvidas com azarações e feitiços. Vocês não são inimigos, são da mesma casa, tem os mesmos princípios, deviam ser amigos! E ainda são uns dos meus melhores alunos: Evans, a minha monitora chefe e Potter, meu treinador e apanhador de quadribol e um dos meus alunos mais brilhantes e talentosos. – Ela deu uma pausa, olhando severa para os olhos deles, esperando que aquelas palavras fizessem sentido em suas cabeças. - Senhorita Evans, eu esperava que você lidasse melhor com esse tipo de situação, sendo monitora, queria que você fosse mais racional e não impulsiva. E você senhor Potter, é um aluno problema e nós já conversamos sobre isso. Eu poderia tirar pontos da Grifinória, mas acho que neste caso trata-se de amadurecer um relacionamento. E não me resta outra opção a não ser deixá-los de detenção. 
James quase desmaiou quando ouviu isso.
- O QUE? Minerva, você não pode fazer isso comigo, você sabe que eu não posso receber detenções esse ano! Pelo amor de Merlin, nem foi uma coisa tão séria, nós nem chegamos a duelar, foi só uma discussão!
- James, deixe-me terminar. Vocês têm duas semanas para limpar a sala de troféus, sem magia. Não é uma detenção difícil, já que duas semanas são bastante tempo e eu vou deixar vocês fazerem os seus próprios horários, contanto que façam isso juntos. Quero vocês limpando sempre no mesmo horário e trabalhando em dupla. E quanto a você, Sr. Potter, eu vou ser obrigada a convocar uma reunião com seus pais sobre o seu comportamento. Não vai ser dessa vez que vamos discutir a sua permanência nessa escola, mas essa é a ultima das muitas chances que eu já te dei, James. Não quero mais ver você metido em confusão e muito menos em detenções, só quero ouvir falar sobre o seu maravilhoso desempenho esse ano e em como o seu comportamento melhorou. E espero realmente que você entenda o quão importante isso é para o seu futuro em Hogwarts. – Ela pausou novamente. – Bem, vocês estão dispensados. Boa noite para os dois.
Eles também desejaram boa noite para a professora e começaram a sair da sala.
Lilian se sentia mal. Estava arrependida de ter se levado pela irritação e ter dado um pequeno vexame na frente de tanta gente e ainda ter acabado com uma detenção, ela nunca tinha estado em uma detenção, em toda a sua vida! Ela também não sabia que Potter ficaria enrascado por causa de uma bobeira dessas. Também não era como se estivesse fugindo de detenções esse ano, mas ele não tinha feito exatamente algo errado; apesar das ameaças com George, ele mal brigou com o garoto; e James só falava essas coisas, Lilian sabia, para irritá-la, para implicar com ela. E ela se deixava levar, sempre se irritava como ele queria que fosse e sempre acabava perdendo as estribeiras. E dessa vez ela acabou ferrando com os dois.
Enquanto saia da sala, Lilian sentia toda a culpa do mundo nas costas por estarem em detenção; mesmo que fosse uma coisa leve e mal fosse significar algo para ela, James estava no seu limite, não poderia ter recebido aquela detenção. “E a professora ainda falou que iriam chamar os pais dele, Lilian pensou, será que isso é muito ruim?”
Quando já estavam na porta da sala da Professora Minerva, Lily estava decidida a pedir desculpas a James e conversar com ele, saber se ela podia fazer algo para ajudar. Ele abriu a porta e a deixou passar primeiro, assim ela fez, olhando para ele, que olhava para baixo; no rosto de James ela podia ver a preocupação e o nervosismo que ele passava por dentro, isso partiu seu coração. Assim que saiu pela porta, em vez de ir andando, parou para esperar Potter. Nesse meio segundo em que ela simplesmente o esperou fechar a porta, Lilian viu que no começo do corredor seus amigos que a esperavam. Ali na frente, conversando e sem perceber que eles já tinham saído da sala, estavam Emily, Evelyn, Alice, Frank, Sirius, Remo, e Peter. E naquele momento - aquele mísero momento que durou um segundo - ela suspendeu-se acima das briguinhas idiotas da adolescência, das rivalidades bobas do colégio, e ficou feliz em vê-los assim: reunidos, em paz, como se todos fossem amigos. E estarem todos ali, esperando por ela e por James, a deixou tão feliz e completa, quase como se aquilo fosse...
Família.
E o momento passou assim que James fechou a porta e passou por direto por Lilian, sem falar nada.
E foi a vez dela de segurar seu pulso.
- James, espera. – Ela disse, no que ele se virou para olhá-la. – Eu queria te falar uma coisa...
- Eu já sei, Evans. – Ele a cortou. – Você não quer mais me ver, não quer mais que eu te persiga, te perturbe e nem aos seus amigos. Pois bem, pode deixar: Você não vai precisar escutar nem a minha voz, nunca mais.
E agora foi Lilian que ficou muda diante da frieza na voz de James.
Ela soltou seu pulso, calada, desnorteada, como se tivesse levado um soco no estomago.
Ele se afastou, e tudo voltou a ser como antes; James foi rodeado por seus amigos, Sirius passou os braços pelos ombros dele, obviamente preocupado com o seu quase irmão. Os marotos foram na frente, conversando baixo com Potter, que explicava que agora estava em rédea curta e isso, aparentemente, os deixava profundamente abalados.
Lilian e as meninas, e Frank que preferiu não acompanhá-los, imaginando se James não gostaria de ficar sozinho com os garotos, se deixaram ficar para trás, andando devagar, conversando furiosamente, cada um contando a sua versão da história; como Lilian tinha começado a xingar loucamente na cara de James e como ele tinha ficado todo ameaçador; por alguma razão, aquela parte do grupo achou aquela pequena confusão divertidíssima.
Todos foram direto para os dormitórios, no dia seguinte teriam aula.
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Fazia um belo dia de outono, a chuva tinha passado e céu estava de um azul claro bem calminho, convidando para um dia agradável de estudo, sem muitas surpresas. Fazia uma semana e meia desde a briga com James e Lilian, e pouca coisa tinha mudado. Potter estava se recusando a falar com a menina e os horários que eles já tinham tido de detenção foram de puro silencio.

Evelyn e Sirius estavam relativamente bem, eles tinham entrado em uma rotina em que brigavam e implicavam um com o outro a todo o momento e caiam nos amassos quando o assunto acabava, mas Black já não queria ser enganado por ela, e Priuet também estava pegando mais leve; depois de passado fogo inicial, os dois mostraram que podiam ser inocentes, quase como adolescentes normais. Não que eles assumissem algum tipo de relacionamento; Sirius continuava ficando com as suas garotas de sempre, e Evelyn ainda alimentava as esperanças de sua horda de fãs.
Frank e Alice estavam bem. Apesar da menina ainda fazer segredo de seus problemas e isso estar, definitivamente, afastando-os, nenhuma briga ou desentendimento tinha acontecido. Frank estava cada vez mais amigo de Anne, andavam sempre juntos e parecia que o menino confiava demais nela. Isso causava ciúmes nas meninas, principalmente em Alice, mas nada muito preocupante, pois Frank era delas; ou, pelo menos, era o que achavam.
Emily e Remo eram quem haviam mais chamado a atenção na última semana: andavam de um lado para o outro aos cochichos e sempre sumiam em alguns horários e apareciam horas depois, e quando lhes perguntavam o que estava acontecendo, Emily dava a desculpa de que Remo estava lhe ajudando a estudar Poções e História da Magia na biblioteca, o que era uma mentira deslavada já que Evelyn, sagaz, fez questão de verificar se o nome de algum dos dois aparecia no horário de leitura ou empréstimo de livros. Obviamente nenhuma das garotas ou dos garotos comentou sobre esses sumiços fora de seus dormitórios, pois não queriam provocar nenhum desentendimento com Richard caso ele escutasse. Ainda depois do ocorrido, Emily não tocou no assunto com nenhuma das garotas e, apesar de todas perceberem o quanto ela andava fria com ele, o casal não declarou separação.
Todos eles estavam reunidos, andando por Hogwarts, indo na direção da estufas; estavam fazendo uma pesquisa para o trabalho final de Herbologia, que iria se desenrolar pelo ano todo. Iam andando lentamente, pois conversavam, mas estavam atrasados já que uma briguinha de Sirius e Evelyn tinha parado todo mundo. Marlene e Richard estavam com eles e muitas pessoas passavam para cumprimentar e conversar um pouco, entre elas estavam George, Anne, Britanny, Edgar Bones e muitas outras pessoas comuns na convivência do grupo. 
Eles estavam passando por um dos corredores do castelo quando Mcgonagall apareceu, querendo saber o que um grupo tão grande, uma boa parte da turma, fazia andando calmamente quando faltavam menos de 5 minutos para começar as aulas.
- Senhores e senhoritas, é melhor que todos estejam na estufa quando a aula começar. Não quero dar detenção para ninguém. Ouviram? - A Professora McGonagall estava sendo mais severa com o grupo desde as confusões da semana passada. Olhava para eles como se a qualquer momento fossem aprontar alguma coisa. Ela foi enxotando a turma pelo corredor, e deixou os alunos para trás ao som de risadas e piadinhas.
Evelyn, Marlene e Lilian conversavam atentamente sobre a matéria que seria dada na aula daquele dia e Alice, calada, ouvia o que as garotas diziam, enquanto Emily e Richard iam rindo das bobeiras que os meninos contavam ao lado.
- Evelyn! – Chamou um menino ruivo que alcançou o grupo. Era Benjy Fenwick, um menino grifinório, alto e magrelo, com cara de simpático, que era amigo de Alice, Evelyn e Marlene. As meninas pararam para dar atenção a ele. – Evelyn, tenho um recado pra te dar. Seu irmão pediu para procurar ele depois, porque a mãe de vocês mandou uma carta, algo assim. – Ele disse rápido e ofegante, dado a impressão de que tinha corrido para chegar ali. – Ah! Oi meninas!
Elas sorriram.
- Ah sim, obrigada Ben. Acho que é sobre o casamento da Molly, vai ser lindo! – Evelyn agradeceu, animada.
“Molly já vai se casar!” Alice pensou, e sentiu um aperto no peito ao ouvir falar da cerimônia da filha mais velha dos Priuet. Não queria pensar que seus pais a cobrariam mais ainda quando o convite chegasse à casa deles. Emily, que até então não parecia estar prestando atenção na conversa das meninas falou:
- Nunca pude conhecer a Molly, Evelyn. Só conheço seu irmão Fábio, ninguém mais da sua família. – Emily falou, como se isso fosse uma enorme desfeita da parte da amiga.
- Não se preocupe bobinha, todas vocês estão convidadas para o casamento, vão conhecer todo mundo. – Evelyn falava cheia de orgulho de sua família.
Ben continuou acompanhando o grupo em direção ao herbário. Discutiam sobre quais os grupos formariam para a pesquisa sobre os tipos de alimentos que fortalecem as plantas mágicas carnívoras e ficou decidido que Emily, Remo, Lilian e Peter formariam um grupo, Marlene, Evelyn, Ben e Alice formariam outro e James, Sirius, Frank e Richard ficariam juntos, apesar de eles não terem participado da ação democrática que aconteceu naquele momento, pois estavam ocupados demais falando sobre outros assuntos.
Eles estavam passando em frente a umas das portas discretas dos armários de vassouras de Hogwarts, quando Frank soltou uma exclamação alta e bateu a testa (um hábito recém adquirido dele, por causa da convivência com Anne), fazendo todos pararem, se calarem e olharem para ele.
- Putz, gente! Esqueci um troço dentro do armário de vassouras!
- Frankie, a gente já está atrasado. – Disse Lilian, zelosa.
- Eu sei... Podem ir na frente. Alice, você vem comigo? Para eu não precisar ir sozinho pra sala, depois. – Ele fez biquinho pra amiga, investindo no seu lado mais cativante.
Alice hesitou sem saber se iria.
- Vai lá Alice, você não vai perder nada da aula, a pesquisa em si só começa mais tarde. – Incentivou Remo.
A menina assentiu e acompanhou Frank.
Mal os dois sabiam que atrás deles os marotos já pensavam rápidos e trocavam olhares suspeitos, como se pudessem ler a mente um dos outros.
O quartinho que guardava todo o tipo de quinquilharia de Hogwarts estava úmido e com mofo. Alice fez careta para o lugar e relutou a entrar, mas prosseguiu e encostou a porta atrás dela. Frank já estava lá dentro sentindo-se em casa, dando uma olhada pelo lugar.
- Alice. – Frank chamou baixinho, de costas para a menina.
- Que foi, Frank? – Alice respondeu sussurrando também, mesmo sem saber por quê.
- Olha.
Alice foi para o lado dele e ficou olhando ao redor, procurando o que quer que fosse.
- Olhar o que?
- Você não está sentindo? – O garoto dramatizava, falando no seu tom mais misterioso.
- Frank, para! Você está me assustando!
- Você não está sentindo a presença do Sirius nesse lugar?
Ele sorriu divertido e Alice pensou nas diversas formas de torturá-lo, porque aquilo era ridículo. Ainda assim segurou um sorriso.
- Franklin, a única coisa que sinto aqui é cheiro de mofo.
- Não, não, ele está aqui, posso sentir! – Ele foi para um canto, procurando por rastros. – ACHEI! Não disse que tinha!? – E com a varinha, estendeu uma cueca no ar.
- MAS QUE NOJO FRANK, DEIXE ISSO AÍ! Ai, que náusea! Garoto desprovido de higiene, esse Sirius. Como pode sair abandonando os pertences íntimos por lugares... Repugnantes como o armário de vassouras? Não sei como a Evelyn consegue.
Frank largou a cueca no chão, rindo. Pensando em como ia contar aquilo pro amigo depois.
Do jeito que esse lugar é úmido e mofado” pensou a garota, já sentindo o nariz coçar “meu cabelo vai ficar encharcado daqui a pouco”.
Foi quando os dois ouviram um barulho, a porta tinha batido.
E logo depois o ruído de tranca estalou, fazendo os dois trocarem um olhar de desentendimento.
Lá fora, um escarcéu estava montado.
Um segundo atrás James tinha trancado a porta do armário de vassouras enquanto alguns observavam rindo e outros sem nada entender.
Lilian foi tirar satisfações.
- O que pensam que estão fazendo!? – Lilian veio furiosa na direção dos marotos, que riam descontroladamente.
- Só dando uma forcinha, Evans. – Sirius disse.
- Mas eles vão ficar presos! – Lilian exclamou como se fosse óbvio.
- Daqui a pouco nós soltamos eles, Lilian, pode deixar. – Remo disse, apesar de seus olhos dizerem o contrário.
- Ah claro. AULA PRA QUE NÉ?
- Podem ir na frente, se quiserem – Peter falou, assim que conseguiu parar de rir.
- Ah, mas eu vou ficar e ver a cara da Alice quando sair! – Emily ria junto, como se também tivesse planejado a emboscada.
- Marie, você é amiga dela ou não?! – Lilian disse vermelha, por fim, olhando pra garota de olhos azuis.
- Ora, Lily, vamos brincar um pouquinho. Só um pouquinho! Vamos ver no que dá. Já tá na hora desses dois ficarem juntos, sabe. – Emily falava com cara de travessura, do jeito que Remo achava fascinante. – E não me chame de Marie.
- Olha, eu preciso realmente ir, eu to péssima em Herbologia e tenho medo do vulcão que a Alice pode se tornar quando sair daí, ela vai matar vocês. Vamos adiantando o trabalho, ok? – Disse Marlene olhando pra Evelyn, que concordou e puxou Ben. Os três foram seguidos por Richard, que se despediu da namorada e foram caminhando corredor afora.
Dentro do pequeno quartinho, Alice batia na porta, lançava “Alohomora” na fechadura, esperneava. Frank tentou ajudar, mas desistiu depois que viu que, ou derrubava a porta com um “bombarda” ou esperava que seus amigos maravilhosos fizessem o favor de abri-la. Enquanto esperava, procurava o que havia ido buscar.
- O que você está fazendo, Longbottom?! – Alice estava vermelha, cheia de cólera.
- Ué, estou procurando o cachecol.
- Eu devia saber! É um truque! Uma farsa, você armou tudo isso!
- Que isso mulher, eu realmente esqueci o cachecol da Anne aqui...
Alice paralisou, o ciúme que ela vinha controlando ferveu dentro dela. “O que o cachecol da Anne estava fazendo no armário de vassouras?!”. No rosto dela ficou estampado exatamente o que ela pensou, Alice conseguia expressar muito bem o que pensava ou sentia.
- Calma Lila...
- Não me chame de Lila.
- Alice, não é isso que você tá pensando. Eu peguei o cachecol dela emprestado e tive que vir aqui, e como no dia esse quartinho tava quente acabei tirando e esquecendo aqui dentro, e agora ela está cobrando e...
- Porque você está me dando satisfação? Nada nesse assunto me diz respeito, Longbottom, você pode esquecer o que você quiser, de quem você quiser, onde você quiser.
Alice estava com uma expressão dura fora do comum, falando rápido e se atropelando.
- Você não tá achando que...
- Eu estou achando que você pediu pros seus amiguinhos emboscarem a gente aqui dentro com alguma segunda intenção.
- Alice, não seja ridícula! Eu convivo com você há anos, desde quando precisei armar algo desse tipo pra ter a sua atenção?
- Ah é, me esqueci, você SEMPRE quer ser o centro das atenções.
- Como é? – Frank parecia não acreditar ter ouvido isso da boca de Alice. Ela mais que ninguém sabia que não era verdade.
- Só porque eu não estou te dando tanta atenção, você está com seu ego ferido. Muito previsível, eu devia pensar que você ia me armar algo desse tipo. Agora estou perdendo minha aula de Herbologia por sua causa.
Frank se sentiu realmente ofendido. Odiava que achassem que ele queria aparecer, até porque ele sempre se preocupava em não ser efusivo com as pessoas. Alice o conhecia bem demais, sabia seus pontos fracos e falava isso apenas para magoá-lo, porque estava com ciúmes. “Isso eu sei fazer também, burguesinha”, Frank pensou.
- Ah, peraí! Você tá falando merda, garota! Você devia era parar de pensar que é o último biscoito do pacote, condessa. Você acha mesmo que o mundo gira ao seu redor? Que as minhas ações são todas feitas em prol de como você vai reagir? Eu não queria estar perdendo minha aula de Herbologia também!
É, ele sabia como atingir a garota. Eles estavam brigando sério agora, os olhos de Alice marejaram, Frank ficou sem saber o que fazer, seu rosto estava vermelho de raiva.
O silêncio tomou conta do ambiente novamente, até Alice o atingir com a frase que, ela sabia, cortaria seu coração.
- Tédio – Ela fez questão que frieza da palavra fosse sentida na pele. O rosto de Frank estava duro, seus olhos queimavam. – Você me dá tédio, Frank.
E sem pensar duas vezes, o garoto jogou Alice contra a parede.
- Você deveria reavaliar a palavra tédio. – Ele falou em seu ouvido.
Segurou-lhe a nuca, puxando os cabelos ondulados e a beijou com a intensidade de um furacão, com um sentimento reprimido a tempo, com uma crueldade que Alice não reconheceu.
A menina pensou em tudo o que poderia fazer pra pará-lo; espernear, bater. Mas ela não conseguia relutar, suas pernas ficaram bambas e seus olhos se fecharam e o desejo estragava tudo.
Ele a apertou contra a parede, suas mãos entraram pela sua blusa, apertando a pele com as mãos grandes, deixando marcas, quase de uma forma que doía.
- Está maluco?! – Alice exclamou quando conseguiu se afastar, finalmente, ofegante. Depois de respirar firme disse: - É isso que você faz com todas que te falam algumas verdades?! É isso que você faz com a Anne?!
- Ora, não seja tola – Havia um sorriso cruel no rosto de Frank, um que Alice ainda não conhecia. Frank se afastou da menina com dois passos pra trás, ainda com um sorriso no canto dos lábios. Sua voz cheia de prepotência. – A Anne faz isso bem melhor que você.
Alice estava perplexa diante do que lhe foi dito. Assim que as palavras entraram por seu ouvido, a garota se sentiu indignada, humilhada, com todo o ódio do mundo. Quem era ele para falar algo assim dela? ELE A AGARROU!
Seu ego fora ferido ao máximo. Ela sentiu vontade de mostrar pra ele o quanto ela era poderosa, o quanto ele ficaria de quatro por ela e esqueceria qualquer outra menina quando visse do que sua amiguinha de infância era capaz.
O menino ainda a encarava e seu ar arrogante sumira, enquanto percebia o quanto estavam exagerando. E Alice o pegou de surpresa. Jogou-o contra um banco onde se apoiavam várias vassouras. As vassouras caíram e Frank também, em cima do banco.
Alice sentou em seu colo de frente, abrindo a sua camisa e chupando seu pescoço. Passou a mão arranhando pelas suas costas. Beijou-lhe a boca, como ela jamais havia quisto. Ainda que a garota estivesse magoada, o carinho que lhe fazia possuía um sentimento especial. Seus lábios enlaçados se completavam, como se feitos um para o outro, seus lábios se amavam, se davam leves mordidas, excitavam um ao outro. Frank passava a mão por dentro de sua blusa, na cintura, subia mais e segurava-lhe a nuca. O suor quebrava as barreiras da umidade do quartinho e encontrava a pele um do outro.
E naquele momento, os dois esqueceram os motivos de tudo aquilo estar acontecendo; eram apenas os dois ali, se amando e se adorando, em umas das melhores formas em que um casal pode compartilhar. E tudo começou a fazer sentido para Frank: aquela era Alice e ele a amava. Amava de uma forma antiga, que estava ali há muito tempo e que emergia deixando-o embriagado. Ele queria estar junto dela e sentir o seu gosto para sempre.
Alice sentia o mesmo, mas ela já sabia. Tanto quanto sabia do sentimento, sabia também que não poderiam continuar com ele. Aquilo nunca poderia estar acontecendo. Estava fugindo do seu controle e iria causar conseqüências devastadoras, mas não era como se ela conseguisse parar.
Do lado de fora do armário de vassouras, Lilian se exaltava:
- Vocês ouviram?! Eles estão se matando lá dentro! Eu ouvi vassouras caindo, voando, quebrando! Tire-os de lá, por favor!
- Acho que já está de bom tamanho, James. – Remo falou ao amigo, com um sorriso travesso - Vamos soltá-los.
Alice estava jogando a camisa de Frank no chão e a sua já estava semi-aberta, deixando à mostra a renda francesa de seu sutiã. Foi quando a porta abriu, mas eles continuaram a se beijar, não haviam percebido.
Lilian ficou chocada olhando, tentando decidir se aquilo era a coisa mais vulgar ou mais linda que já tinha visto na vida. Emily a acompanhava, ambas com as mãos nas bocas, contendo uma exclamação.
- Eu falei que ia dar certo. – James sussurrou.
- É o meu garoto. – Riu Sirius, fazendo um cumprimento com James.
- Merlin, que isso... – Remo falou, dessa vez alto suficiente.
Alice se sobressaltou e percebeu que estava sendo observada. A menina se afastou do colo de Frank com um salto e levou a mão no cabelo, tentando se recompor. Os amigos na porta riram e Frank, percebendo o quanto a garota havia ficado constrangida, se levantou rapidamente e bateu com a porta na cara de todos.
Alice chorava compulsivamente, com o rosto virado para a parede, abotoando sua blusa e se vestindo. Em sua mente, tentava catalogar algum feitiço pra se recompor, mas não conseguia lembrar-se de nenhum. Naquele momento, estava com ódio de si, ódio de Frank, ódio por se ter deixado levar, ódio pela humilhação na frente daqueles meninos.
- Alice...
- Sai daqui, Longbottom. Eu odeio você.
Frank, vendo o quanto Alice estava abalada e que acabaria rasgando a blusa tentando abotoá-la sem sucesso, pegou sua capa e jogou por cima dela. Começou a virá-la de frente para ele, mas Alice tirou suas mãos de seu ombro e amarrou a capa sozinha.
Frank acariciou seu cabelo, encostando o rosto perto de seu ouvido. O cheiro da garota o acalentava.
- Alice, porque você está lutando contra a gente?
- FRANKLIN, EU ODEIO VOCÊ. CONSEGUIU LER MEUS LÁBIOS? – Alice disse por fim virando-se para o garoto, que ainda estava perto demais.
- Ô, se consegui.
Frank não queria ser irônico ao falar isso, mas não conseguiu esconder o leve sorriso no canto da boca, como se recordasse do melhor beijo que já havia recebido de alguém.
Alice se afastou dele e pegou as suas coisas, saindo do armário de vassouras e batendo a porta indignada. Sua maquiagem estava borrada, e seu rosto esboçava lágrimas, que não paravam de rolar. Pelo menos a capa escondia a roupa amarrotada.
Lá fora encontrou suas amigas, que a esperavam. Ela não precisou falar nada.
Alice foi andando depressa, corredor a fora, com Lilian e Emily em seu encalço. Estava indo em direção ao banheiro.
As meninas haviam sumido de vista enquanto os marotos e Frank terminavam de colocar as vassouras no lugar.
- Aê, espertão! Sabia que não ia desperdiçar a oportunidade. Você é bom, moleque! – Sirius brincava com o cabelo do amigo, como se este já não tivesse sido bagunçado o suficiente.
Frank se esquivou de Sirius e foi sentou-se em um balde virado de cabeça para baixo que estava por ali. Ele colocou as mãos na cabeça e fechou os olhos, tentando colocar um pouco de sanidade em sua mente.
- Cara... Você tá péssimo, o que a Boulecartter fez com você? – Peter disse impressionado. – Já viu o estado do teu pescoço? Já viu o estado das suas calças?
Frank olhou para ele, meio derrotado, e jogou sua camisa no colo tentando esconder as calças e ficou olhando pro lado sem jeito enquanto Sirius e James faziam milhões de piadinhas sobre o acontecido. Foi Remo quem veio salvá-lo e disse:
- Você não tá legal, Frank. Desculpe aí.
- Eu sei Remo, tá tranqüilo. Quero só sair daqui. Posso tomar uma ducha no seu quarto de monitor, cara? Não to a fim de falar com o Edgar ou com qualquer outro dos garotos do meu quarto hoje, muito menos dar explicações.
- Pode sim. Tá precisando mesmo de um banho. – Remo riu, e fez Frank dar um sorriso leve.
- Puta que pariu, Frankie, você é um bicha mesmo, só pode. É o primeiro cara que eu já vi, que fica TRISTE depois de ter pegado uma mulher! – Sirius zombava do amigo, no íntimo tentando animá-lo.
Os meninos foram saindo do quartinho, Peter o trancou.
- Hey Sirius, você não está contando com você, está? – James brincou – Lembro muito bem de uma vez quando você e a Priuet...
- Eu não fiquei bolado.
- Não, imagine. – Todos falaram em coro.
Não demorou muito para os marotos perceberem que horas eram e correrem para as estufas, despedindo-se de Frank, que se desviou no caminho e correu para o quarto de Remo.
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 No banheiro, Alice chegou suada e descabelada, e foi direto para a pia.
Lilian e Emily entraram no lugar logo depois da menina, que lavava o rosto com vigor e urrava de ódio.
- O que aconteceu, amiga?! O que foi aquilo? O que o Frank fez com você? Ai, amiga, não chora! Eu odeio o James e os amiguinhos dele por terem feito isso com você, odeio você também Emily! – Lilian dizia, desesperada.
- Desculpe, eu não sabia que você ia ficar assim, Lila. Não tentei impedir. Desculpe mesmo! – Emily quase chorava junto.
- Eu o odeio, Lily.
- Ele quem? O James?
- O Frank.
- Impossível. Não tem como odiar o Frank. Ninguém odeia o Frank.
- Eu odeio.
- Não odeia. E pare de mentir pra si mesma. Se ele fez alguma coisa com você eu vou lá e arrebento a cara dele, mas se vocês brigaram... Conte-me o que foi.
Alice esperneou e começou a falar sobre como o Frank era idiota em ter combinado de trancá-los lá dentro. Ao mesmo tempo, procurava em sua bolsa algo para se pentear.
- Eles combinaram antes? – Emily parecia surpresa – Nem percebi isso! Deve ter sido na hora que parei pra falar com vocês sobre o casamento da Molly!
- Claro que foi! – Disse Alice exaltada, achando um pente e começando a pentear os cabelos, mais parecendo que iria arrancá-los do que penteá-los de fato. – Eu devia ter prestado atenção!
Os hábitos polidos de Alice haviam sumido naquele momento.
- Você falou isso pra ele? – Perguntou Lilian.
- Claro que falei! Disse que ele gostava era de chamar atenção, por isso tinha feito aquilo.
- Por Merlin, Alice, você sabe que o Frank odeia que falem isso dele! E você sabe que não é verdade.
Alice ficou calada diante da bronca, mas logo depois começou a tagarelar indignada novamente.
- Mas você não sabe o que ele falou de mim! Disse que eu achava que o mundo girava ao meu redor e que todo mundo estava a minha disposição! Não é verdade, poxa!
- Ele provavelmente só falou isso de birra, Alice, pra te deixar mal como você fez com ele. – Emily disse tentando acalmar a amiga e tirou a escova de cabelo da mão dela, começando a pentear seus cabelos. “Melhor assim, antes que ela os destrua”, Emily pensava, sentindo-se culpada pela situação.
- A questão é: Como vocês chegaram aos beijos? – Lilian perguntou.
- Eu disse que ele me dava tédio.
- Ai.
- Não faça essa cara, Lilian.
- Alice você é tão cruel com os outros quando quer! O Frank odeia essa palavra, ele odeia o tédio, ele tem pavor de senti-lo, você sabe disso! Foi o bicho-papão dele no 3° ano!
- Eu sei, pare de brigar comigo. – Alice voltou a choramingar.
- E seja sincera, Frank é a ultima pessoa em Hogwarts capaz de dar tédio em alguém! – Alice nada falou, apenas mordia o lábio inferior. Sabia que Lilian estava certa, e que tinha sido dura com o garoto. – E então?
- E então ele me beijou.
- ESSE É O MEU GAROTO! – Lilian e Emily riam.
- Meninas!
- Desculpe! Mas foi bem feito pra você!
- Obrigada, ele já feriu meu ego o suficiente dizendo que a Anne Owen beija melhor que eu.
- Ele disse isso?! – Emily ficou surpresa parando de pentear o cabelo da amiga.
- Disse.
- E aí, provavelmente, a Srta. Boulecartter mostrou pra ele quem beija melhor. Já vi tudo. – Lilian disse com os olhos brilhando. – Alice, você caiu que nem uma pata. Esses meninos não prestam, é obvio que a Owen não beija melhor que você, porque eles nem mesmo estão ficando!
- Não?
Alice queria se esconder do mundo. Estava arrasada, transtornada, sentia-se culpada.
- Não, boba, eu saberia, né! O Frank é meu amigo, teria me contado! Ele só disse isso porque queria que você o beijasse de verdade, Alice. Ele te ama.
Alice ainda ficou mais tempo chorando e se lamentando, acabou indo para o dormitório. Não assistiu às aulas daquele dia, tendo que pedir à Lilian que avisasse à McGonagall que “Alice não estava se sentindo bem”.

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Quarta feira tinha se passado e agora era Quinta; Lilian, Evelyn, Alice e Emily estavam no pátio central de Hogwarts, onde tinham banquinhos e mesas; as amigas iam em direção ao Salão Principal para almoçar.
O clima não estava dos melhores devido ao acontecimento do dia anterior, mas estavam tentando manter as conversas as mais normais possíveis, falando sobre coisas mais banais. Lilian era a mais distraída das meninas, vinha imersa em pensamentos, ouvindo sem escutar o diálogo das amigas sobre animais fantásticos.
A ruiva pensava sobre como aqueles acontecimentos agitados eram muito diferente da rotina com a qual ela estava acostumada e em como aquilo a deixava tão preocupada, sem saber como ajudar as amigas; não sabia o que estava se passando no namoro de Emily e não entendia toda aquela amizade que ela estava construindo com Remo, não sabia o que esperar do relacionamento de Evelyn e Sirius, que parecia algo totalmente insano, e queria que Alice e Frank pudessem se acertar logo e que os problemas simplesmente se resolvessem.
E quanto a ela? Lilian pensava tanto em suas amigas, que ás vezes esquecia o que queria para ela mesma. O que aconteceria com a monitora Evans, afinal? Potter estava dando um tempo dela, já que estava chateado pelo fato da detenção, e, quanto a isso, Lilian agradecia a Merlin; ter pretendentes ou arranjá-los era algo que não entrava na cabeça da menina; “O celibato?” Lilian pensou, realmente considerando a hipótese de ficar solteira para sempre, “Sim, sim. Tenho certeza que posso me virar sozinha, não preciso de homem para nada.”
Esse pensamento fez a menina rir por dentro, lembrando-se da infância, quando dizia que iria virar freira, e da pré-adolescência, quando escolheu ignorar os garotos enquanto a maioria das meninas queria arranjar namoradinhos. Mas ela cresceu e viu que os garotos não eram uma companhia tão desagradável, e que era aceitável tratá-los com respeito e igualdade. Até porque ela tinha feito bons amigos do sexo masculino. “Frank é definitivamente o melhor, ele é tão animado, ela pensava, e o Remo é um ótimo companheiro de monitoria, sem ele eu não conseguiria dar conta do trabalho de Monitoria Chefe. E também tem...” Ela tentou cortar o pensamento antes que crescesse em sua mente, aquilo iria doer depois, ela sabia.
E também tinha o Severo.”
Pensar nisso fez seu corpo retrair todo, como se aquele nome fosse uma cicatriz profunda que doía quando tocavam nela. 
Lilian nunca pensou em Severo Snape como uns dos meninos irritantes que eram completamente imaturos. Ela o admirava, achava ele interessante, inteligente e muito respeitável. Ela ria de seus comentários sarcásticos e achava sua personalidade ácida um desafio. Ela sempre gostou da companhia de Severo. Gostava de fazê-lo rir falando alguma coisa boba e gostava de fazer comentários otimistas para cada pensamento bizarro e irônico que ele tinha.
Mas o que ela mais gostava nele eram seus olhos. Aqueles olhos pretos que mais pareciam poços. E eram lindos, principalmente quando ela conseguia desanuviá-los e eles ficavam rasos, mostrando uma suavidade, lealdade e determinação que eram a mais perfeitas características de quem era o verdadeiro Severo Snape.
Lilian costumava amar Severo da forma mais pura.
Como alguém pode jogar tudo fora? Como alguém pode decepcionar tanto?”
Era perdida em tais pensamentos que ela saia do pátio central junto com as amigas, quando alguém a parou.
- Lilian, eu posso falar com você?
A menina ruiva não acreditou, pensou que poderia ser uma ilusão de sua mente, mas era real que Severo Snape estava ali parado na sua frente, olhando sincero e falando com ela.
Antes que respondesse alguma coisa, trocou olhares com as amigas, que pareciam tão confusas quanto elas e só esperavam para ver o que Lilian iria responder.
- Posso sim. – Ela falou. Aquilo só podia ser um sinal, ele vir falar com ela depois de tanto tempo, e logo quando Lilian estava pensando nele. Então ela decidiu que era sensato ouvir o que ele tinha a dizer.
Eles iam se afastando das amigas de Lilian, mas Emily interrompeu.
- Você quer que a gente te espere, amiga?
- Não sei. – Lilian falou, meio desorientada. – Vocês que sabem.
- Nós vamos esperar aqui mesmo, então. – Alice decidiu.
- É, vamos estar olhando de perto, então não leve ela para muito longe, Snape. – Evelyn completou, olhando feio para ele.
 Lilian não conseguiu segurar uma risadinha do comentário de Evelyn e foi sentar-se com Severo em um dos bancos vazios.
- Aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou sem demonstrar um verdadeiro interesse.
Ele ignorou a pergunta dela e disse em tom amigável:
- Aquela sua amiga Priuet nunca muda, não é? Sempre petulante.
- A Evelyn não costuma esconder o que sente.
- Grifinórios. – Ele disse em um tom como se aquilo fosse algo ruim. – Bem, Lilian, eu queria falar com você sobre a Felix Felicis, eu sei que você vem trabalhando nessa poção durante as aulas de Poções e eu tenho algumas anotações que poderiam te ajudar.
Ele mexeu em sua mochila surrada e de lá tirou um livro de poções ainda mais surrado.
- Não sei se o Professor Slughorn sabe sobre essas formas de fazer a poção, mas não está escrito o livro e tenho certeza que ele vai adorar quando vir que você pulou quase duas etapas da Felix de uma vez. – Ele falava sem parar, totalmente empolgado.
Lilian sabia que aquele era seu assunto preferido e sentiu-se estranha de estar naquela situação depois de tanto tempo e tanta mágoa. Aquilo já fora tão comum para os dois, Snape a ajudando a fazer as poções com suas soluções inteligentes.
- Acho que você pode me mostrar isso na aula de poções amanhã, nós estamos no mesmo horário, lembra?  – Ela disse, cortando-o.
- Lembro, é claro que eu lembro. Então... Eu te mostro na aula.
- Então, está bem.
Eles ficaram em silencio alguns segundos, sem saber o que falar. Quando Severo falou:
- Lilian, está tudo bem com você?
A menina estranhou a pergunta, reconhecendo algum tipo de segunda intenção por trás da indagação.
- Está tudo ótimo, Severo. Com você?
- O que você acha?
- Eu acho que se você não fizesse tantas escolhas erradas, você estaria bem.
- Eu sei que um dia você vai entender que não existe lado certo ou errado, existem apenas pessoas diferentes.
- Um dia você vai perceber que existem pessoas más e boas, e nesse momento vai entender o que é o lado certo e o lado errado.
- E você agora é a conhecedora do bem e do mal, não é? – Ele falou, ironizando.
- Eu não sou conhecedora de nada, Severo. Mas eu sei que essas pessoas que você anda, eles são cruéis! Alguns falam até... Até em apoiar Voldemort! Eu não sei como consegue andar com eles! Pensava que no quinto ano fosse uma fase, que você logo iria ver que tipo de gente eles eram, mas agora parece que você é igual a eles.
- Eu sou cruel – Ele disse irônico - mas em compensação o Potter é um exemplo de bondade!
- O Potter não tem nada a ver com isso.
- Deixa de se fazer de idiota, Lilian. Todo mundo sabe que você e suas amigas estão todas intimas do Potter, do Black e aqueles outros dois.
- As pessoas não sabem o que estão dizendo. Eu e o Potter não estamos nem nos falando!
- Vocês podem não estar se falando, mas você é do grupinho dele agora. Você virou da laia dele!
- E daí? E se eu for da laia dele? E se eu for a melhor amiga dele? Que diferença faz? Ele pode ser idiota e escroto, mas não é nenhum bruxo das trevas, ele não é nenhum sádico psicopata.
- Viu? Você está o defendendo.
- A minha consciência está limpa, Severo. Eu não estou fazendo nada errado. Só não estou entendo porque você veio falar essas coisas comigo, depois de tanto tempo.
- É que eu te avisei desde o começo, Lily. Você é boba, eu sabia que ia acabar virando amiguinha do Potter.
- Eu não estou virando amiguinha dele. E mesmo que estivesse, eu sei me cuidar.
- Esses garotos não se importam com ninguém, Lily. Só com eles mesmos.
- E você está preocupado com o quê? Que eu me magoe? – Ela fez uma pausa, olhando nos olhos de Severo, depois cruzou os braços, indignada. – Realmente, é muito irônico você preocupado com os meus sentimentos, depois do tanto que você me magoou. Muito irônico mesmo, chega até a ser engraçado.
Lilian se levantou do banco e continuou a falar:
- Olha, Severo, não me procure mais, ok? Para falar essas coisas. Eu... Eu não preciso disso.
Ela se virou, indo para onde suas amigas esperavam. Severo apenas permaneceu calado, olhando ela ir embora.
Enquanto Severo e Lilian conversavam, Evelyn, Alice e Emily ficaram vigiando quem passava pelo pátio e quem ia e vinha dos corredores que iam para dentro do castelo. Elas estavam com medo de que James aparecesse enquanto Lily estava com Snape. Lembravam-se muito bem do que tinha acontecido no quinto ano e não gostariam que acontecesse de novo. Apesar de Potter estar chateado com Lilian, não sabiam como ele iria reagir.
Elas se assustaram e ficaram alerta quando viram Remo e Sirius vindo na direção do pátio, mas logo perceberam que Potter não estava com eles. As três relaxaram. Evelyn deu uma olhada em Lilian e Severo para ver se estavam vivos e bem, e eles só pareciam estar tendo uma conversa meio conturbada.
Os dois se aproximaram das meninas e Sirius foi logo abraçando Evelyn por trás, afastando o cabelo dela e lhe dando um beijinho no pescoço.
Os outros apenas reviraram os olhos, meio acostumados com a situação.
- Nós nos vemos hoje a noite, não é? – Sirius perguntou, ao pé do ouvido da morena. 
Evelyn se desvencilhou dele.
- Na verdade, hoje à noite eu já tenho compromisso com outra pessoa.
- Quem perde é você, gata. – O menino galante falou, dando de ombros. – Ei, ali não é a Evans falando com o Seboso?
Alice e Evelyn começaram a explicar o porquê de Lilian estar conversando com ele e o porquê de estarem de guarda no pátio. Emily aproveitou para cochichar com Remo.
- E agora? – Ela começou. – A Evy já está desconfiando que nós não estejamos indo para a Biblioteca para estudar. Sabe, ela é paranormal.
Remo riu baixinho da forma como Emily falou.
- Bem... Então eu acho que nós devemos ir para a Biblioteca agora. – O maroto sussurrou, sorrindo o seu melhor sorriso sacana.
Emily queria saber como Lilian iria estar depois da conversa com seu antigo amigo, mas era preciso terminar de acertar as coisas com Remo. Ela concordou e os dois foram saindo de fininho enquanto os outros estavam distraídos.
Enquanto os dois iam embora, Lilian chegava onde estavam as amigas.
- Onde o Remo e a Emily estão indo? – Ela perguntou, chamando a atenção de todos para o casal fugindo.
- NÓS ESTAMOS VENDO VOCÊS, SABIAM? – Evelyn gritou, ao que os dois começaram a correr, rindo loucamente.
Lilian, Alice e Sirius também riram, achando graça da “sutileza” de Evelyn.
- Esses dois só podem estar aprontando algo, eles não conseguem nem mais esconder. – Evelyn falou, agora para os que continuavam ali.
- Deixe-os. São grandes, sabem o que fazem. – disse Alice também não conseguindo deixar de rir com a cena - E, mesmo assim, ela está com o Remo, que é muito ajuizado, então o que podem fazer de ruim? – Alice disse.
Sirius riu alto do que Alice falou, sua risada continha uma malicia que as meninas não entenderam.
- Se eu fosse vocês não dava tanto crédito pro Reminho, ele não é nenhum santo. – Ele falou, ao que Evelyn revirou os olhos.
- Eu não vou dar crédito pra você, que fica chamando seu amigo de “Reminho”.
Sirius ia falar alguma coisa para irritar Evelyn, mas Alice os interrompeu.
- Então, Lily, o que o Snape queria, afinal?
Lilian sentiu em si os olhos curiosos dos amigos. Ela suspirou.
- Nem me fale disso. Parece que um fantasma resolveu vir me assombrar depois de muito tempo. Ninguém merece isso, sabia? É cada um que me aparece... Só Merlin pra me salvar.
- Que isso amiga, não fale assim. Ele veio te perturbar? – Alice perguntou, preocupada.
- Não é isso. Aparentemente ele está preocupado comigo, não quer que eu me magoe. Dá pra acreditar? – Ela falava como se aquele assunto a derrotasse, como se fosse algo que a cansasse demais para falar.
- Olha só, Evans, se o Severo Seboso Nerd Escroto Snape vier falar com você de novo, é só me chamar que eu acabo com ele. – Sirius falou e parecia estar dizendo a verdade.
- Black, não quero você falando assim dele na minha frente, isso é desrespeito e eu não aceito; você não devia dizer para a Monitora Chefe que vai acabar com alguém, eu posso te arranjar uma detenção por isso. E obrigada pela preocupação, mas eu posso me virar sozinha. – Lilian respondeu, sorrindo ao final.
- Vocês meninas são tão meigas que, às vezes, eu fico até emocionado. – Sirius disse, mas as garotas não conseguiram descobrir se ele estava brincando ou não.
- Black, você não estava indo procurar o Potter? – Alice perguntou, tentando ser sutil e polida.
- Na verdade não. Ele está concentrado em táticas de Quadribol, está lendo uns livros, fazendo pesquisas. E ele fica insuportável quando está fazendo esse tipo de coisa, completamente doido.
- Então, boa sorte para ele. – Evelyn falou. – Vamos almoçar, gente?
- Graças a Merlin, estou morrendo de fome. – Lilian declarou e Alice concordou.
As meninas começaram a ir por um lado do Castelo, indo para o Salão Principal, mas Sirius as interrompeu.
- Por ai não, meninas. O Pirraça está perturbando por esse lado, eu e Remo já tivemos um encontro com ele hoje e não foi nada agradável. Vamos pelo outro lado, ok?
Elas concordaram, Evelyn começou a contar uma história sobre Pirraça que ela vivenciou no primeiro ano. Em clima de conversa, eles foram andando.
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Remo e Emily riam de si mesmos quando chegaram à biblioteca. Como Remo havia previsto, ela estava vazia naquele horário. Eles escolheram uma mesa no canto.
Emily, despojada, sentou-se na mesa, ao invés de sentar-se na cadeira. Já Remo sentou em uma cadeira ao lado dela. Sem perder tempo, a menina começou a abrir sua mochila e dela tirou um pesado e grosso livro. Remo se perguntou o que de fato havia dentro dele.
- Tenho uma surpresinha pra você. – Ela disse, marota. 
Remo realmente tentou não parecer interessado de uma forma vulgar, mas a maneira como a garota havia falado, o deixou mais feliz do que devia. Emily abriu o livro e dele retirou uma garrafa marrom escuro e envelhecida que Remo concluiu ser algo extremamente alcoólico.
- Ok... Nós vamos beber na Biblioteca?
- Só pra deixar nossas idéias mais... Interessantes.
- Então, vamos acertar os últimos detalhes da festa?
- Pode apostar. – A menina pontuou a frase dando um belo gole no gargalo da garrafa e passando para Remo em seguida.
Eles bebiam e conversavam, acertando os últimos detalhes da festa. Eles agrupavam as idéias que vinham tendo nas ultimas semana, em seus encontros sigilosos. 
Eles eventualmente começavam a rir escandalosamente, obviamente empolgados pelos efeitos do álcool e pelo fato de estarem fazendo algo errado e em segredo.
- E as fotos? Você ainda não me deixou ver. Eu quero escolher as mais perfeitas! – Emily falou com os olhos brilhando e a voz enrolando, claramente bêbada.
Remo remexeu nas coisas em sua mochila e tirou de lá um envelope abarrotado. Emily se inclinou para pegar as fotos da mão dele, mas o menino puxou as fotos no último segundo antes dela tocá-las, fazendo Emily quase cair da mesa. Isso os fez rir ainda mais.
Quando o garoto conseguiu se controlar a risada, ele falou, tão bêbado quanto Emily:
- Preciso dizer que fiz um ótimo trabalho! As fotos estão maravilhosas!
Ele finalmente passou o envelope para a menina, que olhou as fotos com os olhos brilhando de excitação. Enquanto ela via as fotografias que Remo tinha tirado secretamente a pedido dela, eles iam acabando com o liquido da garrafa. Seus rostos já estavam vermelhos e seus reflexos totalmente alterados.
Remo deu o penúltimo gole e passou a garrafa para Emily, falando para ela acabar com a bebida. Ela estava vendo a ultima imagem e parecia muito feliz.
- As fotos estão ótimas! Remo, você é o MAXIMO! – Emily pulou em cima do rapaz na cadeira e o abraçou, deixando o que restava da bebida cair no tapete. Remo retribuiu o abraço, achando aquilo tudo muito engraçado.
Quando eles se desvencilharam, seus rostos estavam próximos demais, quentes demais.
Emily, ainda que fora de si, sentiu o que iria acontecer.
- Eu ainda não sou solteira, Sr. Lupin.
- Seu namorado não pensa bem assim. – Ele disse, sem pudor.
- Mas eu estaria me igualando a ele... Não estaria?
Apesar da conversa um tanto séria, os dois pareciam bem a vontade, com Emily sentada no colo de Remo.
- Não... Você, igual a ele? – Remo riu, puxando para perto, acomodando em seu colo e colocando a mãe em sua nuca. – Você é muito mais gostosa, Em.
Emily cai numa gargalhada incessante, mas não por muito tempo, já que Remo a puxou, dando-lhe um beijo. Ela não ofereceu resistência e também o beijou, e quando ele estava beijando o seu pescoço, um lampejo de consciência iluminou a mente de Emily. 
Ela se afastou dele, mas não saiu de seu colo.
- A gente não devia estar fazendo isso.
Remo sorriu para ela e colocou uma mecha do cabelo da menina atrás de sua orelha
- Ok, me desculpe. – Ele disse, mas não parecia arrependido.
Remo parecia tão descontraído e pouco se importando com o resto do mundo, que Emily também se deixou despreocupar, afinal, ela permitiu o beijo e tinha sido bom.
Mesmo assim, ela decidiu que era melhor levantar do colo dele. Ao fazer isso, Emily cambaleou e quase caiu estatelada no chão, fazendo Remo rir e zombar da cara dela. Mas ela conseguiu ficar em pé e começou a arrumar a bagunça que tinham feito na mesa da biblioteca.
- Tudo certo pra domingo então, né? Já chega dessas reuniões, você se aproveita de mim. – Ela falou, fazendo graça.
- Eu?! – Remo disse, rindo.
- Sim, você. Você e sua mão boba.
- A idéia do bebida não foi minha.
Eles riram um do outro, olhando-se nos olhos. Havia algo inexplicável ali, principalmente para Remo. Os olhos de Emily não eram olhos azuis normais. Existia algo místico nela que ele não sabia descrever.
- Pois bem, senhor Lupin. Então vou falar sobre os convites com Frank.
- Ótima idéia, não teremos muito trabalho.
- Vamos voltar agora? Nós já devemos ter perdido o almoço.
Emily estava tentando se manter o mais sóbria possível, apesar de achar que o lugar estava rodando. Remo esfregou as mãos no rosto como se estivesse acabado de acordar, estava tentando devolver a sensibilidade ao rosto, que estava dormente. Ele olhou para Emily com um sorrisinho bobão nos lábios.
- Acho que nós temos um problema.
A menina olhou pra ele sem entender.
- Emily, as minhas pernas adormeceram. Eu não estou sentindo as minhas pernas. Eu não estou sentindo nada. Eu não vou conseguir levantar dessa cadeira.
Emily riu da cara de Remo.
- Eu também não sei como eu estou em pé. – Ela disse, e depois estendeu os braços para o maroto. – Vem, eu te levanto. Eu sou forte!
- Você é forte. – Ele respondeu, pegando nos braços dela e puxando para se levantar.
Mas, obviamente, Remo era muito mais forte que Emily. A menina acabou caindo no chão com o puxão. Isso resultou um pouco mais de risadas da parte deles.
Remo pareceu recobrar as forças enquanto Emily estava caída, e, se apoiando na mesa, ele conseguiu se levantar. Colocou as mochilas dos dois nas costas e depois ajudou Emily a ficar em pé.
 Eles deixaram a biblioteca, indo em direção ao Salão Principal. Ainda cambaleavam e riam a toa, mas tentavam parecer pessoas normais quando encontraram pessoas.
Em um corredor perto das escadas que levavam às torres, eles finalmente encontraram seus amigos, e Richard estava com eles, pois andava procurando por Emily.
A menina dos olhos azuis não perdeu tempo. Sem dar maiores explicações para ninguém, Emily conjurou um banquinho e subiu nele. Todos olhavam para ela com curiosidade e animados, pois sabiam que viria algo interessante.
- Senhoras! Senhores! – Ela começou, parecendo descontraída e alegre ali de cima. Richard começou a perguntar o que sua namorada estaria fazendo. - Domingo às 18h, no salão comunal da Grifinória, eu e meu namorado Richard, como todos conhecem, celebraremos um ano de namoro! Espero que todos compareçam! Os convites estão com Frank Longbottom, que todos conhecem também! Beijos, e amo vocês!
Todos perceberam que Emily não estava normal, mas isso só garantiu mais risadas de Remo por horas. Descendo do banco, a garota foi direto falar com Richard:
- Gostou da surpresa, amor?!
- Er... Claro! Adorei!
- Você ainda não viu nada.
- Emily! – Frank vinha se aproximando do casal com cara de indignado – Que história é essa dos convites pra sua festa de namoro estar comigo? Eu não estou sabendo de nada!
- Ah querido, fale com o Remo, ele pode te explicar tudo! – Emily disse por fim. Ela foi falar com as amigas, que a puxaram para um canto e sumiram segundos depois.
Frank e Richard foram falar com Remo, que ria da situação. James, Peter e Sirius também foram falar com ele, e pareciam indignados com o fato do amigo estar bêbado em pleno horário de aula, e eles não.

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Notas finais do capítulo

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