Uma História Marota escrita por MarinaND


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

ACOMPANHE MELHOR EM HTTP://UMAHISTORIAMAROTA.BLOGSPOT.COM

Hey Bitches b29;

Acabamos de lançar o 4° capítulo de UHM e esse capítulo está ainda maior, na verdade cada dia que passa aumentamos mais. O tema dessa vez é roxo, pois o shipper é Alice/Frank. Nesse capitulo FINALMENTE conseguiremos entender qual é o turbilhão que se passa na vida da garota, e tem cenas engraçadas com a Evy e o Sirius; Amei esse capítulo demais!
Queria pedir pra vocês quando terminarem de ler os capítulos comentassem na caixinha de comentários dos respectivos capitulos, assim saberemos de qual capitulo especificamente voces estão falando.
YEAH, a música tema desse capítulo é Tell me Why , the beatles b29; particularmente porque eu a Shah estava totalmente viciada nesse musica e ela se encaixou perfeitamente com todo o sentimento do casal (H)
Então é isso. Tenho certeza que tinha mais coisa pra falar com vocês, mas vê se eu lembro? u_u
AH É. Agradecer a Julits, que me deu um help na correção desse capitulo porque eu tava ocupada na hora :)
E a carolzinha, que sempre nos ajudou pra escolher as atrizes que a gente usa nas personagens, SUAS LINDAS

Beijos, Marotas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/100644/chapter/5

- Ei, espere aí! Onde você pensa que vai!? – Gritou Frank seguindo Alice, que ia em direção ao castelo.
- Para o castelo. Já vão bater seis horas da tarde e vai escurecer daqui a alguns minutos.
- Alice! – Frank correu e agarrou seu braço. Sua expressão era dura. – Eu te procurei por horas, preocupado com você, em como você estava, e você me ignora desse jeito e não me diz o que está acontecendo?! – Ele gritou exasperado. Não queria ter falado naquele tom com a moça, mas estava com raiva dela. Ela não dizia o que estava acontecendo, ele não queria esperar pra ver.
Os olhos de Alice ficaram marejados.
- Na - não é isso Frank eu só... São só alguns problemas em casa e eu estou confusa.
- Você pode esclarecer pra mim e eu te ajudo.
Alice olhou fundo nos olhos dele, e o menino viu todo o turbilhão de sentimentos pelo qual seus olhos chorosos passavam.
- Não tenho nada para lhe esclarecer, Frank! Desde quando eu lhe devo satisfações?!
O tom rude da garota o assustou. Ele soltou seu braço.
Alice foi andando sem parar até chegar à enorme porta do Saguão Principal e Frank a seguia, falando em alto e bom som para quem quisesse ouvir, o que incluía todos os alunos que se dirigiam para o castelo naquele momento. Alguns pararam para ver a cena, que, diga-se de passagem, era até cômica: Frank andando depressa a passos largos e com os braços levantados, gesticulando, e Alice andando rápido e tentando manter a pose com o rosto vermelho de raiva - e doida para gritar com aquele menino que, atrás dela, falava:
- Você me deve satisfações a partir do momento que eu me preocupo com você porque você, até onde eu sei, é minha melhor amiga e eu acho super injusto você ficar fugindo de mim assim sem me dar um pingo de explicação. Você conta tudo pra todo mundo menos pra mim e todo mundo esta sabendo do que esta acontecendo com você menos eu. O Lupin principalmente porque você conta tudo pro Lupin, ele é seu melhor amigo agora, você só quer saber dele! Que se dane o Frank que sempre te apoiou e sempre esteve do seu lado não é? Pois bem, agora você vai correr pra ele, porque não é só porque você é quem é que pode pisar nos outros desse jeito, saindo andando como se...
- BASTA FRANK! – Alice virou e gritou para o menino, que depois de tanto tempo parou para tomar fôlego. – Você não sabe o que está a acontecer e eu sei que é complicado para você, mas eu gostaria que no momento você fosse o bom amigo que sempre foi para mim e me deixasse só.
Frank ficou finalmente e apenas observou Alice se afastar em passos largos.
Assim que a menina sumiu indo em direção ao Salão Comunal da Grifinória, alguns conhecidos de Frank que tinham observado o ocorrido vinham lhe perguntar o que houve e se estava tudo bem. Frank sempre foi de ouvir todo mundo, mas eram poucas as pessoas para quem contava o que estava sentindo.
- Valeu, valeu pessoal! Não foi nada... Ela só está um pouco nervosa, sabe... É o ultimo ano, a escolha da profissão se aproximando. Eu já vou indo, vejo vocês no jantar.
As cinco pessoas que lhe rodeavam se afastaram dirigindo-se às suas respectivas Casas. Entre eles, uma menina baixinha de cabelo liso e loiro jogou um beijinho para o rapaz ao ir embora. Era Anne Owen, com seu jeito travesso e apaixonado. Aparentava ter treze anos quando na verdade tinha dezesseis. Frank a adorava, mas não estava com clima para a paixonite da menina agora.
Ele foi pro seu dormitório da Grifinória, e só.

Alice estava no Salão Comunal, era hora do jantar e todos estavam no Salão Principal, menos ela, que tinha perdido mais uma refeição para ficar sozinha. Não queria que as amigas a vissem daquele estado. As poucas pessoas que ainda estavam no local iam embora, e em pouco tempo Alice ficou sozinha.
As palavras ressoaram mais uma vez em sua mente:
Alice Dupont,
Espero que suas notas estejam ótimas, não desaponte sua família. Este fim de semana, eu e sua mãe conversamos e concordamos que assim que você acabar seus estudos em Hogwarts, ou irá se casar com Duke Walker ou irá morar com seus avôs na França. Você precisa trilhar logo um rumo na sua vida antes que comecem a comentar sobre sua inutilidade na família. Casando-se você se torna uma ótima esposa, indo pra França ao menos fica longe dos olhares das pessoas. Você pode escolher se quiser.
De qualquer forma, caso escolha morar com seus avôs não poderá ficar muito tempo solteira, pois que já namorou alguém com nome. Não quero que você seja alvo de escândalos, e isso vale para o momento atual. Fique longe de festinhas deselegantes e veja bem com quem você anda, Alice.
Espero receber logo uma resposta sobre o que você quer como futuro, assim poderei informar ao Barão de Monticelli se você vai dar mais uma chance ao filho dele ou não. Caso não responda então eu e sua mãe escolheremos por você.
Meus cumprimentos,
Frederick Boulecartter.
A garota estava sentada em frente à lareira, observando o crepitar das chamas enquanto elas queimavam a carta que a moça havia recebido de seu pai. Ela não iria responder. Como sempre, ele estava cobrando a postura de uma condessa, a elegância e a educação. Implorando para que ela ficasse longe de escândalos, como ela havia feito a dois verões atrás.
Nunca um “sinto sua falta”, nunca um “eu te amo, filha”. Sempre “honre sua família, não tire notas baixas, comporte-se como uma dama”. Ele não a chamava por “Alice Boulecartter” porque não a via digna ainda de carregar o nome da família, então colocava o nome da mãe nas cartas que ele lhe mandava.
Morar com seus avôs maternos seria maravilhoso, Alice os amava muito, mas sua vida havia sido construída na Inglaterra, desde que se mudou da França aos três anos. Ela não conseguiria deixá-la e abandonar seus amigos e suas lembranças.
O fogo da lareira fazia Alice se lembrar do sol escaldante que fazia quando ela conheceu Duke Walker, filho mais novo do Barão de Monticelli. Foi ali que tudo começara. Seu pai havia reunido todos os seus amigos para uma festa social no jardim do Chateau onde Alice morava. Naturalmente, o Barão levou seu filho, para que ela pudesse conhecer. Na verdade, as intenções dele e seu pai já estavam premeditadas: se Alice viesse a gostar de Duke, então ele seria o homem com quem ela iria se casar.
Seu plano deu certo. Alice se apaixonou pelo rapaz. Mas ele não se apaixonou por ela, apesar da menina ter acreditado que sim. Como seus pais queriam, Alice começou a namorar Duke e tudo era uma grande festa. Porém Duke só queria usá-la, e quando ela disse que não iria permitir relações sexuais, ele terminou o relacionamento, dizendo que ainda não estava pronto para aquilo.
Alice se lembrava de como sua vida desmoronou depois disso. Como se já não bastasse estar sofrendo devido o termino do relacionamento, agora ela era a Condessa que namorou e não casou com o filho de um dos Barões mais respeitados da região. Era uma vergonha pra família. Não conseguiu nem mesmo ficar com um namorado, um bom partido; envergonhou seus pais perante a sociedade burguesa da qual fazia parte. Seu pai, que sempre foi frio com ela, agora era um gelo. Ela o odiava. E agora mais que nunca.
Foi numa festa no começo de Junho, em que seus amigos estavam também, que Alice resolveu deixar de ser a burguesinha que seu pai sempre a fez ser. Resolveu dançar de verdade, pular de verdade, viver de verdade. Ela se sentia tão liberta que bebeu inteira uma garrafa legítima de Scotch inglês.
E, pensando nisso, foi como se Alice estivesse novamente lá:
As pessoas ao redor não conseguiam acreditar de Alice Boulecartter estava dançando daquele jeito, rindo daquele jeito e principalmente bebendo. Frank, antes que ela chamasse ainda mais atenção, pegou ela no colo e saiu correndo da festa.
- Me solta seu filho da puta!
- Alice, você não está bem! Cara, você falou um palavrão!
- E daí? Você não esperava que a Condessa falasse um palavrão não é, seu viado! Eu vou te mostrar! – Ela começou a seu debater nos braços do Frank, enquanto esse tentava pensar para onde levá-la.
Não pode pensar demais. Alice saiu do colo dele e foi correndo, bamba, vomitar na grama. Frank ficou do seu lado e, quando ela acabou, ele a abraçou.
- Vamos embora daqui.
Ele a levou para o quarto, jogou ela dentro do banheiro e tacou-lhe uma ducha de água fria com roupa e tudo. Depois lhe deu uma toalha para que ela pudesse se enxugar e um camisão para ela dormir. Deitou-a em sua na cama e penteou seu cabelo enquanto ela dormia profundamente.
Pela manhã, Alice acordou e, vendo-se na cama de um quarto desconhecido, com a camisa de Frank e com o Frank sentado na cama olhando pra ela, disse:
- Ai, Merlin. – Ela quis chorar.
- Você está bem? – Alice não pode deixar de perceber o tom irônico na voz do garoto e a vontade de rir nos olhos dele.
Ele tinha olheiras no rosto, pelo jeito não havia dormido.
- Não. – Ela respondeu rindo. Estava morrendo de vergonha, não só pelo fato de ter ficado bêbada, vomitado e ter feito tudo o que fez, mas também por estar com a maquiagem toda borrada e vestida apenas com um camisão branco.
Frank riu da situação.
- Não tem graça. – ela disse.
- Tem sim. Eu vi você falando palavrão pela primeira vez na minha vida.
- Eu fiz isso? – indagou incrédula.
- Fez. E dançou, e bebeu.
- É, disso eu recordo.
- Não se arrepende?
- Não.
Sua convicção o assustou ao mesmo tempo em que lhe deu um orgulho que nem o próprio Frank entendeu. Ele adorava ver Alice com aquele olhar determinado e dono do próprio destino. Enquanto ele sempre pedia a opinião de várias pessoas para tomar suas decisões, Alice era do tipo que por mais que perguntasse sempre fazia o que achava certo. E naquele dia ela fez o que achava errado. “Ela é linda”, ele pensava enquanto Alice esfregava o rosto com as mãos pra tentar limpar a maquiagem borrada.
- Eu precisava extravasar Frank. Eu precisava me libertar.
- Mas você não tem medo do que seu pai vai fazer com você depois?
- Tenho. Mas isso é bom para que ele tenha ciência de que eu já não sou o fantoche dele.
- As coisas vão mudar daqui pra frente, né? – Disse Frank com um brilho nos olhos e ar de satisfação.
- É.
- Acho que eu vou gostar disso. – Frank a abraçou e eles ficaram assim por um tempo.
- Frank, obrigada. – Disse Alice, desvencilhando-se de seu abraço.
- Não há de que.
- Não, sério. Obrigada por ter me salvado ontem à noite, de ter sido um cavaleiro o tempo todo, não ter espiado eu trocando de roupa ou algo do tipo...
- É, eu não fiz isso. – Disse ele com um sorrisinho maroto. Alice não soube dizer se ele estava sendo sarcástico ou não, mas preferiu confiar na segunda hipótese.
- Eu sei que não. – Ela disse alto e sorriu tentando confirmar nos olhos dele o que havia deduzido.
- Eu não ia deixar você lá, Lila - Alice corou com o apelido secreto sendo dito em voz alta de uma maneira tão amável. - Você ia sofrer mais depois. – Frank levantou-se da cama, indo em direção a porta. – Vou buscar alguma coisa pra você comer.
- Eu amo você, Frank. – O menino parado à porta só olhou com ternura para a garota, e saiu.
E o fogo das lembranças se apagou com a lágrima que surgiu em seus olhos. Frank nunca soube o que Frederick Boulecartter fizera com Alice depois disso.
Ela sentia falta da amizade do Frank, sentia falta do modo como ele se preocupava com ela... Mas se eles ficassem assim, tão próximos, como antes, não ia mais ser a mesma coisa. O sentimento mudara. Eles já não se amavam mais da mesma forma, ou pelo menos Alice já não o amava da mesma forma. A amizade evoluíra para outro tipo de amor.
E antes que algo muito ruim acontecesse, ela preferiu se afastar. E aquilo doía da forma mais intensa que ela já sentiu em sua vida. Nada comparado à paixonite por Duke Walker. Mais profundo, mais tangível, mais amigo... Mais verdadeiro. E que faria com que ela fosse deserdada, expulsa de casa e odiada caso virasse realidade. E acabaria com a imagem que durante tantos anos seu pai lutou para construir perante a corte, ainda que para isso ele precisasse sacrificar a felicidade da filha.
“É melhor eu continuar mentindo pra nós, Frank. É melhor, pra nós dois.”
Alice levantou-se e foi em direção ao dormitório. Ela iria tomar um banho, relaxar e se revigorar antes que suas amigas voltassem do Salão Principal.

- Ora Lily, vamos... Fale a verdade! – Brincou Evelyn com a ruiva, que começava a ficar com as bochechas ruivas com os comentários maldosos das meninas. – Vai dizer que essa sua atenção repentina pelo George Travis foi só pelo bom trabalho que ele fez? Não foram aqueles cabelos cacheados e aqueles olhos cor de mel que te seduziram não, com aquela responsabilidade toda?
- Vamos, Lily – Emily provocou com Evelyn – Você não vai ceder pra esse tipo de cara. Tem que ser tipo um James, sabe? Bonito, gostoso e despreocupado.
- PAREM! Doidas, estão inventando tudo!
A ruiva exaltada tentava sair da conversa, mudar de assunto, gesticulava muito tentando fazer as meninas perderem o foco. Não estava dando certo.
- Lilian, não precisa ser assim. Você só está fazendo ciúme no Potter. Você já o tem em suas mãos, porque brincar? E a essa altura, com certeza James já humilhou ele em público, fez algum feitiço idiota pra deixá-lo com cara de babaca na frente de todos. Essas coisas típicas que ele faz com os seus pretendentes. – Foi a vez de Alice brincar.
- Não, ele faz isso porque é um imbecil. Eu não tenho pretendentes.
- AH, CLARO QUE NÃO. – Todas disseram em coro, enfatizando a ironia.
- Não mesmo. Vocês é que se apaixonam e fazem os outros se apaixonarem por vocês. Vêem? Alice é a Condessa-boa-demais-pra-eles, Evelyn a Gostosa-detentora-do-máximo-poder, Emily a Misteriosa-Rockstar-estou-te-fuzilando-com-o-olhar. Eu sou só a ruiva monitora chata e mandona.
- Mas a Ruiva monitora chata e mandona se esqueceu que Severo Snape foi publicamente humilhado por causa dela. – Alice tocou na ferida de Lilian.
- Não foi por minha causa. Potter é um imbecil, por isso fez aquilo. Não quero mais lembrar disso. Parem de me amolar. - Ela parecia chateada. Os sentimentos pareciam conturbados. Era melhor esquecer aquele assunto, pelo menos por enquanto. – Se vocês se apaixonam o tempo todo, Evelyn, não posso fazer nada.
- Eu nunca me apaixono. – disse a morena.
- Como não? – Alice falou e soltou uma risada breve como quem debocha do que evidentemente é um fato.
- O jogo é só seduzir. Perde quem se apaixona. E eu nunca perco.
- Então passe a jogar melhor, – Disse Emily, como se já soubesse o que estava por vir, como se sentisse tudo o que estava ao seu redor – Porque você está perdendo.
- Não estou.
- Está. E sabe disso. Você sabe que o Sirius mexe com você. Sabe que normalmente você só fica confundindo os garotos, e só fica realmente com quem arranca um interesse seu, não todos eles. Você já ficou com o Sirius diversas vezes, e eu ainda não vi nenhuma declaração de amor por você da parte dele, como acontece com todos os pobres peões do seu jogo de xadrez.
Evelyn estava rubra, algo inédito de se ver. Alice sorriu de canto, como se admirasse cada palavra que por Emily fora pronunciada. Evelyn estava no chão.
- Então, parece que encontrei um adversário à altura. Esse vai ser o melhor de todos os jogos. – Disse Evelyn à Emily.
Risadinhas de todas as bocas do quarto vieram a seguir. Elas adoravam o cheiro da tensão no ar.
Cada uma estava sentada em sua cama, arrumadas com suas roupas de dormir. 
- Parece que todas estão jogando então. – Lilian disse.
- Ah! Admite agora que está jogando com o Potter, Srta. Evans? – Ironizou Alice.
- Nhaaaaa !  – A ruiva ficou ainda mais vermelha e escondeu a cabeça no travesseiro.
Todas riram e foi vez de Evelyn atentar Alice:
- E você está brincando de esconder com Frank, Srta. Boulecartter?
O riso sumiu do rosto de Alice.
- É mais que isso, Evelyn. Parece que meu pai que está jogando comigo como num jogo de xadrez.
- O que fez com a carta que ele mandou? – Perguntou Emily.
- Queimei.
- AAAH, NÃO! – Todas fizeram coro.
- Nem nos deixou ler! – Disse Evelyn tacando o travesseiro na amiga, que deu um sorriso rápido.
- Ele quer que eu vá para a França. – Os olhos assustados das meninas se encontraram com a notícia. – Ou me case.
A única que teve sua expressão drasticamente alterada foi Lily, que disse:
- Então é fácil! É só você se casar com Frank! – E, feliz, bateu com as mãos nas de Emily e agora comemoravam juntas.
- Não é tão simples, meninas. – Evelyn falou quebrando o clima. – Nossas famílias, tanto a de Alice quanto a minha, são tradicionais. Eles... Escolhem com quem nos casaremos. Na cabeça dele isso traz respeito, nos garante um bom futuro e honra o nome e blá blá blá ...
- Não sabia que era assim com você também. - Disse Emily.
- Mais ou menos, as coisas comigo são um pouco mais simples. Minha família não é da corte como a da Alice. E com a ela é mais complicado também porque o pai dela faz questão de sair em colunas sociais, então sempre tem gente fazendo fofoca sobre eles.
Lilian enrugou a testa, como quem entende algo muito, muito complicado para ela, que nunca havia tido problemas com seus pais ou com sua família.
- O fato é que eu não sei o que fazer. Não quero magoar Frank, não quero deixar vocês, estou com medo das férias e de quando eu for pra casa, e...
- E está apaixonada. – Mais uma vez, era Emily quem decifrava os fatos. Seus olhos ficavam turvos nesses momentos, ela falava como quem já soubesse de tudo. – É você quem toma as rédeas da sua vida, Alice, e agora mais que nunca terá que parar de mentir pra si mesma, para saber como vai enfrentar isso tudo.
O silêncio pesou.
- E me diga Emily, como você vai enfrentar tudo isso? – Alice perguntou logo depois.
Todas as meninas no quarto se olharam, tentando entender o verdadeiro significado da frase, pois ainda que tenha sido uma frase comum, o tom de voz de Alice pareceu dizer alguma.
- Enfrentar o que? – Emily perguntou baixo, como se fosse para si mesma.
A pergunta veio de Emily, mas a tensão certamente emanava de outra pessoa.
“O que ela quis dizer com isso?” Era a pergunta que rodeava a cabeça de Evelyn. Seus olhos rápidos passavam pelos rostos de Emily e Alice rapidamente.
A tensão foi quebrada pela ruiva espevitada.
- Ora Marie, vamos! – Lilian pulava no colchão alegre. – Pensa que eu não vi o clima que está rolando entre você e o Remo?
- Primeiro: Não me chame de Marie, você sabe que eu odeio. – Responde Emily, o que fez com que o resto das meninas começasse a fazer um coro de “Marie, Marie, Marie”; que ela respondeu com o dedo do meio de ambas as mãos. – E segundo: Não pode existir nenhum clima entre eu e o Remo, afinal, eu tenho namorado.
- Mas até onde eu sei, o seu namoro com o Richard não anda nada bom. – Evelyn falou.
- É mesmo, Emy.  – Lilian completou. – Está na cara que alguma coisa aconteceu. Vocês foram super frios hoje, nem chegaram a se beijar; e isso é sinônimo de que o namoro está com problemas.
- Exatamente, Emy. E com o Remo claramente interessado em você, enquanto está com problemas em seu namoro, você pode achar que terminar com o Richard para ficar o Remo é a melhor coisa a se fazer.
- É quase um ano de namoro, amiga; não é qualquer coisa. Afinal, você está ou não planejando terminar com o Richard? – Evelyn terminou o discurso das amigas, fazendo a pergunta que não queria calar. 
Emily desviou o olhar dos olhos inquisitórios de suas amigas. Elas estavam preocupadas, queriam que ela desabafasse, queriam ajudá-la. Mas não era assim que Emy tinha planejado, e no fundo, ela sabia que não era assim que tinha que ser. Ela voltou a encarar as amigas, dessa vez com as certezas renovadas.
- Meninas, eu não estou planejando fazer nada, não se preocupem. Eu e o Richard, bem... Nós estamos passando por uma fase estranha, mas eu vou esperar até a gente completar um ano e ver no que vai dar. – Ela deu uma pausa, ao que as amigas acenaram concordando, esperando que ela continuasse. – Quanto ao Remo... Ele é legal, sabem? Ele é um bom amigo, não só pra mim, para todas nós. Eu gosto dele, e não vejo problema nisso. Então vamos deixa tudo como está e se ele gosta mesmo de mim, como vocês estão dizendo, tenho certeza que vai me respeitar. Talvez ele vá me respeitar até demais...
- Amém Merlin, por ainda existirem garotos que pensam com a cabeça de cima e não com a de baixo.  – Lilian falou, fazendo as outras rirem.
O ambiente se descontraiu, os assuntos sérios foram deixados para trás. Elas ainda trocaram algumas piadinhas até quando os bocejos começaram a aparecer. O dia tinha sido longo.
- Acho melhor dormimos, amanha acordamos cedo. – Evelyn falou.
- Você acorda cedo, cara pálida. Eu não tenho nenhum treino de quadribol pra ir. – Lilian respondeu.
- Lily! Não vai nos ver treinar? Você e a Alice sempre vão!
- Não sei se estou a fim de ver o Potter logo de manhã cedo.
- Nem eu quero ver o Frank. – Disse Alice.
- Caramba, já perceberam que cada uma está brigada com um garoto diferente? – Evelyn falou, achando aquilo engraçadíssimo.
- Eu não estou brigada com ninguém. – Falou Emily.
- Você é a única pessoa sensata entre nós, Emy. – Disse Lilian.
- Eu sei, obrigada.
- Lily, nós vamos ter que enfrentá-los em algum momento, de qualquer forma. – Falou Alice, no que ela deitou-se na cama e levantou apenas a cabeça para encarar as amigas. – Nós temos o Jantar do Slugh amanha, lembra?
- É mesmo! Eu tinha me esquecido.
- Eu odeio esses jantares, me sinto excluída porque todas vocês vão e eu fico sozinha. – Falou Emily, apenas por reclamar.
- Amiga, se te consola, você pode ficar com os garotos, já que o único que vai no jantar é o James. Os outros também não são chamados e você não está brigada com nenhum deles. – Falou Alice, se ajeitando no travesseiro e fechando os olhos. Emily acenou com a cabeça, concordando; ela bocejou e falou:
- Não entendo porque o James faz questão de marcar treinos no domingo de manhã cedo. Bem... Boa noite pra vocês.
- Boa noite, meus amores. Eu acordo vocês amanha, para não perderem a hora, ok? – Falou Lily, também se deitando. Ela recebeu alguns muxoxos de concordância como resposta.
Todas já estavam deitadas e únicos sons eram elas se ajeitando para conseguir uma melhor posição para dormir.
- Eu vou ser a primeira a usar o banheiro! – Evelyn falou.
As reclamações das meninas encheram o quarto.
- Caramba Evelyn, você sempre faz isso! Amanha nem é o seu dia de usar o banheiro primeiro!
- Mas eu falei primeiro!
- Mas é o meu dia de usar primeiro! – Reclamou Alice.
- Tá bom, Tá bom. – Ela falou, levantando as mãos como se estivesse se rendendo. – A Alice usa primeiro. Mas eu sou a segunda!
- Ok, Evy, você é a segunda. Agora podemos dormir? – Emily disse, ao que todas se calaram.
Mais uma rodada de “Boa noites” foi dita pelas amigas, até que todas se renderam ao sono.
______________________________________________________

O dia nasceu nublado, ventoso e com trovões. Mas nada da chuva cair.
Foi uma manhã sem grandes emoções, o café foi rápido e logo todos estavam se encontrando do campo de quadribol para o treino da Grifinória.
James posicionou o time e começou a dar ordens, ele ficava no chão e comandava a posição e jogadas de cada um que planava lá em cima.
Lilian e Alice foram para a arquibancada, como sempre faziam, para acompanhar os amigos jogadores. Apesar de ambas não entenderem quadribol e também não se interessarem, achavam divertido ficar conversando e fazendo piadinhas com os treinos. Normalmente Remo e Peter as acompanhavam, mas nesse dia eles não estavam lá.
A arquibancada dos treinos da Grifinória era bem freqüentada: algumas meninas que eram fãs dos garotos do time, alguns fanáticos por quadribol que acompanhavam todos os treinos, os espiões das outras casas e a equipe do jornal de Hogwarts.\t
As duas amigas conversavam animadas e comiam guloseimas que tinham pego no café da manhã, estavam sentadas quase na ultima fileira de bancos, completamente alheias ao que acontecia no treino.
No campo, James gritava.
- SMITH, DESÇA! - Gritou o capitão do time para o goleiro, logo John Smith estava ao lado de Potter.  – John, faça um favor para mim, ok? De um jeito de sumir com aqueles espiões e meta um soco na cara da equipe do jornal! –Disse ele, falando perto de seu companheiro de time, para que ninguém mais escutasse.
John apenas acenou com a cabeça, demonstrando que tinha entendido, subiu em sua vassoura e foi em direção da arquibancada. Ele era um menino enorme e truculento, que daria medo em qualquer um.
James continuou a dar ordens:
- Emily, Brooke e Frank, façam aquela posição que eu falei no vestiário! – Ele gritou para os artilheiros. – Evelyn e Sirius, assumam as posições também!
Os dois eram os batedores e foram para o meio do campo, ficando um de costas para o outro.  Os artilheiros se espalharam pelo campo, assumindo posições aleatórias que faziam parte da jogada. James abriu uma caixa ao seu lado e pegou uma bola enorme e vermelha. Ele a segurou bem forte, subiu em sua vassoura e planou bem acima de seu time. Lá em cima, ele voltou a gritar:
- ATENÇÃO! EU VOU SOLTAR O BALAÇO.
A bola voou pelo campo, indo na direção dos batedores. Os artilheiros começaram a se movimentar, Evelyn e Sirius permaneciam parados com os bastões em punho. O balaço logo chegaria neles.
De repente gritos foram ouvidos, Lilian e Alice se assustaram e se inclinaram para o campo para ver melhor.
Sirius caia em queda livre, gritava e agitava o bastão em sua mão, tentando se livrar do balaço que o perseguia e, por causa de centímetros, não o atingia. James, Brooke, Emily e Frank disparavam pelo ar tentando alcançar Sirius e o balaço. Evelyn estava no chão, separada do grupo, agachada e parecia ajeitar a sua... Joelheira?
E, tão rápido quanto a situação tinha iniciado, ela se normalizou. Segundos depois Black estava deitado no chão com o bastão jogado ao seu lado. Ele estava bem e era amparado por Emily e Brooke; James e Frank seguravam o balaço, que se mexia muito e ainda tentava ir em direção de Sirius. John veio voando até aterrissar ao lado do grupo; ele ajudou a segurar a bola vermelha, enquanto James a soltava para ir falar com Evelyn.
- PRIUET, VOCÊ FICOU LOUCA? COMO VOCÊ DEIXA O SIRIUS SEM PROTEÇÃO EM UMA JOGADA DESSA? – James gritava possesso, seu rosto vermelho e as mãos gesticulando indignadas.
- Oh! Me desculpe. É que eu estava com a joelheira meio solta e fiquei com medo de que ela pudesse me machucar, então desci para ajeitá-la. – Ela tinha o rosto mais beatifico e inocente possível. – Fiz mal?
- MAL? POR ACASO VOCÊ É RETARDADA? Você devia cobrir as costas dele, devia rebater o balaço quando estivesse perto dele! MAS NÃÃÃO! Você foi ajeitar a sua joelheira e NÃO AVISOU NADA! Ele não teve tempo de rebater a porra do balaço! Ele caiu da vassoura! CAIU-DA-VASSOURA!
- Merlin! – Evelyn fez cara de espantada e colocou a mão sobre a boca. – Eu não sabia. Não tive intenção de machucar ninguém.
Ela ainda fazia cara de santa, mas James a conhecia muito bem e isso não o enganava. Ele passou as mãos no cabelo e respirou fundo. Quando voltou a falar, sua voz era baixa e controlada.
- Priuet, você fez isso de propósito, eu sei. Mais uma brincadeirinha dessas, e você sai do time tão rápido que não vai dar nem tempo de piscar. Estamos entendidos?
Evelyn sorriu maldosa, e sustentou o olhar de James por um tempo. Por fim, ela acabou suspirando contrariada e falando:
- Estamos sim, capitão.
James ainda estreitou os olhos, avisando pelo olhar que estava de olho nela. Mas acabou dando as costas para Evelyn e indo ver se Sirius ainda estava em condições de jogar.
Quando estava confirmado de que tudo estava bem e de que todos iriam cooperar, o time se arrumou novamente para a mesma jogada, só que dessa vez seria Sirius que teria de rebater o balaço de Evelyn.
James já estava planando em cima dos outros jogadores e se preparava pra soltar a bola.
- Agora vamos fazer dar certo, ok? ATENÇÃO! VOU SOLTAR O BALAÇO!
Pela segunda vez naquele dia o balaço voou a direção dos batedores. Todos prenderam a respiração quando a bola estava chegando perto de Evelyn, pensando que Sirius iria revidar a brincadeirinha dela. Mas na ultima hora, o som alto do balaço rebatido soou pelo campo e ninguém podia negar que Black ficava muito gostoso quando jogava.
A bola disparou para longe do campo, mas logo ela voltou indo em direção de um dos artilheiros. Frank se desviou por pouco do balaço, Evelyn veio ao seu socorro e rebateu a bola para Sirius, que a jogou longe novamente. 
O treino continuou estável e sem grandes acidentes, eles ainda repetiram a jogada de Sirius e Evelyn diversas vezes e também testaram outras jogadas.  O tempo começou a ficar intratável, o vento estava forte e os trovões vinham cada vez mais fortes e acompanhados de raios.
James dispensou o time depois de uma trovoada particularmente forte. A maioria foi direto para o vestiário, porém Frank, Emily e James ainda continuaram no campo.
Emily foi se juntar as amigas na arquibancada, Frank aterrissou perto de Anne Owen - que estava na parte mais baixa dos bancos – e logo eles começaram uma conversa divertida. James foi falar com o seu “fã clube” que incluía Britanny e suas amigas.
- Então, o que acharam do treino? – Emily perguntou, depois de pegar os últimos doces que tinham sobrado das amigas.
- Eu acho que o Potter grita demais. – Respondeu Alice.
- Ah, é mesmo! Isso enche o saco, ás vezes. Mas ele é um bom capitão.
- Levando em conta que quadribol é a única coisa que aquela mente limitada dele consegue entender, então ele tem que ser bom mesmo. – Falou Lilian, ao que Emily apenas deu de ombros, colocando o ultimo doce na boca.
Lá em baixo, no ultimo lance da arquibancada, Frank acenou para as três garotas e começou a subir as escadas, com Anne em seu encalço.
- Meninas, eu tenho que ir. Encontro vocês mais tarde. – Alice falou, se levantando e andando rápido na direção das escadas da arquibancada.
Frank subiu até Lilian e Emily, acompanhando com o olhar enquanto Alice se afastava.
- O que deu nela? – Ele perguntou quando chegou perto das amigas.
Elas apenas trocaram um olhar e depois o encararam, seus olhares tão confusos quanto o dele.
- Bem... Vocês conhecem a Anne, não é? – Ele falou, mostrando a menina serelepe ao seu lado. 
Anne começou a cumprimentar as meninas.
- Olá Lily. Olá Emy. – Ela disse, abraçando cada uma e dizendo seus apelidos como se fosse íntima, deixando as duas constrangidas. – Tudo bem com vocês?
- Er... Tudo bem sim, e você? – Emily perguntou. Lilian apenas olhou para Anne com um olhar estranho e depois olhou para Frank como se perguntasse “Mas que troço é esse?”
- Comigo está tudo ótimo. O dia não está muito bonito hoje, mas eu também adoro tempestades e dias nublados. Esses dias são tão românticos, perfeitos para ficar agarradinha com o seu namorado. Não é Frankezinho?  - Ela falava como se pontuasse cada frase com um coraçãozinho.
- É claro, Anne. Mas no meu caso seria minha namorada, né? – Frank falou, rindo.
A menina bateu na própria testa e deu uma risada cristalina de criança.
- É mesmo! Mas que idiota eu sou.
- Você não é muito idiota, é só um pouquinho. – Disse Frank, bagunçando o cabelo de amiga, que deu mais uma de suas risadas características.
- Hey, Frank! Que tal irmos para o vestiário? – Emily falou.
- Sim, sim. Vamos lá. O James sempre gosta de fazer aqueles pronunciamentos chatos depois do treino e é bom chegarmos lá antes dele.
Ambos se despediram e subiram em suas vassouras, voando pelo campo de quadribol. Voar era mais rápido que descer escadas.
Lilian se viu sozinha com uma menina adorável e fofa que ela achava extremamente irritante.

Hogwarts tinha dois vestiários e, em dia de jogo, cada time usufruía um. Naquele dia, apenas um vestiário era usado pelo time da Grifinória. O lugar era basicamente constituído por uma salinha que possuía três portas, uma era a saída, as outras duas eram as entradas para o banheiro feminino e masculino. A salinha tinha alguns bancos que formavam fileiras e serviam para as reuniões do time antes e depois dos treinos ou jogos, e também tinha um armário enorme no canto onde os jogadores pegavam toalhas limpas, sabonetes e outros artigos de limpeza.
A maioria do time já tinha se lavado e ido almoçar, restava apenas James que estava esperando Sirius terminar de amarrar os cadarços de seu tênis e colocar a sua blusa.
- Anda logo com isso, Almofadinhas. Eu estou morrendo de fome. – Ele reclamou para o amigo que lerdava ao terminar de se arrumar.  
- Pode indo, Pontas. Eu ainda vou demorar aqui.
- Demorar por quê?  É só colocar a camisa agora.
- Não, eu vou ficar esperando a Priuet... Eu quero conversar com ela.
- Ah, mas não mesmo! – Disse James, indignado, como se conversar não fosse uma coisa própria de Sirius Black. – Você não vai assassinar a minha melhor batedora!
- Mas quem falou em matar alguém?! E como assim ela é sua melhor batedora?! E eu?!
- Você tem peitos?
- Não.
- Então ela é minha melhor batedora! E eu conheço você Sirius! Deve estar armando alguma vingancinha pra cima dela, e eu não vou deixar.
- James, eu só quero conversar com ela amigavelmente. Quero saber o que aconteceu. O porquê dela, por acaso, ter tentado me matar.
- Você? Conversando? Com a Evelyn? Aham... Vou fingir acreditar. Mas volto a repetir: Se você ousar tocar nela que não seja do jeito de antes, eu acabo com a sua raça! Será o Fim de Sirius Black.
James saiu com a mão apontada para o rosto de Sirius deixando um olhar acusador e desconfiado pairando na cabeça do amigo.
O vestiário sem as risadas e comentários sobre o jogo era uma lugar vazio e solitário, Sirius estava começando a sentir a solidão que rondava aquele lugar, quando a porta do banheiro feminino abriu e de lá saiu Evelyn com o um vestido branco e simples que evidenciava sua beleza natural e alimentava a imaginação do garoto que a esperava.
Ela estava distraída e balançava os cabelos molhados para soltá-los. Porém a menina congelou quando viu Sirius sentado fitando-a com um olhar interessado.
- O que você está fazendo aqui, Black? – Disse Evelyn, demonstrando uma curiosidade casual e meio desinteressada.
Ele sorriu para ela, mas não era como se estivesse feliz em vê-la; era mais como se a analisasse e achasse engraçado o que via. Algo naquele olhar incomodou Evelyn.
- Te esperando. O que você acha?- Falou Black, levantando-se, mas não se aproximou.
Eles se encararam, trocando um olhar de tensão cheio de significados. A garota levantou uma das sobrancelhas e desviou os olhos, falando com desprezo:
- É... Isso não me surpreende; você é tão previsível.
- Priuet, dá um tempo, ok?  - Ele falou, com o mesmo tom do seu sorriso. – Não me venha com esse seu desprezo e com seu sarcasmo. Você não vai conseguir me irritar.
- Fale logo o que quer e poupe o meu tempo, Black.
- Eu quero conversar com você.  – Sirius disse com os olhos sinceros.
Evelyn não confiava nele, pensava que o garoto estava armando alguma coisa para se vingar da brincadeirinha que ela tinha feito mais cedo.
- Eu não tenho nada para conversar com você. – Ela falou, desconfiada.
- Priuet, você me humilhou três vezes, sendo que duas dessas vezes foram publicamente e por pura maldade! Eu só posso supor que estamos com algum problema; e eu não vou entrar no seu jogo, não vou ficar brincando de briguinha com você.
Sirius falava calmamente e olhando nos olhos de Evelyn, mas a menina conhecia o poder de convencimento do menino. Black tendo uma atitude madura? Não, isso definitivamente não está certo, pensou a garota.
- Olha, eu não estou com tempo para isso. Se você quer tanto conversar, faremos isso durante o almoço. – Ela disse, sem se afetar com a sinceridade do lindo garoto na sua frente.
Evelyn foi andando em direção da saída e Sirius foi atrás dela, concordando que conversassem durante a refeição. Depois da porta da saída, tinha um pequeno corredor que tinha duas direções, uma para o pátio de Hogwarts e outra para o campo de quadribol. Eles foram pela primeira direção em silencio absoluto.
Lá fora chovia, não era possível ver um metro na sua frente tamanha era a ferocidade da frente fria que acometia o norte da Inglaterra.  Os dois pararam ao final do corredor e ficaram olhando para a chuva; Sirius colocava sua capa impermeável, enquanto Evelyn olhava para o céu negro de nuvens como se tentasse entender o que acontecia ali.
- Você lembra daquele feitiço de proteção da chuva? – Ela perguntou, fitando-o com o cenho franzido.
- Eu não.Você não está com a sua capa?
- Não trouxe e não lembro onde a coloquei pela ultima vez, não dá para conjurá-la.
Sirius fez menção de tirar a sua capa.
- Você quer a minha?
Evelyn fez que não com a cabeça e olhou fixamente para a chuva, como se a chamasse para a briga; ela cerrou os punhos e começou a correr, indo na direção do Castelo, que ficava a muitos metros do Campo.
Sirius se surpreendeu com a atitude da garota, mas não tardou de ir atrás dela. Só era possível ver um borrão de Evelyn correndo à sua frente, a menina corria rápido e a quantidade de água caindo do céu não ajudava.
- Evelyn espere! Calma garota!
Ele gritava, tentando fazê-la parar, mas era como se Priuet não escutasse.
- Evelyn! – Ele gritou pro fim, alcançando-a no meio do caminho, agarrando e puxando-a pelo pulso.
De repente Evelyn não estava mais no pátio correndo na chuva, ela foi jogada dentro de uma passagem seca, quente e iluminada por tochas, que ela reconheceu estar dentro do castelo. Sirius fechava uma porta atrás dela.
O lugar era estreito, de forma que, quando ele virou-se de frente para Evelyn, eles ficaram muito perto. O vestido dela ficou completamente molhado e colado em seu corpo, seu cabelo pingava água e estava jogado pelo rosto. Sirius a comeu com os olhos, desejando cada parte daquele corpo para si. A menina retribuiu o olhar, sentindo a luxuria dos olhos azuis a sua frente penetrando-a.
Antes que ambos pudessem parar para pensar, estavam aos beijos. Os dedos de Evelyn rapidamente desamarram a capa de Sirius, fazendo-a cair no chão. As mãos do garoto apertavam a nuca e a cintura da outra. Ela o empurrou contra a parede e começou a despir sua camisa, passando as unhas pelo abdômen definido dele. Ambos estavam cegos de desejo.
Eles se beijaram ardentemente por mais alguns minuto, até que Sirius se precipitou para tirar o vestido de Evelyn, mas a menina o impediu. Isso só o deixou ainda mais animado, como se a idéia de não tirar as roupas o excitasse ainda mais. Mas ele precisava colocar ao menos uma coisa para fora; começou a abrir as calças, mas as mãos de Priuet seguraram as suas.
- Não faça isso. – Ela falou, em tom de riso.
Assim, Sirius percebeu que não se tratava exatamente do que ele estava pensando. Dando-se conta que mais uma vez estava fazendo papel de idiota, ele se irritou.
- O que você quer de mim, Evelyn? O que você quer que eu pense? Se quiser apenas beijos, aja como uma menina que quer apenas beijos, não fique me provocando.
Ela se afastou um pouco dele, colocou uma mexa de seu cabelo para trás e o olhou quase carinhosamente, em despeito de tudo o que Sirius tinha falado.
- Vamos brincar, Black.
Ele cruzou os braços e deu um muxoxo de indignação.
- Resta saber se quer brincar comigo ou às minhas custas. – Falou chateado.
- Sirius, seja um bom menino e não reclame. – Ela encostou-se a ele novamente, colocando as mãos em sua cintura e dando um pequeno beijo em seus lábios, para depois falar em seu ouvido. – Eu quero te propor um jogo, uma aventura, algo que eu acho que vá te interessar.
- Porque acha que algo que venha de você pode me interessar?
- Porque você tem se mostrado bem interessado esses dias. Na verdade, eu podia jurar que há um minuto você estava interessado até demais.
Sem podendo mais protestar, Sirius perguntou:
- Que jogo é esse, afinal?
- Bem... Basicamente, eu te seduzo, você me seduz, nós continuamos ficando, em um relacionamento aberto, é claro. Perde quem se apaixonar.
Sirius olhou em seus olhos, procurando algum tipo de ironia ou zombação neles, porém Evelyn falava sério; era exatamente isso que ela estava propondo.
- Então é apenas isso? Se prepare para perder, querida. Muitas garotas já tiveram seus pequenos corações despedaçados pelo garoto aqui.  Além disso, eu nunca vou me apaixonar por você. – Ele falou, ao que ela revirou os olhos.
- Você não deveria ficar tão confiante, Black. Você não está lidando com uma de suas garotinhas agora. Esse é um jogo que eu conheço. Está em meu território, querido.
Sirius deu de ombros, se mostrando indiferente a periculosidade do que Evelyn falava.
Eles já estavam afastados o máximo possível um do outro. Aparentemente o desejo que sentiam tinha diminuído, era apenas um deles começar a falar para o fogo abaixar; provavelmente se ambos fossem mudos, iriam se dar bem melhor.
- Acho bom voltarmos agora, eles devem estar notando que nós estamos demorando muito. – Sirius disse, pegando sua capa no chão e começando a ir pelo corredor.
- Onde nós estamos, afinal?  - Evelyn perguntou, seguindo o garoto.
- É uma entrada de Hogwarts, nós não temos apenas a entrada principal, deve ter mais umas seis. – Ele respondeu num tom de voz de conversa. – Mas me explica, como vai funcionar esse jogo de seduzir você?
- Você marca o primeiro encontro. E é bom escolher um lugar bom, porque você não acha que eu vou realmente fazer alguma coisa com você em um armário de vassouras ou em um corredor velho, não é?
Sirius franziu o cenho, se dando conta de que o que ela tinha falado era uma verdade. De repente sentiu-se idiota de ter deixado uma coisa como essa acontecer. Como ele podia tê-la rebaixado até aquele ponto?
- E quais são as regras do jogo, além de bons lugares?
- O lugar não é uma regra, é uma exigência minha. Esse jogo não tem regras.
O tom de Evelyn era quase desafiante.
Naquele momento, o corredor acabava em uma porta, que Sirius abriu. Eles saíram em corredor no primeiro andar do castelo. A menina conhecia o lugar, sempre passava pro ali para ir às aulas de poções nas masmorras.
A luz crua do dia nublado evidenciava ainda mais a quase nudez de Evelyn, que ainda tinha as veste brancas molhadas e coladas ao corpo. O garoto sentiu vergonha por ela, que tinha se abraçado por causa do frio e agora tremia os lábios. Ela andava na frente dele quando Sirius segurou seu ombro, chamando-a:
- Evelyn, vem cá. – Falou, pegando sua capa. – Veste isso.
Ele colocou a vestimenta nela sem receber resistência. A bela menina apenas olhou para ele em sinal de agradecimento e continuou a andar na frente.
Sirius se deixou ficar para trás, tentando entender aquela bruxa que parecia uma caixinha de surpresas. Analisando o que tinha acabado de acontecer, ele percebeu que Evelyn tinha mudado tudo o que tinha planejado. Quando propôs conversar com ela, imaginou que a humilharia com toda a sua maturidade e a deixaria sem fala com seu grande poder de retórica, convencendo-a de que ainda era uma menina cheia de receios e inseguranças.  Mas antes que pudesse perceber, a garota tinha tomado o controle da situação de suas mãos e começado a ditar o rumo dos fatos.
Na verdade, quando ele parou para pensar, se deu conta de que Evelyn estava sempre no controle da situação. Sirius riu da sua própria idiotice, percebendo que o que ela tinha falado antes era nada mais que a verdade: ele estava mesmo no território dela.
Mas se dependesse dele, as coisas não iriam continuar assim
_______________________________________________

Choveu o dia inteiro. A manha virou tarde e logo a noite estava chegando, fazendo todos se reunirem em suas Casas, em volta das lareiras. O domingo tinha sido preguiçoso e sem grandes acontecimentos depois do almoço. As meninas ficaram em seu quarto a maior parte do dia, arrumando coisas, fazendo trabalhos, conversando fiado. Os marotos também ficaram quietos naquela tarde, cuidando de seus assuntos. Já Frank passou a maior parte do tempo com Anne Owen.
Ele se despediu de Anne em frente ao quadro da mulher gorda com um beijo no rosto que fez a menina corar. Frank sabia os sentimentos dela por ele, e por um momento se sentiu inseguro de estar usando-a, de alguma forma. Logo esqueceu o pensamento, a pequena menina foi embora com mil corações saindo de sua cabeça; Frank ficou um tempo conversando com a pintura, que contou novidades sobre as fofocas daquele dia e depois abriu a passagem para ele sem pedir a senha. Frank foi direto para o dormitório, sem se demorar no Salão Comunal, bateu levemente na porta do quarto dos marotos e entrou sem esperar resposta.
O dormitório dos garotos era uma zona. Roupas, livros, pergaminhos, penas amassadas e todo tipo de quinquilharia estava jogada pelo chão, pelas cômodas e camas. Peter e Sirius estavam duelando e quase atingiram Frank com uma azaração; Remo lia deitado na cama e alheio a sua volta, pois tinha colocado um feitiço de silencio ao seu redor; James estava sem camisa, mexendo em seu armário, de costas para a porta. 
O intruso bem vindo no quarto passou cumprimentando todos; bateu no pé de Remo, que tirou o livro da cara, com uma expressão indignada, mas, quando viu quem era, sorriu e sentou-se, deixando a história de lado. Frank encostou-se na cama de Sirius, que ficava ao lado do guarda roupas.
- O que está fazendo, James? – Ele perguntou, mas foi Peter quem respondeu.
- Ele está a uma hora tentando escolher uma blusa pra ir no Jantar do Slugh.
James resmungou alguma coisa de dentro do armário, mas ninguém se importou com ele.
- Tem um desses jantares hoje, né? – Frank falou, fazendo cara de quem estava pensando. – Isso é legal, porque nós podemos jogar Snap Explosivo com a Emily hoje, e é bem engraçado porque ela perde todas as vezes e fica revoltada.
- Eu estava mesmo querendo falar com ela. – Remo disse, ao que Sirius olhou para ele desconfiado.
- Aluado, aluado; você pensa que nos engana, mas te conhecemos muito bem. – O menino de olhos azuis foi para o lado de Frank e falou com ele como se estivessem em segredo, mas para todos escutarem. – Franklin, você, que é o conhecedor das fofocas de Hogwarts, vai nos ajudar nesse caso: O Remozinho aqui passou a maior parte do dia sumido e não quer nos contar o que andou fazendo. E eu acho que tem algo a ver com uma certa amiga sua, que tem olhos tão lindos e claros quanto os meus e vai estar jogando conosco daqui a alguns minutos.
Os meninos riram da atuação de Sirius.
- Almofadinhas, a sua imitação de Sherlock Holmes é péssima.  – Remo falou, sem se afetar com a brincadeira.
- Seja lá quem for esse Holmo, eu sei que sou melhor que ele.
- Sherlock Holmes, Sirius, o detetive.
- Eu também não conheço esse cara, é algum auror famoso do Ministério? – Peter perguntou.
Todos olhavam para Remo com um grande ponto de interrogação no rosto, até mesmo James que não estava participando da conversa. Ninguém sabia quem era Sherlock Holmes.
- Vocês deviam colocar alguma cultura trouxa nessa cabeça oca de vocês, faria bem, sabe? – Remo falou por fim e todos deram de ombros, sem entender como o assunto tinha virado o detetive trouxa.
- Mas então, Remo, conte para nós o que tomou tanto tempo seu hoje. O que estava fazendo? – Frank disse.
- Vou dizer para você o que já disse para eles: Vocês irão saber em breve o que eu estava fazendo. – Remo falou, colocando um ponto final na história. Ele se deitou novamente na cama e voltou a ler, demonstrando que nada mais sairia de sua boca.
- Outra pessoa que não estava no treino hoje de manha era o Peter. Você também está de segredinhos ou pode nos dizer onde estava?
Rabicho ficou vermelho automaticamente.
- O nosso Rabicho está apaixonado. – Sirius falou, bagunçando o cabelo do amigo, que ficou ainda mais rubro. – Durante a guerrinha ontem ele conheceu uma garota, se encantou e hoje ficou o dia inteiro rondando a casa dela para ver se a encontrava “casualmente”.
- Isso é ótimo, Pete. – Frank disse, com os olhos brilhando da forma que sempre ficavam quando ele escutava novidades. – Qual é a casa dela?
- Lufa-lufa.
- Os Lufanos são maravilhosos. Divertidos, aconchegantes e abertos a relacionamentos. Eu os adoro!  - Frank falou animado.
Os outros meninos lançaram olhares estranhos para ele, como se estivessem lidando com um retardado.
- Rabicho, olha que ótimo: você tem a benção do Frank. – James falou, com a ironia carregada na voz. Ele finalmente tinha escolhido uma veste para colocar, era uma azul com detalhes em dourado. Enfiou a roupa no corpo e se foi mexer nas coisas em cima de sua cama.
James achou o mapa do maroto jogado em baixo do travesseiro, pegou a varinha no bolso traseiro e abriu o mapa. Deu uma olhada no dormitório feminino, e constatou que as meninas ainda estavam no quarto delas.
Peter, Remo e Frank agora conversavam em pé, perto da porta. Sirius foi para o lado de James ver o que o amigo estava fazendo.
- Acho melhor irmos descendo, eu ainda quero pegar as meninas no salão comunal. – James falou para Sirius.
- Elas sabem que você vai estar as esperando?
- Não exatamente.
- Assim você só vai conseguir discutir ainda mais com a Evans, ela odeia quando você a persegue.
- Sirius, eu não me meto com as suas meninas, então não se meta com as minhas.  – James falou, intratável. Foi indo na direção da porta.
- Ih , tem alguém estressadinho hoje. – Sirius brincou e foi avisar aos outros amigos que iriam descendo.
Eles foram para o Salão Comunal e sentaram em umas poltronas perto das escadas dos dormitórios, para que pudessem ver as meninas descendo. Começaram um partida de Snap Explosivo e estavam no meio quando elas apareceram. 
Emily vinha na frente, sua cabeça estava meio virada, prestando atenção no que as amigas falavam atrás dela. Suas roupas eram trouxas: vestia uma calça jeans de lavagem preta, com tachinhas e bem justa, usava botas de combate pesadas e confortáveis, sua blusa era de algodão e cinza, mas estava meio tampada pelo casaco que fora colocado e que era azul marinho, com a estampa de um lobo atrás. Assim que ela pousou no final da escada, Evelyn apareceu e estava rindo de alguma coisa que tinham dito; suas vestes eram tradicionalmente bruxas, de cor preta e chique, com uma gola em V discreta, nos pés usava adoráveis sapatilhas, em seu cabelo foi feita uma trança grossa que pousava em seu busto, a maquiagem do rosto era discreta a não ser pelos olhos que foram bem marcados pelo delineador, na cabeça ela usava um chapéu cônico não muito grande.
Lilian desceu a escada após Evelyn. Seus cabelos tinham sido puxados para trás e caiam como uma cascata cacheada pelas costas, seu rosto estava sem maquiagem e parecia reluzir, ela usava vestes bruxas verde musgo, que iam até o seu tornozelo, nos pés usava sapatinhos de boneca com um pequeno salto e um casaquinho cor de perola tinha sido jogado em seus ombros. Ela também usava o chapéu bruxo na cabeça. Por fim, veio Alice; a menina estava estonteante, usava um vestido que deveria vir do ultimo lançamento de moda francesa para bruxas, ele era roxo escuro e tinha pregas largas na saia, de forma a deixá-lo com volume, na cintura, era usado um corselete da mesma cor e tecido do vestido, e que era todo trançado atrás; ela usava sandálias pratas de salto alto com tiras que davam duas voltas no tornozelo,  seus cabelo tinham sido presos em um rabo de lado que fazia seus cachos castanhos caírem sobre seu ombro direito e ela estava bem maquiada como uma pessoa que estava acostumada a estar sempre bem arrumada. Ela trazia o chapéu cônico na mão, ainda sem ter o colocado.
James se levantou para recebê-las, apesar de saber que não era bem vindo por parte de Alice e Lilian.
- Vocês estão muito belas. – Ele disse galante, mas só recebeu agradecimento de Evelyn e Emily. Alice resmungou alguma coisa, para não ser deselegante, mas logo se voltou para Lilian. As duas meninas reviraram os olhos e ficaram conversando entre si. Ele continuou a falar, em despeito do desprezo de algumas:
- Emily, os meninos estão te esperando pra jogar Snap Explosivo.
- O que? Eles pensam que eu vou jogar com eles? Não mesmo, eles sempre roubam e não me deixam ganhar! É a maior sacanagem.
- Que nada, Emy. Você vai entrar meu lugar e com as minhas cartas, só perde se você for muito ruim.
- E como eu vou saber que você também não está roubando junto com eles? – Ela falou em tom de brincadeira, fingindo estar desconfiada, cruzando os braços.
- Você vai ter que confiar em mim, gata. – Ele falou, sorrindo e dando uma piscadela.
Emily riu de James se fazendo de irresistível.
- Fala a verdade, essa você aprendeu com o Sirius!
- Foi ele que aprendeu comigo, Emily. Só que eu não preciso ficar me achando que nem ele. Eu não me acho, eu sou.
- Ah é, você é o bonzão! – Ela falou, irônica.
- Emily, não fica escutando que esse idiota fala, ele só está tentando te iludir. –Foi Remo que falou; ele tinha se levantado, e foi falar com as amigas.
Frank e Peter também conversavam com Evelyn, Lilian e Alice. Apenas Sirius continuou sentado na poltrona, ele estava separando mais um jogo de cartas.
- Meninas, acho que estou alucinando; posso jurar que estou rodeado por umas das bruxas mais lindas da face da terra. – Frank disse, todo elogioso para cima das amigas.
- Não venha com elogios agora, Franklin. Sumiu o dia inteiro e acha que vamos te perdoar por nos abandonar? – Evelyn disse, fingindo-se de magoada.
- Você sabe que eu nunca te abandonaria, Evy ; O que seria de nossos filhos se eu te deixasse?
- Eu iria cuidar deles, ué!
- E quem iria ser o pai deles? O Sirius?  - Frank falou, debochado.
- Ah, cala a boca! Você não sabe de nada, Frank! – Evelyn respondeu, indignadíssima por ele ter tocado exatamente em um ponto onde ela não tinha defesa.
Lilian, Alice e Peter riam da brincadeira dos dois amigos.
- Sabem da ultima? Peter está apaixonado! – Frank falou, para o desespero de Rabicho.
As meninas começaram a afogar ele com perguntas e conselhos. Lilian e Evelyn se empolgaram tanto com o papel de casamenteiras que fizeram o garoto sentar-se em umas das poltronas ao lado de Sirius, e lá ficaram rondando ele, dando aulas de como conquistar as mulheres.
Alice e Frank acabaram ficando sozinhos na roda de conversa.  A briga deles ainda ecoava na mente dos dois, ambos estavam chateados com o que tinham falado e o que tinham ouvido; porém a velha amizade entre eles parecia um organismo próprio que não entendia que agora estavam afastados, brigados e magoados. Era como se a convivência insistisse que eles deveriam conversar.
- Você está muito linda, Lila. – Frank acabou falando.
- Obrigada. – Alice falou mecanicamente.
Eles ficaram se fitando, sem saber o que falar.
- Frank, isso não vai dar certo.
- O que não vai dar certo?
- Isso... Essa coisa de fingirmos que podemos conversar amigavelmente, como se nada tivesse acontecido.
- Você quer que eu faça o que, te ignore?
- Frank, você tem que entender...  – Alice tentou falar, mas Frank a interrompeu.
- Não tem como eu entender, não é mesmo? Você não me conta o que está acontecendo. Eu não sou vidente, Alice. Se você não me contar, eu não vou adivinhar, eu não vou entender.
Os olhos de Frank eram suplicantes, pedindo para compreender aquela situação.
- Eu não posso te contar. É isso.  – Alice disse, abaixando a cabeça, como se não suportasse o olhar de Frank.
O menino se irritou.
- Então tudo bem. Quer saber? Eu desisto. Não quer me contar? Então não me conte! Quando você resolver os seus problemas, você fala pra mim “Hey, Frank, resolvi os meus problemas, agora nós podemos ser amigos”, e eu vou te receber muito bem. Mas eu não vou ficar ignorando você, vou continuar falando normalmente. Eu sou seu amigo, Alice, e vou continuar sendo, mesmo você estando louca e cismando que não podemos mais nos falar.
Frank falou tudo o que tinha pensado depois da briga. Quase tinha passado a noite de sábado em claro e ficou a tarde inteira de domingo conversando com Anne sobre como estava se sentindo.
- Tudo bem. Desculpe estar sendo grossa com você. – Ela falou com remorso.
- Acho que posso superar isso. - O menino cruzou os braços e olhou de lado, demonstrando não estar feliz ainda. Alice logo percebeu que um abraço poderia sarar a situação. Frank sorriu por saber que sua amizade com a menina não havia morrido.
Os dois logo se voltaram para os amigos, que tinham armado o verdadeiro caos: Lilian e Evelyn discutiam com Sirius pelo maroto estar dando maus conselhos amorosos para Peter, dizendo besteiras à respeito de como tratar e conquistar as mulheres. Sirius tentava se defender das acusações:
- Peter, é muito mais coerente você acreditar em mim. As mulheres tremem só de ouvir meu nome, você sabe.
- Tremem de nojo né, só se for. – Rebateu Evelyn, cheia de si.
- Ah, Srta. Priuet, então você gosta de coisas nojentas? - Evelyn não soube o que dizer. Ficou vermelha de ódio, pronta pra atacar. Até que o menino amenizou o clima falando: - Parece que não. Mas isso é uma questão de tempo.
- É o que veremos.
- MAS QUE LEGAL HEIN GENTE, estamos atrasados, vamos logo! – James saiu puxando Evelyn pelo braço. Depois de uma certa distancia de Sirius, James disse à menina, no pé do ouvido: -  Falei isso pro Sirius mais cedo e vou repetir pra você: Façam o que quiser, mas não fodam com o meu quadribol. Não vou perder meus melhores batedores por motivo algum. Fui claro?
- Me senti trocada por uma vassoura. Nossos anos de amizade não contam, James Potter?!
- Não mais que meus anos de treino.
Alice e Lilian ainda se despediam de Frank, Remo, Peter, Emily e Sirius, que iriam permanecer no salão comunal, afinal não compareceriam à Festa do Slugh. Evelyn berrava pelas meninas, dizendo o quanto estavam atrasados.
- Merlin, dai-me forças pra suportar o James por tanto tempo. – Disse a Ruiva, puxando Alice.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ACOMPANHE MELHOR EM HTTP://UMAHISTORIAMAROTA.BLOGSPOT.COM



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma História Marota" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.