A Profetisa - Heroes Series escrita por AliceCriis


Capítulo 32
31




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31 – Transformam minha vida em confusão.

O que dizer quando uma deusa olimpiana enlouquece bem na sua frente e diz que você é filha dela, quando, no entanto, seus pais estão em Chicago?

- Bem... Éphira, sinto em dizer. Mas deve estar enganada. Meus pais são... pessoas normais... e moram em Chicago.

- Lílian Bennett e George Bennett. – ela sorriu. – Já faz muito tempo que nos os vejo.

Ela me olhava profundamente, decorando cada centímetro de meu rosto.

- Eu... eu não estou entendendo. – olhei para ela com confusão. Que porcaria estava acontecendo afinal? Estava quase pensando em roer minhas unhas bem feitas, mas decidi que não.

- Siga-me. – ela caminhou para um corredor e eu a segui.

A caminhada foi um tanto longa e enfim, lá estava uma sala. Cada pedacinho de parede possuía desenhos. Parecia ser o desenho que contava a história de uma vida... não tive muito tempo para entender. Mas observei os detalhes em ouro e brilhante – aaaah companheiro, ouro e brilhantes sempre estão na moda!

- Olhe, Gallatea. – ela apontou para a parede central. Duas piras queimavam e cheiravam á erva doce... meu cheiro favorito! No meio da parede, incrustado em gesso, escritas romanas estava lá.

- Desculpe... eu não sei ler romano.

- Sim... você sabe. – ela sorriu bondosa – Leia.

Olhei de novo para a parede e meus lábios lindos, maravilhosos e sexy.

Comecei a ler:

“Quando a deusa Elemental e o deus do Sol unirem-se

A prole nascida da união

Herdará dois dotes, a morte a rondará no Olimpo

Mortal terá de se transformar

Viver entre os mortais há de obedecer

Quando a terceira lua da deusa da caça nascer,

Os dons, enviados a ela iram ser

Quando ás ofertas ela negar

O verdadeiro trono a iram entregar

A prole irá então decidir

Entre a vida ou morte de seu povo, ao eclodir

Vencendo a batalha com a lâmina sagrada

Decidirá entre a queda ou o oficio Olimpiano

O objeto divino ira os salvar, amaldiçoando

Á cabeça prussiana, que entre a ela irá sacrificar.

Terminei de ler. Eu solucei baixo, sem nem mesmo querer.

- Eu sou a deusa Elemental, Gallatea.

Não consegui tirar meus olhos dos dela.

- E és minha única filha. Única.

- Mas... não pode ser... Você... você nunca... falou comigo... nem... Não! Eu sou muito parecida com a minha mãe... e meu pai! Não... não pode ser!

Eu estava chorando. Eu não costumava chorar. Na verdade eu não chorava. É uma das coisas que Claire Bennett não fazia.

- Minha mãe tem fotos... um bebê...  era eu. Eu sei. – choraminguei.

- Gallatea. – ela usou uma entonação forte. – Você é a jovem da profecia. Você leu.

E naquele instante, ela puxou a manga de seu camisete para cima e expôs a estrela de seis pontas marcada em seu braço. – É a marca da promessa.

- Isso não é verdade!

- Gallatea, segure minha mão e irá ver.

Por instinto, segurei sua mão e minha visão se transformou em um playback.

Lá estava meu pai e minha mãe, sentados numa cafeteria, e Éphira estava sentada com eles, no lado oposto da mesa, segurando um pequeno cobertor. Ao lado dela um homem apertando amigavelmente seu ombro.

- Você... espera que nós fiquemos com o seu bebê? - minha mãe estava lá, com uma fita fora de moda no cabelo e com os olhos gigantes.

- Procurei muito para quem confiar minha pequena, Lílian. Conheci vocês, não posso encontrar ninguém melhor. – Éphira disse, olhando para o bebê no cobertor.

- Mas... por que não a quer mais? – meu pai  perguntou, cuidadoso.

- Não sabe como me dói o que faço, George. É um preço muitíssimo caro mantê-la em segurança. E é com vocês que ela está segura. Estou pagando esse preço agora mesmo, entregando ela á vocês. Meu marido, - ela olhou para o homem de costas – deu um pedaço de sua vida para que ela ficasse segura e mortal. Se ela estivesse comigo... tudo o que conhecem hoje, será pura imaginação.

- Éphira... você quer dizer que... é mesmo uma...? – minha mãe estalou os olhos para Éphira.

- Sim. Eu sou uma deusa. E Apollo também é um deus. E... esta pequena, era uma imortal... para que ela cresça, tiramos a invulnerabilidade dela, e estamos dando-a á vocês. Coisas ruins desejam possuí-la, e... ela deve crescer longe da loucura Olimpiana. Monstros e criaturas vão a perseguir... mas designei minha fênix para protegê-la. Ninguém a verá... mas manterá minha menina em segurança.

- Os Olimpianos escolheram salvá-la. – disse Apollo pela primeira vez – Zeus cedeu o coração da tempestade, eu cedi parte do futuro, Athena sabedoria, Hefesto habilidade, Ártemis o dom da luta, Hera a consciência, Afrodite deixou o encanto, Deméter a bondade, Dionísio a loucura, Ares a maldade, Héstia o calor, Poseidon um cavalo e Hermes o espírito viajante. Éphira deu á nossa filha toda a proteção que é possível. Não significa que os deuses vão colaborar com a vida dela, só por terem presenteado-a. E com a força da decisão, ela foi mortalizada.

Meus pais olharam para os deuses com medo e receio. – E por quê nós?

- Vocês vão amá-la como sua própria, e não a revelarão nada. Ela nunca irá saber que não é vocês... Até seus dezesseis anos. – concluiu Éphira.

Meu pai sorriu transtornado. – E como vamos chamá-la?

- Gallatea. – responderam os dois deuses sem pestanejar.

- Gallatea? Não é um nome muito normal. – pensou minha mãe sorrindo e olhando para o cobertor. – Claire. Devemos chamá-la de Claire. Como a claridade do céu pós-tempestade.

Os deuses se olharam. – Claire Gallatea Bennett. Confiamos, ela á vocês. – disseram eles em uníssono. E Éphira entregou o bebê para minha mãe Lílian.

- Eu sinto muito, minha pequena. Amo você tanto... e... que Zeus a abençoe. – beijou a testa do bebê adormecido, e se despediu.

- Abençoados sejam, Bennett. A luz do sol, baterá em sua casa antes de qualquer outra. É minha promessa. – Apollo e Éphira se viraram e saíram do café.

Éphira chorava baixo. – Isso vai demorar tanto!

- Vamos protegê-la, minha amada. Confie em mim...

E entre a noite escura de Illinois, deixando-me para trás. Adeus, pai... Tchauzinho, mãe.

Minha visão clareou, e eu estava ali, olhando para Éphira, aquela que tinha partido para longe de mim com Apollo.

- Mãe... – sibilei olhando para seus olhos verdes... exatamente como os meus.

- Descanse, teremos um longo dia amanhã.

Nem eu tinha percebido o quão fraca eu estava. Minha maquiagem não deveria estar bonita e minha rouba, completamente... arruinada.

Acho que eu preciso de mais um banho de shopping – ou ver Sharon mergulhar em um vulcão – Yeah, os dois me deixariam bem contente.


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