Ubl Unreachable escrita por JoongGuSeong


Capítulo 8
Uma Estadia Memorável


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!



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Unreachable
08 – Uma Estadia Memorável

Uma tempestade devastou nossa cidade. Olhei para a janela, o clima estava impressionante lá fora. Havia muita lama e eu não tinha trazido guarda-chuva. Aqueles relâmpagos me deixaram à suspeita de um temporal, mas nunca poderia imaginar que realmente aconteceria.

– Caramba, como poderei ir embora mais tarde? – Olhei para meu relógio, marcavam onze horas da noite.

– Talvez tenha que dormir aqui. – Logo ele encontrou uma solução.

– Ehr... ham? – Mil pontos de interrogação surgiram na minha cabeça.

– Não poderá ir embora com o tempo nestas condições, pelo menos no me ponto de vista.

– Não vou te atrapalhar?

– É claro que não. – Disse Nicky, piscando o olho direito.

Então, resolvi ligar para minha mãe e avisar que não poderia voltar para casa com o clima naquelas condições. Peguei meu celular, e disquei:

– Alô, mãe?

– Boa Noite, amor.

– Está chovendo! Não poderei ir para casa, pois é perigoso lá fora, Nicky disse que eu poderia passar a noite aqui.

– Está tudo bem, filho. Se cuida. Ah, o Paco e a Anita mandaram um abraço.

Desliguei o telefone, um pouco tenso. Nicky notou minha expressão de preocupação e correu até mim.

– Tudo bem? Parece preocupado.

– Minha mãe está sozinha em casa com toda essa chuva. Sei lá, pode passar mal e eu nem saber.

Minha mãe é muito limitada em relação à idade. Seus movimentos são bastante precavidos.

– Não se preocupe! Seus amigos não está lá?

– Estão.

– Então para quê se preocupar? São doidos e divertidos, farão bem a ela.

– Acho que você está certo.

– Então? Vamos terminar de assistir ao filme?

– É... – Sorri. – Vamos.

Woow! Nicky me tranquilizou em menos de dez segundos. Que capacidade é essa que tomou sobre mim? Suas palavras eram curandeiras para mim, voltei a respirar aliviado. Que amigo!

A película teve seu desfecho bem planejado e grande parte dos fatos fizeram-me entender o real objetivo daquele jogo. Adorei o filme e com certeza eu assistiria suas respectivas continuações. O cineasta que dirigiu a longa-metragem é muito inteligente. São raros os filmes que me prendem desta maneira. Nicky viu minha animação e ofereceu mais hospitalidade de que pôde:

– Guillermo, pegarei uma roupa para você vestir.

– Roupa? – O que ele quis dizer?

– Não irá dormir vestido desta maneira, não é?

– Eu nem sei. – Confuso.

– Ok, Ok, tome esta roupa, esta toalha e este sabonete, vá tomar um banho.

E ele foi me empurrado em ritmo de brincadeira, como se eu fosse uma tartaruga à beira da morte com duas patas quebradas. Robinson tinha um humor inigualável guardado em seu coração que sempre contagiou aquele que estivesse perto. Me acalmou, demonstrou sua amizade por mim, e provou que podemos ter uma amizade fortalecida. Fiquei muito feliz – fico feliz com tudo! Brincadeira –.

Podemos dizer que foi a melhor coisa que aconteceu durante essa semana!

Quando chegamos ao banheiro, ele me deixou e seguiu para a sala em seus afazeres. A saleta é bem organizada, possui um pequeno armário para guardar utensílios, itens em geral, como remédios, cremes dentais, enxaguantes bucais. Enfim, uma linha completa para uma higiene saudável.

Terminei de me banhar e saí do banheiro vestido com o que Nicky me destes: um camisa branca sem estampa, um casaco azul com zíper e uma bermuda preta. Com a toalha envolvendo o pescoço e meu cabelo úmido, desci as escadas até onde meu amigo estava. Sorridente, cogitei a hipótese de podermos sair para algum lugar no dia seguinte, porém esperaria o momento certo para perguntar. Quando cheguei em sua localidade, me deparei com ele assentado no sofá com um papel em mãos, pela expressão facial tristonha no rosto deduzi que não era bom.

Cheguei perto dele e perguntei...

– Por Que está triste?

– Ah, não é nada.

 Ele tentou disfarçar, dobrou o papel e o guardou no bolso da calça. Mas ele não me engana, o conheço a anos através da nossa rivalidade. Seus lábios sorriam, porém os olhos tristes e por dentro estava com um alto índice de preocupação. De alguma maneira, eu sentia que tinha algo a haver comigo.

– Vamos... – Ele pegou pela minha mão e subimos às escadas juntos.

Nicky ainda estava vestido do jeito que o encontrei após a minha chegada, provavelmente trocaria de roupa naquele momento. Quando chegamos ao quarto, verifiquei o relógio e já se passavam da meia-noite. Fiquei estático por alguns minutos.

– Guii?

– Sim, Nicky?

– Irá dormir junto comigo no me quarto. – Disse Nicky.

– Legal, mas onde? – Indaguei.

– Na cama junto de mim. – Replicou.

– Ham? – Arregalei os olhos.

– É.

Hum, dormir em sua cama. Não vejo nada de errado nisso... Mas fiquei meio envergonhado de saber. Ligeiramente, Nicky desabotoou por completo sua camisa e a tirou – na minha frente! –, depois tirou o cinto da calça-jeans e o guardou, desceu a calça e fez o mesmo. Ele estava tirando a roupa na minha frente.

– Estou ficando louco, ou você está trocando de roupa na minha frente?

– Ehr... a segunda. – Ele sorriu.

– Não tem vergonha de fazer isso na minha frente? – Perguntei, sorrindo e fitando seu corpo.

– Somos amigos. Não tenho nada a esconder de você. – Ele disse isso, respondendo, aproximando-se de mim lentamente.

O corpo de Nicky é bronzeado em um tom amarronzado com uma mistura dourada. O peitoral é muito esportivo, pernas grossas e definidas. Ele tem o corpo adequado para sua idade e físico, além do fato de ser muito bonito e sem qualquer exagero. Tudo no ponto certo. 

Nicky, seminu, chegou perto de mim e me entrelaçou em um abraço superconfortador. Sentia sua respiração em meu ombro e seus braços nas costas. Senti nossos corpos se encontrarem – se chocarem – com toda a intensidade.

– Estou feliz por termos ficados amigos! Sempre quis que isso se tornasse realidade.

A verdade explícita em suas palavras me comoviam de modo profundo. Nunca alguém foi tão carinhoso comigo e demonstrou sua imensa amizade.

– Nem consigo imaginar o motivo de nossa rivalidade.

– Verdade. – Eu disse.

Ele se afastou e foi tomar banho. Fiquei esperando o mesmo voltar, enquanto ia de novo mexer naqueles livros. Peguei mais uma vez aquele documento – aparentemente médico – e comecei a leitura.

“Nicky Robinson Allen”

“Idade: 01 ano”

“Registro Médico”

“Foi comprovado geneticamente que o paciente é...”

Mais uma vez fui interrompido. Ele já havia saído do banho, não escutei mais o barulho. Então, recolhi aquela pasta de documentos, cheia de folhetos, e a guardei. Me dirigi até o corredor onde ficava o banheiro para cumprimentá-lo. Advinha? Nicky é todo desastrado e esqueceu a toalha no quarto. Haha. Então, retornei e a peguei.

– Temos algo em comum, Nicky. – Argumentei entregando-lhe a toalha.

– Tipo...?

– Somos muito desnorteados.

Nicky se vestiu com uma roupa bem confortável, ao meu ver: Camisa e Short branco. Voltamos ao quarto dormir.

Antes de adormecermos, com as luzes já apagadas e a gente deitado, mais uma vez me encontrei envolvido pelos braços de Robinson. A cada abraço que ele me dava, eu ficava me sentindo bem e ao mesmo tempo estranho.

Good Night, My Friend. – Cumprimentou em inglês.

Buenas Noches, Mi Amigo. – Espanhol.

Dia Seguinte...

O dia amanheceu do jeito que o posterior terminou: muita chuva, um frio de arrepiar. Despertei com minha vista meio embaçada. Aos poucos ela foi voltando ao normal. Nicky estava adormecido, respirava profundamente e calmamente. Abri um sorriso comprido ao notar que estávamos indo bem. Nenhuma discussão...

Sua camisa estava meio levantada do lado, fazendo-me enxergar sua barriga, provavelmente teria se locomovido pela noite e o pano ter subido. Com toda a cautela, para não acordá-lo, pus minhas mãos em sua barriga para cobri-la. Senti meu coração acelerar o ritmo, é aquele sentimento que não consigo interpretar. Às vezes sinto algo tão ao meu alcance, e ao mesmo tempo inalcançável. Ignorei meus pensamentos, e voltei meus olhos para a janela, depois para Nicky mais uma vez. O cobertor estava em seu pé, como ele conseguia sentir calor num frio daquele? Poderia se resfriar! Rapidamente puxei o forro até sua barriga.

Meus olhos só conseguiam visualizar meu amigo. Decidi seguir o que meu coração pedia, naquele momento. Fiz o que qualquer um faria tentando descobrir o que seu coração pretendia revelar, fui me aproximando vagarosamente de seu rosto em uma tentativa de juntar nossos lábios em um puro beijo. Massageei seus cabelos por alguns segundos. A esta altura, conseguia sentir sua respiração em meu rosto, mas logo desisti. Revoguei meu próprio desejo.

– Bom Dia! – Nicky despertou, eu ainda estava com meu rosto próximo ao seu.

– Bom Dia! – Eu disse, como se não estivesse acontecendo nada.

– Ham, por que está perto de mim dessa maneira? – Indagou ele, confuso.

– Porque eu faria uma coisa. – Repliquei, mantendo o humor misterioso.

– Que tipo de coisa? – Perguntou Nicky, fitando meus olhos, agora mais relaxado. Parecia que ele sabia o que eu iria fazer, e talvez sua vontade fosse a mesma.

– Algo que eu devia ter feito a tempos, desde a primeira vez que te vi.

E após dito isso, nossos lábios se encontraram num toque muito especial. Unimos nossos corpos em um beijo muito carinhoso, cheio de amor a carícias. Unimo-nos mais ainda em um abraço, um fazendo carinho no outro com muita ternura. Era o que meu coração queria esse tempo todo, creio que já estou a um passo a frente de decifrar meus sentimentos.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Quero muito agradecer todos os leitores por verem que apreciam o que escrevo. Se não fossem por vocês, a história não chegaria onde chegou.

Meu muito obrigado!