Joong Gu Seong:

Unreachable

12 – A Grande Declaração

Dia Seguinte...

Tudo parecia aos conformes desde o dia posterior, em que salvamos aqueles dois simpáticos meninos. Minha memória só pensava no romance que existia entre eles... E aparentavam serem felizes — que bobeira, Guillermo, é claro que eles são felizes.

Talvez o humor deles seja esse reflexo. Eu não tenho a felicidade dentro de mim, desde o dia em que o conheci. Sim, é ele. Estou falando de Nicky. Desde que encontrei pela primeira vez aqueles olhos castanhos e brilhantes, percebi que algo havia de mim para ele. Não era um sentimento recíproco, pelo menos no passado... Ou será que existia? Minha mente é preenchida com todas as possibilidades possíveis... Desde as incabíveis e as cabíveis. Meu coração pede... meu coração suplica em dizer o que sempre sentiu quanto a ele. Ele precisa de Nicky Robinson. Contar a ele o que simplesmente sinto por? Ou me calar para toda a eternidade...

Linha de pensamento...

O padre terminava de realizar seu discurso soberano, onde iria unir duas pessoas que se amam... Os dois sorriam sem parar um para o outro, como se não existisse mais mundo... Como se existissem apenas eles, que de namorados, seriam um casal.
— Você, Nicky Allen, aceita Angelina Jolie como sua legítima esposa?

— Padre, eu tenho um motivo! — Gritei lá do fundo da igreja.

— Acalme-se, senhor, ainda não cheguei nessa parte em que exista alguma objeção. — O padre informou, seriamente.

— Mas eu tenho uma objeção... Ou se lá qual é esse troço que você disse... — Fui me aproximando do altar onde estavam os filhos da mãe! — Nicky, você é um traidor desgraçado!

— O quê? — O padre ficou nervoso. — Como ousa interromper a cerimônia, ainda desse jeito?

— Existe outra? — Indaguei, explosivo.

— Ham? — O padre estava sem resposta.

— Nicky, você não presta, seu safado sem-vergonha! — Continuei a tagarelar.

O pessoal que assistia a cerimônia estava chocado, logo flashes começavam a surgir.

— Guillermo, por quê? — Perguntou Nicky. Angelina olhou desconfiada.

— Eu te amo!

Meus pensamentos ficavam cada vez mais intensos... Eu imaginava cada cena, cada possibilidade, cada canto a fim de encontrar uma opção. É tudo ou nada, Guillermo. Como irá fazer?

Minha prática de me fazer perguntas estava a mil por hora. Acho que já tinha em mente o que faria: correria atrás do que eu preciso... Irei buscar o que eu tanto necessito. Sucesso ou fracasso? Eis a pergunta. Se eu conseguirei... Não sei, mas irei colocar tudo para fora.

Naquela manhã, o sol estava escondido entre as nuvens. Hora ele aparecia cercado pelas nuvens, hora o tempo ficava apenas nublado.

— TOC, TOC...

Alguém batia na porta do meu quarto. Ainda na minha cama, vestindo apenas uma sunga — não pergunte o porquê —, não me preocupei em colocar uma roupa, meus pensamentos me deixavam assim... Sem vontade de “ligar”.

Levantei-me, ainda com a expressão facial sonolenta e triste — misturado com um pouco de lágrimas — e caminhei em direção à porta. Seria minha...

— Mãe?

— Taram! — Era Nicky! Fiquei surpreso ao vê-lo no meu quarto àquela hora.

— Bom dia, o que faz aqui nesta hora da manhã? — Perguntei, tentando esconder os olhos vermelhos.

— Bom dia! Pensei que pudesse vir aqui hoje, já que é sábado! Podemos passar o dia juntos, o que acha? — Respondeu Nicky, formulando uma nova pergunta. Parece que ele não notou minhas lágrimas.

— É uma boa idéia! — Repliquei.

— Caramba, Guillermo! — No primeiro momento, não entendi o motivo de estar surpreendido, mas através de uma leitura visual, percebi que estava fitando todo o meu corpo.

— Ontem à noite estava calor, por isso resolvi dormir assim. Mas se quiser, irei colocar uma roupa.

— Não precisa! Sério! — Ele gostou?

— Mesmo assim, irei colocar uma bermuda.

E assim fiz.

Virei às costas para meu amigo, e retornei à cama, sonolento, todavia. Nicky veio logo atrás de mim com um olhar desconfiado, tocou em meu rosto repentinamente e finalmente pôde ver que eu havia chorado. Robinson encontrou um olhar triste e perdido. Uma visão desconsolada e que precisava ser amparada. Depois foi minha vez de notar seus olhos, ou todo seu rosto. Vi sua expressão entristecida e consoladora, e logo me veio à pergunta:

— Amigo! Por que está triste? — Observou enquanto secava minhas lágrimas com seus dedos macios.

— Nicky... Eu... — Não tinha o que falar! Apenas deixei minhas emoções tomarem conta de mim. Sem ao menos perceber, já estava abraçado ao Nicky. Sentia suas mãos carinhosas nas minhas costas, e a outra no cabelo. Delicadamente, fazia carinhos.

— Por favor, conte para mim! O que está sentido? — Nicky parou o abraço para visualizar meu rosto novamente.

Lágrimas eram “o enfeite” do meu rosto, eu estava encharcado. Senti o toque suave de suas mãos em meu rosto. De toda a forma, seu objetivo era me fazer falar, mas eu não conseguia contar a verdade. Porém, resolvi apelar através das famosas indiretas.

— Nicky... Sabe, estou passando por um momento muito difícil. — Eu falava, choroso. — Não entendo meus sentimentos, tudo parece tão confuso! Eles mandam me fazer uma coisa, mas eu não consigo. Eu não sei!

— O que você tem? Que fase difícil?

— Às vezes, eu olho para o espelho, e vejo o reflexo de uma pessoa triste. Sou eu. Aquele que se sente incapacitado para dizer o que sente, ou como dizer! Isso nunca aconteceu.

— Eu ainda não entendo. — Dizia ele, completamente confuso.

— Me sinto incapacitado para dizer o que realmente sinto por você! — Eu continuava a falar, chorando. Após dizer isso, senti uma lágrima escorrendo de seus olhos também.

— Por mim? — Ele se apontava.

— Você é inalcançável, Nicky Robinson! Eu te amo!

— Guillermo?

Sem ao menos esperar sua reação, lhe roubei um beijo cheio de carinho. Talvez melhor que o antecessor. Era um beijo romântico, inocente e apaixonado. Vi-me envolvido na cintura por ele, que logo nos jogamos na cama e continuamos o beijo. Aquele era o sinal de que ele também me amava, o sinal de que o sentimento era recíproco. Nicky, finalmente descobri aquele enigma sentimental. Era meu amor oculto por você e agora lhe tenho. Lágrimas de tristeza logo se transformaram em de felicidade.

Continua...

Fim da primeira temporada.