O Último Suspiro escrita por Borboleta Negra, gabidofletcher


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Postado por Borboleta Negra



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Sinceramente, eu estava morrendo de medo. Mas agora, estranhamente, um sentimento de conforto me invadiu e estou tentando passar essa calma para Gabriela. Ela tentou quebrar a parede, mas tudo que conseguimos foi uma grande dor de coluna e nos braços.

_E agora Bruh?_Ela perguntou com voz chorosa enquanto massageava o braço e olhava para a parede intacta á nossa frente.

Fiquei em silencio, ela já sabia minha resposta. Minha coragem nunca foi muito evidente, na verdade eu nem sabia que tinha, mas a vontade de acabar com tudo de uma vez e sair daqui estava me enlouquecendo. Eu poderia até arrombar aquelas portas, eu queria ver o que havia ali dentro!

_Bruna._Gabriela me tirou da minha própria briga interna e levantou, estendendo a mão para mim, já que estávamos sentadas no chão._Está na hora.

Peguei sua mão e me levantei. Naquela hora, as nossas roupas já estavam sujas, a minha tinha perdido um botão por causa da força que eu usei para socar aquela parede com a cômoda. Eu estava suando, toda hora eu tinha que passar a mão no pescoço para tirar o excesso de suor. Nossa, aquela casa pegava fogo.

Paramos na primeira porta, que estava entre aberta. Gabriela ainda estava com os olhos temerosos sobre a porta, então juntei o pouco de coragem que eu tinha e abri a porta lentamente. A primeira coisa que vimos foi uma perna estendida, enquanto eu abria a porta. Depois, um braço, na altura do cotovelo havia um simbolo...

_Bruna, pare._Gabriela pediu com os olhos com lágrimas, eu tentava ser o mais fria o possível._Olhe ali..._Sua mão tremia enquanto levantou o dedo para o braço que havia aparecido.

Claro que estava decepado, mas o que eu não tinha visto era o pulso. Nele havia uma pulseira, uma fina pulseira de ouro. Franzi os lábios para não gritar e senti um nó em minha garganta.

_Lilian!_Gritei enquanto as lágrimas saiam e eu me ajoelhava no chão, em posição fetal, enquanto as lágrimas incansáveis molhavam minhas mãos sobre os olhos.

_Calma, Bruna._Gabriela falou, enquanto me abraçava.

_Ela era tão boa..._Murmurei no ouvido dela._Ela não merecia..._Minha voz saia rouca pelo choro._Ela não merecia..._Repeti enquanto Gabriela afagava minhas costas.

De repente, uma onda de calma me possuiu. Fechei meus olhos enquanto a sensação prazerosa me atingia. Eu não sabia o que era aquilo... Mas me dava forças o suficiente para continuar. Levantei-me e sequei as lágrimas, ajeitando as roupas depois.

_Vamos Gabriela.

_Você é bipolar ou o que, querida?_Gabi perguntou estranhando.

Não respondi e cheguei á segunda porta, á abrindo vorazmente.

_Oh, não..._Ela sussurrou, enquanto se segurava na parede e depois caia desmaiada.

Mordi o lábio, suspirando para me acalmar e ignorar a náusea que me atingiu. Andei até a banheira branca e suja. O sangue ás vezes balançava dentro da banheira, por causa dos ratos flutuando ou saindo, sujos com todo aquele liquido vermelho.

_Olá Manuel._Sussurrei sorrindo, enquanto sofria por dentro.

Ajoelhei-me ao lado de seu corpo nu dentro da banheira opaca por tanto sangue. Apoiei meus braços na beirada dela, apoiando minha cabeça ali e ignorei quando senti a base dos meus braços molhados. Eu podia ver a sua cabeça para fora do lago enorme de sangue, além de seus braços e pernas estendidos para fora.

_Pelo menos você está inteiro._Ri roucamente do humor negro que eu tinha posto ali._Olha Manuel, eu ainda estou com aquele colar._Sussurrei e tirei o colar de prata do meu pescoço, nele tinha um pingente representando a clave de Dó. Coloquei-o em frente aos olhos arregalados e assustadores dele._Lembra?_Perguntei sorrindo e mergulhei minha mão naquele sangue, apalpando o peito de Manuel por baixo dele até achar o pingente._Clave de Dó, Clave de Fá._Refleti enquanto segurava os dois pingentes._Eu gostava da Clave de Dó porque era mais fácil de tocar no piano, você lembra?_Perguntei, sabendo que não teria resposta.

Apenas olhei para os olhos arregalados dele.

_Você achava linda minha pele._Eu relembrei._Porque... Bem, porque eu parecia uma vampira, algo assim._Sorri um pouco._Ei... Agora você está mais pálido que eu, olhe._Peguei seu braço, que estava com o mesmo símbolo que eu encontrei perto de Kaio e no braço de Lilian, e coloquei do lado do meu, comparando._Agora você pode ser um vampiro..._Mergulhei meu dedo no sangue e molhei os lábios dele._Viu?_Meus lábios tremeram um pouco enquanto eu os mordia._Oh, Manu!

O abracei enquanto chorava. Tudo que eu tentava falar saia em soluços sofridos, enquanto eu tentava muito inutilmente parar de deixar as lágrimas escorrerem. Um dos ratos ali dentro da banheira alcançou meu braço.

_Rato asqueroso!_Gritei de fúria, mal reconhecendo minha voz enquanto, em um movimento rápido o peguei com força.

O apertei na minha mão enquanto ele guinchava assustado. Ele parou de guinchar e eu o arremessei na parede, vendo seu pequeno corpo cinzento bater na mesma e depois escorregar até o chão. Meus lábios se descolaram quando vi uma frase ali na parede e estremeci quanto á li.

?Você é minha, Gabriela.?

Li três vezes para ter certeza do que meus olhos me diziam. Como isso sabia o nome dela? Deus, o que eu iria fazer? Ele a queria! Corri para Gabriela no corredor, enquanto as minhas costas se arqueavam de medo, um frio estranho percorria a linha imaginaria da minha nuca até o cox. Olhei para o chão do corredor e lá estava o corpo de Gabriela, estirado.

_Gabi!_Falei enquanto me ajoelhava e colocava sua cabeça em meu colo._Ei, Gabi, acorde, temos que sair daqui!_Sussurrei, eu me sentia sendo observada e isso estava me assustando, tanto que o nó se formou novamente e eu comecei á chorar. Eu não queria morrer.

Gabriela abriu lentamente os olhos e me viu.

_Bruna, o que aconteceu?_Ela perguntou.

_Você desmaiou, mas...

_O que é aquilo Bruna?_Ela perguntou apontando para a parede.

Franzi os lábios enquanto olhava fundo em seus olhos, esperando a sua reação.

_Ele quer você, Gabriela.

Seus olhos se arregalaram.

_Meu Deus..._Ela sussurrou._Ele quer me matar!

_Se acalme, vamos sair daqui, ok?_Falei calma, enquanto olhava em volta.

_Você também está sentindo?_Ela perguntou e eu a olhei.

_Sentindo o que?_Fiquei confusa.

_Alguém está nos observando._Ela concluiu, se levantando lentamente. Eu repeti o gesto._Á um bom tempo.

Eu assenti com a cabeça.

_Estou sentindo isso também._Concordei._Vamos até o portão, vamos sair daqui.

Ela assentiu e pegou a planta. Estendeu-a na parede.

_Estamos aqui._Ela falou, apontando para um local da grande mansão._Vamos, eu já sei o caminho.

Á segui, segurando sua mão e fomos calmamente até o portão, tentando, inutilmente, ignorar os corpos de nossos amigos. Chegamos ao jardim grande e seco, andamos um pouco, até o portão.

_Está trancado._Gabriela falou e pegou a chave, tentando á girar._A chave não gira!_Ela falou.

_Tente com mais força._Falei, olhando diretamente para o cadeado.

_Não... Consigo!_Ela falou e a chave se partiu.

Ficamos em silencio por alguns minutos, que mais pareciam horas. Olhamos para trás e numa árvore seca, uma cabeça estava pendurada pelos cabelos cacheados e negros. Os olhos cor de mel arregalados e a boca entre aberta, de onde saiam alguns insetos voadores. No tronco da árvore clara e seca, havia algo escrito em sangue.

?Vamos jogar futebol??

Uma coisa estava certa, nós iríamos morrer.


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Notas finais do capítulo

Ual
*-*
Eu nem sabia que conseguia fazer essas coisas assustadoras, me deu até nauseas os ultimos parágrafos, que falam da cabeça da Lilian (é, lembram lá no comecinho que eu falei como ela era? Então.).
Beijos gente, por favor, mandem reviews
*-*
a gente precisa de leitores!!



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