–Lilly? - Chamou um bonito garoto de dezessete anos, de cabelos bagunçados e óculos de aros redondos.

–Hum. Que foi, James? - Perguntou uma garota ruiva de belíssimos olhos verdes, sem tirar os olhos do livro que lia nem por um segundo.

–Você não vai nem ao menos olhar pra mim?

–É caso de vida ou morte?

–Não, mas...

–Então é óbvio que não.

–Lil...

Mas James não chegou a terminar a frase, fora interrompido pela chegada de um garoto com mais ou menos a sua idade, bonito e com um sorriso cafajeste a brincar no seu rosto.

–Oi, Sirius! - Falou a menina, fechando o livro e se levantando para abraçar o garoto.

–Que?! Peraí, Lils. Você é minha namorada.

–E amiga do Sirius.

–É, mas daí a me ignorar e dar atenção a ele...

–Está com ciúmes do seu melhor amigo?

–Eu,... Não foi isso que eu quis dizer...

–O que você quis dizer então? Que eu deveria te dar total atenção e deixar meus passatempos? Que não posso dar atenção aos meus amigos? É isso, James?

–Não! Lilly, espera...! Espera, Lilly!

Mas era tarde demais, a garota não estava mais lá.

-Droga, padfoot! 

–Pisou na bola, cara. 

–Eu sei.

–Eu vou atrás dela.

E num piscar de olhos o garoto dos cabelos bagunçados fora deixado sozinho.

–Tem certeza que ele não desconfia? Quer dizer, o aniversário dele é daqui a uma semana só...

–Claro que não, Lilly! Ele está lá, remoendo o que disse pra você...

–Eu fui cruel. E dramática.

–É, foi. Eu não agüentaria uma semana como seu namorado, Lilly. O prongs deve te amar de verdade pra te agüentar, você é uma peste.

–Eu vou encarar isso como um elogio, para o seu próprio bem!

–Estamos perto?

–É só virar aqui... Pronto. Aqui.

E os dois pararam em frente a uma sala aparentemente qualquer e vazia.

–Acha que já deu tempo de arrumarem tudo?

–Já, já. Você vai buscar ele?

–Você podia muito bem ir.

–Vai você!

–Não, vai você!

–Você!

–Você!

–Meu, esse tal de James Potter deve ser mesmo uma peste, a namorada e o melhor amigo discutindo quem tem que ir falar com ele! - Disse Lilly, e logo os dois estavam rindo.

–Ok, eu vou. O que eu digo pra ele?

–Diga que eu estou arrasada, chorando até morrer nessa sala de aula. - Disse a ruiva, colocando a mão na testa dramaticamente.

–Você é cruel.

–Até os ossos. Agora vai logo, vai, vai, some da minha frente.

~.~.~.~

–Aonde é essa sala, Padfoot?

–Estamos perto.

–Tem certeza que ela vai falar comigo? Não vai gritar me mandado embora?

–Aí é com você. A namorada é sua, afinal. - falou Sirius, contendo bem a tempo uma risada.

–Pronto. É aqui. E é com você.

Receoso, James abriu a porta, que dava numa sala intensamente escura, de modo que não se via nada além de uma imensidão de negro. Ao longe um choro que o garoto não reconheceu.

–Lilly? - Chamou, inseguro.

–Surpresa!

As luzes se acenderam, revelando uma sala ampla e enfeitada em tons de azul e preto, cheia de rostos conhecidos. Ao longe podia-se ver uma mesa de comidas e bebidas e encostada nela Lilly segurando uma balão que chorava.

–Lilly! Você que fez isso?

–Sim. Eu sou brilhante não sou? Tudo no meu plano deu certo. Até a briga de hoje mais cedo.

–Que? Foi planejado?! Você ainda me mata, Lils!

–É uma opção.

–Mas me conte, como conseguiu trazer tanta gente pra cá sem serem pegos?

–Consegui autorização.

–Você O QUE?

–Consegui autorização! - falou a ruiva rindo e rolando os olhos - Eu falei que sou um gênio...

–Falou que era brilhante, é diferente.

–Que seja! Eu falei pra Minerva que se ela desse autorização a gente faria a festa e convidaria ela. Se ela não desse... Nós faríamos do mesmo jeito, só que não chamaríamos ela e teríamos mais trabalho. Além do que sujava no nome dela: Daríamos uma grande festa em baixo do nariz dela sem que ela soubesse.

–Você chantageou Minerva Mcgonagall? Eu nunca consegui essa proeza.

–Não foi chantagem... Foi uma exposição dos fatos de maneira a me favorecer.

–Você me assusta.

–Eu sei.

–Eu te amo.

–Eu sei. - Falou Lilly rindo, e num impulso venceu os espaço entre ela e seu namorado, colando os seus lábios nos deles em um de seus já muitos beijos.