“Some things it don’t pay to be curious about”
(Stephen King)

Nyne não tinha verdadeiras expectativas para as tão aguardadas férias de verão, não é como se o tempo sempre chuvoso daquela pequena cidadezinha no condado de Essex fosse permitir grandes aventuras, logo tudo o que imaginava fazer era gastar seu tempo entre seus velhos livros de terror e quem sabe se arriscar a jogar no velho fliperama do senhor Lee, na companhia de seus grandes - e únicos, na verdade - amigos: Abby e Jude. Entretanto, uma viagem arranjada de última hora como presente de casamento de seu padrasto para sua mãe acaba causando uma brusca mudança de planos para si.
Ao lado de sua tia Kathe, Nyne terá suas férias limitadas a bizarra mansão Fairchild com os irmãos Flora e Miles, respectivamente uma menina de 6 anos e um estranho garoto de 17. Onde mesmo depois de todas os conhecimentos que adquiriu de suas inúmeras leituras sobre o gênero do horror e sua essência, nem os devaneios mórbidos de Poe ou as idéias mirabolantes de Stephen King poderiam preparar a si para a verdadeira escuridão que habitava dentro das paredes daquela mansão e sob a pele de Miles. Agora, só restava a certeza de que aquilo não se tratava de mais uma historinha de terror antes de dormir, não havia a opção de fechar o livro e correr para a segurança da cama de sua mãe para que ela aplacasse a garra pútrida que agarrava seu coração e pintava-o com o negror do medo em seu estado mais puro...
As sombras estavam ao seu redor e a porcentagem de se afogar nelas era alta demais para correr o risco, ainda mais quando Miles parecia ter o conhecimento e controle dos seus temores mais profundos.