Dream Land - o Jardim escrita por PerkyeFreak
Abri as pálpebras lentamente.
Ai que dor de cabeça.
Olhei para o relógio de pulso – eram 8h da noite – mas como eu dormi por tanto tempo? Percebi a marca do beliscão que o Elliot tinha feito. Rá, ele existe. – Pensei. Eu sabia que o Elliot existia, assim como todos os habitantes daquele lugar existiam. Mas é confortável se lembrar disso, e talvez não...saber que se o Elliot me deu um beliscão naquele lugar e eu acordei e ele estava ali...significa que se me esfaquearem eu também estarei sangrando quando acordar.
Fui levantando devagar, minha barriga começou a doer.
Ai que fome.
-Pai vamos pedir uma pizza? – Gritei pela casa, a Raimunda já deveria ter ido embora, meu pai geralmente chega as 7h, e ele tinha que me deixar eu pedir uma pizza tamanho família de calabresa, faz tempo que não pedimos uma.
Olhei nos quartos, no seu ‘’escritório particular’’, no banheiro, na cozinha, e não o achei.
Droga, hora extra hoje é? – Pensei frustrada e peguei meu celular e disquei o número do celular dele.
Não foi possível completar sua chamada, por favor, tente mais tarde.
Desisti e fiz um sanduiche para disfarçar a fome e fui ver TV.
10h da noite, nada do meu pai, nada do telefone, nada de nada. A frustração e impaciência derrepente se transformaram em preocupação. Não gosto de ficar sozinha, odeio.
Fui até o quarto dele de novo, talvez ele estava dormindo e eu não tinha visto? Mas ao contrário disso encontrei fotos espalhadas. Talvez eu não tenha as visto por causa da minha preocupação – Pensei.
Revirei as fotos para colocar no armário, e eu congelei.
Ai meu Deus.
Todas as fotos mostravam a mesma coisa. Meu pai olhava para a câmera com um tom assustado, mas de ângulos diferentes.
‘’O que é isso?’’ Pensei.
Olhei para a data das fotografias.
7 /11/2010
Hoje. As fotos foram tiradas hoje.
Congelei. E ao mesmo tempo deixei as fotografias caírem, se espalhando pelo chão do quarto.
Em uma das fotos, percebi o reflexo embaçado e esbranquiçado de uma menina na janela, que parecia estar com uma câmera na mão.
Ela está vestida de branco...? – Pensei.
* * * * * * *
[Nar. Elliot]
Chovia em Dream Land, as pessoas estavam assustadas, acho que nunca choveu no mundo dos sonhos, choveu?
Andava de vagar sobre aquele mundo, colocando meus braços sobre a minha camisa branca de camponês, para me proteger do frio.
Eu vi Claire – uma das integrantes do conselho de Dream Land – com o rosto preocupado, mandando ordens para alguns sonhos.
Andei até ela, se Claire está preocupada, significa que algo realmente ruim aconteceu.
-O que está acontecendo?
-A chave foi roubada. – Ela disse sem me dar muita atenção.
Deveria estar chocado. A chave foi roubada?
-Sabe quem a roubou? – Eu perguntei, como Claire estava muito ocupada atendendo outras pessoas, um menino com orelhas de cachorro que nunca havia visto antes me respondeu:
-Os guardas que viram o ladrão disseram que estava com o rosto tampado por um enorme capuz, mas que parecia ser jovem e usava um vestido branco.
-Vestido branco, jovem... – Murmurei. – Pode ser a menina dos sonhos da Anne. – Pensei.
-Mas se o ladrão roubou um dos itens mais preciosos de Dream Land, então a culpa não é dele, e sim da segurança daqui. – Murmurou o menino para que Claire escuta-se.
-...Mande Anne Hanson voltar á Dream Land, á essa hora, precisamos de ajuda. – Minha atenção voltou á Claire.
-Você disse Anne Hanson? – Eu disse para a Claire, que voltou a sua atenção para mim.
-Sim, Anne Hanson. Era o que o ladrão estava sussurrando quando os guardiões o encontraram. Sabe quem é?
-É uma amiga. Um sonhado, para ser mais específico. Me de a chave – réplica para que eu possa trazê-la aqui.
* * * * * * *
[Nar. Anne]
O que devo (ou deveria) fazer? Ligar para a polícia? Eles jamais iriam chegar perto de descobrir que não se trata de algo humano que raptou meu pai, e sim uma menina demoníaca que me perturba enquanto durmo. E enquanto isso estou aqui, eu, sozinha encolhida no cobertor da minha cama assistindo TV, em uma esperança de que meu pai volte a um passe de mágica.
E o mais frustrante disso tudo, é que eu sabia que ele não iria voltar...
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